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alimentação e down

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Portuguese 
ReonFacema. 2017 Jul-Set; 3(3):636-641. 
 
 
The importance of food in people with down syndrome - a 
review 
A importancia da alimentação em pessoas com síndrome de down – uma revisão 
La importancia de la alimentación en personas con síndrome de down - una revisión 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
Objective: To establish information about the importance of healthy food for this public 
and its factors associated with food, with an emphasis on the future perspective of a more 
balanced and healthy diet. Methodology: This is a narrative bibliographic review using 
selected articles dated from the last 10 years (January 2007 to February 2017), found in 
the Google academic databases, Latin American and Caribbean Literature - LILACS and the 
Cochrane Library on the Library site Library Online - BIREME, Scientifc Eletronic Library 
Online - SCIELO. Conclusion: Based on the information obtained, we can conclude that 
new studies on the public are necessary, allowing a clinical and practical evaluation, 
demonstrating possible ways to improve the diet and eating habits of people with Down 
Syndrome. 
 
RESUMO 
Objetivo: Estabelecer informações sobre a importância da alimentação saudável para esse 
público e seus fatores associados à alimentação, com ênfase na perspectiva futura de uma 
alimentação mais equilibrada e saudável. Metodologia: trata-se de uma revisão 
bibliográfica narrativa utilizando artigos selecionados datados dos últimos 10 anos (janeiro 
de 2007 a fevereiro 2017), encontrados nas bases de dados Google acadêmico, Literatura 
da América Latina e Caribe – LILACS e Biblioteca Cochrane no sítio da Biblioteca Virtual 
em Saúde - BIREME, Scientifc Eletronic Library Online – SCIELO. Conclusão: A partir das 
informações obtidas podemos concluir que, fazem-se necessários novos estudos sobre o 
público aqui abordado, permitindo uma avaliação clínica e prática, que demonstre 
possíveis formas de melhorar a alimentação e os hábitos alimentares de pessoas com 
Síndrome de Down. 
 
RESUMEN 
Objetivo: Establecer información sobre la importancia de la alimentación sana para ese 
público y sus factores asociados a la alimentación, con énfasis en la perspectiva futura de 
una alimentación más equilibrada y saludable. Metodología: se trata de una revisión 
bibliográfica narrativa utilizando artículos seleccionados de los últimos 10 años (enero de 
2007 a febrero de 2017), encontrados en las bases de datos Google académico, Literatura 
de América Latina y el Caribe - LILACS y Biblioteca Cochrane en el sitio de la Biblioteca - 
Virtual en Salud - BIREME, Scientifc Eletronic Library Online - SCIELO. Conclusión: A partir 
de las informaciones obtenidas podemos concluir que, se hacen necesarios nuevos estudios 
sobre el público aquí abordado, permitiendo una evaluación clínica y práctica, que 
demuestre posibles formas de mejorar la alimentación y los hábitos alimentarios de 
personas con Síndrome de Down. 
 
 
 
 
 
 
 
 
¹Nutricionista, Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional e Fitoterapia pela Faculdade de Ciências 
e Tecnologia do Maranhão-FACEMA 
²Especialista em Gestão, Supervisão e Planejamento Escolar pelo Instituto de Ensino São 
Francisco/IESF, Graduando em Direito na Faculdade de Ciências e Tecnologia do Maranhão/FACEMA. 
Apoio Editorial na Revista Ciência & Saberes da Faculdade de Ciências e Tecnologia do 
Maranhão/FACEMA. Caxias – Maranhão. E-mail: cc.cassiocoelho@hotmail.com 
³Médico veterinário, Doutor em Ciências Animal pela Universidade Federal do Piauí e professor 
adjunto da Faculdade de Ciências e Tecnologia do Maranhão-FACEMA, chicãovet@gmail.com 
 
Descriptors 
Down Syndrome. Food and 
Nutrition. 
 
Descritores 
Síndrome de Down. Alimentação e 
Nutrição. 
Descriptores 
Síndrome de Down. Alimentación y 
Nutrición. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sources of funding: No 
Conflict of interest: No 
Date of first submission: 2017-04-27 
Accepted: 2017-06-25 
Publishing: 2017-07-28 
 
 
 
 
 
 
Corresponding Address 
 
Francisco das Chagas Araújo Sousa 
Rua Aarão Reis, 1000 
Caxias – MA 
86.99987-4388. E-mail:chicaovet@gmail.com 
 
 
 
Josanne Christine Araújo Silva¹ 
Ronnie Cassio Coelho Silva² 
Francisco das Chagas Araújo Sousa³ 
ISSN: 2447-2301 
 
REVISÃO / REVIEW / REVISIÓN 
 
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ISSN: 2447-2301 
Silva JCA et al. The importance of food in people with down … 
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INTRODUÇÃO 
 
A Síndrome de Down (SD) é um distúrbio 
genético caracterizado pela trissomia do cromossomo 
no par 21, que propiciam alterações no 
desenvolvimento motor, físico e intelectual, dentre 
elas, o retardo mental e de crescimento, cardiopatia, 
alterações endócrinas, obesidade, atraso no 
desenvolvimento psicomotor, problemas neurológicos, 
auditivos e visuais, além de distúrbios gastrointestinais 
(MENDES et al., 2010). 
Esta síndrome é a alteração cromossômica 
mais comum em humanos sendo a principal causa de 
deficiência intelectual na população. Nos últimos 
anos, os avanços da medicina no acompanhamento e 
no tratamento dos portadores de Síndrome de Down 
possibilitam aumento significativo na expectativa de 
vida e melhora na saúde global desses pacientes, 
devido principalmente à prevenção das complicações 
relacionadas à SD (SOMMER; SILVA, 2008). 
Dentre as principais características destaca-se 
a hipotonia muscular secundária, ocorrendo 
principalmente no contexto clínico com 
comprometimento do sistema nervoso central, onde os 
indivíduos com síndrome de Down apresentam 
alterações quanto ao estado nutricional, com prejuízos 
na mastigação e deglutição, redução do peristaltismo 
e esvaziamento gástrico, resultando em uma serie de 
patologias (GORLA et al., 2011). 
A alimentação inadequada colabora 
substancialmente para os riscos cardiovasculares, 
estudos demonstram que, predominantemente, os 
indivíduos com síndrome de Down possuem hábitos 
alimentares monótonos e inadequados com acréscimo 
de alimentos industrializados ricos em sódio, gorduras 
saturadas e açúcares, o que evidencia a necessidade 
de uma avaliação nutricional individualizada para 
obtenção de um aconselhamento dietético adequado 
(PACHECO; RAMOS; ESKELSEN, 2013). 
Pouco se conhece sobre as necessidades 
nutricionais específicas voltadas para os portadores de 
SD e sobre os parâmetros utilizados para avaliação 
nutricional deste grupo pelos profissionais da área da 
saúde. Diante disso, não se estabelecem as 
orientações básicas dietéticas, isto é, recomendações 
sobre a adequada ingestão de macronutrientes e 
micronutrientes buscando o crescimento e 
desenvolvimento esperado, com o objetivo de evitar 
maior comprometimento de condições clínicas, a 
avaliação nutricional é feita utilizando as 
recomendações nutricionais para a população geral 
(ALMEIDA et al., 2015). 
Diante do exposto e considerando o número 
reduzido de pesquisas que investiguem as alterações 
no estado nutricional de pessoas com síndrome de 
Down, considerando ainda, as patologias relacionadas 
à uma má nutrição, justificaram a realização desse 
estudo, cujo objetivo geral foi estabelecer 
informações sobre a importância da alimentação 
saudável para esse público e seus fatores associados à 
alimentação, com ênfase na perspectiva futura de 
uma alimentação mais equilibrada e saudável. 
Pesquisas dessa natureza são de grande 
relevância uma vez que indivíduos com síndrome de 
Down são afetados por diversas alterações no 
organismo como todo. Dessa forma, as criações deestratégias que estimulem a educação nutricional e a 
prática de bons hábitos alimentares, a fim de diminuir 
futuras patologias relacionadas a síndrome, poderão 
melhorar a qualidade de vida desses pacientes, além 
de possibilitar o acesso a informações mais 
aprofundadas sobre um cuidado nutricional mais 
efetivo aos profissionais de saúde, que lidam com esse 
público. 
 
METODOLOGIA 
 
Este estudo trata-se de uma revisão 
bibliográfica narrativa utilizando artigos selecionados 
datados dos últimos 10 anos (janeiro de 2007 a 
fevereiro 2017), encontrados nas bases de dados 
Google acadêmico, Literatura da América Latina e 
Caribe – LILACS e Biblioteca Cochrane no sítio da 
Biblioteca Virtual em Saúde - BIREME, Scientifc 
Eletronic Library Online – SCIELO, foram consultados 
também dissertações e teses. 
Foram utilizadas na pesquisa, por meio de 
análise de publicações científicas, associações 
contemplando o tema Síndrome de Down, Hábitos 
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alimentares e Consumo alimentar. As palavras-chave 
utilizadas foram: Síndrome de Down, Alimentação e 
Nutrição, nas línguas português e inglês. Os critérios 
de inclusão incluíram ser artigo científico com 
disponibilidade do texto na íntegra, publicação em 
periódico revisado por pares, ano de publicação (2007 
a 2017). Todos os tipos de pesquisa foram 
considerados (revisão, estudos experimentais e 
estudos de caso). 
 
Síndrome de Down: Da História á Nutrição 
 
A síndrome de Down consiste em uma 
anomalia cromossômica definida pela cópia extra, do 
material genético do cromossomo 21, levando a uma 
distribuição cromossômica inadequada durante a fase 
de meiose. Em 1866, o médico inglês John Langdon 
Haydon Down publicou um relato que descrevia um 
grupo de indivíduos com deficiências intelectuais e 
características faciais semelhantes aos da raça 
mongólica. Em 1959, Lejeune descreveu pela primeira 
vez a causa dessas características como sendo três 
exemplares no cromossomo 21 (RUBIN; KILLEN 2010). 
Cada célula de um indivíduo comum possui 46 
cromossomos, que estão divididos em 23 pares, no 
indivíduo com Síndrome de Down, o par de número 21 
possui um cromossomo a mais, resultando em 47 
cromossomos. Existem três tipos de anomalias 
variantes na SD, a mais comum é a Trissomia do 
cromossomo 21 por não disjunção meiótica, que 
ocorre em cerca de 95% dos portadores, o segundo 
tipo é a translocação, afetando aproximadamente 3% 
dos portadores, e o terceiro tipo é conhecido como 
mosaico, com uma incidência de 2% (NUSSBAUM et al., 
2008). 
Alguns aspectos podem estar associados a 
ampliação da possibilidade do nascimento de um filho 
com SD, dentre eles podemos citar a idade materna de 
35 ou mais, pois a partir dessa idade, o risco de ter um 
filho com anormalidade cromossômica dobra a cada 
dois anos e meio, embora não seja descartado o 
nascimento de crianças com síndrome de Down entre 
mães jovens; a idade paterna de 45 anos ou mais; 
nascimento anterior de uma criança com SD ou outra 
anormalidade cromossômica; translocação 
cromossômica balanceada em um dos pais; e pais com 
desordens cromossômicas. No Brasil se apresenta na 
proporção de um a cada 600 e 800 nascimentos, 
independente de variáveis como etnia, gênero ou 
classe social (BRASIL, 2012; DAL BOSCO, 2011). 
O diagnóstico pré-natal é possivelmente 
realizado por meio de cariotipagem fetal. Existem 
ainda várias outras técnicas para um diagnóstico de 
forma não invasiva na realização do rastreamento da 
síndrome de Down desde os primeiros meses de 
gestação. Medidas de controle para essas doenças são 
feitas durante o pré-natal, pelo qual deve passar toda 
gestante, uma vez que pode ser identificado alguma 
anomalia e ser encaminhado para o pré-natal de alto 
risco (BRASIL, 2010). 
A síndrome de Down também pode ser 
diagnosticada após o nascimento da criança em razão 
do reconhecimento de seus principais fenótipos, como: 
hipotonia muscular generalizada, occipital achatado, 
pescoço curto e grosso, prega única na palma das 
mãos, comprometimento no comprimento e retardo 
mental. Nota-se ainda pouco conhecimento da 
patologia pelos familiares que nem sempre sabem que 
a criança é portadora desta síndrome, ou ainda, o que 
realmente é a SD, uma vez que, popularmente ainda é 
denominada de mongolismo (SICA, 2012). 
Os pacientes com síndrome de Down 
demonstram maior mortalidade nos primeiros anos de 
vida quando comparados com a população em geral, 
devido à frequência aumentada de malformações 
congênitas internas e variadas complicações clínicas. 
Por outro lado, a expectativa de vida desses pacientes 
cresceu a partir da segunda metade do século XX, em 
virtude dos progressos na saúde principalmente na 
área de cirurgia cardíaca, melhorias nos cuidados 
familiares, médicos e de reabilitação na infância. 
Estima-se que mais de 60% dessa população viverá 
mais que 50 anos, 44% chegarão aos 60 anos, e 14%, 
aos 68 anos (BRASIL, 2012; SANTOS, 2014). 
O alimento é presente em todas as fases da 
vida, no entanto, o padrão alimentar da população 
vem sofrendo modificações, onde nota-se o aumento 
do consumo de industrializados associado ao pouco 
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tempo que é dedicado ao preparo das refeições, 
levando a agravos a saúde, resultando em poucos 
cuidados em relação à promoção de hábitos saudáveis 
(AZEVEDO et al., 2014; FEITOSA et al., 2010). 
A importância de conhecer o consumo 
alimentar prende-se ao fato de existir relação positiva 
entre a dieta e o risco de morbidades. As dietas 
inadequadas, com elevado teor de lipídios, energia e 
carboidratos simples, devem ser consideradas fatores 
de risco para doenças crônicas. O consumo alimentar 
está relacionado tanto ao volume da ingestão 
alimentar quanto à composição e qualidade da dieta. 
Além disso, os padrões alimentares mudaram, 
explicando assim, o contínuo aumento da adiposidade 
na população. Podem-se observar as seguintes 
mudanças: pouco consumo de frutas ou hortaliças, 
aumento do consumo de guloseimas (bolachas 
recheadas, salgadinhos, doces) e refrigerantes, bem 
como a omissão do café da manhã. Esses hábitos 
atingem todas as parcelas da população, entre eles, os 
indivíduos com síndrome de Down (DAL BOSCO et al., 
2011). 
Com relação à alimentação, já nos primeiros 
anos de vida dos indivíduos com síndrome de Down 
verifica-se que suas habilidades alimentares são 
atrasadas se comparadas às outras crianças, quando 
bebês apresentam dificuldades na coordenação de 
sucção, deglutição e respiração, sendo muitas vezes 
necessário utilizar outras alternativas como 
alimentação nasogástrica ou gastrostomia. Outros 
fatores físicos também dificultam o processo de 
alimentação como a, pequena cavidade oral, protusão 
lingual, mandíbulas pequenas, dentição tardia ou 
inadequada, congestão nasal, mãos pequenas e dedos 
curtos (TRAHMS; OGATA, 2010). 
As crianças e adolescentes com esta síndrome 
apresentam características que podem influenciar a 
prática alimentar, e, consequentemente, o estado 
nutricional, como língua protusa, retardo mental, 
dificuldades de deglutição, alta suscetibilidade a 
infecções, taxa metabólico,basal reduzida e 
alterações da função tireoidiana. Ainda podem ser 
adicionados fatores modificáveis, como a interrupção 
precoce da amamentação e a rejeição pós-parto da 
criança, que comprometem o vínculo mãe-filho e 
acarretam um sentimento de culpa materno, podendo 
levar a uma superalimentação e a um ganho excessivo 
de peso. O excesso de peso é mais frequente em 
adolescentes e adultos e está associado ao aumento da 
prevalência de comorbidades (ZUCHETTO, 2011). 
Como essas crianças apresentam dificuldades 
na alimentação, estes tendem a recusar comer 
pedaços, dessa forma, muitas mães não mudam os 
hábitos alimentares de seus filhos por medo de 
complicações e por falta de orientações, mantendo a 
consistência inadequada dos alimentos, piorando o 
quadro alimentar de seus filhos (MOURA et al., 2009). 
Além disso, o consumo alimentar de crianças 
e adolescentes com SD, em alguns casos, apresenta-se 
inadequado em relação a alguns micronutrientes, 
como o zinco, repercutindo em alterações no sistema 
imunológico e no metabolismo dos hormônios da 
tireoide. É fundamental que a criança com SD possua 
uma rotina alimentar com adaptações às suas 
condições clínicas e que inclua a oferta precoce de 
alimentos variados e apropriados para sua idade e 
desenvolvimento (VILLAMONTE et al., 2010). 
Os cuidados com o esquema alimentar da 
criança com SD devem promover a prevenção das 
patologias já citadas. Dietas ricas em legumes, 
verduras e frutas cítricas, ou seja, com elevado teor 
de fibras, vitaminas e minerais, podem proteger os 
indivíduos de patologias que vão da constipação até 
cânceres de pulmão, boca, faringe, esôfago, estômago 
e intestino. Contudo, uma alimentação pobre em 
micronutrientes e ricas em gorduras, bem como altos 
níveis calóricos como os fast foods, está relacionada 
com um risco maior de desenvolver patologias como o 
câncer de intestino (MAICHAKI et al., 2014). 
Em relação aos aspectos ambientais, os 
fatores comportamentais relacionados aos hábitos 
alimentares e a prática de atividades físicas são 
extremamente importantes para o controle e 
manutenção da composição corporal dos indivíduos, 
resultando em uma melhor qualidade de vida de cada 
indivíduo (BERTAPELLI et al., 2011). 
O sedentarismo presente nessa população 
deriva da própria alteração genética que induz a uma 
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maior incapacidade física associada a hipotonia 
muscular, isso se dá tanto pelas alterações 
morfológicas que dificultam ação motora e 
inviabilizam uma atividade física sistemática como 
também pela visão da pessoa com síndrome de Down 
como alguém incapaz de praticar atividades inerentes 
ao cotidiano de pessoas sem a síndrome (CARVALHO et 
al., 2013; OLIVEIRA et al., 2012). 
As crianças com SD devem ser estimuladas a 
praticar exercícios físicos para favorecer o 
desenvolvimento da massa magra e auxiliar no gasto 
calórico. A atividade física caracteriza-se por qualquer 
movimento corporal produzido pela musculatura 
esquelética que resulte num gasto energético acima 
dos níveis de repouso (DAL BOSCO et al., 2011). 
O lazer fisicamente ativo e o exercício 
promovem melhora tanto do condicionamento 
cardiovascular como também na redução das medidas 
de circunferência, redução do IMC, colesterol, 
frequência cardíaca, sensibilidade a insulina, 
satisfação com o próprio corpo, sintomas de 
depressão, asma e melhoram o fluxo gastrointestinal 
(CORREA et al., 2011). 
 
CONCLUSÃO 
 
A partir das informações obtidas podemos 
concluir que, fazem-se necessários novos estudos 
sobre o público aqui abordado, permitindo uma 
avaliação clínica e prática, que demonstre possíveis 
formas de melhorar a alimentação e os hábitos 
alimentares de pessoas com Síndrome de Down. 
Essa população deve ter uma alimentação 
saudável, que garanta uma oferta de nutrientes 
adequada para sua idade e desenvolvimento, 
considerando as adaptações necessárias às suas 
condições clínicas. A avaliação e o acompanhamento 
nutricional são necessários para que as pessoas com 
síndrome de Down possam ter uma melhoria na 
qualidade de vida, no crescimento e desenvolvimento, 
prevenção de doenças e um envelhecimento saudável. 
As informações publicadas neste estudo 
apontam para a necessidade de realização de 
estratégias de educação nutricional voltadas para 
pessoas com síndrome de Down e seus cuidadores, vi-
sando à manutenção de um estado nutricional 
satisfatório e adequação do consumo alimentar. Além 
disso, reforça a importância de maior realização de 
pesquisas na área em nosso país, visto as dificuldades 
encontradas para elaboração do presente trabalho, 
com conclusões mais contundentes a respeito dos 
dados alimentares de pessoas com SD, o que 
possibilitaria intervenções mais efetivas por meio dos 
profissionais da saúde. 
 
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