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Curso de Manejo e Colheita de Sementes Florestais Curso de Manejo e Colheita de Sementes Florestais APOIO PETROBRAS b in gá ra vo Telefone Verde 0800 128121 RIOESBA Rede Mata Atlântica de Sementes Florestais RJ/ES/BA RIOESBA Rede Mata Atlântica de Sementes Florestais RJ/ES/BA Realização:Realização: Elaborado por: André Luíz dos Santos Carlos Magno Fernanda Ferreira Fontes Juliana Muller Freire Sinval Marques Vitória setembro de 2005 Rede Mata Atlântica de Sementes Florestais RJ/ES/BA Curso de Manejo e Colheita de Sementes Florestais Período: 20 a 22 de setembro de 2005 Local: Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER) - Linhares, ES Realização: Biodinâmica Engenharia e Meio Ambiente Coordenação Geral: Fernanda Aparecida Veronez Diagramação e Arte final: Luciana Vargas Veskesky Coordenação Técnica: Fátima C.M. Piña-Rodrigues Equipe Técnica: André Luíz dos Santos, Carlos Magno, Fernanda Ferreira Fontes, Juliana Muller Freire e Sinval Marques Colaboração: RIOESBA: Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEAMA/IEMA). Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER). Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Instituto de Florestas Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). APOIO O Espírito Santo possui 30,28% de remanescentes florestais em relação à área estadual, ou seja 1.398.435 ha (SOS Mata Atlântica, 2000). Grande parte da área não preservada do Estado está ocupada com pastagens degradadas, com nenhuma vocação para a produção de culturas ou pecuária, que poderão ter, no plantio comercial de florestas, condições de aumentar a renda da propriedade rural e, ao mesmo tempo, recuperar o solo afetado e reduzir a pressão sobre os remanes- centes florestais. A estrutura e a composição das populações florestais vêm sofrendo muitas alterações devido ao rápido e desordenado crescimento urbano e aos constantes desmatamentos para introdução de atividades agrope- cuárias, como monoculturas de eucaliptos e mineração. Essa retirada da floresta causa fortes impactos na natureza, uma vez que ela atua como uma esponja, absorvendo água da chuva, protegendo o solo, re- duzindo a temperatura do ar e a poluição. Mesmo com toda essa degradação, os remanescentes florestais do Estado do Espírito Santo apresentam uma das maiores biodiversidades do mundo. Desta forma, é de extrema importância a conservação desses recursos florestais, que se apresentam, em sua maioria, fragmentados ES E A ÃO AP R NT Ç Apresentação I. Como obter sementes florestais de boa qualidade? a -Ecologia reprodutiva e produção de sementes b -Época de colheita c - Tipos de frutos d -Fatores a serem analisados na colheita II. Planejamento de colheita a - Escolha do local da colheita b - Escolha da espécie III. Seleção e marcação de matrizes a - O que são árvores matrizes ? b - Como escolher as matrizes ? c - Como localiza-las no campo ? IV. Colheita das sementes a - Planejamento para colher sementes b - Métodos de colheita c - Cuidados na colheita d - Rendimento na colheita V. Manejo de sementes a - Extração b - Beneficiamento c - Secagem d - Armazenamento e - Dormência das sementes VI. Legislação do setor de sementes VII. Introdução ao uso do GPS VIII. Glossário IX. Bibliografia consultada SU M ÁR IO 9 9 13 13 14 15 15 15 17 17 17 18 20 20 20 23 24 25 25 25 26 27 28 31 34 36 38 A obtenção de sementes flores- tais de boa qualidade depende não só da sua capacidade de ger- minação, gerando plântulas vigo- rosas e saudáveis, como também da ausência de pragas ou doen- ças, e da sua origem genética. A qualidade genética é determi- nada pela procedência da árvore matriz e pela diversidade gené- tica do lote de semente, ou seja, do número de árvores colhidas. A determinação das épocas de florescimento e frutificação da es- pécie, a duração do período de maturação, as características morfológicas do fruto, tais como sua coloração e forma de abertu- ra, são algumas informações importantes para se aprender a manejar ou a lidar a semente, pa- ra que ela apresente um bom pa- drão de qualidade e se mantenha capaz de germinar. a. Ecologia reprodutiva e produção de sementes A produção de sementes é um elo vital para o desenvolvimento do setor florestal, seja ele qual for, manejo de florestas, conservação de fragmentos florestais e recupe- ração de áreas degradadas. O conhecimento adequado dos fatores que interferem na produ- ção da semente permite que se compreenda o comportamento reprodutivo da planta, e que se possa manipulá-los através de técnicas de manejo para a forma- ção de uma semente de boa qua- lidade. As etapas da produção de semen- tes são: floração, polinização e fertilização, desenvolvimento dos frutos e sementes, maturação e dispersão. O tempo decorrido do Como obter sementes florestais de boa qualidade? C PÍ TU LO A I 9 em pequenas áreas localizadas em propriedades particulares. A recu- peração do solo com florestas de proteção e o uso de espécies nativas da região, prioritariamente nas áreas de contribuição hídrica (nascentes, encostas íngremes, topos de morros e margens de rios), constitui-se numa importante ação com vistas à regularização do fluxo hídrico e melhoria da qualidade d'água, entre outros benefícios (INCAPER, 2005). Um fator determinante para o sucesso de recuperação da recomposição florestal é o fornecimento de sementes de boa qualidade, de forma que seja assegurada a capacidade de renovação da floresta através de uma variabilidade genética maior. O treinamento de pessoal de comunidades residentes no entorno de áreas com florestas em colheita de sementes possibilita o uso sustentado dos recursos naturais, garantindo a sua conservação, ao mesmo tempo que pode gerar uma nova opção de renda. A semente florestal é um PRODUTO que possui grande valor ecológico e comercial, podendo ser aproveitada de múltiplas formas, como: artesanato, medicinal, e para pro- dução de mudas para fins de reflorestamento, agrofloresta e arborização. O presente material faz parte do conjunto didático oferecido aos alunos do Curso de Manejo e Colheita de Sementes Florestais pela Rede Mata Atlântica de Sementes Florestais Nativas RIOESBA. O Curso tem como principal objetivo capacitar pessoal para marcação de matrizes, colheita e manejo de sementes florestais, em atendimento a uma condicionante ambiental do IEMA para a Implantação do Gasoduto Cacimbas-Vitória, de responsabilidade da PETROBRAS, tendo como parceria o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA) do Governo do Estado do Espírito Santo e, como consultora contratada, a Biodinâmica Engenharia e Meio Ambiente. Os agentes capacitados serão cre- denciados junto às Redes como colhedores, recebendo carteiras provisórias como “colhedores credenciados”. suem a parte feminina numa flor e a parte masculina em outra flor de um mesmo indivíduo, sendo de- nominadas monóicas. Como exemplo, podem ser citadas a pitangueira (Eugenia uniflora), o sombreiro (Clitoria fairchi- ldiana) e o cedro (Cedrela fissi- lis). Por último, existem as que possuem a parte feminina e mas- culina em plantas diferentes (dióicas). Como exemplo, citam- se o andá-assu (Joannesia princips), a embaúba (Cecropia sp) e o mamão (Carica papaya). Sementes geradas a partir de auto-cruzamento (cruzamento entre flores de uma mesma plan- ta) podem apresentar baixa ger- minação, gerando plantas com baixo vigor. Sendo assim, muitas plantas apresentam mecanismos para evitar a auto-fecundação, como,por exemplo, o amadu- recimento de flores femininas e masculinas de uma mesma plan- ta em períodos diferentes (caso do cedro). Problemas ambientais como desmatamento, incêndios, chu- vas torrenciais, ao afetarem os animais e afastá-los das áreas perturbadas, podem trazer como conseqüência a redução na pro- dução de sementes. Por isso, é importante a conservação das condições propícias à presença desses animais, em especial quando se deseja obter a pro- dução de sementes de boa qua- lidade. Maturação e Dispersão A maturação do fruto é um pro- cesso biológico que permite a liberação da semente no momen- to propício para a sua germina- ção, estabelecimento e sobrevi- vência. A dispersão de sementes é o me- canismo natural pelo qual a se- mente é levada a uma distância da planta-mãe. O agente disper- sor pode ser o vento, a água, ou animais. Esse mecanismo evita o cruzamento de espécies aparen- tadas, gerando maior variabilida- de genética ao distribuir os filhos na população, além de tornar a distribuição da população menos agregada, fugindo de potenciais predadores. Existem dois tipos de dispersão de frutos: ! abiótica: a dispersão dos frutos e sementes se dá por agentes físicos, como a água e o vento. As unidades de dispersão apre- 11 o início do florescimento até a dispersão da semente varia entre espécies. A sapucaia (Lecythis pisonis), por exemplo, floresce de setembro a outubro e frutifica somente de agosto a setembro do ano seguinte, demorando quase 1 ano para a formação da se- mente. Já a aroeira (Schinus terebinthifolius) floresce de se- tembro a janeiro e frutifica de ja- neiro a julho, demorando de 3 a 6 meses do início da floração até a formação da semente. Floração O primeiro estágio no processo de formação das sementes é a produção de flores, que pode variar na época de ocorrência, na sua duração e intensidade, entre árvores e entre regiões. Isso ocorre por causa das variações de clima e solo, como uma estra- tégia de sobrevivência diante de perturbações imprevistas. Durante as estações secas (maio a setembro), o número de es- pécies arbóreas florescendo re- duz drasticamente em relação às estações das chuvas, de outubro a abril. Polinização A semente é formada a partir do cruzamento entre a parte mascu- lina (androceu) e a parte feminina (gineceu) de uma planta. Esse cruzamento se dá a partir do en- contro do grão de pólen com o óvulo, quando ocorre a fecunda- ção e troca do material genético. O transporte do pólen para a parte feminina da flor (polinização) po- de ser realizado pelo vento, por abelhas, besouros, borboletas, beija-flores, morcegos, ou pelo homem (polinização artificial). Algumas espécies polinizadas por animais, quando introduzidas fora da região de origem natural, não encontram um polinizador adequado para a sua reprodução, deixando, muitas vezes, de pro- duzir sementes. Um exemplo dis- so é o Ficus benjamina, nativo da Índia. A maioria das espécies das flo- restas tropicais possui os dois sexos numa mesma flor (herma- froditas). Como exemplo de es- pécies hermafroditas, há o tamboril (Peltophorum dubium), o guapuruvu (Schizolobium parahyba) e o angico-branco (Senna multijuga). Outras pos- 10 O processo de maturação está intimamente ligado aos padrões de dispersão. Frutos imaturos podem produzir compostos que os tornam impalatáveis, afas- tando os predadores e ao mesmo tempo os dispersores, uma vez que a semente não se encontra em condições para dispersão. b . Época de colheita A época ideal de colheita varia em função da espécie, do local e do ano, devido às variações cli- máticas. Por isso, é importante a realização de acompanhamentos periódicos (estudo fenológico) que permitam determinar o perí- odo em que os frutos são produzi- dos, quando amadurecem e quando dispersam. A ocorrência de frutos numa ár- vore não indica necessariamente que eles devam ser imediata- mente colhidos. Muitos frutos permanecem durante longo tempo nos galhos sem, entretan- to, terem alcançado o seu ponto de maturação. Alguns frutos de- vem ser colhidos ainda verdes, evitando assim que sejam dis- persos. Após colhidos, deve-se esperar a sua maturação para se proceder ao plantio (Ex.: pau-rei, amendoim-bravo). No caso de sementes florestais, a época de colheita muitas vezes está relacionada ao tipo de fruto: uma grande quantidade de espé- cies que possuem sementes se- cas e são dispersas pelo vento frutificam no período da estação seca (junho a agosto). As sementes dispersas pelo ven- to produzem grande quantidade de sementes, geralmente con- centrada em uma mesma época, e amadurecem de forma rápida e homogênea dentro da própria planta. As sementes dispersas por animais têm produção vari- ável, com intervalos longos e irre- gulares entre as épocas de pro- dução. c . Tipos de frutos Os frutos e as sementes possu- em formas e tamanhos variados, geralmente adaptados ao seu tipo de dispersão. Podem ser: ! Frutos carnosos: a semente apresenta-se envolvida por uma polpa carnosa ou dura. São dis- persos geralmente por animais. Ex: Spondias lutea (taperebá); ! Frutos secos: podem ser di- vididos em dois tipos: - deiscentes: a liberação natural da semente é feita quando os 13 !s e n ta m d i s p o s i t i v o s d e planação, vôo, explosão ou queda por gra-vidade. Estes frutos não apre-sentam formas ou odores atrativos; a produção de frutos é abundante, estando concentrada em uma época do ano e com maturação rápida e homogênea dentro da própria ! biótica: a dispersão dos frutos e sementes se dá por agentes bio- lógicos. Apresenta unidades de dispersão carnosa ou com atra- tivos a dispersores, ricos em ma- teriais nutritivos; cores, odores, formas atrativas aos agentes dis- persores; produção em quan- tidade variável. Tabela 1. Principais características de frutos e sementes, de acordo com o seu tipo de dispersão. Tipos de dispersão de sementes CaracterísticasAgente dispersor Exemplos Anemocoria Vento Os frutos são secos e deiscentes, com sementes secas e leves, apresentando estruturas aerodinâmicas Ipê, cedro, paineira Autocoria Explosão Mecanismo da própria planta que lança suas sementes pelas redondezas Sibipiruna, pau-brasil, pata-de-vaca Barocoria Gravidade Mecanismo Coité Hidrocoria Água Os frutos possuem capacidade de flutuação e durabilidade no meio aquático Côco Ornitocoria Aves Os frutos possuem ausência de odor forte e presença marcante de coloração nos frutos maduros Olho de cabra, aroeira Quiropterocoria Morcegos Dispersos por morcegos frugívoros Ingá Rodendocoria Roedores Frutos e sementes de casca dura Palmeira Gerivá, jatobá. Ictiocoria Peixes Espécies situadas na beira do rio Jenipapo Abiótica Biótica 12 frutos maduros abrem-se sol- tando as sementes. Ex: Lecythis pisonis (Sapucaia); - indeiscentes: não há liberação natural das sementes. Ex: Joa- nnesia princips (Boleira). d . Fatores a serem analisados na colheita Os frutos carnosos estão sujeitos a maior predação quando perma- necem muito tempo no campo e as sementes aladas podem dis- persar-se rapidamente, após atin- gida a maturidade. As espécies com curta longevida- de natural, devem ser as primei- ras a serem colhidas, assim como as que apresentam frutos deis- centes (se abrem sozinhos). Para se avaliar o amadurecimen- to do fruto, é importante observar o seu tamanho, a cor, a forma, a textura e os sinais de abertura. É importante que as árvores este- jam em plena maturidade, pois árvores jovens geralmente pro- duzem menor quantidade de fru- tos e de qualidade inferior.14 Sementes de boa qualidade são aquelas produzidas por árvores sadias, colhidas com cuidado, para não serem danificadas, livres de pragas e doenças, com capacidade de germinação e procedência conhecida. Para a obtenção de sementes florestais de boa qualidade, deve-se observar como a espécie se reproduz e como faz para sobreviver e crescer dentro da floresta. a . Escolha do local da colheita As árvores se desenvolvem de acordo com as condições ambi- entais de cada local, se adaptan- do a cada clima, a cada tipo de solo. Por isto, o local onde será realizada a colheita é muito importante, devendo-se priorizar os locais onde a espécie ocorra naturalmente, de maneira que as mudas produzidas estejam adap- tadas às mesmas condições ambientais da planta-mãe (clima, solo, etc.). b . Escolha da espécie A escolha da espécie irá de- pender da finalidade de uso e interesse para a qual a colheita está sendo realizada. Dentre essas finalidades, podem ser citadas: reflorestamento, lenha, carvão, medicinal, artesanato. Planejamento de colheita C PÍ TU LO I A I 15 Tabela 2. Lista de espécies comercializadas pela Rede que apresentam uso potencial em recuperação de áreas degradadas (RAD), artesanato (A), sistemas agroflorestais (SAF), madeira (M), frutífera (F) e arborização (ARB). Nome Vulgar Acácia Albizia Nome Científico Acacia mangium Albizia lebeck Uso potencial RAD RAD, A a . O que são árvores matrizes? Com base na avaliação visual das características da espécie escolhida, a árvore deve ter boa qualidade, ser sadia, livre de do- enças e de copa bem formada. É importante sempre observar que a árvore matriz deve ter a copa bem desenvolvida e com boa exposição à luz, de maneira a poder apresentar abundante florescimento e frutificação, o que deverá torná-la boa produtora de sementes. Outro aspecto a ser considerado é a maneira como as espécies ocorrem, se crescem agregadas ou dispersas. Seleção e marcação de matrizes C PÍ T LO II A U I b. Como escolher as matrizes? ! Árvores que ocorrem juntas (agregadas). Neste caso, existe uma possi- bilidade maior das árvores possu- írem certo grau de parentesco, tais como irmãs, meio-irmãs, primas. Sendo assim, em famílias próximas pode ocorrer um grau de parentesco. Para evitar a colheita de sementes de famílias próximas, é preciso tomar alguns cuidados, tais como: ! devem ser marcadas árvores matrizes de famílias diferentes; ! em cada família ou grupo de plantas próximas, deve-se mar- car de 3 a 5 árvores; ! as famílias devem estar dis- tantes entre si no mínimo 100 m. 1716 Nome Vulgar Angico-canjiquinha Araribá-rosa Araribá vermelha Cajá Cajá mirim Cássia Cedro-rosa Goiaba Guarapuruvu Ipê-amarelo Ipê-branco Ipê-felpudo/tabaco Ipê-ovo-de-macuco Ipê-rosa Ipê-roxo Jacarandá Jambo Jatobá Jussara Monjoleiro Mulungu Paineira Pau-brasil Pau-ferro Pau-formiga Pau-jacaré Pau-mulato Peroba-amarela Quaresma Sabiá sibipiruna Tarumã Nome Científico Peltophorium dubium Centrolobium sclerophyllum Simira grazielae Spondias purpurea Spondias luthea Cassia siamea Cedrela fissilis Psidium guajava Schizolobium parahyba Tabebuia riodocencis Tabebuia sp Zeyhera tuberculosa Tabebuia serratifolia Tabebuia roseoalba Tabebuia impetiginosa Dalbergia nibra Myrcia jambolana Hymenaea courbaril Euterpe edulis Acacia polyphyla Erithrina poepegiana Chorisia speciosa Caealpinia echinatta Caesalpinia ferrea Triplaris brasiliensis Tibouchina granulosa Calycophyllum spruceanum Paratecoma peroba Tibouchina granulosa Mimosa caesalpiniaefolia Caesalpinea peltophoroides Citharexillum mirianthum Uso potencial A, RAD RAD, SAF, A RAD, SAF, A MC, SAF, RAD RAD, SAF, F RAD, A M, RAD, SAF F, RAD, SAF RAD, SAF RAD, M, A M RAD, M, A RAD, M, A RAD, M, A RAD, M, A M, RAD F, RAD, A F, SAF SAF, F RAD, SAF RAD, SAF, A A, RAD M, A A, RAD RAD RAD M, RAD M A, RAD RAD A, RAD RAD, SAF, ARB distância mínima de 100 m en-tre cada árvore (se possível, marcar no mínimo 15 árvores). Árvores que ocorrem separadas (dispersas) É importante respeitar uma c . As matrizes devem ser marcadas com plaquetas numeradas de preferência de alumínio, para não causar danos futuros. Utiliza-se o Global System Position (GPS) para se obterem as coordenadas geográficas da matriz. Recomenda-se também que se faça um mapa (ou croqui) locali- zando onde estão as árvores Como localizá-las no campo? matrizes e as referências para se chegar até elas com maior faci- lidade, como rios, pontes (veja croqui pag. seguinte). OBS: sabendo-se onde se locali- zam as árvores matrizes, é importante que, ao longo do pri- meiro ano, sejam feitas visitas pe- riódicas às árvores para acompa- nhar sua época de floresci- mento, de frutificação e amadure- cimento dos frutos, facilitando as- sim o trabalho futuro de colheita. 18 100 m Fonte: adaptado de PIÑA-RODRIGUES, 2002. 19 Fonte: croqui esquemático - Guia prático para colheita e manejo de sementes florestais tropicais, 2002, PINA-RODRIGUES diretamente do chão. Podões ou varas de extensão são utilizados para alcançar as copas. Espécies que não lançam suas sementes longe da copa podem ser colhidas com uma lona esti- cada abaixo da copa, aguar- dando a queda dos frutos ou sementes. - Colheita da copa das árvores A colheita realizada na copa das árvores requer técnicas e equi- pamentos apropriados. Este método exige pratica e habili- dade do colhedor, assim como conhecimento dos procedimen- tos de segurança para realiza- ção de trabalho em altura. Os principais métodos são: 1) Escadas flexíveis Feitas de cordas e canos, são uma alternativa de baixo custo e se ajustam a árvores de qualquer forma (tortas, bifurcadas, com espinhos, etc.). Uma escada de 20 m pesa em , 10 kg. 2) Escadas acopláveis São rígidas, feitas geralmente de ligas de alumínio. São leves e ocas, podendo ser fixas ou do- bráveis, porem, são mais difíceis de transportar dentro da mata. Medem de 3 m até 30 m. média 3) Esporas Somente podem ser utilizadas em árvores que permitam a fixa- ção da ponta dos esporões na casca. É um método agressivo que facilita a entrada de pató- genos, podendo causar a morte da árvore. 4) Blocante ao tronco A técnica do blocante é uma adaptação da peia que a torna mais confortável e segura. Requer o uso do bouldrier, que é a cadeirinha utilizada por alpinis- tas. São empregadas duas cor- das presas ao tronco da árvore, sendo uma delas presa ao boul- drier por um mosquetão e outra como estribo. 5) Ascensão em corda fixa Este método não oferece restri- ções ao tipo de árvore ou altura. Requer o uso de equipamentos sofisticados e treinamento do co- lhedor. A subida e feita com as- cenders (equipamento especi- alizado para ascensão) por uma corda passada pelo galho que se pretende alcançar, e fixada pela outra extremidade em uma ár- vore. A descida pode ser feita pelo mesmo método de subida no 21 Colheita de sementes L V CA PÍ TU O I a . Planejamento para colher sementes Planejar a colheita é importante, pois contribui para uma organiza- ção melhor do trabalho de campo, otimizando o rendimento da colheita de sementes. Esse planejamento deve envolver alguns conhecimentos básicos, como reconhecimento da área de colheita e das espécies de inte- resse. O Plano de Colheita deve estar diretamente relacionado aos objetivos quese pretende alcan- çar. É de fundamental impor- tância que se definam previa- mente as espécies a coletar e a quantidade de sementes dese- jada. Para algumas espécies, a colheita de apenas 1 kg de fruto é suficiente para suprir a demanda de sementes (geralmente espé- cies com sementes muito pe- quenas). b . Métodos de colheita A colheita de sementes pode ser feita de várias formas. A escolha do método deve levar em conta o local da colheita, o tipo de árvore (altura, casca, espinhos, etc.) e os recursos disponíveis. ! Material de apoio Facões, tesouras de poda, po- dões, machados e ganchos são utilizados para facilitar o trabalho de colheita. ! Formas de colheita - Colheita direto do chão Árvores baixas de copa densa permitem que a colheita seja feita 20 - Bouldrier O bouldrier é um tipo de cinturão que oferece segurança e con- forto ao escalador. A maioria das técnicas de subida em árvores pode ser realizada com esse equipamento. Nele são presas as fitas que estão nos ascen- sores ou blocantes e também o oito na hora do rapel. - Equipamentos de Proteção Individual (EPI): • Capacete com jugular • Óculos de segurança • Botas maleáveis • Roupas de tecidos fortes e confortáveis • Bouldrier (cadeirinha) • Perneiras • Protetor solar • Luvas ! Ancoragens e equalizações: As ancoragens são o meio de estabilização do escalador na co- pa das árvores e também de fixação da corda. São feitas com fitas e mosquetões e, quando necessário mais de um ponto de ancoragem, deve ser equalizada para distribuição uniforme do peso. ! Nós • Oito • Lais de guia • Lais de guia duplo • Nó de fita • Nó de pescador • Volta do fiel • Nó dinâmico (U.I.A.A.) • Boca de lobo • Aselha c - Cuidados da colheita Algumas considerações sobre segurança devem ser feitas para que a colheita seja realizada de forma eficiente e sem acidentes. · Os equipamentos devem ser guardados de forma organizada para evitar perdas e acidente. · As roupas devem oferecer pro- teção e liberdade de movimen- tos. ! O equipamento assim como nós e ancoragens devem ser con- feridos minuciosamente antes de realizar a escalada. ! Observar as condições climá- ticas antes da escalada. Vento e chuva podem tornar perigoso o trabalho nas copas. ! Verificar as condições do tronco antes da escalada. ! Nunca escale sozinho. A equipe de colheita deve ser composta de no mínimo, um colhedor e um au- xiliar. 23 caso das escadas, esporas e blo- cante, porém, o rapel é um pro- cedimento mais seguro e rápido, sendo a descida feita pela corda com a utilização do freio oito e um mosquetão. ! Materiais necessários - Cordas Estáticas: possuem pouca ou nenhuma elasticidade. São utili- zadas na escalada como meio principal de alcançar a copa das árvores e descer com segurança. Também são empregadas para elevar cargas pesadas. Dinâmicas: São elásticas em media 7% do seu comprimento. Sua função e absorver o impacto de uma queda diminuindo a velocidade e minimizando o cho- que sobre o escalador. É utilizada para segurança. - Fitas Tubulares: feitas de nylon e co- mercializadas por metro. Podem ser cortadas em qualquer ta- manho e são utilizadas em anco- ragens e equalizações. Anéis: são idênticos, porém já vêm costurados de fábrica em tamanhos que variam de 10 cm a 120 cm. Também são utilizados para ancoragens e equalizações. - Cordeletes São utilizados como laçadas blo- cantes em cordas para ascensão e segurança na descida. Tem importância fundamental na es- calada em árvores, por ser uma alternativa segura e de baixo custo. - Mosquetões São as principais conexões entre os componentes do sistema. Existem três tipos básicos uti- lizados: oval, formato D e pêra. O critério de utilização é a distri- buição de forcas sobre o mos- quetão. - Ascensores São utilizados para ascensão em corda fixa. Possuem um sistema de travas que permite que o apa- relho se movimente em apenas uma direção. - Aparelhos de segurança e rapel O rapel é feito com um equi- pamento chamado freio oito (mais comum) que desliza pela corda sob o controle do escalador. Existem outros aparelhos simi- lares, tais como o ATC, reverso, gri-gri, etc.). 22 Manejo de sementes CA PÍ TU LO V a . Extração : Este é o processo de remoção das sementes do fruto. As téc- nicas a serem usadas variam de acordo com o tipo de fruto e sementes . - Frutos carnosos: o processo é manual, às vezes ocorrendo o uso de peneiras como auxílio. Para facilitar a retirada da polpa de alguns frutos, estes devem ser previamente mantidos em água por 12 a 24 horas e o uso de areia também facilita a retirada da pol- pa, mas, atenção: devem ser ma- ceradas com cuidado para que não ocorra nenhum dano com a semente. Após a maceração, deve-se re- tirar todo o material que ficar livre dos remanescentes do fruto para que não ocorra o desenvolvi- mento de fungos e ataque de insetos. - Frutos secos: no caso dos frutos deiscentes, a retirada das sementes é mais simples, bas- tando apenas deixar o fruto se- cando ao sol ou em estufas que este se abre naturalmente. Já em frutos indeiscentes, é feito por via mecânica, empregando o uso de facas, martelos e machados. É o caso do jatobá, pau-ferro e cás- sia rosa, por exemplo. B - Beneficiamento É o processo manual pelo qual se realiza a limpeza do lote, no qual é feita a retirada do material inde- sejado,como:sementes de ou- tras espécies, sementes que- bradas, danificadas ou mal for- madas. 25 ! As ferramentas devem ser pu- xadas para cima por uma corda, nunca levadas pelo escalador. ! É importante sempre observar se há existência de formigas, ma- rimbondos, abelhas e cupins no tronco e ramos da árvore antes de iniciar a colheita. ! Procure não colher todos os frutos de uma mesma árvore, pois os frutos e as sementes muitas vezes são fontes de alimento pa- ra os animais da floresta. ! Lembre-se que não é acon- selhável a retirada total das se- mentes, para que não ocorra comprometimento da sua rege- neração natural. d . Rendimento na colheita A anotação da quantidade de se- mentes colhidas em cada árvore, o tempo despendido de colheita por árvore e a relação da quan- tidade de frutos, que é necessária para obter 1 Kg de sementes são parâmetros importantes que auxiliam na previsão das futuras colheitas e na definição do custo da semente. 24 d . Armazenamento O armazenamento é o processo usado para preservar ou manter a qualidade fisiológica através da redução da velocidade de dete- rioração da semente. O objetivo do armazenamento é conservar a viabilidade da se- mente por um maior período de tempo, permitindo que se faça o estoque, tanto para uso futuro, como para a comercialização. As espécies florestais apresentam produção irregular de sementes, variando anualmente, sendo abundante em um determinado ano e escassa em outros. O ar- mazenamento, portanto, é ne- cessário para garantir a deman- da anual de sementes, possi- bilitando o estoque para os me- ses e os anos de baixa produti- vidade. Antes da semente ser arma- zenada, deve-se ter concluído todo o seu beneficiamento e sua adequada secagem. É a seca- gem que vai garantir que a taxa da respiração da semente per- maneça baixa, minimizando o seu processo de deterioração. A semente não deve ser guardada juntamente com pedaços de galhos e folhas. Os fatores que afetam a via- bilidade da semente durante o ar- mazenamento são a temperatura e a umidade relativa do ar. O armazenamento pode ser feito em câmaras frias e secas, que tenham controle da temperatura e da umidade relativa do ar, através de aparelhos de ar-condi- cionado ede desumidificadores. Recomenda-se que as condi- ções de armazenamento sejam controladas de maneira a que a osoma da temperatura ( C) e da umidade relativa do ar não supere 55,5 %. · Embalagem As sementes, ao serem armaze- nadas, devem ser acondiciona- das em embalagens próprias, que regulam a troca de umidade delas com o meio. As embala- gens para armazenamento são classificadas de acordo com o seu grau de permeabilidade, e podem ser: -Porosas ou permeáveis: permitem a troca de umidade en- tre as sementes e o ambiente.Ex : pano, papel e papelão. -Semiporosas: estas não impe- dem completamente a passagem de umidade, permitindo pequena 27 A longevidade esta relacionada com o período de tempo o qual a sementes se mantêm viável. A deterioração se refere a toda e qualquer alteração degenerativa que ocorre com a qualidade das sementes em função do tempo . É a perda do seu poder germinativo. Isto varia de acordo com a espécie a ser colhida. 1 Pode ser recomendado o uso de peneiras que separam sementes pelo tamanho ou que auxiliam na retirada de materiais indese- jáveis. c . Secagem : O objetivo da secagem é diminuir a umidade das sementes, pois assim se reduz a respiração, dimi- nuindo a velocidade com que ela consome suas energias utilizadas para germinação, aumentando seu período de dormência. Essa secagem é diferente da realizada no fruto, citada no item a, que tem como objetivo a abertura natural dos frutos para extração das se- mentes. A secagem das sementes pode ser feita utilizando dois métodos, a seguir sintetizados: - Natural: é o método mais barato e mais lento. A secagem natural tem como fonte de calor o Sol. Os frutos são espalhados sobre lo- nas ou bandejas durante o dia, expostos ao Sol e, à noite, reco- lhidos ou cobertos. Sempre revi- ram-se as sementes para uma ae- ração melhor. esse processo pode durar de 5 a 7 dias, depen- dendo da espécie e do tempo.- - Artificial: secagem em estufa; é um método caro e mais eficiente, apresentando resultado mais rá- pido, não dependendo das condi- ções climáticas como o método anterior. Nesse processo, ocorre o controle da temperatura e o ar é aquecido através de equipa- mentos que permitem secar uma grande quantidade de sementes. Nem todas as sementes devem ser secas. Algumas espécies são problemáticas e não toleram dessecamento ou baixas tempe- raturas. Essas espécies proble- máticas, denominadas RECALCI- TRANTES, possuem baixa longe- vidade e, por isso, devem ser semeadas rapidamente. Como exemplo dessas espécies podem ser citadas: palmito, jenipapo e ingá. As espécies que toleram desse- camento ou baixas temperaturas e possuem alta longevidade são denominadas ORTODOXAS. Exemplos: angico-branco, copaí- ba, aroeira e guapuruvu. 26 1 sementes em um saco de aniagem e bater com um martelo de borracha. Remover os resíduos. Semente com dormência tegumentar: sendo reco- mendada para a quebra de dormê- ncia da semente a imersão em água à temperatura ambiente por 12 horas para embebição. Aroeira Schinus terebinthifolius A extração das sementes dá-se por maceração dos frutos. Após, as sementes são postas em peneiras e secas em ambiente ventilado. A se- mente não tem dormência, não sen- do necessário tratamento pré-germi- nativo. Apresenta dormência tegumentar, sendo recomendado como trata- mento para a quebra de dormência da semente a imersão em água quente a 65ºC fora do aquecimento e repouso por 18 horas, ou imersão por 4 a 10 minutos em água fervente, deixando-se as sementes nessa água, fora do aquecimento por 72 horas ou escarificação manual em material abrasivo, rompendo o tegu- mento da semente no lado oposto ao hilo. Guapuruvu Schizolobium parahyba Deixar os frutos de molho em água para soltar a polpa; em seguida, des- polpar os frutos e lavar as sementes em peneira. Secá-las à sombra, em local ventilado. Jenipapo Genipa americana Óleo de copaíba Copaifera langsdorfii Secar os frutos ao Sol até a deiscên- cia e remover as sementes. 29 Tabela 3. Métodos de manejo em sementes de algumas espécies florestais de ocorrência no Espírito Santo. Abrir os frutos com um martelo de borracha; deixar os endocarpos se- cando ao Sol por 3 dias; quebrá-los com um martelo de ferro e retirar as sementes. A semente não precisa de tratamento pré-germinativo, podendo ser semeada diretamente. Andá-açu Joahnnesia princips Nome popular Nome científico Métodos de Manejo O fruto é colocado ao Sol para que se abra. A extração das sementes do fruto é feita manualmente, pois as sementes não se soltam do fruto. Outro método utilizado é colocar as Angico-branco Senna multijuga 28 troca de umidade entre as se- mentes e o meio. Ex: sacos plás- ticos, papel e papelão revestidos com alumínio. - Impermeáveis: são à prova de umidade; não possibilitam a troca de umidade com o meio. Ex: latas, vidro e alumínio. e . Dormência das sementes Esta é uma estratégia reprodutiva das sementes que se regeneram naturalmente a partir do banco de sementes no solo ou quando necessitam conservar seu poten- cial de germinação até que as condições favoráveis ocorram. É, portanto, um mecanismo natural. Suas causas são variadas e as mais comuns são a presença de tegumentos que impedem a penetração de água e de gases. Sapucaia Lecythis pisonis Secar os frutos ao Sol até a deis- cência e remover as sementes. Taperebá Spondias lutea Despolpamento dos frutos, lavagem em água corrente, secagem à sombra. Colocar a semente 24 horas de molho em água fria. 30 Legislação do setor de sementes C PÍ TU LO I A V 31 o Em 2003, foi editada a Lei N 10.711/03, em substituição à Lei oN 6.507, de 19/12/1977, dispondo sobre a produção, o comércio e a fiscalização de sementes no território nacional. Essa Lei, regulamentada pelo Decreto 6.858 de 5 de agosto de 2003, objetiva garantir a iden- tidade e a qualidade do material de multiplicação e de reprodução vegetal produzido, comerci- alizado e utilizado em todo o terri- tório nacional, sendo este mate- rial semente ou muda. A regulamentação da produção de sementes requer a definição de categorias de sementes que possuem diferentes graus de melhoramento genético e estão diretamente associadas aos tipos de práticas empregadas na sua produção. A semente agrícola já regulamentada desde a lei oanterior (Lei N 6507/77) possui categorias totalmente diferentes das espécies florestais, devido ao seu maior grau de melho- ramento, curto ciclo de vida e, portanto, maior número de gera- ções que garantem a aferição da sua qualidade genética. Devido às diferenças no processo de aferição da qualidade, de regulamentação e aferição, foi demonstrada a necessidade de se definirem critérios de avalia- ção específicos para as espécies florestais. Por conta disto, foi estabelecido, por exigências de entidades que trabalham com sementes florestais, o Artigo 47, que autoriza o estabelecimento de mecanismos específicos e, no que couber, exceções ao dis- posto na Lei, para regula- mentação da produção e do co- mércio de sementes de espécies florestais, nativas ou exóticas, ou Dispõe sobre o Sistema Nacional de Sementes e Mudas, objetivando ga- rantir a identidade e a qualidade do material de multiplicação e de repro- dução vegetal produzido, comercia- lizado e utilizado em todo o território nacional. Cria a figura do Colhedor de Semen- tes Florestais, do Produtor de Se- mentes Florestais e Mudas Flores- tais, cria o Registro Nacional de Culti- vares, cria as categorias de produ- ção de sementes e mudas (identi- ficadas, selecionadas, qualificadas, testadas) e geraa necessidade de identificação da origem das se- mentes. O Artigo 47 autoriza o estabele- cimento de mecanismos específicos e, no que couber, exceções ao dis- posto na Lei, para regulamentação da produção e do comércio de se- mentes de espécies florestais, na- tivas ou exóticas, ou de interesse medicinal ou ambiental. 1977 - Lei Federal n º 6.507, de 19/12/1977, regulamentada pelo Decreto Federal n º 81.771, de 07- 06-1978. Revoga a Lei Federal n°. 4.727 e estabelece nova legislação sobre a inspeção e fiscalização da produção e do comércio de sementes e mudas. 1981 - Portaria MA N º 9.456 de 25/04/1981. Institui em âmbito nacional o Sistema Brasileiro de Avaliação e Recomen- dação de Cultivares. 1997 - Lei Federal n º 9.456, de 25/04/1997, regulamentada pelo Decreto Federal n º 2.366, de 05/11/1997. Institui o direito de proteção de culti- vares, efetivado mediante a conces- são de Certificado de Proteção de Cultivar ao novo cultivar ou cultivar essencialmente derivado, que aten- da as condições de novidade, distin- guibilidade, homogeneidade e esta- bilidade. 2003 - Lei 10.711 /03 regulamentada pelo Decreto 6.858 de 5 de agosto de 2003. 33 QUADRO 1: Cronologia da legislação de sementes e mudas no Brasil. Organização do primeiro Manual de Regras de Análise de Sementes, por iniciativa da Divisão de Sementes e Mudas, pelo Eng°. Agr°. Oswaldo Bacchi. 1956 - Regras para análise de sementes - Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. 1965 - Lei Federal n º. 4.727, de 13/07/1965,Regulamentada pelo Decreto Federal n º 57.061, de 15- 10-1965. Institui a fiscalização do comércio de sementes e mudas em todo o terri- tório nacional, o que consolida o Sistema de Produção de Sementes no Estado de São Paulo. 1967 -.Validade nacional das Regras de Análise de Sementes. Por decisão do Ministério da Agricul- tura, as Regras para Análise de Se- mentes passam a ter validade nacio- nal. 32 de interesse medicinal ou ambi- oental. O Decreto N 6858/03 dedica o capítulo XII às espécies florestais, de interesse medicinal ou ambiental, ou sem compro- vação da origem genética. A colheita de sementes em Unidades de Conservação é olimitada pela Lei N 9985/00, que trata do Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Segundo essa Lei, a colheita de sementes em Unidades de Conservação de Uso Sustentável deve estar prevista no Plano de Manejo. Já nas UCs de Proteção Integral, a colheita de sementes só pode ser realizada para fins científicos e com autorização dos órgãos competentes. As definições e restrições para as Áreas de Reserva Legal, exis- tentes na legislação (Código Flo- orestal Lei N 4771/65), não limi- tam a colheita de sementes nes- sas áreas, desde que realizada com autorização dos órgãos ambientais competentes. Em relação à colheita de sementes em Áreas de Preservação Per- manente, não existem refe- rências claras quanto da reali- zação dessa atividade. 34 Introdução ao uso do GPS C PÍ T LO II A U V É um terminal inteligente que, a partir de sinais emitidos de uma rede de 24 satélites, garante localização geográfica precisa em qualquer ponto do planeta. O uso de qualquer modelo é relati- vamente simples, mas uma leitura prévia do manual e um pouco de conhecimento de orientação geográfica fazem diferença. Em trilhas fechadas, é previsível que o equipamento não consiga obter sinal suficiente; nestes casos, é melhor esperar alguns minutos no local até que as condições para cálculo da posição melhorem. O tempo ruim e nublado também pode atrapalhar modelos mais simples. Fontes de erro Correspondem à interferência resultante da reflexão do sinal em algum objeto, a mesma que causa a imagem 'fantasma' na televisão. Como o sinal leva mais tempo pa- ra alcançar o receptor, este 'entende' que o satélite está mais longe que na realidade. E outro erro é o atraso na propagação dos sinais devido aos efeitos atmos- féricos e alterações do relógio interno. Em ambos os casos, o receptor GPS é projetado para compensar os efeitos. A leitura da altitude fornecida pelo receptor também é afetada pelo erro do sistema. Porém, um erro de 10 metros numa dimensão de 100; 200 ou 500 metros é pro- porcionalmente muito grande e perigoso, dependendo da ativi- dade desenvolvida. Montanhas altas ou edifícios próximos também afetam sua precisão. 35 Rastreamento dos satélites Um receptor rastreia um satélite pela recepção de seu sinal. Sinais de apenas quatro satélites são suficientes para obtenção de uma posição fixa tridimensional, mas é desejável um receptor que rastreie mais de quatro satélites simultaneamente. Como o usu- ário se desloca, o sinal de algum satélite pode ser bloqueado re- pentinamente por algum obstá- culo, restando satélites sufi- cientes para orientá-lo. A maioria dos receptores rastreia de 8 a 12 satélites ao mesmo tempo. Um receptor não é melhor que outro por rastrear mais satélites. Rastrear satélites significa conhecer suas posições. Não significa que o sinal daquele satélite está sendo usado no cálculo da posição. Muitos recep- tores calculam a posição com quatro satélites e usam os sinais do quinto para verificar se o cál- culo está correto. Aplicações Guardas florestais, trabalhos de prospecção e exploração de recursos naturais, geólogos, arqueólogos e bombeiros são enormemente beneficiados pela tecnologia do sistema. O GPS tem se tornado cada vez mais popular entre ciclistas, balo- nistas, pescadores, ecoturistas ou por leigos que queiram ape- nas planejar e se orientar durante suas viagens. Com a popularização do GPS, um novo conceito surgiu na agri- cultura: a agricultura de precisão. Uma máquina agrícola dotada de receptor GPS armazena dados relativos à produtividade em um cartão magnético que, tratados por programa específico, produz um mapa de produtividade da la- voura. As informações permitem também otimizar a aplicação de corretivos e fertilizantes. Lavouras americanas e euro- péias já utilizam o processo que tem enorme potencial no Brasil. Glossário PÍ T L III CA U O V Abiótico. (1) Condição físico- química do meio ambiente, como a luz, a temperatura, a água, o pH, a salinidade, as rochas, os minerais, entre outros compo- nentes. (2) Caracterizado pela ausência de vida. Lugar ou processo sem seres vivos. (GOODLAND, 1975). Biótico. (1) Relativo ao bioma ou biota, ou seja, ao conjunto de seres animais e vegetais de uma região. (2) Referente a organis- mos vivos ou produzidos por eles. Por exemplo: fatores ambientais criados pelas plantas ou micror- ganismos. Área de Reserva Legal. Área localizada no interior de uma pro- priedade rural, excetuada a de preservação permanente, neces- sária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação 36 e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e pro- teção de fauna e flora nativas. Dispersão. (1) Faculdade que têm os seres vivos de se pro- pagarem pela biosfera, alargando os seus domínios e facilitando a cada espécie proliferar e en- contrar novos meios onde possa viver de acordo com suas adap- tações. (2) Distribuição natural de sementes ou de espécimes jovens por uma vasta área; me- canismos de dispersão incluem sementes leves, sementes que devem passar pelo aparelho digestivo de animais para que possam germinar e até sementes que são carregadas por correntes oceânicas. 37 Espécie alóctone ou exótica Planta que é introduzida em uma área onde não existia origi- nalmente. Várias espécies de importância econômica estão nessa categoria (ex.: introdução do milho nas Américas, Áfricae Ásia, aquela da seringueira na Malásia ou do caju na África Oriental e Índia). Várias plantas invasoras de cultivos e plantas daninhas enquadram-se nesta categoria, sendo geralmente introduzidas por acidente no país receptor, e asselvajando-se em seu novo hábitat. Espécie nativa. Espécie que ocorre naturalmente na região. Unidade de Conservação. Espaço territorial e seus recur- sos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com carac- terísticas naturais relevantes. Legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de con- servação e limites definidos, sob regime especial de admi- nistração, ao qual se aplicam ga- rantias adequadas de proteção (Lei 9.985/2000, art. 2º., I). Bibliografia consultada C PÍ T LO IX A U 38 CARVALHO, L. R. de. 2000. Classificação fisiológica de sementes de espécies florestais quanto à capacidade de armazenamento. Lavras, MG. UFLA. 97p.:il. DAVIDE, A. C.; FARIA, J. M. R.; BOTELHO, S. A. 1995. Propagação de Espécies Florestais. Belo Horizonte, MG. CEMIG/UFLA, Lavras. 41p.:il. FIGLIOLIA, M. B.; PIÑA-RODRIGUES, F. C. M. 1995. Manejo de Sementes de Espécies Arbóreas. Instituto Florestal, São Paulo, SP. IF - Série Registros. Nº 15. 56 p. Florestas Rio Doce S.A. - Reserva Florestal de Linhares CVRD / FRDSA - Estimativa da Colheita e Produção de Sementes em 1993. 26/02/93. FOWLER, J. A . P.; BIANCHETTI, A . Dormência em sementes florestais. Colombo: Embrapa Florestas, 2000. 27p. (Embrapa Florestas. Documentos, 40). INCAPER, 2005. Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural. http://www.incaper.es.gov.br/florestal/ INSTITUTO FLORESTAL Série Registros Nº 15 Manejo de Sementes de Espécies Arbóreas. São Paulo. 1995. 56p. 39 LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas nativas do Brasil. Vol 1 . 4ª ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. 386 pp PIÑA-RODRIGUES, F.C.M & FREIRE, J.M. Procedimentos de colheita de sementes e marcação de matrizes de espécies florestais, Rio de Janeiro, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2001. PIÑA-RODRIGUES, F.C.M. & FIGLIOLIA, M. B. Manejo de sementes de espécies arbóreas. PIÑA-RODRIGUES, F.C.M.; AGUIAR, I.B. de & FIGLIOLIA, M. B., Sementes Florestais Tropicais, Brasília, ABRATES, 1993 PIÑA-RODRIGUES, F.C.M.Guia prático para colheita e manejo de sementes florestais tropicais, Rio de Janeiro, IDACO, 2002. RANGEL, A. M. Acrodendrologia - a ciência em escalada em árvores, Rio de Janeiro, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Sementes / ABRATES - Vol. 19 - Nº 02 - Ano 1997. P.219-225 RIOESBA, 2005. Rede Mata Atlântica de Sementes Florestais RJ, ES, BA. http:/ rioesba.uesc.br SOS Mata Atlântica, 2000. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica Período 1995-2000. ANOTAÇÕES: Página 1 Página 2 Página 3 Página 4 Página 5 Página 6 Página 7 Página 8 Página 9 Página 10 Página 11 Página 12 Página 13 Página 14 Página 15 Página 16 Página 17 Página 18 Página 19 Página 20
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