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RT17PRAZOS JOSLEY SOARES

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Processo do Trabalho – Prazos 
 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários 
e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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 Processo do Trabalho – Prazos 
 
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SUMÁRIO 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................... 3 
2. CONCEITO ....................................................................................................... 3 
3. CONTAGEM EM DIAS ÚTEIS E PRORROGAÇÃO PELO JUIZ ................................. 3 
4. POSSÍVEL CHOQUE COM O PRINCÍPIO DA CELERIDADE .................................... 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Processo do Trabalho – Prazos 
 
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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Neste terceiro bloco, será conversado sobre mais um tema importante que sofreu 
impacto com a Reforma no campo do Direito Processual do Trabalho, que é justamente 
envolvendo os prazos processuais. 
O professor destaca, inclusive, que quem advoga deve estar apreciando bastante tal 
novidade, que virá com a vigência da lei a partir do dia 11 de novembro de 2017. 
 
2. CONCEITO 
Como se sabe, o prazo é o tempo para a prática de um ato processual. 
Todos os atos processuais, como conduzem a uma marcha para frente, são pautados 
por prazos, de forma que não se fica eternamente com a possibilidade de se praticar 
determinado ato processual. A consequência, em geral, do descumprimento é a preclusão. 
Em suma, existe o prazo para que o processo sempre tenha esta marcha rumo à 
sentença, que é justamente a entrega da tutela jurisdicional. 
 
3. CONTAGEM EM DIAS ÚTEIS E PRORROGAÇÃO PELO JUIZ 
Hoje, sem a Reforma, a contagem está prevista no art. 775 da CLT, como sendo em 
dias corridos (“irreleváveis”), de forma que se incluem os finais de semana e feriados, 
excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o dia final. Excluindo-se também o dia do começo 
e do final quando recair em dias não úteis. 
Art. 775 - Os prazos estabelecidos neste Título contam-se com exclusão do dia do começo 
e inclusão do dia do vencimento, e são contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto, ser 
prorrogados pelo tempo estritamente necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de 
força maior, devidamente comprovada. 
Parágrafo único - Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou dia feriado, 
terminarão no primeiro dia útil seguinte. 
A súmula n. 1 e 262 do TST ensinam esta contagem: 
Súmula nº 1 do TST 
 PRAZO JUDICIAL - Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com 
efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira 
imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que fluirá no dia útil que se 
seguir. 
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Súmula nº 262 do TST 
PRAZO JUDICIAL. NOTIFICAÇÃO OU INTIMAÇÃO EM SÁBADO. RECESSO FORENSE 
I - Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil 
imediato e a contagem, no subsequente. 
II - O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior do Trabalho 
suspendem os prazos recursais. 
Com o Novo CPC, houve uma mudança (art. 219) para dizer que os prazos só poderão 
ser contados em dias úteis: 
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-
ão somente os dias úteis. 
Por mais que parte da doutrina critique, por configurar atraso no processo, o CPC/15 
conseguiu trazer esta mudança e tem-se convivido muito bem com ela. Hoje, no CPC/15, não 
só o começo, mas também os dias do meio, não úteis, não são computados no prazo. Ou seja, 
a contagem é feita apenas em dias úteis. 
Com a Reforma Trabalhista, haverá uma alteração no art. 775 da CLT, justamente para 
equiparar tal previsão do Novo CPC com a CLT, que até então não mencionava tal contagem 
em dias úteis (apenas corridos). 
Destaque-se que o TST editara a Instrução Normativa de n. 39/2016, assim que o Novo 
CPC entrou em vigor, para dizer que a ideia de contagem em dias úteis não viria para o campo 
trabalhista por ser incompatível com a sua sistemática. 
Não obstante, o art. 775 da CLT foi alterado, justamente para dizer que: 
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão 
do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. 
§ 1º- Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas 
seguintes hipóteses: 
I - quando o juízo entender necessário; 
II - em virtude de força maior, devidamente comprovada. 
§2º - Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos 
meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior 
efetividade à tutela do direito. 
O artigo traz também as possibilidades de prorrogação, tal qual já se tinha na CLT. 
O inciso I (“quando o juízo entender necessário”) apresenta cláusula muito aberta, 
(discricionariedade processual). Já o inciso II (“força maior”), traduz situação mais concreta e 
o Direito Civil trará a ideia do que seria esta força maior (alguma calamidade ou situação neste 
sentido). 
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 O parágrafo 2º veio com a reforma. Tratou-se nele de dois assuntos: prorrogação de 
prazos novamente (“dilatar”) e meios de prova (“alteração de ordens da produção de prova”). 
O tema “provas” já foi tratado com o Professor Felipe Bernardes, mas há que se 
destacar que, neste parágrafo 2º, o juiz, além das duas hipóteses de prorrogação de prazos 
(inciso I), pode também dilatar/prorrogar os prazos quando se estiver diante da ideia de 
“conferir maior efetividade à tutela do direito”, o que também traduz cláusula geral processual 
aberta, já que não diz os limites/requisitos em que se poderia fazer esta dilatação com fim de 
conferir maior efetividade. 
Fato é que o art. 765 da CLT já permite que se faça isso, porquanto confere ao juiz a 
direção do processo (confiando amplos poderes instrutóriosao magistrado). 
Art. 765 - Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo 
e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência 
necessária ao esclarecimento delas. 
Assim, por esta cláusula (e hoje, se pode dizer que ela se associa ao art. 139 do CPC/15, 
naquilo que for compatível), não se precisaria da citada alteração, de forma que o juiz já 
possuía esta possibilidade de alteração. 
Agora, portanto, ficaram expressas e bem assentadas na norma as possibilidades de 
prorrogação (quando entender necessário, por força maior e para conferir efetividade à tutela 
do direito). 
Entende o Professor que estas prorrogações só caberiam aos prazos que não são 
peremptórios. Entretanto, haverá discussão doutrinária e jurisprudencial, a partir da Reforma, 
para saber se os prazos peremptórios também entrarão nestas possibilidades (por exemplo, 
o prazo do recurso ordinário). 
Assim, há que se acompanhar a doutrina e jurisprudência a fim de se saber qual o 
sentido que se dará à situação de prorrogação, que embora já constasse da CLT, não era muito 
falada. 
- CLT mais abrangente x NCPC menos abrangente: Voltando-se à novidade dos prazos 
em dias úteis, advirta-se que veio a nova previsão na linha do Novo CPC. 
➢ No entanto, será que a CLT tratou de forma mais abrangente ou ela 
acompanhou o Novo CPC? 
O próprio relator, em suas justificativas no projeto da Reforma, disse expressamente 
que se deva acompanhar o Novo CPC. 
Entretanto, o CPC, diferentemente do artigo que veio com a Reforma Trabalhista, 
consta no seu art. 219, que, na contagem de prazo em dias (expressão esta que não constou 
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do artigo novo da CLT, portanto, prazo em horas/meses/ano não entraria), estabelecido por 
lei ou pelo juiz (logo, excluem-se os prazos convencionais), computar-se-ão os dias úteis, 
aplicando-se somente aos prazos processuais. 
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-
ão somente os dias úteis. 
Assim, o Professor destaca que visualiza ao menos três restrições no comando do Novo 
CPC (e muitos na doutrina também visualizam neste sentido), sendo a primeira restrição a 
menção a apenas prazos em dias; a segunda restrição no sentido de excluir os prazos 
convencionais; a terceira quanto à restrição a aplicação aos prazos processuais. 
➢ Desta forma, havendo um prazo atinente ao cumprimento de uma obrigação, 
conta-se em dias corridos ou úteis? Por exemplo, no âmbito trabalhista, 
havendo uma determinação do juiz para que a parte assine a carteira de 
trabalho do reclamante em 15 dias (como comumente se vê nas sentenças), 
esta contagem será em dias úteis ou dias corridos? 
No CPC/15, não há dúvidas de que se trata de dias corridos, dado que a lei fala apenas 
em “prazos processuais”. Por exemplo, o prazo que o juiz confere à parte para que assine 
algum documento (obrigação de fazer), não se cuida de prazo processual, como o prazo da 
contestação, da réplica, do agravo etc. 
Já na CLT, não existem limites. Veja-se que o artigo faz a alusão aos prazos 
estabelecidos “neste Título”, o que compreende as disposições do art. 763 ao art. 911 (toda a 
parte de direito processual da CLT). Assim, todo o prazo que tiver neste Título será contado 
em dias úteis, consoante a Reforma. 
Por esse motivo, uma dúvida que pode surgir (no âmbito do CPC/15, a doutrina já vem 
discutindo neste sentido): 
➢ A ação rescisória na CLT possui o prazo de 2 (dois) anos de contagem em dias 
úteis ou dias corridos? 
Parte da doutrina já começa a dizer que prazos prescricionais e decadenciais não 
entram na ideia de prazo processual. Porém, se a Reforma trouxe a expressão “neste título” 
(e estando a ação rescisória da CLT prevista no art. 836), pode surgir uma discussão se seriam 
dias corridos ou úteis. Verifica-se, portanto, falha legislativa, dada a amplitude deixada no 
artigo. 
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Também, pode-se ter a já mencionada indagação se o prazo para assinar a carteira será 
em dias úteis ou dias corridos, já que, no Novo CPC, continuam sendo contados em dias 
corridos os prazos não processuais1. 
A CLT, deste modo, foi mais abrangente ao fixar esta contagem de dias úteis. 
Outro questionamento que se faz é o seguinte: 
➢ O que se considera como dia útil? Sábado seria dia útil2? 
A CLT não trata do que seria. Poderia ter aproveitado a Reforma para trazer tal 
esclarecimento, mas, segundo o Professor, deve-se ficar com a ideia do Novo CPC (art. 216): 
Art. 216. Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito forense, os sábados, os 
domingos e os dias em que não haja expediente forense. 
Sugere o Professor que se deva considerar, portanto, dia útil tudo aquilo que não é 
feriado (no sentido de feriado processual). Assim, o que não for considerado pelo art. 216 do 
CPC como feriado, deve ser compreendido na contagem dos prazos. 
Este artigo pode ser utilizado, pois há uma omissão na CLT e, portanto, uma 
compatibilidade. 
 
4. POSSÍVEL CHOQUE COM O PRINCÍPIO DA CELERIDADE 
O TST temia trazer prazos diferenciados do CPC ao Processo do trabalho, justamente, 
para não se comprometer com a celeridade processual. 
Todo professor que se propõe a trabalhar a respeito dos princípios do Processo do 
Trabalho, elencará, no rol destes princípios, justamente, o princípio da celeridade. 
Todo o processo deve ser célere, porquanto o art. 5º, inciso LXXVIII da CF/88 traz a 
garantia fundamental da celeridade processual (processo com razoável duração). No campo 
trabalhista, frise-se, o processo deve ser ainda mais célere, pois o art. 100 também da CF/88 
elenca o crédito trabalhista como de natureza alimentar. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
(...) 
 
1 Porém, pontua o professor que se tratam de reflexões iniciais. Não obstante, se levantem aqui opiniões 
a determinados temas, há que se enfrentar ainda o amadurecimento de tais mudanças. 
2 O CPC/73, por exemplo, trazia um tratamento diverso do CPC atual. 
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LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração 
do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 
 
Art. 100. (...) 
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, 
vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e 
indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude 
de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos compreferência sobre todos os 
demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. 
Logo, o processo que veicula um crédito alimentar deve ser ainda mais célere que os 
outros processos. 
➢ Assim, como compatibilizar a regra da celeridade (que é bem acentuada no 
campo trabalhista) com as novas regras de contagem de prazos trazidos pela 
Reforma? 
Conforme visto, a Instrução Normativa n. 39/2016, quando da entrada do Novo CPC, 
repudiou a aplicação dos prazos em dias úteis no processo trabalhista para não comprometer 
a celeridade processual. Na OJ 310 da SDI-1, alterada, recentemente, o TST reafirmou 
entendimento neste sentido, dizendo que o art. 229 do CPC (antigo art. 191 do CPC/73) não 
se aplica ao processo trabalhista. 
OJ 310 da SDI-1. LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO EM DOBRO. ART. 
229, CAPUT E §§ 1º E 2º, DO CPC DE 2015. ART. 191 DO CPC DE 1973. INAPLICÁVEL AO 
PROCESSO DO TRABALHO 
Inaplicável ao processo do trabalho a norma contida no art. 229, caput e §§ 1º e 2º, do 
CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973), em razão de incompatibilidade com a celeridade 
que lhe é inerente. 
 
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de 
advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, 
em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. 
§1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida 
defesa por apenas um deles. 
§2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos. 
A Reforma, no entanto, passou por cima de todo este entendimento do TST, 
determinando a contagem em dias úteis com as possibilidades de prorrogação, conforme já 
apresentado. 
Tais mudanças, portanto, não deixam de se traduzir como conquistas àqueles que 
advogam, que podem agora cumprir os prazos com elasticidade maior.

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