Buscar

Trabalho da disciplina de ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM LOGÍSTICA EMPRESARIAL
Rafael Britto Dos Santos
Trabalho da disciplina de ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 
 Tutor: Prof. DANIELA LIMA UEDA KOIKE
Rio de Janeiro
2018
Estudo de Caso: ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E REDES LOGÍSTICAS 
Otimização das Redes Logísticas com melhorias na integração da Cadeia de Suprimentos
Texto do Fichamento:
A competição global está cada vez mais forçando as empresas a realocar suas plantas produtivas e centros de distribuição a fim de se alcançar competitividade e eficiência em custo.
Exigências como:
Tempos de entrega mais curtos,
Redução nos custos logísticos,
Menor quantidade de centros de distribuição e
Adiamento na customização dos produtos
Contribuem para o desencadeamento de mudanças profundas no sistema de transporte e armazenagem das empresas.
Fatores como:
Infraestrutura de modais disponível,
Questões governamentais internacionais ou interestaduais de regulação, crescente regulação social e de segurança,
Aumento da exigência dos clientes, e
Melhoria nos recursos tecnológicos,
São fatores essenciais na elaboração de estratégias logísticas para a otimização de uma rede logística.
As estratégias dirigidas para as funções de transporte e estoques das redes logísticas é uma ferramenta importante na otimização dos fluxos de materiais e produtos, associado com a sustentabilidade de patamares competitivos ideais.
Para o autor Christopher, o conceito de cadeia de suprimentos propõe um controle integrado sobre a movimentação de produtos desde a extração das matérias-primas até o consumidor final. A chave para a gestão eficiente da cadeia de suprimentos é planejar e controlar as atividades de transporte e os estoques como sendo uma entidade única (CHRISTOPHER, 1992).
Três elementos são fundamentais para alcance da integração operacional desejada:
(i) identificar a demanda de nível de serviço do consumidor final,
(ii) definir onde posicionar os estoques ao longo da cadeia de suprimentos, e quanto estocar em cada ponto e
(iii) desenvolver as políticas e procedimentos apropriados para gerir a cadeia de suprimentos como uma entidade única.
(CHRISTOPHER, 1992).
Para os autores Chopra e Sodhi, o alcance da integração entre as funções de estoques e transporte deve sempre ter como objetivo principal a diminuição da instabilidade operacional. Especificamente, incertezas na previsão de demanda ou até mesmo provenientes de fatores extremos como greves operárias, desastres naturais, falência de empresas, atos de terrorismo podem prejudicar a estabilidade do sistema logístico.
Chopra e Sodhi (2004) afirmam que: “Para se prevenir contra perdas significativas nas vendas..., os gestores devem desenvolver um delicado equilíbrio para manter níveis ideais de estoque, capacidade de produção e transporte ao longo de toda a cadeia de suprimentos em um contexto ambiental de mudanças rápidas e de extremo dinamismo” (CHOPRA e SODHI, 2004).
Normalmente, o aumento dos níveis de estoque é a solução adotada para garantia de um fluxo logístico estável. Entretanto, o uso indiscriminado dessa prática pode causar sérios prejuízos operacionais e no faturamento da empresa e ainda trazer poucos benefícios. Além disso, o aumento dos estoques no sentido inverso da cadeia de suprimentos tende a ser ampliado através de políticas de estoque de segurança diferenciadas, como exemplo:
O Efeito Chicote, como este fenômeno é chamado, é um dos grandes desafios de integração da cadeia de suprimentos face às incertezas operacionais.
Pode-se mitigar tal efeito através:
Redução de lead times produtivos,
Revisão de procedimentos de compra,
Limitação na flutuação nos preços,
Integração no planejamento e
Avaliação de desempenho de toda a cadeia de suprimentos.
 (Lee e Billington, 1992; Towill, 1996; Fransso e Wouters, 2000 In: Svensson 2005).
Dessa forma, percebe-se que, cada vez mais, se trocam estoques por informação e se dinamizam as operações. A estratégia de adiamento na customização do produto e na movimentação de carga até que a informação específica de compra dos consumidores seja registrada é um bom exemplo disso. Christian (1997, In: RABINOVICH e EVERS, 2003).
Independentemente da estratégia de agregação de valor utilizada, é importante manter o objetivo estratégico de não desequilibrar a relação entre níveis de estoque e a intensidade no transporte de carga (SVENSSON, 2003).
Os benefícios provenientes de operações logísticas em pontos de ação de produção, centro de consumo e de suprimento são anulados sem o suporte de um sistema de transporte bem planejado e implementado.
Os autores Lemoine e Skjoett-Larsen (2004), provaram que a diminuição no número de centros de armazenagem gerou uma diminuição na tonelagem transportada por quilômetro útil, exigindo uma diferente estratégia de entrega e, consequentemente, de planejamento de transporte buscando a integração do planejamento de estratégias de transporte de produtos com aquelas que suportam a gestão de estoques.
Uma prática nessa área é a técnica de merge-in-transit, é considerado como um promissor método de administração logística já que promove a diminuição dos níveis de estoque ao reestruturar a atividade de transporte correlacionada (Ala-Risku et al., 2003; Karkainnen et al, 2003).
O merge-in-transit pode ser definido como sendo:
“Um modelo de entrega em que carregamentos oriundos de fornecedores diferentes ou plantas industriais distintas de uma empresa são consolidados em uma única entrega em um ponto de transição qualquer o qual não opera com estoques. (Ala-Risku et al., 2003) ”
Essa técnica propicia menores tempos no ciclo de entrega, maior possibilidade de ampliação das opções de customização. Entretanto, requer um eficiente modelo organizacional e operacional para suporte do fluxo de produtos e informações entre os agentes do canal de distribuição, sendo difícil de ser implementado em larga escala. De uma forma geral, esse método é mais aplicável a situações em que o pedido é infrequente e inclui a necessidade de união de diferentes componentes de entrada para formar o produto inteiro, ou quando o recebimento de cargas é bastante custoso para a empresa (Ala-Risku et al., 2003). Apesar dos benefícios evidentes, a aplicação de sistemas como o merge-in-transit pode se tornar inviável para fluxos logísticos internacionais. A ampliação da distribuição para um cenário global exige um esforço ainda maior de integração estratégica das atividades de transporte e armazenagem (MATTSON, 2003; KORNELIUSSEN e GRONHAUG, 2003).
O processo de globalização afeta a distribuição das empresas na medida em que os varejistas e atacadistas são players mundiais, a produção requer uma coordenação global e as empresas produtoras também se globalizam. Dessa forma, a cultura empresarial acaba se transformando devido à crescente variedade de novos agentes incluídos nos novos canais de distribuição (MATTSON, 2003) fazendo com que a estruturação da cadeia de suprimentos se modifique totalmente. O alcance da qualidade de operação ao longo dos canais de distribuição cada vez mais longos se torna desafiador.
A empresa deve estar atenta à questão de como os valores das funções de transporte e armazenagem são percebidos nos diferentes estágios da cadeia (BOWERSOX e CLOSS, 2001). A partir daí, deve-se traçar um plano que garanta o objetivo central de atender às demandas do cliente ou consumidor final, conforme o planejamento estratégico de distribuição que a organização focar.
Por fim, sistemas de mensuração de desempenho e otimização logística devem ser implementados para dar suporte às operações e assim, a desejada integração entre transporte e estoques será alcançada, mesmo em nível local.
Na minha trajetória profissional observei ao longo do tempo em diferentes empresas e setores que tive oportunidade de trabalhar os seguintes pontos observados:
O custo de transporte é o principal fator considerado quando da definição das estratégias dedistribuição em uma rede logística no Brasil e os custos de estoque e armazenagem recebem menor atenção dos gestores brasileiros;
As práticas específicas de gestão de transporte e estoques, tem uma forte tendência por um gerenciamento que:
Adota diferentes estratégias de estoques para diferentes produtos,
Não adota práticas de compartilhamento do controle de estoques com os clientes,
Tem pouca tendência de se acumular estoques ao longo do canal em função do perfil de instabilidade da demanda, dando-se ênfase ao aumento da função transportes;
Os sistemas de controle e gestão de transporte e armazenagem no Brasil estão mais voltados para o controle interno de movimentação de materiais nas empresas, ao invés de priorizar a integração dos canais de distribuição como um todo.
 A utilização de ferramentas da tecnologia da informação como a Internet, intranet e EDI (troca eletrônica de dados), sistemas de roteirização e relacionamento com o cliente estão sendo implementados de forma mais intensa.
Há espaço para melhorias na integração das funções logísticas em todas as redes logísticas e entre todos os elos das cadeias de suprimentos no Brasil como forma de otimização e gerar maior ganho garantindo uma maior competitividade para as empresas, agregando valor ao negócio e diferenciação de mercado.

Continue navegando