Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Oncohematologia Murilo Chermont Azevedo Médico, Ex-Residente do Serviço de Hematologia e Hemoterapia do HCFMUSP Doutor em Hematologia e Hemoterapia pela Faculdade de Medicina da USP Oncohematologia Leucemias (agudas e crônicas) Mieloma Múltiplo Linfomas (Hodgkin e não Hodgkin) Síndromes Mieloproliferativas e Mielodisplásicas Mieloma Múltiplo - princípios Doença maligna, incurável, caracterizada pelo acúmulo de plasmócitos na medula óssea (MO) Plasmócitos: diferenciação final dos linfócitos B, função de produzir anticorpos Acúmulo de plasmócitos na MO : lesões osteolíticas, produção de anticorpos monoclonais (do mesmo tipo) Mieloma Múltiplo - patogenia Plasmócitos normais vivem apenas por algumas semanas Apoptose regulada por moléculas como a bcl-2 e a interleucina-6 Perda da regulação = inibição da apoptose de um clone de plasmócito (ex: IgG k) Acúmulo de plasmócitos produtores de IgG k (proteína monoclonal na eletroforese sérica) Mieloma Múltiplo - patogenia Doença insidiosa e incurável (cerca de 1 bilhão de plasmócitos para produzir pico monoclonal) Lesões líticas ósseas: ativação local dos osteoclastos pelos plasmócitos clonais A proliferação plasmocítica acomete preferencialmente, mas não exclusivamente, os ossos Mieloma Múltiplo – quadro clínico Dor óssea (lombar, mais comum) Fraturas patológicas, em alguns casos Fadiga, palidez (sintomas de anemia) Insuficiência renal (depósito de proteína monoclonal, hipercalcemia, uso de AINH, etc) Síndrome de hiperviscosidade (altos títulos de proteína M) – cefaléia, desorientação, borramento visual, isquemia cerebral Mieloma Múltiplo - diagnóstico Eletroforese de proteínas séricas e urinárias (IgG ou IgA, kappa ou lambda) Dosagem de imunoglobulinas (diminuídas) Proteína de Bence Jones (urina): desuso VHS (muito aumentado, > 100 mm/h) Hemograma: anemia normo/normo e formação de rouleaux de hemácias Mieloma Múltiplo - diagnóstico Mieloma Múltiplo - diagnóstico Uréia, creatinina, cálcio (pode haver aumento) Beta 2 – microglobulina (critério prognóstico) Mielograma (> 10% de plasmócitos na MO) Exames de imagem: radiografias do esqueleto, RNM de coluna Mieloma Múltiplo - diagnóstico Mieloma Múltiplo - diagnóstico Mieloma Múltiplo - tratamento Quando tratar? Doença estável, pouco ou nenhum sintoma: acompanhar Má resposta à quimioterapia Lesões líticas localizadas: radioterapia Tratar fraturas patológicas, estabilizar coluna vertebral (Ortopedia) Mieloma Múltiplo - tratamento Doença agressiva ou em progressão: esquema combinado que inclua corticóide e quimioterápicos, em ciclos Novas drogas: Talidomida / Lenalidomida e bortezomib (com corticóide) Transplante de medula óssea autólogo (se idade < 65 anos): aumenta a sobrevida e a qualidade de vida Linfomas Proliferação maligna de linfócitos B ou T, predominantemente nas cadeias linfonodais Podem acometer outros órgãos linfóides, como anel de Waldeyer, baço, medula óssea, ou mesmo outros órgãos (TGI, SNC, ovário, tireóide) Hodgkin e não Hodgkin Linfomas de Hodgkin Grupo de linfomas caracterizado pela presença de células de Reed-Sternberg nos linfonodos acometidos (linfócitos monoclonais derivados do centro germinativo linfonodal) Reed – Sternberg: linfócitos grandes, binucleados, geralmente de linhagem B Papel incerto destas células na patogenia Doença curável, na maioria dos casos Linfomas de Hodgkin Tipos histológicos: rico em linfócitos, esclerose nodular (melhores prognósticos), celularidade mista e depleção linfocítica (piores prognósticos) 2 picos de incidência: adultos jovens e 5a-6a década de vida Linfomas de Hodgkin quadro clínico Linfadenomegalia indolor de uma ou mais cadeias (axilar, cervical, mediastinal) Ausência de sinais inflamatórios exuberantes Pode haver sintomas B (febre, sudorese noturna e perda de peso > 10%) LH rico em linfócitos: jovem, sexo masculino, acometimento cervical LH esclerose nodular: jovem, sexo feminino, massa mediastinal Linfomas de Hodgkin diagnóstico Afastar causas primárias de linfonodomegalias (doenças infecciosas, inflamatórias, reumáticas) Biópsia excisional do linfonodo: células de Reed-Sternberg Imunohistoquímica Hemograma: geralmente normal Linfomas de Hodgkin diagnóstico Linfomas de Hodgkin estadiamento Útil p/ caracterizar se doença localizada ou avançada (muda o número de ciclos de QT) Tomografias: pescoço, tórax, abdômen e pelve Biópsia de medula óssea PET SCAN, se disponível Linfomas de Hodgkin tratamento Poliquimioterapia Pode ser feita ambulatorialmente Atenção para neutropenia febril, antibioticoterapia empírica precoce Radioterapia ao final, se linfadenomegalias volumosas (>10 cm) Transplante de medula óssea: casos refratários Linfomas não Hodgkin Grupo heterogêneo de linfomas B ou T, de características histológicas e clínicas muito variáveis Agressivos (perigosos, mas potencialmente curáveis) ou indolentes (longa sobrevida, não curáveis) Agressivo mais comum: LNH difuso de grandes células B Indolente mais comum: LNH folicular de células B Linfomas não Hodgkin associações Linfoma de Burkitt : vírus Epstein-Barr Linfoma MALT: Helicobacter pylori Linfoma esplênico de zona marginal: HCV Leucemia/Linfoma de células T do adulto: HTLV-1 Linfomas não Hodgkin quadro clínico Linfadenomegalia indolor de uma ou mais cadeias Ausência de sinais inflamatórios exuberantes Maior envolvimento de cadeias subdiafragmáticas que o Hodgkin Pode haver sintomas B (febre, sudorese noturna e perda de peso > 10%) Linfoma não Hodgkin diagnóstico Afastar causas primárias de linfonodomegalias (doenças infecciosas, inflamatórias, reumáticas) Biópsia excisional do linfonodo Hemograma: geralmente normal DHL e Beta 2-microglobulina: critério prognóstico Imunofenotipagem de MO: se linfoma infiltrando medula óssea Linfoma não Hodgkin estadiamento Útil p/ caracterizar se doença localizada ou avançada (muda o número de ciclos de QT) Tomografias: pescoço, tórax, abdômen e pelve Cintilografia óssea Biópsia de medula óssea PET SCAN, se disponível Linfoma não Hodgkin Poliquimioterapia (esquema diferente do Hodgkin, varia também entre os LNH) + imunoterapia com Ac monoclonal anti-CD20 (rituximab) Atenção para neutropenia febril, antibioticoterapia empírica precoce Radioterapia ao final, se linfadenomegalias volumosas (>10 cm) Transplante de medula óssea: casos refratários ou de alto risco
Compartilhar