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ESTÁGIO SUPERVISIOONADO I II

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Seção 1 
SUA PETIÇÃO 
DIREITO 
TRABALHISTA 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
Olá, aluno. Seja bem-vindo ao NPJ de Direito Trabalhista! 
Nesta seção, nosso objetivo é que você consiga aplicar, na prática, o que aprendeu na teoria do 
Direito do Trabalho e do Processo do Trabalho. 
Nós iremos atuar a partir de um caso concreto, baseado naqueles que, de fato, existem na Justiça 
do Trabalho, simulando o cotidiano forense. 
Além de se preparar para a vida profissional, você também estará atualizado para realizar o exame 
da OAB. 
Vamos, então, para a análise do caso prático! 
Teresa Silva é mãe de duas crianças, de 7 (sete) e 9 (anos), e exerce as atividades de programadora 
de software na empresa Expert Tecnologia da Informação Ltda., localizada na cidade de Curitiba/PR. 
Ela foi contratada em 04/10/2021 e foi dispensada em 29/08/2022, mediante aviso prévio indenizado, 
tendo recebido todas as verbas rescisórias a que fazia jus, no prazo legal. 
Durante todo o pacto laboral, Teresa optou por realizar suas atividades de maneira remota, isto é, 
ela trabalhava todo o tempo em sua casa. Esse foi um pedido da trabalhadora no momento da sua 
contratação, pois isso lhe permitiria administrar a rotina dos seus filhos. Diariamente, Teresa 
conectava seu notebook na rede de informática da empregadora a fim de que pudesse ter acesso à 
plataforma e aos arquivos necessários para sua prestação de serviços. Para tanto, ela inseria seu 
login e senha no sistema da empresa e ao fim do expediente fazia o logout (desconexão). 
Sua rotina de trabalho começava, pontualmente, às 08h00min, pois tinha reunião diária com sua 
equipe todas as manhãs, no mencionado horário. Teresa fazia uma pausa de 1 hora para almoçar 
com os filhos e prepará-los para irem à escola, depois voltava para a frente do computador, de onde 
saía somente por volta de 19h00min. Essa era sua rotina de segunda a sexta-feira. 
 
 
Seção 1 
DIREITO TRABALHISTA 
Sua causa! 
 
 3 
Durante todo o pacto laboral, Teresa recebeu salário base de R$ 7.000,00 (sete mil reais), não 
auferindo qualquer valor a título de horas extras, de outro adicional, de ajuda de custo ou reembolso. 
Tendo em vista que o seu trabalho era relativo à tecnologia da informação, exigindo computador de 
última geração, optou por usar o notebook que já era de sua propriedade, recusando o que foi 
colocado à disposição pela empresa. 
Na contratação, Teresa adaptou um cômodo de sua residência para a prestação de serviços, tendo 
adquirido cadeira e mesa no valor total de R$ 3.000,00 (três mil reais). Além disso, ela usava a 
internet de banda larga, por ela contratada, no valor mensal de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais), 
assim como assumia os gastos com energia elétrica decorrente do uso do seu notebook. Antes de 
ser contratada pela Expert Tecnologia da Informação Ltda., a internet de Teresa podia ser menos 
veloz, o que representava uma economia de R$ 50,00 (cinquenta reais). No que diz respeito à conta 
de luz, houve incremento de cerca de R$ 15,00 (quinze reais) por mês. 
Sendo assim, Teresa vai até seu escritório em busca de auxílio jurídico. Na entrevista, ela se diz 
muito incomodada com o excesso de trabalho, sem o pagamento de qualquer hora extra. Ela também 
acredita que não é justo ter que arcar com os gastos decorrentes do teletrabalho. 
A trabalhadora está disposta a lutar pelos seus direitos e confia em você para que o Poder Judiciário 
lhe dê a devida efetivação de direitos. 
Então, ela deixa com você o Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT), em que constam 
os seguintes dados: 
• Empregadora: Expert Tecnologia da Informação Ltda., inscrita no CNPJ sob o n° 
00.000.111/0001-11, estabelecida na rua das Araucárias, n° 30, 7º andar, bairro Batel, 
Curitiba/PR, CEP 13484-000. 
• Empregada: Teresa Silva, brasileira, divorciada, inscrita no CPF sob o n° 555.222.666-34, 
residente e domiciliada na rua Lages, n° 30, apt. 301, bairro Cabral, Curitiba/PR, CEP 13484-
000. 
Ela também lhe entrega uma cópia do contrato de trabalho, no qual consta que ela foi contratada 
para o labor em regime de teletrabalho por unidade de tempo, isto é, para laborar por 44 (quarenta 
e quatro) horas semanais, de maneira remota, mediante pagamento do salário ajustado. 
Por fim, Teresa deixa em sua posse a nota fiscal referente à aquisição da cadeira e da mesa, assim 
como as contas de consumo de energia elétrica e de internet, tanto do período anterior ao contrato 
de trabalho quanto dos meses em que perdurou o pacto laboral. 
Teresa deseja resolver logo essa pendência e pensa até na possibilidade de firmar acordo judicial, 
caso seja feita alguma proposta pela empresa. Ela já se encontra trabalhando em uma empresa 
 
 4 
concorrente da Expert Tecnologia da Informação Ltda., auferindo remuneração superior a que 
recebia da ex-empregadora. 
Agora cabe a você analisar quais são os direitos trabalhistas de Teresa que podem ter sido violados. 
Você deve identificar e elaborar a peça processual apta a defender os interesses dela perante a 
Justiça do Trabalho. 
 
 
 
A pandemia da COVID-19 acelerou e aprofundou modificações no mundo do trabalho. O teletrabalho, 
caracterizado como o labor executado fora das dependências do empregador, com utilização de 
tecnologias da informação e de comunicação, tornou-se uma realidade para a grande massa de 
empregados. 
Apesar de a temática ser de regulamentação recente (Lei n° 13.467/17), já existem diversos embates 
entre empregados submetidos a esse regime de trabalho e empregadores. 
O caso proposto aborda, justamente, os conflitos mais corriqueiros. A partir dele, você estará 
capacitado para atuar no dia a dia da Justiça do Trabalho. 
A partir de agora serão elencados os pontos principais que você precisa dominar. Primeiramente, 
serão apresentados os aspectos de Direito Processual do Trabalho e, na sequência, os relativos ao 
Direito do Trabalho, que devem ser aprofundados para que seja possível a elaboração da peça 
processual adequada aos interesses de Teresa. 
 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
 
1 – PEÇA PROCESSUAL 
A identificação da peça processual apta à defesa dos interesses de Teresa é o primeiro passo a ser 
dado. 
A sua elaboração inicia-se com o correto endereçamento, ou seja, a designação do juízo (Vara do 
Trabalho) competente para processar e julgar o litígio, nos termos do art. 114, da Constituição da 
República Federativa do Brasil de 1988 (CRFB/88) e do art. 651 da CLT. 
Fundamentando! 
 
 5 
A análise do art. 840 da CLT é fundamental. As alterações impostas pela Lei n° 13.467/17 trouxeram 
novo regramento processual, dispondo acerca de todos os requisitos que devem estar presentes na 
peça processual a ser confeccionada. 
As alterações legislativas sempre acarretam certa insegurança jurídica. Até os Tribunais do Trabalho 
sedimentarem seus entendimentos, passam-se vários anos. Com o objetivo de minimizar os 
impactos gerados pela “Reforma Trabalhista” (Lei n° 13.467/17), o Tribunal Superior do Trabalho 
(TST) editou a Instrução Normativa nº 41, de 21/06/2018. Trata-se de mera orientação, que não 
obriga nenhum magistrado a seguir, mas traz importante norte de interpretação. 
Na peça processual a ser elaborada não será necessária a indicação de valores a cada um dos 
pedidos. O critério de correção adotado, portanto, é bastante similar ao empregado no exame da 
OAB. Em que pese a desnecessidade de cálculo de valor de pedido, é fundamental que seja indicado 
com um “X” ou um “R$” os locais em que, na prática, deve ser aposto o valor pretendido pelo 
reclamante. O mesmo procedimento deve ser adotado quanto ao valor a ser dado à causa. 
A reclamação trabalhista, em todo o Brasil, tramita de forma digital. As peças processuais são 
inseridas no Processo Judicial Eletrônico (PJe), inexistindo autos físicos. Todavia, como critério de 
correção, é necessário que você faça menção ao requisito processual consistentena assinatura da 
peça processual, sem que haja a identificação do nome ou apelido do aluno. No dia a dia, a 
assinatura das peças processuais ocorre por meio do cerificado digital. Portanto, insira um traço ou 
um “X” no local adequado para a assinatura. 
O processo é um conjunto de atos e eles podem ser organizados de diferentes formas. A organização 
de tais atos é denominada “procedimento”, que pode ser sintetizado utilizando linguagem simplista, 
como “regra do jogo”. No Direito Processual do Trabalho existem três ritos ou procedimentos: 
• Sumário: causas cujo valor não supere o equivalente a dois salários-mínimos no momento de 
sua propositura). 
• Sumaríssimo: causas cujo valor supere o equivalente a dois salários-mínimos e que não 
ultrapasse quarenta salários-mínimos no momento de sua propositura. 
• Ordinário: causas cujo valor supere o equivalente a quarenta salários-mínimos no momento 
de sua propositura. 
O rito a ser seguido não necessita ser informado na peça processual a ser elaborada, já que é 
definido, automaticamente, pelo valor da causa, o qual é indicado na peça de ingresso. 
No caso a ser analisado, resta ajustado que o rito de trâmite da reclamação trabalhista será o 
ordinário. 
Por fim, não se esqueça de que em determinadas circunstâncias você terá que se valer do Código 
de Processo Civil, que é fonte subsidiária e supletiva do Direito Processual do Trabalho 
 
 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
A Lei n° 13.467/17 modificou toda a sistemática processual trabalhista no que diz respeito aos 
honorários advocatícios de sucumbência. Por isso, é fundamental a leitura do art. 791-A, da CLT, e 
da ADIN n° 5766, julgada pelo Supremo Tribunal Federal em 20/10/2021. Ela declarou a 
inconstitucionalidade dos arts. 790-B, caput, e art. 791-A, §4º, da CLT. Dessa forma, caso a parte 
O art. 769, da CLT, prevê que nos “casos omissos o direito 
processual comum será fonte subsidiária do direito processual do 
trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas 
deste Título”. 
O art. 15, do CPC de 2015, também dispõe que, em caso de 
ausência de normas trabalhistas, suas disposições “serão 
aplicadas supletiva e subsidiariamente.” 
Diante do exposto, a aplicação do CPC deve ocorrer sempre que 
existir omissão legislativa sobre determinado tema e/ou quando 
houver regulamentação incompleta de determinada temática, o 
que autoriza a aplicação supletiva. 
PONTO DE ATENÇÃO 
 
 7 
seja beneficiária da justiça gratuita, ela não deverá arcar com os honorários periciais e advocatícios 
sucumbenciais. 
 
 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
 
1 – REGIME DE TRABALHO 
O primeiro passo a ser dado é a leitura do art. 75-A até o art. 75-F da CLT, a fim de se tomar 
conhecimento do conceito e das regras do teletrabalho. 
De posse de tais informações você terá o necessário embasamento jurídico para analisar eventuais 
descumprimentos dos direitos trabalhistas de Teresa. 
 
2 – JORNADA DE TRABALHO 
Embora a prestação de serviços tenha ocorrido, exclusivamente, no regime remoto ou de 
teletrabalho, é indubitável que Teresa se alongava em extensas jornadas (das 08h00min às 
19h00min). 
 
O ponto de partida é a verificação de eventual descumprimento dos limites máximos diários e 
semanais previstos no art. 7º, inciso XIII, da CRFB/88, e no art. 58 da CLT. Essa análise deve ser 
conjugada com os preceitos contidos no art. 62, do texto celetista. Ele elenca os regimes de trabalho 
que não estão sujeitos às regras do Capítulo II da CLT, que versa, justamente, sobre a duração do 
trabalho. Na prática, significa que os trabalhadores que se enquadram nos regimes elencados não 
fazem jus a horas extras, na medida em que não se enquadram nos limites legais de jornada. 
 
Também é fundamental investigar a forma pela qual ela foi contratada, pois isto pode impactar na 
interpretação do art. 62 da CLT. O modelo de contratação mais usual é por unidade de tempo. Nele 
a pactuação diz respeito ao número de horas contratadas. O máximo previsto na legislação pátria 
são 44h (quarenta e quatro horas), mas nada impede que a contração se dê por lapso temporal 
menor. A segunda forma de contratação é a que é feita por produção. Nela a remuneração da 
trabalhadora será proporcional ao que ela produzir, por exemplo, baseado no número de peças 
 
 8 
produzidas. Por fim, a terceira forma de contratação, que é bastante rara, é a que é feita por tarefa. 
Pode-se dizer que é uma mistura das duas anteriores, pois o salário é calculado com base na 
produção e a o tempo utilizado para a realização da tarefa. 
 
Para melhor compreensão do tema, sugere-se a leitura de acórdão do Egrégio Tribunal Regional do 
Trabalho da 2ª Região, cujo acesso pode ser feito no endereço eletrônico consignado a seguir: 
 
• https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1384357733/inteiro-teor-1384357745 
 
Também sugerimos a leitura do seguinte julgado da lavra do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª 
Região: 
 
• https://bibliotecadigital.trt1.jus.br/jspui/handle/1001/2791708?mode=full 
 
No cotidiano forense a análise da jurisprudência é fundamental. Ela permite que você tenha ciência 
da interpretação dada pelos Tribunais do Trabalho e, assim, assim, o auxilia na escolha da melhor 
estratégia a ser devolvida na defesa dos interesses de seu cliente. 
 
3 – GASTOS COM INSTRUMENTOS DE TRABALHO 
O art. 2º da CLT consagra o princípio da alteridade, segundo o qual o empregador assume os riscos 
da atividade econômica. 
Nesse contexto, você deve avaliar se os gastos com mobiliário, energia elétrica e internet devem ser 
arcados pela empregada ou pela empregadora. Na mesma linha de raciocínio, analise a questão do 
uso do notebook particular em detrimento do que foi ofertado pela empresa. 
A análise a ser feita perpassa pela leitura do art. 75-D da CLT. Entretanto, o estudo de decisões de 
Tribunais do Trabalho é fundamental. Por isso, sugere-se a leitura de julgado do Egrégio Tribunal 
Regional do Trabalho da 3ª Região, que pode ser acessado no seguinte endereço eletrônico: 
• https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-3/1342129809/inteiro-teor-1342129826 
 
Quadro 1 | Quadro sinótico da legislação e jurisprudência consolidada aplicável 
(Referidos e não referidos nas explicações anteriores) 
 
Assunto CRFB/88 CLT CPC/2015 TST Outros 
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1384357733/inteiro-teor-1384357745
https://bibliotecadigital.trt1.jus.br/jspui/handle/1001/2791708?mode=full
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-3/1342129809/inteiro-teor-1342129826
 
 9 
Peça 
processual 
Art. 114 Art. 651; art. 
769; art. 
787; art. 
790, §3º; art. 
791; art. 
838; art. 
840; art. 
852-B até o 
art. 852-I. 
Art. 287; 
art. 292; 
art. 319; 
arts. 322 
ss. 
Instrução 
Normativa n° 41; 
Súmula n° 425. 
 
Lei n° 5.584/70. 
Regime de 
trabalho 
- Art. 6º; art. 
75-A; art. 75-
B; art. 75-C; 
art. 75-D; 
art. 75-E; art. 
75-F. 
- - - 
Jornada de 
trabalho 
Art. 7º, 
inciso XIII 
Art. 58; art. 
62; 
- - Acórdão 
https://www.jusbrasil.co
m.br/jurisprudencia/trt-
2/1384357733/inteiro-
teor-1384357745 
e 
https://bibliotecadigital.t
rt1.jus.br/jspui/handle/1
001/2791708?mode=fu
ll 
Gastos com 
instrumentos 
de trabalho 
- Art. 2; art. 
75-D. 
- - Acórdão 
https://www.jusbrasil.co
m.br/jurisprudencia/trt-
3/1342129809/inteiro-
teor-1342129826 
Honorários 
Advocatícios 
- Art. 791-A. - - ADIN n° 5766, do STF. 
 
Fonte: elaborado pelo autor. 
 
 
 
Caro aluno, agora você já está munido das informações necessárias para elaborar uma peça 
processual adequada aos anseios de sua cliente, Teresa. 
 
Não se esqueça que ela deve ter todos os requisitos formais previstos na legislação processual, 
assim como os fundamentos jurídicos aptos a amparar a pretensão da trabalhadora. 
 
Vamos peticionar? 
Vamos peticionar! 
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1384357733/inteiro-teor-1384357745https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1384357733/inteiro-teor-1384357745
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1384357733/inteiro-teor-1384357745
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1384357733/inteiro-teor-1384357745
https://bibliotecadigital.trt1.jus.br/jspui/handle/1001/2791708?mode=full
https://bibliotecadigital.trt1.jus.br/jspui/handle/1001/2791708?mode=full
https://bibliotecadigital.trt1.jus.br/jspui/handle/1001/2791708?mode=full
https://bibliotecadigital.trt1.jus.br/jspui/handle/1001/2791708?mode=full
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-3/1342129809/inteiro-teor-1342129826
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-3/1342129809/inteiro-teor-1342129826
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-3/1342129809/inteiro-teor-1342129826
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-3/1342129809/inteiro-teor-1342129826
 
Seção 2 
SUA PETIÇÃO 
DIREITO 
TRABALHISTA 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
Seja bem-vindo à Seção 2 do nosso NPJ de Direito Trabalhista. 
 
A situação proposta na Seção 1 foi desafiadora! Nela você elaborou uma petição inicial para defender 
os interesses de Teresa Silva, que foi contratada para prestar serviços em regime de teletrabalho, 
arcando com os custos de infraestrutura, de internet e de energia elétrica necessários para cumprir 
com as suas atividades. Além disso, Teresa afirma que realizou horas extras sem o respectivo 
recebimento. 
 
A reclamação trabalhista foi distribuída para a 2ª Vara do Trabalho de Curitiba/PR, sob o número 
0002244-30.2022.5.09.0002. 
 
O nosso objetivo é que você tenha contato com a realidade jurídica do universo trabalhista. Nesse 
contexto, você pode ser procurado por clientes que desejam ajuizar reclamação trabalhista, assim 
como por aqueles que desejam se defender de ação judicial em curso. 
 
Com o propósito de que você possa se capacitar plenamente, nesta seção iremos inverter os papéis. 
A partir de agora você será advogado da reclamada Expert Tecnologia da Informação Ltda.! No 
entanto, a inversão de papéis é apenas para fins didáticos, pois você não pode representar as duas 
partes em processo judicial. 
 
O Sr. Tanure, sócio da empresa, vai até o seu escritório, demonstrando sua total insatisfação com o 
ajuizamento da ação trabalhista. Você explica que se trata do exercício de direito de ação previsto 
no art. 5º, inciso XXXV da CRFB/88 e que necessita analisar toda a documentação relativa à 
funcionária Teresa. 
 
 
 
Seção 2 
DIREITO TRABALHISTA 
Sua causa! 
 
 3 
Tanure deixa com você o Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT), a ficha de empregada, 
o contrato de trabalho assinado por ela, assim como o documento intitulado “Aditivo ao Contrato de 
Trabalho – Teletrabalho”. Neste último, uma de suas cláusulas prevê o seguinte: 
 
• “A trabalhadora arcará com todas as despesas referentes ao mobiliário necessário para 
prestação dos serviços em regime de teletrabalho e aos gastos com internet e energia 
elétrica”. 
 
Por fim, ele lhe entrega um “Termo de Renúncia”, no qual consta que a trabalhadora renunciou ao 
direito de ter o notebook da empresa em comodato para uso durante o labor. 
 
O sócio da empresa informa que, de fato, Teresa trabalhava de segunda à sexta-feira, de 08h00min 
às 19h00min, com intervalo de 1h00min. Ele afirma que lhe disseram que ela não tem direito a 
qualquer hora extra pelo fato de trabalhar em home office. Ele lhe diz também que Teresa realmente 
faz o login e o logout para acesso ao sistema da empresa sempre que inicia e termina os trabalhos, 
pois os arquivos e informações necessários para a execução de suas tarefas estão no servidor da 
Expert. 
 
Essas são todas as informações que você coletou com a empresa Expert Tecnologia da Informação 
Ltda. 
 
Agora é com você. Elabore a peça processual adequada aos interesses de seu cliente. 
 
 
 
 
Você deve estar preparado não somente acerca do Direito do Trabalho a ser aplicado no caso 
concreto, ou seja, quais normas podem ser invocadas para defender os interesses do seu cliente, 
mas também conhecer o Direito Processual do Trabalho, pois ele é o instrumento que será utilizado 
para a defesa dos interesses da Expert Tecnologia da Informação Ltda. 
 
Vamos iniciar nossa análise, portanto, pelos aspectos processuais que são extremamente 
relevantes. 
 
 
Fundamentando! 
 
 4 
 
1) DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
 
1.1. Resposta da reclamada (ré) no Direito Processual do Trabalho 
 
O primeiro passo é compreender a denominação dada àqueles que figuram no polo ativo e passivo 
da reclamação trabalhista. Aquele que ajuíza a ação trabalhista é denominado “reclamante”, ao 
passo que “reclamado” é aquele contra quem o processo foi ajuizado. 
 
O segundo passos é ter ciência da garantia constitucional de responder aos termos da petição inicial, 
que estão previstos no art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal de 1988. 
 
A reclamada somente terá este momento processual para aduzir tudo o que for necessário a fim de 
contrapor as alegações e provas constantes da petição inicial. Dessa forma, na peça processual a 
ser elaborada, você deve utilizar todos os argumentos fáticos e jurídicos aptos a defender os 
interesses da sua cliente. Também, nesse momento processual, devem ser juntados os documentos 
que você entende que são necessários para o deslinde da controvérsia. 
 
O Direito Processual do Trabalho tem como um de seus princípios o da oralidade. Ele se revela, por 
exemplo, na possibilidade de apresentação da peça processual oralmente, no prazo de 20 (vinte) 
minutos, durante a audiência. Todavia, é recomendável que seja apresentada de forma escrita, no 
Processo Judicial Eletrônico (PJe), antes do início da audiência (art. 847, § único, da CLT), de forma 
que consiga abordar de maneira mais técnica e incisiva o que for necessário para defender os 
interesses de sua constituinte. 
 
Atente-se que não é possível simplesmente negar os fatos aduzidos na petição inicial. É necessário 
que você articule muito bem os elementos fáticos e jurídicos para rebater aqueles que foram lançados 
por Teresa, a fim de que não haja confissão, ou seja, presunção de veracidade dos fatos narrados 
na petição inicial, conforme disciplina o art. 341 do Código de Processo Civil (CPC) de 2015, aplicado 
subsidiariamente, nos termos do art. 769 da CLT. 
 
No Direito Processual do Trabalho não há uma regra prevista na CLT acerca da organização da peça 
a ser elaborada. Observe o critério lógico na sua confecção. Por exemplo, se existisse preliminar de 
incompetência em razão da matéria a ser suscitada, isto é, em um contexto em que a Justiça do 
Trabalho não pudesse processar e julgar o conflito, a matéria deveria vir antes do mérito. O julgador 
necessita analisar primeiro se ele é competente para somente depois, caso entenda ser o correto 
julgador, proceder à análise meritória. 
 
 5 
Uma dica importante é que as preliminares são matérias que atacam o processo, isto é, que 
apresentam algum vício procedimental e não ligado ao direito propriamente dito postulado em juízo. 
Por isso, quando acolhidas, as preliminares acarretam a extinção do processo sem julgamento do 
mérito. Quando se adentra no mérito, o que se objetiva é o direito material em jogo. No caso, se 
Teresa tem ou não razão nos pleitos que faz, por exemplo. Assim, a decisão judicial adentrará o 
mérito, dando razão para uma ou outra parte, ainda que de forma parcial. 
 
A organização da peça processual, portanto, deve seguir os critérios lógicos anteriormente aduzidos, 
de forma bem simples e direta. O ideal é que ela contenha tópicos atinentes a cada questão a ser 
levantada. Por exemplo, se existir prescrição a ser invocada, cria-se um tópico com esse nome. A 
seguir, observe um tópico intitulado “equiparação salarial” para refutar esse pedido. Em cada um 
você desenvolve os fato e o direito atinentes àquelasquestões. 
 
Para facilitar a sua compreensão, veja a seguir o mapa mental da tramitação de uma reclamação 
trabalhista na primeira instância: 
 
Figura 1 | Principais atos processuais praticados na 1ª instância trabalhista 
 
 
 
Fonte: elaborada pelo autor. 
 
Quando a reclamação trabalhista é ajuizada, ela é sorteada para uma Vara do Trabalho, onde irá 
tramitar. Nesse momento da distribuição também é atribuído um número ao processo e, 
normalmente, também é designada audiência. 
 
Uma vez realizada a citação, a reclamada recebe a comunicação oficial da Justiça do Trabalho, 
dando ciência da existência daquela reclamação trabalhista, relatando o rito pelo qual tramita, assim 
como dia e horário da referida audiência. 
 
 
 6 
Não se pode perder de vista que o Direito Processual do Trabalho foi construído partindo da premissa 
da hipossuficiência processual do reclamante. Por isso, a CLT prevê inversões de ônus de prova e 
presunções, a fim de minimizar essa discrepância que existe entre reclamante e reclamada. 
 
O estudo da legislação é o seu ponto de partida. Fique atento acerca das alterações legislativas, que 
têm sido constantes em matéria trabalhista. 
 
Além de todo o exposto, você deve analisar o prazo para a apresentação da peça processual e, 
também, se é o momento adequado para juntar à reclamação trabalhista os eventuais documentos 
importantes para a solução do litígio (art. 847 da CLT). 
 
 
2) DIREITO DO TRABALHO 
 
Vamos agora verificar os principais pontos do Direito do Trabalho para a elaboração da peça 
processual adequada. 
 
2.1. REGIME DE TRABALHO 
 
Os pedidos constantes na petição inicial baseiam-se no fato de a reclamante ter prestado serviços 
em regime de teletrabalho. 
 
O primeiro aspecto a ser, portanto, analisado por você é se de fato ela estava em teletrabalho. 
 
 
2.2. JORNADA DE TRABALHO 
 
Teresa está postulando o recebimento de horas extras ao fundamento de que trabalhava de segunda 
à sexta-feira, de 08h00min às 19h00min, com intervalo intrajornada de 1h00min. 
 
O sócio da reclamada lhe confirmou que, de fato, ela fazia login no sistema da empresa no início de 
suas atividades e fazia logout ao término da prestação de serviços diária. A jornada que ela declina 
na petição inicial também é a que a empresa acredita que ela realizava. 
 
O cerne do debate, portanto, é acerca do teletrabalhador ter direito ou não às horas extras. Assim, 
devem ser analisadas as disposições contidas no art. 62 da CLT. Não se esqueça que a Lei nº 
13.467/17 introduziu o seu inciso III, cuja redação somente foi modificada por meio da Medida 
 
 7 
Provisória Medida Provisória nº 1.108, de 25 de março de 2022, posteriormente convertida na Lei nº 
14.442/22. A redação original era genérica e era a vigente no momento da assinatura do contrato de 
trabalho. 
 
A jurisprudência atua como norteadora nesse processo, sobretudo em casos como esse. Apesar de 
escassa quanto ao tema proposto, sugere-se a leitura do acórdão a seguir, da lavra do Tribunal 
Regional do Trabalho da 2ª Região: 
 
• https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1537801747/inteiro-teor-1537801871 
 
 
2.3. GASTOS COM INSTRUMENTOS DE TRABALHO 
 
A reclamada não nega que os custos com o mobiliário e com uso de internet e energia tenham ficado 
a cargo da trabalhadora. 
 
Entretanto, você está na posse de importantes documentos que podem ser úteis na defesa dos 
interesses de Teresa. 
 
Em conjugação, é fundamental a leitura do art. 75-D da CLT, que versa sobre a assunção da 
responsabilidade sobre tais custos. 
 
Mais uma vez, a jurisprudência é muito importante para balizar os argumentos que podem ser 
utilizados na peça processual a ser desenvolvida. A leitura do julgado a seguir, proferido pelo Tribunal 
Regional do Trabalho da 2ª Região, é de grande valia: 
 
• https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1338554741/inteiro-teor-1338554759 
 
 
2.4. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
 
A trabalhadora pugna pela condenação ao pagamento de honorários advocatícios de sucumbência, 
com fundamento no disposto no art. 791-A da CLT. 
 
O argumento a ser utilizado é que a improcedência total dos pedidos não enseja a condenação ao 
pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais. 
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1537801747/inteiro-teor-1537801871
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1338554741/inteiro-teor-1338554759
 
 8 
 
No que diz respeito ao direito do patrono da reclamada receber honorários advocatícios, não há 
qualquer óbice, pois a reclamante não requereu a gratuidade judiciária. Assim, não pode lançar mão 
do que restou decidido pelo STF na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI nº 5766). A declaração 
de inconstitucionalidade do §4º, do art. 791-A, da CLT, abrange somente a quem tem deferido o 
pedido de justiça gratuita. 
 
 
Quadro 1 | Quadro sinótico da legislação e jurisprudência consolidada aplicável 
(Referidos e não referidos nas explicações anteriores) 
 
Assunto CRFB/88 CLT CPC/2015 TST Outros 
Peça 
processual 
Art. 114; Art. 651; art. 
769; art. 
787; art. 
790, §3º; art. 
791; art. 
838; art. 
840; art. 
847. 
Art. 287; art. 
292; art. 319; 
arts. 322 ss. 
Instrução 
Normativa n° 
41; Súmula n° 
425. 
 
Lei n° 5.584/70. 
Regime de 
trabalho 
- Art. 6º; art. 
75-A; art. 75-
B; art. 75-C; 
art. 75-D; 
art. 75-E; art. 
75-F. 
- - - 
Jornada de 
trabalho 
Art. 7º, 
inciso XIII; 
Art. 58; art. 
62. 
- - Acórdão 
https://www.jusbrasil.co
m.br/jurisprudencia/trt-
2/1537801747/inteiro-
teor-1537801871 
 
Gastos com 
instrumentos 
de trabalho 
- Art. 2; art. 
75-D. 
- - Acórdão 
https://www.jusbrasil.co
m.br/jurisprudencia/trt-
2/1338554741/inteiro-
teor-1338554759 
 
Honorários 
Advocatícios 
- Art. 791-A. - - ADIN n° 5766, do STF. 
Fonte: elaborado pelo autor. 
 
 
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1537801747/inteiro-teor-1537801871
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1537801747/inteiro-teor-1537801871
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1537801747/inteiro-teor-1537801871
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1537801747/inteiro-teor-1537801871
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1338554741/inteiro-teor-1338554759
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1338554741/inteiro-teor-1338554759
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1338554741/inteiro-teor-1338554759
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1338554741/inteiro-teor-1338554759
 
 9 
 
 
Chegou a hora de você dar início à elaboração da peça processual apta a defender os interesses da 
Expert Tecnologia da Informação Ltda. 
Inicie com o endereçamento para a Vara do Trabalho competente e insira o número da reclamação 
trabalhista em que você vai protocolar a peça processual. 
Organize sua petição em tópicos temáticos. Em cada um deles utilize os fundamentos fáticos e 
jurídicos que amparam o direito de sua cliente. Não se esqueça de refutar aqueles que estão 
elencados na petição inicial. 
Elabore a peça de forma clara e objetiva, utilizando linguagem impessoal. 
Mãos à obra! 
 
 
 
 
 
Vamos peticionar! 
 
Seção 3 
SUA PETIÇÃO 
DIREITO 
TRABALHISTA 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
Caro aluno, seja bem-vindo à Seção 3. 
 
Na Seção 1, Teresa Silva ajuizou sua reclamação trabalhista em face de Expert Tecnologia da 
Informação Ltda., que apresentou sua defesa na Seção 2. 
 
Nesse momento processual já houve, também, a apresentação da impugnação por parte da 
reclamante, assim como já se desenvolveu a instrução processual, com a oitiva de uma testemunha 
levada a convite de cada parte. 
 
Ao fim da audiência restou consignado em ata que as partes seriam intimadas na prolação da 
sentença. A sua disponibilização ocorreu no dia 24/10/2022 e o seu teor é o seguinte: 
 
 
PODER JUDICIÁRIO 
JUSTIÇA DO TRABALHO 
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA9ª REGIÃO 
2ª VARA DO TRABALHO DE CURITIBA/PR 
RITO ORDINÁRIO 
PROCESSO N. 0002244-30.2022.5.09.0002 
RECLAMANTE: TERESA SILVA 
RECLAMADA: EXPERT TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA. 
 
SENTENÇA 
1 - RELATÓRIO 
 
A reclamante ajuizou a presente reclamação trabalhista alegando que foi contratada em 04/10/2021 
para prestar serviços em regime de teletrabalho. Ela afirma que seu trabalho se iniciava às 08h00min 
e findava às 19h00min, de segunda à sexta-feira, sempre com 1h00min de intervalo intrajornada, 
razão pela qual faz jus às horas extras além da 8ª diária e 44ª semanal, com os consectários legais. 
 
 
Seção 3 
DIREITO TRABALHISTA 
Sua causa! 
 
 3 
A reclamante aduz que teve que arcar com os custos de mobiliário, energia e internet, requerendo, 
portanto, tais ressarcimentos. Ela foi dispensada em 29/08/2022 mediante aviso prévio indenizado. 
 
Atribuiu à causa o valor de R$ XXX,XX. Juntou documentos. 
 
Regularmente citada, a reclamada apresentou contestação, asseverando que a obreira não tem 
direito ao recebimento de horas extras por ter laborado em regime de teletrabalho. Aduz que a 
redação original do art. 62, inciso III, da CLT, previa que os teletrabalhadores não fazem jus às horas 
extraordinárias. No que diz respeito aos gastos, afirma que restou, pactuado por escrito, que eles 
seriam suportados pela reclamante, nos termos do art. 75-D da CLT. 
 
Realizada a audiência, a conciliação foi proposta, mas não foi aceita. 
 
Fixados os pontos controvertidos e definido o ônus da prova, consensualmente, procedeu-se à oitiva 
das partes e de uma testemunha de cada parte. 
 
Como declararam que não desejavam produzir outras provas, encerrou-se a instrução. 
 
Alegações finais remissivas. 
 
Renovada a tentativa de conciliação, não foi aceita. 
 
 
2 - FUNDAMENTAÇÃO 
 
2.1 - HORAS EXTRAS 
 
A reclamante alega que iniciava suas atividades às 08h00min, pois tinha reunião diária com sua 
equipe nesse horário, e findava às 19h00min. Conseguia usufruir de 1h00min de pausa para refeição 
e descanso. Requer, portanto, as horas extras que extrapolaram a jornada diária de 8h (oito horas) 
e a semanal de 44h (quarenta e quatro horas), com o adicional legal de 50% e os devidos reflexos 
em aviso prévio, férias + 1/3, décimo terceiro salário, depósitos do FGTS e multa de 40% sobre o 
saldo do FGTS. 
 
Com a devida vênia, há óbice legal para que a pretensão da laborista seja alcançada. 
 
 
 4 
O art. 62, inciso III, da CLT, com a redação dada pela Lei nº 13.467/17, excluía o teletrabalhador das 
regras do seu Capítulo II, sem qualquer ressalva. 
 
Tendo em vista que a contratação da reclamante se deu em 04/10/2021 e a redação do invocado art. 
62, inciso III, somente foi alterada pela MP nº 1.108, de 25 de março de 2022, posteriormente 
convertida na Lei nº 14.442/22, dúvida não resta de que a exclusão genérica do direito às horas 
extras se aplica à trabalhadora. 
 
Diante do exposto, julgo improcedente o pedido. 
 
 
2.2 - GASTOS COM INSTRUMENTOS DE TRABALHO 
 
Alega a obreira que arcou com R$ 3.000,00 (três mil reais) para adquirir mesa e cadeira para o 
teletrabalho. Afirma, ainda, que teve que fazer upgrade na velocidade de sua internet de banda larga, 
o que gerou custo adicional de R$ 50,00 (cinquenta reais) por mês. Por fim, aduz que houve 
incremento do gasto de R$ 15,00 (quinze) reais por mês com energia elétrica em virtude do uso do 
notebook em casa 
 
Requer, portanto, o ressarcimento de tais despesas, com fundamento no princípio da alteridade, 
previsto no art. 2º da CLT. 
 
Mais uma vez razão não lhe assiste. 
 
Em que pese vigorar no Direito do Trabalho o princípio da alteridade, segundo o qual a empregadora 
é quem deve assumir os riscos e custos do seu negócio, o art. 75-D da CLT consagra exceção à 
regra. Ele dispõe que as partes podem ajustar por escrito quem irá assumir tais gastos. 
 
No caso sob exame, a reclamada trouxe aos autos o “Aditivo ao Contrato de Trabalho – Teletrabalho”, 
em que consta o seguinte: 
 
“A trabalhadora arcará com todas as despesas referentes ao mobiliário necessário para prestação 
dos serviços em regime de teletrabalho e aos gastos com internet e energia elétrica”. 
 
Diante do exposto, julgo improcedente o pedido de ressarcimento dos gastos com mobiliário, internet 
e energia elétrica. 
 
 
 5 
2.3 – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
 
No caso em tela, a reclamante foi integralmente sucumbente, razão pela qual fixo os honorários 
advocatícios em proveito do(a) advogado(a) da reclamada em 15% do valor atualizado da causa, 
nos termos do caput, do art. 791-A, da CLT. 
 
 
3 - DISPOSITIVO 
 
Pelo exposto, julga-se totalmente improcedente os pedidos formulados na petição inicial. 
 
Condeno a reclamante ao pagamento de honorários advocatícios em proveito do(a) advogado(a) da 
reclamada em 15% do valor atualizado da causa. 
 
Custas pela reclamante, na ordem de 2% do valor dado à causa de R$ XXXX. 
 
Curitiba, 21/10/2022. 
 
Juiz do Trabalho. 
 
Agora é com você! Novamente você realizará o papel de advogado da reclamante. Lembre-se que 
essa inversão de papéis é apenas para fins didáticos, com o intuito de que você domine amplamente 
a praxe trabalhista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
 
 
A) DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
 
Vamos verificar as questões que envolvem o Direito Processual do Trabalho e que são necessárias 
para a elaboração da peça processual. 
 
1) PEÇA PROCESSUAL 
 
O primeiro passo a ser dado é a identificação da peça processual a ser apresentada em face da 
sentença que julgou improcedentes os pedidos formulados na petição inicial. A leitura do art. 895 da 
CLT é fundamental. 
 
O processo é dialético, isto é, numa explicação informal pode-se dizer que se assemelha a um 
diálogo. O último a “falar” no processo foi o juiz, que proferiu a decisão judicial que é inteiramente 
desfavorável aos interesses de sua cliente. Dessa forma, a peça processual a ser elaborada deve 
ter como norte combater os fundamentos dessa última “fala”. 
 
Trata-se do pleno exercício do contraditório e do duplo grau de jurisdição previstos no art. 5º, inciso 
LV, da CRFB/88. 
 
Como o sistema processual é organizado de maneira hierárquica, somente a instância superior pode 
reformar uma decisão proferida por uma Vara do Trabalho. Nesse caso, como o juízo a quo é a 2ª 
Vara do Trabalho de Curitiba/PR, o órgão hierarquicamente superior é o Tribunal Regional do 
Trabalho da 9ª Região. Ele poderá reanalisar todo os fundamentos fáticos e jurídicos suscitados, 
mantendo ou modificando a decisão de primeiro grau. 
 
A peça a ser elaborada, como qualquer outra, é iniciada com o endereçamento, que, no caso, é o 
juízo que proferiu a decisão judicial. 
 
 
 
 
 
 
Fundamentando! 
 
 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O juízo a quo fará o primeiro juízo de admissibilidade, ou seja, irá verificar se foram preenchidos os 
pressupostos recursais, tais como tempestividade, regularidade de representação processual e 
regularização do preparo, se for o caso. 
 
Admitido o recurso, será intimada a parte adversa para apresentar contrarrazões, conforme prevê o 
art. 900, da CLT. 
 
 
2) PRESSUPOSTOS OU REQUISITOS RECURSAIS 
 
Muitos dizem que o Direito Processual do Trabalho é informal. Essa até pode ser uma característica 
desse ramo do Direito quando comparado, por exemplo, com o Direito Processual Civil. Todavia, 
concluir pela sua informalidade, não corresponde à realidade. 
 
O Processo do Trabalho é composto por um conjunto de atos processuais que vão se sucedendo de 
forma coordenada. Não há, portanto, uma aleatoriedade na prática dos atos processuais. No caso, 
as regras estão muito bem estabelecidas na CLT, podendo ser utilizado o CPC de forma subsidiária 
e supletiva. Elas são menos rígidas ou mais dinâmicas em algumas situações, haja vista que o que 
está em jogo numa reclamação trabalhistaé um pretenso crédito, de natureza alimentar, que 
supostamente foi negado à trabalhadora durante o pacto laboral. 
Não confunda “juízo” com o juiz ou juíza que assina a sentença. 
Juízo é o órgão do Poder Judiciário onde o(a) magistrado(a) exerce 
suas atribuições. Não se confunde, portanto, com a figura pessoal do 
juiz ou da juíza. 
Dessa forma, nas peças processuais o mais adequado não é se 
referir à pessoa do(a) magistrado(a), mas à decisão que se busca 
reformar. Ela é a materialização do provimento jurisdicional e, 
portanto, é ela que deve ser atacada pela peça processual, não a 
pessoa, em sua subjetividade. 
 
PONTO DE ATENÇÃO 
 
 8 
 
Os recursos na esfera trabalhista também são revestidos de certas formalidades, as quais 
necessitam ser cumpridas, sob pena de o apelo não ser analisado pelo Poder Judiciário em virtude 
de um defeito processual. Elas são denominadas “pressupostos” ou “requisitos”. 
 
O primeiro deles é a unirrecorribilidade, segundo a qual existe um recurso específico para cada 
decisão. 
 
O aspecto temporal é intrínseco aos atos processuais e, consequentemente, aos recursos. O ato 
processual tem que ser praticado no prazo fixado pela legislação trabalhista, sob pena de preclusão. 
Esse requisito é conhecido como “tempestividade” do recurso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O preparo é outro requisito formal que envolve recurso. Ele abrange tanto o pagamento das custas, 
quanto o recolhimento do depósito recursal. Este último tem natureza de garantia, razão pela qual 
somente deve ser realizado pela parte devedora, quando há condenação em pecúnia. Ele não é 
necessário na hipótese de a sentença ser apenas declaratória, sem condenação pecuniária ou ser 
totalmente improcedente. Isso se justifica, pois não há razão para dar garantia a respeito de 
obrigação que não é de pagar. Não deixe de analisar o conteúdo do art. 899, da CLT, que é 
fundamental para a compreensão de todos os detalhes do tema. 
 
Já as custas estão disciplinadas no art. 789, inciso I, da CLT. Elas devem ser recolhidas na base de 
2% do valor arbitrado à condenação ou atribuído à causa e devem ser comprovadas no processo no 
prazo previsto para o recurso. 
 
É importante alertar que na hipótese de sucumbência recíproca, ou seja, se a reclamante obteve 
êxito em alguns pedidos e perdeu outros, não é necessário o recolhimento de custas pela 
 
Os prazos processuais trabalhistas são computados em dias úteis, 
conforme dicção do art. 775 da CLT. 
PONTO DE ATENÇÃO 
 
 9 
trabalhadora, pois não há previsão legal de pagamento de custas pro rata no Direito Processual do 
Trabalho. Conclui-se, portanto, que a reclamante somente terá que efetuar tal recolhimento quando 
estiver diante da improcedência total da sua reclamação trabalhista e não lhe tiver sido deferida a 
justiça (art. 819, §2º, da CLT). 
 
Você, aluno, deve analisar se o recurso a ser interposto para tentar reverter a decisão que foi 
desfavorável a seu cliente carece de pagamento de custas e/ou de recolhimento do depósito recursal. 
A praxe forense sugere que na sua peça processual você mencione e justifique a necessidade ou 
não do preparo. 
 
A regular representação processual não pode passar despercebida. O instrumento de procuração 
juntado aos autos preenche os requisitos legais? Caso a resposta seja negativa, deve ser concedido 
prazo para sua regularização, nos termos do art. 76 do CPC e da Súmula nº 383 do TST: 
 
Súmula nº 383 do TST 
RECURSO. MANDATO. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO. CPC 
DE 2015, ARTS. 104 E 76, § 2º (nova redação em decorrência do CPC de 
2015) - Res. 210/2016, DEJT divulgado em 30.06.2016 e 01 e 04.07.2016 
I – É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração juntada aos 
autos até o momento da sua interposição, salvo mandato tácito. Em caráter 
excepcional (art. 104 do CPC de 2015), admite-se que o advogado, 
independentemente de intimação, exiba a procuração no prazo de 5 (cinco) 
dias após a interposição do recurso, prorrogável por igual período mediante 
despacho do juiz. Caso não a exiba, considera-se ineficaz o ato praticado e 
não se conhece do recurso. 
II – Verificada a irregularidade de representação da parte em fase recursal, 
em procuração ou substabelecimento já constante dos autos, o relator ou o 
órgão competente para julgamento do recurso designará prazo de 5 (cinco) 
dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o relator não 
conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente, ou determinará 
o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido. 
(art. 76, § 2º, do CPC de 2015). 
 
A parte, portanto, terá o prazo de 5 (cinco) dias para sanar o vício de representação também na fase 
recursal. 
 
A legitimidade recursal diz respeito a quem pode interpor recurso. Para tanto, é fundamental o exame 
da legislação pátria, que prevê quem detém essa legitimidade: a parte vencida, o terceiro prejudicado 
e o Ministério Público do Trabalho, como parte ou como fiscal da lei (aplicação subsidiária do art. 996 
do CPC de 2015). 
 
Além disso, a parte tem que ter interesse em recorrer, isto é, tem que ser sucumbente no objeto da 
demanda para que possa recorrer daquilo que lhe foi desfavorável. 
 
 10 
 
Essas são as principais questões de ordem processual que devem ser observadas no processo de 
elaboração da peça recursal. 
 
Não se esqueça, ainda, de inserir o número do processo após o endereçamento. 
 
 
3) PRAZO – DISPONIBILIZAÇÃO DO DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
 
É muito importante salientar que as reclamações trabalhistas, em todo o país, tramitam 
exclusivamente no Processo Judicial Eletrônico (PJe). Entretanto, as intimações para que as partes 
e procuradores tomem ciência dos atos processuais não ocorrem no PJe, mas no Diário Eletrônico 
da Justiça do Trabalho (DEJT). 
 
A Lei nº 11.419/06 rege as questões atinentes ao DEJT, trazendo peculiaridade na contagem dos 
prazos: 
 
Art. 4º Os tribunais poderão criar Diário da Justiça eletrônico, disponibilizado em sítio 
da rede mundial de computadores, para publicação de atos judiciais e administrativos 
próprios e dos órgãos a eles subordinados, bem como comunicações em geral. 
§ 1º O sítio e o conteúdo das publicações de que trata este artigo deverão ser 
assinados digitalmente com base em certificado emitido por Autoridade Certificadora 
credenciada na forma da lei específica. 
§ 2º A publicação eletrônica na forma deste artigo substitui qualquer outro meio e 
publicação oficial, para quaisquer efeitos legais, à exceção dos casos que, por lei, 
exigem intimação ou vista pessoal. 
§ 3º Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da 
disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico. 
§ 4º Os prazos processuais terão início no primeiro dia útil que seguir ao considerado 
como data da publicação. 
§ 5º A criação do Diário da Justiça eletrônico deverá ser acompanhada de ampla 
divulgação, e o ato administrativo correspondente será publicado durante 30 (trinta) 
dias no diário oficial em uso. 
 
Observe que a data em que o despacho ou decisão ficam disponíveis no Diário Eletrônico da Justiça 
do Trabalho (DEJT) não é a de sua publicação, mas de sua disponibilização. A publicação ocorre no 
dia útil subsequente à disponibilização do ato processual no DEJT. Já o início do prazo se dá no dia 
útil seguinte à publicação. 
 
Não se esqueça de que os prazos no Direito Processual do Trabalho são contados em dias úteis, 
conforme art. 775 da CLT, com redação dada pela Lei nº 13.467/17. 
 
 
 
 11 
B) DIREITO MATERIAL DO TRABALHO 
 
No que tange ao Direito Material do Trabalho, você deverá lançar mão dos fundamentos jurídicos 
necessários para tentar reverter a decisão de improcedência total, já que os aspectos fáticos são 
incontroversos. 
 
Eles são, basicamente, os mesmos que foram usados no processo de elaboração da petição inicial. 
Vamosrelembrá-los? 
 
 
2 – JORNADA DE TRABALHO 
A sentença aplicou a redação original do art. 62, inciso III, da CLT, para afastar o direito de Teresa no 
recebimento de horas extras. 
 
Este, portanto, deve ser o fundamento a ser combatido na peça a ser elaborada. 
 
A melhor saída é a analogia com o trabalhador externo, ou seja, conforme jurisprudência consolidada, 
ele somente não tem direito ao controle de jornada quando a empregadora comprova a total 
impossibilidade do controle de sua jornada. Há, portanto, relativização do disposto no art. 62, inciso 
I, da CLT, cuja leitura desassociada da interpretação dada pelos Tribunais do Trabalho conduziria ao 
equívoco de que o trabalhador externo jamais faria jus às horas extraordinárias. 
 
Nesta linha de raciocínio sugere-se, novamente, a análise de acórdão do Egrégio Tribunal Regional 
do Trabalho da 2ª Região, cujo acesso pode ser feito no endereço eletrônico a seguir consignado: 
 
• https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1384357733/inteiro-teor-1384357745 
 
Sugere-se, também, a leitura do seguinte julgado da lavra do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª 
Região: 
 
• https://bibliotecadigital.trt1.jus.br/jspui/handle/1001/2791708?mode=full 
 
No caso em tela, não há dúvida de que a trabalhadora foi contratada por jornada. A Medida Provisória 
nº 1.108/22, ao excluir do controle de jornada somente daqueles que foram contratados por tarefa 
ou produção, o que não foi o caso de Teresa, reforça a tese de que a melhor interpretação da redação 
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1384357733/inteiro-teor-1384357745
https://bibliotecadigital.trt1.jus.br/jspui/handle/1001/2791708?mode=full
 
 12 
original do art. 62, inciso III, é a que afasta o direito às horas extras somente na impossibilidade de 
controle. 
 
Como este é o único momento processual em que se pode manifestar o inconformismo com a 
decisão de primeiro grau e, portanto, a singular oportunidade em lançar mão de tudo o possível para 
a defesa dos interesses de sua cliente, não se esqueça do princípio da eventualidade. 
 
De forma subsidiária, é importante requerer a reforma parcial da sentença, a fim de que sejam 
deferidas as horas extras, ao menos, a partir de 25 de março de 2022, data em que entrou em vigor 
a Medida Provisória nº 1.108, que prevê o pagamento de horas extras para teletrabalhadores 
contratados por jornada, como foi o caso de Teresa. 
 
 
3 – GASTOS COM INSTRUMENTOS DE TRABALHO 
O fundamento constante na decisão proferida pela 2ª Vara do Trabalho de Curitiba/PR para indeferir 
os ressarcimentos com mobiliário, energia e internet foi a previsão no art. 75-D da CLT. 
Dessa forma, analise novamente o disposto no art. 75-D da CLT: 
 
Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção 
ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e 
adequada à prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas 
arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato escrito 
Parágrafo único. As utilidades mencionadas no caput deste artigo não integram a 
remuneração do empregado. 
 
O texto legal prevê que as “disposições” relativas aos gastos serão previstas em contrato escrito. 
Diante da previsão do art. 2º da CLT, consagrando o princípio da alteridade, será que a interpretação 
dada pela sentença é a melhor? O art. 75-D prevê a possibilidade de atribuir o ônus pela aquisição 
de ferramentas de trabalho para a trabalhadora? 
Aliada a esta reflexão, refaça a leitura de julgado do Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 3ª 
Região, que pode ser acessado no seguinte endereço eletrônico: 
• https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-3/1342129809/inteiro-teor-1342129826 
 
 
 
 
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-3/1342129809/inteiro-teor-1342129826
 
 13 
 
 
 
Quadro 1 | Quadro sinótico da legislação e jurisprudência consolidada aplicável 
(Referidos e não referidos nas explicações anteriores) 
 
Assunto CRFB/88 CLT CPC/2015 TST Outros 
Peça 
processual 
- Art. 895 Art. 336 Instrução 
Normativa nº 
39 
- 
Depósito 
Recursal 
- Art. 899 - - - 
Custas - Art. 789 - - - 
Depósito 
Recursal 
 
Regularidade 
de 
representação 
processual 
- - Art. 76 Súmula nº 
383 
- 
Prazos - Art. 775 - - Lei nº 11.419/06 
Jornada de 
trabalho 
Art. 7º, 
inciso XIII; 
Art. 58; art. 
62 
- - Acórdão 
https://www.jusbrasil.co
m.br/jurisprudencia/trt-
2/1384357733/inteiro-
teor-1384357745 
e 
https://bibliotecadigital.t
rt1.jus.br/jspui/handle/1
001/2791708?mode=fu
ll 
Gastos com 
instrumentos 
de trabalho 
-I Art. 2; art. 
75-D 
- - Acórdão 
https://www.jusbrasil.co
m.br/jurisprudencia/trt-
3/1342129809/inteiro-
teor-1342129826 
Honorários 
Advocatícios 
- Art. 791-A - - ADIN nº 5766 do STF 
Fonte: elaborado pelo autor. 
 
 
 
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1384357733/inteiro-teor-1384357745
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1384357733/inteiro-teor-1384357745
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1384357733/inteiro-teor-1384357745
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1384357733/inteiro-teor-1384357745
https://bibliotecadigital.trt1.jus.br/jspui/handle/1001/2791708?mode=full
https://bibliotecadigital.trt1.jus.br/jspui/handle/1001/2791708?mode=full
https://bibliotecadigital.trt1.jus.br/jspui/handle/1001/2791708?mode=full
https://bibliotecadigital.trt1.jus.br/jspui/handle/1001/2791708?mode=full
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-3/1342129809/inteiro-teor-1342129826
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-3/1342129809/inteiro-teor-1342129826
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-3/1342129809/inteiro-teor-1342129826
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-3/1342129809/inteiro-teor-1342129826
 
 14 
 
 
 
Agora é com você. 
Analise qual(is) ponto(s) da decisão judicial de primeiro grau é(são) desfavorável(is) aos interesses 
de Teresa Silva. 
A peça processual deve ser endereçada ao juízo que prolatou a decisão e deve conter a(s) 
insurgência(s) de maneira fundamentada, contra o(s) aspecto(s) que foi(ram) desfavorável(is) ao 
interesse da sua cliente. 
Embora não seja um pressuposto recursal, é importante a elaboração de tópico acerca da sua 
tempestividade. 
Também faça tópico específico acerca das custas processuais. 
Mãos à obra! 
 
 
 
 
Vamos peticionar!

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