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INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES – ARTIGOS 389/420 ORIENTAÇÃO N.06 (1ª. Parte) TEORIA DO INADIMPLEMENTO I – Introdução: Do inadimplemento A nova estrutura do inadimplemento, além de ensejar a apreensão sistemática das várias regras do próprio Título IV, oferece a possibilidade do seu tratamento conjunto ou sistemático modulando um "sistema aberto de regras e princípios, axiologicamente orientado". A estrutura normativa do modelo jurídico do inadimplemento das obrigações apresenta-se da seguinte forma: No Capítulo I do Título IV estão as "disposições gerais" incidentes às várias modalidades ou fattispecies englobadas no inadimplemento: assim o art. 389 (cláusula geral do inadimplemento); art. 390 (inadimplemento das prestações negativas); art. 392 (efeitos do inadimplemento doloso e culposo); art. 393 (excludentes da imputabilidade do inadimplemento); art. 394 (descrição, em sentido amplo, do inadimplemento imputável); art. 395 (o efeito típico do inadimplemento, isto é, a caracterização do momento da responsabilidade ou Haftung); art. 395, parágrafo único (a inserção dos topos da utilidade/inutilidade, essencial à mensuração da intensidade do não-cumprimento e conseqüente caracterização do inadimplemento definitivo); art. 396 (a regra da imputabilidade); arts. 397 a 401 (especificidades da mora); arts. 402 a 405 (as perdas e danos, efeito do inadimplemento imputável); arts. 406 e 407 (os juros, também efeitos do inadimplemento imputável); arts. 408 a 416 (a cláusula penal, também efeito do inadimplemento imputável), deixando para versar na última parte do Título IV; das arras (Capítulo VI, arts. 417 a 420), cuja perda pode ser também conseqüência de incumprimento. Lembre-se que quando a obrigação não é adimplida em razão da impossibilidade superveniente, devem ser lembradas, em primeiro lugar, as regras atinentes às chamadas "modalidades das obrigações":art. 234 (perda da coisa, nas obrigações de dar coisa certa); art. 239 (perda da coisa, nas obrigações de restituir); art. 245 (relativo às obrigações de dar coisa incerta, remissivo ao regime das obrigações de dar coisa certa, tão logo feita a individualização); art. 248 (impossibilidade das obrigações de fazer); art. 250 (impossibilidade, nas obrigações negativas); art. 251 (culpa do devedor, nas obrigações negativas). Além disso, tem aplicação fundamental: art. 422 (standard da conduta devida ao largo da relação obrigacional nascida de contrato), e, bem assim, os arts. 186 e 187 (critérios estimativos da ilicitude). Tampouco podem ser esquecidos os arts. 313 e 314 (princípio da exatidão no prestar); art. 436 (estipulação a favor de terceiro); art. 439 (responsabilidade por fato de terceiro); arts. 441 e ss. (responsabilidade por vícios redibitórios); art.447 (responsabilidade pela evicção); art. 475 (poder formativo extintivo de resolução, que é conseqüência de inadimplemento definitivo e imputável). Aliás, especificamente no que tange aos vícios, carece lembrar que, muito embora versados no Título V (Dos Contratos em Geral), também integram o modelo do inadimplemento, não havendo razão, nem sistemática, nem axiológica, para tê-los como espécie divorciada do regime geral. Como assinala Ferreira da Silva, "as regras sobre vícios comungam, ao par com o inadimplemento absoluto e a mora, do mesmo fundamento e proteção. Não devem ficar alheios ao modelo do inadimplemento os princípios e regras atinentes às formas de responsabilização civil por danos: art. 927, art. 931 (responsabilidade objetiva do empresário); art. 932 (responsabilidade por fato de terceiro, sendo de se destacar os incisos I, II e III, que versam hipóteses de responsabilidade objetiva); art. 942 (extensão da solidariedade, no que tange ao dever de indenizar, em certos casos); arts. 944 a 946 (critérios para o cálculo do montante da indenização); 939 (vedação a exigir o adimplemento antes do termo); 940 (vedação a demandar dívida já paga). Ainda aí não se esgotam as normas necessárias à estruturação do modelo legal de inadimplemento, pois, no que concerne às espécies contratuais, concorrem numerosas outras regras, exemplificativamente, a do art. 492, § 2° (especificidades da mora na compra e venda); art. 500 (resolução, na compra e venda por medida ou extensão); 582, parágrafo único (mora no comodato); art. 570 (resolução, no contrato de locação); art. 734 (responsabilidade por danos no contrato de transporte); art. 863 (gestão de negócios culposa), etc. Estas regras, entre si articuladas, compõem uma estrutura, ou teia, da qual, acrescidas as contribuições da jurisprudência e da doutrina, sairá indicada a noção plural de inadimplemento, as suas espécies e os seus efeitos, matérias abordadas no Título IV. II – DO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES 1. Inovações metodológicas. No Capítulo I do Título IV, a par de regular o efeito geral típico do inadimplemento, trata-se de regular particularidades desse efeito, como ocorre nas obrigações negativas (art. 390), com o alcance da responsabilidade, sobre "todos os bens do devedor"( art. 391), aí deixando-se clara a noção de garantia geral das obrigações, no sentido de ser comum a todas elas. Bem assim, tratou-se dos pressupostos da responsabilidade civil nos contratos benéficos e nos bilaterais, ressalvando casos especiais em que outros pressupostos serão os exigidos (art. 392) e das formas de exclusão da responsabilidade(art. 393), prevendo, contudo, em outro; local (Título IX), os princípios e regras gerais concernentes à obrigação de indenizar e à própria indenização, na medida em que essa abrange um universo muito mais vasto do que o do inadimplemento. 2. Noções de inadimplemento. O art. 389 trata do inadimplemento pelos seus efeitos, não cuidando simplesmente de descrevê-lo ou de conceituá-lo. Noção descritiva: o termo "inadimplemento" indica o não-cumprimento, a) pelo devedor, das normas que impõem o dever de prestar ao credor, no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer; e (b) pelo credor, traduz o não-cumprimento das normas que impõem o recebimento da prestação, também no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. É a noção estampada no art. 394, pois o art. 389 cuida, como se viu, apenas de indicar os efeitos típicos gerais do inadimplemento. - Noção normativa: sentido amplo. Em sentido amplo se pode dizer que o inadimplemento é a situação objetiva de não-realização da prestação devida e de insatisfação do interesse do credor, independentemente da causa da qual a falta procede. - Noção normativa: sentido estrito. Em sentido estrito o inadimplemento é a não-realização da prestação devida enquanto devida. 2. Imputabilidade, culpa e inadimplemento. 3. Inadimplemento, imputabilidade e impossibilidade. 4. Efeitos do inadimplemento imputável. 5. A responsabilidade civil: noções gerais. Bibliografia pesquisada e compilada. MARTINS-COSTA, Judith. O adimplemento e o inadimplemento no novo Código Civil e seu sentido ético e solidarista, apud O Novo Código Civil, estudo em homenagem ao prof. Miguel Reale. 2ª. PARTE I - INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES – ARTIGOS 389/420. 1. Cumprimento da Obrigação em Crise 2. Inadimplemento Absoluto e Inadimplemento Relativo 3 - Inadimplemento Relativo. A MORA 3.1. Conceito 3.2 Mora do Devedor : ex re – ex persona 3.3 Efeitos da Constituição em Mora do Devedor 3.4. Mora do Credor. Efeitos da Mora do Credor. Purgação da Mora Bibliografia recomendada: VENOSA, W. Barros Monteiro ou Maria Helena Diniz. A - PERDAS E DANOS 1. Descumprimento da Obrigação. Responsabilidade contratual e extracontratual. 2. Culpa do Devedor. Prova da Culpa 3. Inexecução das Obrigações sem Indenização. Caso Fortuito e Força Maior. EXCLUDENTES. 4. A Cláusula de não Indenizar 5. Indenização. Perdas e Danos. DANO MATERIAL: Danos emergentes e lucros cessantes. 6. Dano Moral. Leitura: “O conceito de dano no Direito brasileiro e comparado”, IN FRADERA, Vera Maria Jacob. O Direito Privado na visão de Clóvis do Couto e Silva, pp. 217 a 233. B – CLÁUSULAPENAL – 1 Conceito. Natureza Jurídica 2. Cláusula Penal Compensatória. Cláusula Penal Moratória CUMULAÇÃO. 3 Funções da Cláusula Penal 4 Cláusula Penal e Institutos Afins 5. Cláusula Penal e Obrigações Indivisíveis C - SINAL OU ARRAS. 1 Conceito 3 Arras Confirmatórias 4 Arras Penitenciais. Função Secundária 5 Arras e institutos afins: Obrigação Alternativa. Cláusula Penal D – JUROS 1. Lineamentos dos Juros. a) Conceito b) Finalidade dos juros: remuneração do capital e neutralização dos riscos (risco cambial, risco inflacionário, risco de restituição e risco de tranferência de custos). c) Natureza Jurídica: é de coisa acessória do capital, do qual é fruto civil. 2. Classificação dos Juros: 3. INÍCIO DA CONTAGEM DOS JUROS MORATÓRIOS 4. Juros quanto à capitalização. 5. Juros simples e compostos. Simples: linear. Compostos: juros sobre juros ou juros exponenciais. 6. Anatocismo: proibição legal dos juros capitalizados de forma composta inserta no Decreto n. 22.626/33 (art.4º.), que dispõe sobre os juros nos contratos. O anatocismo consiste na prática de somar os juros ao capital para contagem de novos juros ou, ainda, nos sistemas de amortização, a contagem de juros sobre o capital total, cujo resultado espelha parcelas cuja soma supera o valor das parcelas do capital em razão do prazo com a aplicação de juros simples para obtenção do valor futuro pelo método hamburguês. 7. Os juros e as instituições financeiras. 8. Obrigações de Juros. Obrigações Pecuniárias. OBSERVAÇÃO: O conteúdo se encerra aqui (no artigo 420 do CC). Os itens abaixo não fazem parte do conteúdo. São apenas conteúdos complementares. II - Enriquecimento sem Causa e Pagamento lndevido 1 Introdução . 2 Enriquecimento sem Causa. Conteúdo 3 Enriquecimento sem Causa e Pagamento Indevido como Fonte de Obrigações 4 Tratamento da Matéria no Direito Romano. Sistema Francês e Alemão. 5 Aplicação da Teoria do Enriquecimento sem Causa no Direito Brasileiro 5.1 Requisitos do Enriquecimento sem Causa 5.2 Aplicação do Instituto. A Jurisprudência Brasileira 5.3 Objeto da Restituição 6 Ação de In Rem Verso 6.1 A Subsidiariedade da Ação 7. gamento Indevido 8. Posião da Matéria no Código Civil. Fonte Autônoma de Obrigações 9. Pagamento de Dívida Condicional 10. Dívida Prescrita e Obrigação Natural III - TRANSAÇÃO A transação tem a finalidade de impedir que as partes recorram ao Judiciário, ou ponham fim, por decisão conjunta, uma demanda em curso. 1. CONCEITO. PECULIARIDADES. 2 Natureza Contratual da Transação. Características 3 Modalidades. Forma 4 Objeto 5 Capacidade para Transigir. Poder de Transigir 6. Nulidades da Transação 7. Interpretação Restritiva da Transação IV – COMPROMISSO – Arts. 851/853 c/c Lei 9.307/96 (arbitragem) e CPC, arts. 1.072 a 1.102. 1. CONCEITO. 2. Natureza Jurídica 3. Arbitragem e constitucionalidade do instituto. 4. Cláusula Compromissória. Execução específica. 5. Cláusula compromissória. 6. Compromisso 7. Espécies de compromisso arbitral (art.2º.LA): Pode ser: Compromisso judicial: se dá com demanda em andamento perante o Poder Judiciário, firmando-se o compromisso que faz cessas as funções do juiz togado, passando o julgamento da lide para os árbitros. Compromisso extrajudicial, por escritura pública ou por instrumento particular, afasta a possibilidade de ajuizamento. Compromisso arbitral será de direito se as partes escolherem as regras de direito positivo que serão aplicada. Compromisso arbitral será de equidade se as partes convencionarem a utilização de princípios gerais de direito. 7. Extinção do compromisso arbitral. Artigo 12 da LA 8. Árbitros. Art.13. 9. Procedimento arbitral. Artigos 19, 20 e 21. 10. Sentença arbitral. Mediação LEITURA: “ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA: da legislação civil atual ao novo Código Civil” , de Fernanda Pessoa Cerveira, IN Revista de Direito do Consumidor n. 44, pp. 141 a 167.
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