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* © L. A. Burden 2005 ANEMIA CARENCIAL: ABORDAGEM PRÁTICA Dr Francismar Prestes Leal Hematologista CRM/PR 18829 Uningá © L. A. Burden 2005 * CONCEITOS Anemia (OMS): “estado em que a concentração de hemoglobina do sangue é baixa devido carência de nutrientes essenciais, qualquer que seja a origem desta” A deficiência de ferro é a mais comum das carências nutricionais, com maior prevalência em mulheres e crianças, principalmente nos países em desenvolvimento Dados regionais têm demonstrado elevada prevalência de anemia no Brasil, em todas as idades e níveis socioeconômicos Prevalência de anemia ferropriva no Brasil: uma revisão sistemática . Rev Paul Pediatr 2009;27(1):90-8 © L. A. Burden 2005 * EPIDEMIOLOGIA Em um estudo de revisão brasileiro, 53% das 20.952 crianças avaliadas apresentavam anemia ferropênica Em revisão de estudos regionais, estimou-se uma taxa de 20% de anemia entre os adolescentes Informes da Organização Pan-Americana da Saúde indicam que 42% das gestantes no Brasil seriam anêmicas UNICEF: anemia ferropriva afetaria até três bilhões e meio de indivíduos no mundo em desenvolvimento Prevalência de anemia ferropriva no Brasil: uma revisão sistemática. Jordão RE et al. Rev Paul Pediatr 2009;27(1):90-8 Deficiência de ferro na adolescência. Garanito MP et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(Supl. 2):45-48 Parâmetros para avaliação do estado de ferro. Paiva AA et al. Rev Saúde Pública 2000;34(4):421-6 Anemia como problema de saúde pública: uma realidade atual. Batista Filho, M. et al. Ciência & Saúde Coletiva 2008;3(6):1917-1922 © L. A. Burden 2005 * ETIOLOGIA DA FERROPENIA Fatores Fisiológicos (maior necessidade): Gestação Parto Puerpério Necessidade adicional de ferro: Gestantes sem anemia: Aproximadamente 1g (4mg/dia) Gestantes com anemia: >2,5g de ferro Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246 © L. A. Burden 2005 * ETIOLOGIA DA FERROPENIA Fatores Nutricionais: Dieta com baixa quantidade de ferro heme (animal), cuja absorção varia entre 20 e 30% do total de ferro ingerido A absorção do ferro de origem vegetal (inorgânico) é de 1-7% Vegetarianos, principalmente mulheres em idade reprodutiva, têm mais chances de ter deficiência de ferro, assim como idosos e pessoas com doenças psiquiátricas (demência) Ingestão de antiácidos, fitatos, fosfatos, oxalatos e tanino diminuem a absorção de ferro Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246 © L. A. Burden 2005 * ETIOLOGIA DA FERROPENIA Fatores Patológicos (perda de sangue ou diminuição de absorção): Sangramentos em geral (trauma, acidente etc.) Sangramento urogenital: Menorragia: maior causa nas mulheres em idade fértil Perda sanguínea: >80mL/período ou >7 dias Absorventes: >12/período ou >4/dia Coágulos: >2cm ou incidência após o 1º dia 20% das mulheres têm sangramento GI associado Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246 © L. A. Burden 2005 * CAUSA DA FERROPENIA Fatores Patológicos (perda de sangue ou diminuição de absorção): Sangramento gastrintestinal: Principal causa em homens e mulheres pós-menopausa Esofagite, varizes de esôfago, hérnia de hiato, úlcera gastroduodenal, tumor, angiodisplasia, telangectasia, gastrite atrófica autoimune ou relacionada à infecção pelo helicobacter pylori, doença intestinal crônica, doença celíaca, diverticulose, doença hemorroidária Parasitose: Infecção por necator americanus, ascaris , schistossoma mansoni, trichuris trichiura Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246 © L. A. Burden 2005 * ETIOLOGIA DA FERROPENIA Fatores Patológicos (perda de sangue ou diminuição de absorção): Ingestão de AAS, AINE ou Anticoagulante Gastrectomia, Gastroplastia redutora (bariátrica): Deficiência de ferro nos 2 primeiros anos varia entre 15 e 60% Comum em mulheres pré-menopausa – reservas menores Origem multifatorial: menor ingestão de carnes, menor secreção ácida gástrica, trânsito intestinal acelerado, exclusão do duodeno – principal área de absorção do ferro A deficiência pode ocorrer a despeito da suplementação oral Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246 © L. A. Burden 2005 * ETIOLOGIA DA FERROPENIA Fatores Patológicos (perda de sangue ou diminuição de absorção): Hemólise intravascular/ Hemoglobinúria Sangramento pelo trato respiratório Doação de sangue (cada doação de 500mL de sangue por ano implica a necessidade adicional de 0,5mg de ferro/dia) Procedimentos como hemodiálise, cirurgia, flebotomia Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246 © L. A. Burden 2005 * ESTÁGIOS E DIAGNÓSTICO DA FERROPENIA Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246 © L. A. Burden 2005 * DIAGNÓSTICO DA FERROPENIA Ferritina é uma proteína de fase aguda e seus valores podem estar elevados quando há infecção, inflamação ou câncer: Pode haver ferropenia com ferritina normal ou aumentada Ferritina “baixa” pode variar de acordo com a doença subjacente: Doença renal crônica dialítica: <100ng/mL (ou mg/dL) Doença inflamatória (artrite reumatóide etc.): <70ng/mL Hepatopatia: <50ng/mL Anemia + Ferritina sérica <12ng/mL = Anemia Ferropênica Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246 © L. A. Burden 2005 * DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Talassemia (alfa e beta) e outras hemoglobinopatias (E, C, Lepore) Anemia de doença crônica (câncer, infecção, inflamação) Microcítica/hipocrômica em 30% dos casos Diminuição do ferro sérico e da saturação da transferrina; ferro medular e ferritina normais ou elevados Anemia sideroblástica Intoxicação por chumbo Medicamentos (pirazinamida, isoniazida) Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246 © L. A. Burden 2005 * TRATAMENTO Introduzido por Blaud em 1832, a "pílula de Blaud“ (carbonato férrico) foi o pilar do tratamento da deficiência de ferro por mais de cem anos, até o aparecimento de novos compostos Hoje, o tratamento consiste em orientação nutricional, administração oral ou parenteral de compostos com ferro e, eventualmente, transfusão de hemácias A identificação e a correção das causas que levaram à anemia, associadas à reposição correta do ferro, resultam na sua correção e confirmam o diagnóstico Embora o idoso tenha maior tendência à anemia, sua presença não deve ser atribuída à idade; tratar a anemia sem identificar a causa pode significar a perda da oportunidade de se diagnosticar uma doença maligna subjacente em fase curável Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246 © L. A. Burden 2005 * TRATAMENTO Orientação Nutricional Aumentar a ingestão de carnes (ferro heme): 100g de carne corresponde a 1kg de feijão (ferro não heme) O consumo de vitamina C (sucos, caju, leguminosas, goiaba) e carnes em geral favorece a absorção do ferro (não heme) Fitatos, fosfatos e carbonatos (abacaxi, hortaliças, leite), tanino (chá, café), fosfoproteína (gema de ovo) e medicamentos que elevam o pH gástrico (antiácidos, inibidores de bomba de próton, bloqueadores histamínicos H2) dificultam a absorção do ferro (não heme) Não misturar leite e chá na mesma refeição, evitar cereais integrais e chocolate como sobremesa no período de tratamento com sal ferroso Recomendações desnecessárias se o tratamento é feito com sais férricos Apenas a correção da dieta não costuma ser suficiente para o tratamento de pacientes com anemia ferropênica Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246 © L. A. Burden 2005 * TRATAMENTO Ferro (por via) Oral O melhor meio de repor ferro é por via oral A dose terapêutica é de 2-5mg/kg/dia: Normalizar Hb – um a dois meses Restaurar estoques de ferro – dois a seis meses ou até se obter uma ferritina sérica >50-60ng/mL Ter ciência da quantidade exata de ferro elementar prescrita para o paciente, pois ela varia de acordo com o composto usado ou disponível Na prática, a dose preconizada para indivíduos adultos é de 150-200mg/dia de ferro elementar Não é recomendável administrar doses >200mg/dia, pois a mucosa intestinal atuaria como barreira, reduzindo a absorção do metal Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246 © L. A. Burden 2005 * TRATAMENTO Ferro (por via) Oral Sais ferrosos são rapidamente absorvidos e devem ser ingeridos: com o estômago vazio (uma hora antes das refeições ou entre as refeições ou antes de dormir - maior produção de ácido gástrico) Apesar da elevada eficácia dos compostos ferrosos, eles estão associados à elevada frequência (até 40%) de efeitos adversos (EA): gosto metálico, náusea, vômito, epigastralgia, dispepsia, desconforto abdominal, diarréia, obstipação Esses EA determinam menores tolerância e adesão ao tratamento Entretanto, o sulfato ferroso é o composto disponível aos pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246 © L. A. Burden 2005 * TRATAMENTO Ferro (por via) Oral Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246 Tratamento da anemia ferropriva com ferro por via oral. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(Supl. 2):114-120 © L. A. Burden 2005 * TRATAMENTO Ferro (por via) Oral Tratamento da anemia ferropriva com ferro por via oral. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(Supl. 2):114-120 © L. A. Burden 2005 * TRATAMENTO Ferro (por via) Oral Na Prática: Noripurum: Sol. Oral/Gotas (15-30mL): 2gotas/kg/dia; Xarope (120mL); Cp 100mg Fer-in-sol, Ferrototal, Vitafer, vários nomes; 2gotas/kg/dia; Cp 40-60mg Ferrin (Cp 50mg), Associações Ferrin, Hemototal: Xarope 5mg/mL; Gotas (30mL; 20-30mg/mL): 4gotas/kg/dia Neutrofer, várias apresentações Tratamento da anemia ferropriva com ferro por via oral. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(Supl. 2):114-120 © L. A. Burden 2005 * TRATAMENTO Ferro (por via) Oral Tratamento da anemia ferropriva com ferro por via oral. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(Supl. 2):114-120 © L. A. Burden 2005 * TRATAMENTO Ferro (por via) Parenteral Tratamento da anemia ferropriva com ferro por via parenteral. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(Supl. 2):121-128 © L. A. Burden 2005 * TRATAMENTO Ferro (por via) Parenteral Tratamento da anemia ferropriva com ferro por via parenteral. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(Supl. 2):121-128 © L. A. Burden 2005 * TRATAMENTO Cálculo da dose (mg total) e via de administração do ferro sacarato Tratamento da anemia ferropriva com ferro por via parenteral. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(Supl. 2):121-128 [Hb (g/dL) desejada – Hb atual] x peso corporal (Kg) x 2,4 + 500 Embora a administração de ferro por via IM tenha sido muito usada, sobretudo em função da experiência negativa com o ferro dextran por via EV na década de 80 e pela facilidade de aplicação, esta via de administração tem sido gradativamente substituída pela via IV Recomenda-se a dose IM máxima diária de 200mg (duas ampolas) de sacarato Na prática, orienta-se a aplicação de uma ampola, uma a duas vezes por semana, até que se complete a dose total desejada ou calculada Sabe-se que o ferro aplicado por via IM tem absorção irregular e efeitos adversos indesejáveis, como dor, mancha hipercrômica e necrose muscular (rara) no local da aplicação. A ocorrência desses EA pode ser menos frequente quando a técnica de aplicação escolhida é a intramuscular em Z © L. A. Burden 2005 * TRATAMENTO Ferro (por via) Parenteral Tratamento da anemia ferropriva com ferro por via parenteral. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(Supl. 2):121-128 Estima-se que a administração de quatro ampolas (duas aplicações de 200mg) do ferro sacarato seja capaz de aumentar em 1g/dL a concentração de Hb, o que corresponde ao incremento esperado da Hb quando se administra uma unidade de concentrado de hemácias Em crianças, recomenda-se a dose de 0,35mL/kg de peso corporal diluídos em, pelo menos, 200mL de SF; a duração da infusão deve ser de, pelo menos, três horas; e a frequência de aplicação de apenas uma vez por semana (Bula Noripurum (Sacarato hidróxido férrico) IV, 2008) © L. A. Burden 2005 * TRATAMENTO Ferro (por via) Parenteral Tratamento da anemia ferropriva com ferro por via parenteral. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(Supl. 2):121-128 © L. A. Burden 2005 * CONCLUSÕES: FERROPENIA Ferropenia tem causa, cuja investigação é obrigatória Anemia ferropênica é um grave problema de Saúde Pública, sobretudo em países em desenvolvimento A melhor via para a reposição de ferro é a oral: A dose terapêutica recomendada é de 2 a 5mg/kg/dia; Período suficiente para normalizar a hemoglobina (1-2 meses); E restaurar os estoques normais de ferro do organismo (2-6 meses, ou obtenção de ferritina sérica >50-60ng/mL) © L. A. Burden 2005 * CONCLUSÕES: FERROPENIA São fundamentais para o sucesso terapêutico: Aderência do paciente Adequada orientação do paciente quanto aos possíveis EA Duração correta do tratamento Ferripolimaltose confere melhores resultados (menor frequência de EA e melhor adesão ao tratamento) O uso do sacarato de hidróxido férrico IV é uma boa opção no tratamento de pacientes com anemia ferropênica que não obtiveram resposta satisfatória com o ferro oral © L. A. Burden 2005 * ANEMIAS MACROCÍTICAS Macrocitose: 1,7-3,6% das “consultas médicas” Maioria é leve (<110fL) e segue “sem explicação” Dois grupos principais: Megaloblásticas Não Megaloblásticas © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA Termo usado por Ehrlich ao ver blastos gigantes na MO de pacientes com “anemia perniciosa” Megaloblasto: Eritroblasto com maturação anormal (Cromatina nuclear) © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA Causada por defeitos na síntese do ADN (ciclo das pirimidinas, purinas e inibição da polimerase) que conduzem a um conjunto de anormalidades na MO e no SP Na deficiência de B12/B9, as hemácias não conseguem produzir ADN, o que prejudica a maturação celular/nuclear © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA A B12 é uma vitamina hidrossolúvel presente naturalmente nas carnes, mormente no fígado Há várias formas de B12, sendo que todas recebem o nome geral de cobalaminas (cobalto) Formas ativas no metabolismo humano: a 5-desoxiadenosilcobalamina e a Metilcobalamina © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA B12 é necessária para a síntese proteica (ADN), hematopoese e função neurológica B12 funciona como cofator para a metionina- sintase e para a L-metilmalonil-CoA mutase A primeira cataliza a conversão de homocisteína à metionina, necessária para formar S-adenosilmetionina © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA S-adenosilmetionina é fundamental para a metilação de >100 substratos diferentes, inclusive ADN, ARN, proteínas, gorduras, hormônios L-metilmalonil-CoA mutase converte L-metilmalonil-CoA à succinil-CoA na degradação do propionato, reação essencial para o metabolismo de gorduras e proteínas, inclusive síntese de Hb © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA B12, ligada à proteína alimentar, é liberada no estômago pela ação do HCl e de proteases A B12 livre se combina com o fator intrínseco (FI) secretado pelas células parietas gástricas O complexo B12-FI será absorvido no íleo distal por receptores específicos © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA O ácido fólico (B9) existe em várias formas e tem um metabolismo semelhante ao da B12 As reações mais importantes dependentes de B9 são a conversão da homocisteína à metionina para a síntese de S-adenosilmethionine e da desoxiuridilata à timidilato, necessárias para a síntese e divisão celulares © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA Clinicamente há sintomas e sinais de anemia (atentar para neuropatia, queixas GI e sinais de hemólise – icterícia leve) Nos exames: Anemia macrocítica (VCM >110fL), leucopenia e/ou trombocitopenia Reticulocitopenia Aumento da BI, DHL (B12) © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA O exame do SP é “divisor de águas” Achados característicos da “megaloblastose”: Neutrófilos hipersegmentados >5 lobos nucleares Sinal + específico/característico (Basta “1”) Macroovalócitos Eritrócitos grandes e ovais VCM entre 110-130fL (até 160) © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA: SP © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA: SP © L. A. Burden 2005 * © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA: B12/B9 Dosagem de B12 e Folato (sérico/eritrocitário) B12 sérica “estável” Folato (B9): sérico + lábil; preferir eritrocitário Outros exames: Metilmalonato sérico ou urinário (B12) Homocisteína sérica (B9) Estudos de absorção (Teste de Schilling etc.) © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA: MO A MO megaloblástica é hipercelular/plásica Precursores eritróides predominam Metamielócitos/Bastonetes gigantes Megaloblastos: Maiores que o eritroblastos normais Cromatina nuclear “imatura” Citoplasma róseo (maduro) © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA: MO © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA Causas de deficiência de B12: Déficit na dieta (raro; vegans; crianças/idosos) Fator Intrínseco disfuncional Falta de Fator Intrínseco: Anemia Perniciosa (Anti-CP/FI) Cirurgia Gástrica Ingestão de Cáusticos © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA Outras causas de deficiência de B12: Competição por B12 (bactérias, vermes) Má absorção familiar (Imerslund-Grasbeck) Má absorção induzida por droga (Metformina) Doença pancreática (Crônica) Síndrome de Zollinger-Ellison Doenças/Cirurgias do íleo Enterite regional © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA Causas de deficiência de B9 (Folatos): Falta na dieta (comum na infância, etilistas) Maior consumo (infância, gravidez, hemólise) Alcoolismo Má absorção congênita Induzida por drogas (MTX, SMZ-TMP etc.) Cirurgias intestinais grandes, ressecção jejunal © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA Causas de deficiência combinada de B9/B12: Sprue Tropical, Doença Celíaca Desordens herdadas na síntese de ADN: Acidúria orótica, Síndrome Lesch-Nyhan, AMB Tiamina responsiva, Déficit de Transcobalamina II, outros defeitos enzimáticos Induzida por Drogas/Toxinas: MTX, Ciclofosfamida, Ara-C, AZT, SMZ-TMP © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA Confirme o diagnóstico: B9 sérica: <8ng/mL→ Carência Leve <5ng/mL→ Carência Moderada <3ng/mL→ Carência Grave Trate: Vitamina B9 (Ácido Fólico): 1mg/dia, VO © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA Confirme o diagnóstico: B12 sérica: <350pg/mL→ Carência Leve 150-350pg/mL→ Carência Moderada <150pg/mL→ Carência Grave Trate: Vitamina B12: 1mg/dia, IM ou VO © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA Investigue a causa subjacente da carência: Anticorpos antiparietais e/ou anti-FI EDA Estudos funcionais Revisão e aconselhamento nutricional Afaste drogas causadoras Etc. © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA Acompanhe: Reticulócitos em 7-10 dias Hemograma em 30 e 60 dias Retorno a cada 3-6 meses Duração do tratamento depende da causa Espace/Reduza doses conforme resposta © L. A. Burden 2005 * ANEMIA MEGALOBLÁSTICA Acompanhe: Na dúvida, faça o exame da medula óssea Nos casos graves, inicie o tratamento empiricamente com ambas as vitaminas (não espere pelos exames confirmatórios) Transfunda hemácias se necessário (sempre tente colher os exames antes) Peça socorro se preciso (Hematologista) © L. A. Burden 2005 * Perguntas? Obrigado! * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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