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PATOLOGIA SISTEMA RESPIRATÓRIO

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PATOLOGIAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
ENFERMAGEM CLINICA
PNEUMOTORAX
É o acúmulo anormal de ar entre o pulmão e uma membrana (pleura) que reveste internamente a parede do tórax. Este espaço, que normalmente é virtual, se chama espaço pleural.
O ar, ao entrar entre o pulmão e a parede torácica, pode comprimir o pulmão e causar dificuldade para respirar. Além disso, quando o pneumotórax é grande, ele pode fazer com que o coração se desloque, levando a alterações nos batimentos do coração e, até, à morte.
Pode ser classificado como: espontâneo, traumático ou iatrogênico.
O pneumotórax espontâneo pode ser dividido em primário ou secundário, sendo: 
 
primário - aquele onde não se identifica uma doença pulmonar concomitante;
secundário – quando existe uma doença pulmonar associada, como o enfisema pulmonar, por exemplo.
O pneumotórax traumático é aquele que resulta de um traumatismo na região do tórax – ferimentos por faca, punhal, tiro de arma de fogo, pancadas por atropelamentos ou outros.
O pneumotórax iatrogênico acontece como resultado de algum procedimento médico, que tinha o intuito de auxiliar no diagnóstico ou no tratamento do paciente. Um pneumotórax iatrogênico pode ocorrer após a tentativa de se acessar uma veia do tórax ou do pescoço, por exemplo:
Dor torácica – referida em 90% dos casos;
Tosse – ocorre em 10% dos pacientes;
Encurtamento da respiração (falta de ar) – ocorre em 80% dos indivíduos;
Agitação
.Cansaço fácil;
Aceleração dos batimentos cardíacos pode ocorrer;
Coloração azulada da pele (cianose) devido à falta de ar;
De uma maneira geral, os sinais e sintomas supracitados variam conforme a magnitude do pneumotórax, ou seja, depende do volume de ar acumulado no espaço pleural. 
A presença de doença pulmonar prévia – bronquite crônica, por exemplo – também influi bastante.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Monitorizar os sinais vitais, verificar sinais de choque (por ex., PA baixa e taquicardia)
Observar as respirações do cliente (frequência e profundidade)
A ocorrência de alterações nos padrões respiratórios pode indicar agravamento da condição
Posicionar o cliente em posição semi fowler
Administra O2 SN, analgésicos, 
DT – manter curativo estéril no local da inserção do dreno, manter o fluxo livre e a integridade do sistema de drenagem fechada 
PNEUMONIA
Infecção do tecido pulmonar – pulmão.
Causas – agentes patogênicos (Vírus, bactérias e fungos), hipostática (falta de movimentação), aspiração de material estranho e introdução errônea de SNG.
Tipos – lobar ( um ou mais lobos), dupla (ambos os pulmões) ou broncopnemonia (distribuição em placas – focos).
Sintomas – dor torácica tipo pontada que intensifica com a respiração, dores musculares, taquipnéia, batimento de asas do nariz, mal estar,tosse (seca – produtiva, escarro amarelo esverdeado, podendo apresentar raias de sangue e hipertermia.
Tratamento – ATB, oxigênioterapia, medicações sintomáticas ( antitérmicos, analgésicos,...), nebulização, umidificação, tapotagem e drenagem postural. 
Complicações – atelectasia, derrame pleural, edema pulmonar, hipóxia, ICC, distensão abdominal, hipotensão,infecção generalizada e choque ( séptico, cardiogênico).
Cuidados de Enfermagem – manter ambiente umidificado,aquecido e limpo, CVS, realizar RX para acompanhamento, orientar repouso em posição Fowler, estimular o paciente a respirar profundamente e a tossir para expectorar, fornecer escarradeira e lenço, observar e registrar expectoração e estimular ingesta hídrica. 
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRONICA (DPOC)
Grupo de doenças associadas à obstrução crônica do influxo (circulação) de ar nos pulmões.
Compreende as seguintes patologias:
Bronquite
Asma 
Enfisema pulmonar 
BRONQUITE
Inflamação das membranas que revestem os brônquios e bronquíolos, com aumento da produção de muco.
Causas e Fatores Predisponentes – alergias, poluição, fumo, deficiência nutricional, infecções diversas, hereditariedade, clima frio e úmido.
Tipos:
Aguda – geralmente inicia com uma IVAS, atingindo o trato respiratório baixo, com aparecimento súbito e duração média de 1 semana.
Crônica – caracterizada por infecções recorrentes. Os sintomas desaparecem por algum tempo e retornam, podendo persistir durante anos e agravar-se, com sérias complicações respiratórias. 
Sintomas – tosse persistente e normalmente produtiva com expectoração muco-purulenta, espessa e de coloração amarelo esverdeada, crises mais frequentes pela manhã e em situações com dispnéia, estertores (roncos no peito), cansaço fácil e febre (pode ocorrer).
Complicações – bronquiectasia, enfisema pulmonar e diminuição da resistência orgânica. 
Tratamento – repouso durante a crise, broncodilatadoras (alívio do espasmo brônquico), anti-histamínicos, corticóides, umidificador, nebulização, tapotagem postural, mudança dos hábitos de vida, em alguns casos do local de trabalho, evitar fumo, clima frio e úmido. 
Cuidados de Enfermagem – manter ambiente úmido e aquecido, estimular expectoração com tapotagem e drenagem postural, registro de expectoração, incentivo e orientação de exercícios físicos, (CSV – FR e Tº), suporte emocional.
Broncodilatadores – quando uso EV – aplicação lenta (20min), com vigilância para SV. Medicação atua sobre vasos sanguíneos, promovendo vasodilatação, podendo levar ao choque por hipotensão
ASMA
Diminuição do calibre das ramificações dos bronquíolos, devido à:
Broncoespasmo – contração muscular do brônquio.
Edema mucoso
Produção excessiva de muco
Causas:
Fatores alérgicos
Infecções
Estresse
Sintomas:
Dispnéia
Tosse
Tratamento:
Aerossol – Nebulização (SF + Fenoterol)
Medicamentos: broncodilatadores Aminofilina EV – Adrenalina SC
Cuidados de Enfermagem = bronquite
Orientações:
Não fumar. Evitar ambientes com fumantes.
Evitar fatores alergênicos: tintas, solventes, inseticidas, desodorantes, odores fortes, ...
Ingerir bastante líquidos.
Evitar frio
Evitar contato com portadores de doenças respiratórias. 
ENFISEMA PULONAR
Dilatação permanente dos alvéolos, com perda da elasticidade pulmonar. Irreversível.
Causas:
Outras doenças respiratórias (bronquite, bronquiectasia);
Fumo;
Poluição;
Hereditariedade. 
Sinais e Sintomas
Fase inicial – perda gradual da função pulmonar; tosse produtiva aos esforços, infecções respiratórias frequentes, anorexia, perda de peso e cansaço fácil.
Avançado – deformação da caixa torácica (tórax de tonel – distensão pulmonar), cianose de extremidades, rosto avermelhado ou cianosado, deformação da ponta dos dedos (dedos baquetas de tambor. 
Diagnóstico
RX tórax
Espirometria
Gasometria
Tratamento
Aliviar os sintomas
Evitar o agravamento 
Complicações
Infecções supurativas agudas dos brônquios.
Sintomas – dispnéia intensa, hipertermia, escarro purulento, hipóxia, pneumotórax espontâneo (rompimento alvéolos).
ICC
Cuidados de Enfermagem = bronquite 
PLEURISIA
Conceito – Inflamação das pleuras pulmonares (parietal e visceral).
Pode ser seca ou com aumento do líquido pleural – DERRAME PLEURAL
Caso esteja infectado - EMPIEMA
Causas: complicação de outras enfermidades pulmonares – PNM, TBC, Neoplasia, Cirurgia tórax,... 
Sinais e Sintomas:
Dor semelhante a PNM,mas com maior intensidade – pode irradiar p/ ombro e abdomen; 
Respiração curta e superficial;
Tosse seca e dolorosa;
Febre e mal estar.
A medida que aumenta a quantidade de líquido diminui a dor e aumenta a dificuldade respiratória devido à compressão exercida sobre os pulmões. 
Tratamento:
Toracocentese - uma punção da cavidade pleural com uma agulha, para estudo bioquímico e citológico do líquido pleural e, também para tratamento com esvaziamento do líquido
Drenagem pleural
Tratamento etiológico 
CUIDADOS:
Posicionar o paciente sobre o lado afetado – alivia a dor e facilita a expansão do outro pulmão;
Cuidados com a drenagem torácica;
Estímulo a exercícios respiratórios;
CSV – FR e Tº;
Tapotagem e drenagem 
Controle de sinais de complicações – dispnéia, dor intensificada, calafrios,náuseas, cianose e choque;
Ambiente limpo e confortável. 
EMPIEMA
Conceito – Coleção de líquido infectado (pus) na cavidade pleural.
Causas – Abscesso pulmonar que se estende pela cavidade pleural. É incomum, mas pode ocorrer se o tratamento for tardio.
Sinais e Sintomas – febre, sudorese noturna, dor pleural, dispnéia, anorexia e perda de peso. Perda de sons respiratórios. 
Diagnóstico – raio X de tórax e toracocentese.
Tratamento: 
Antibióticos;
Drenar a cavidade pleural e atingir a expansão do pulmão.
Cuidados de Enfermagem
Exercícios de respiração e tosse
Cuidados com drenagens
CSV e demais cuidados de e outros problemas respiratórios 
HIPOXIA OU HIPOXEMIA
Conceito - Se refere a qualquer estado em que existe uma redução do oxigênio disponível aos tecidos.Pode ser causada pela redução na quantidade ou na saturação na hemoglobina.
Sintomas – alteração do estado mental semelhante a embriaguez (confusão, agitação, desorientação, letargia, coma), hipertensão, alterações frequência cardíaca.
Fadiga, sonolência, apatia, desatenção, tempo de reação retardado. 
AVALIAÇÃO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
Respiração Cheyne-Stokes 
Respiração profunda e ruidosa, com momentos de apnéia e diminuição gradual da profundidade e ritmo.
Sinal grave – indicativo de lesão cerebral, insuficiência renal, doenças cardíacas.
Tosse
Violenta exalação de ar. 
Causas: Normalmente por irritação do trato respiratório.
A tosse eficaz permite ao organismo expelir o excesso de muco, mantendo as vias aéreas limpas 
ATRIBUIÇÕES DA ENFERMAGEM
- Observar e comunicar o tipo de tosse e características da expectoração;
- Estimular o paciente a tossir eficazmente;
- Providenciar recipiente para o escarro;
- Orientar o uso do lenço;
- Orientar comprimir o tórax, ou em torno dele, se a tosse for dolorosa;
- Orientar ingesta hídrica;
- Elevar a cabeça e os ombros para facilitar a respiração;
- Obs. cuidados na administração do O2, se prescrito. 
Cianose
Suprimento diminuído de hemoglobina oxigenada.
Pele e/ou mucosas ficam de cor azulada indicando hipoxia.
Surge quando não ocorre oxigenação e o dioxido de carbono não é eliminado do sangue
Causas – frio intenso, colapso pulmonar (atelectasia), insuficiência cardíaca, problemas vasculares,...
Apnéia 
Ausência de respiração, parada respiratória.
Após 3 minutos grande possibilidade de lesão cerebral irreversível.
Hipóxia 
Refere-se a oxigenação inadequada das células.
Causas: suprimento de oxigênio insuficiente, perfusão insuficiente de oxigênio no sistema pulmonar ou em órgãos e tecidos periféricos, incapacidade do sangue de transportar oxigênio. 
Dispnéia - Dificuldade respiratória.
Causas – obstrução parcial do trato respiratório, doença pulmonar ou cardíaca, problemas circulatórios,...
Cuidados de Enfermagem – posicionar o paciente confortavelmente ( sentado ou em pé), com livre circulação de ar, afrouxar roupas e administrar O2, se prescrito
Bradipnéia – respiração lenta, abaixo do normal.
Cuidados de Enfermagem – atentar para nº de mrpm, não administrar sedativos, barbitúricos e hipnóticos.
Taquipnéia – respiração acelerada.
Pode ocorrer uma parada respiratória.
Causas - motivos fisiológicos (exercícios físicos intensos ou emoções fortes – descarga de adrenalina) e patológicos;
Epistaxe – sangramento nasal.
Causas – lesões mecânicas (principalmente em crianças), ressecamento da mucosa, uso prolongado de gotas nasais, hipertensão, problemas de coagulação (AAS).
Cuidados de Enfermagem – estender a cabeça do paciente, colocar compressas frias sobre o nariz, realizar compressão da narina, orientar o paciente a evitar tossir, registrar em prontuário aspecto e quantidade de sangue.
Hemoptise – expectoração de sangue.
Causas – doença pulmonar ou insuficiência cardíaca
Cuidados de Enfermagem – comunicar imediatamente o enfermeiro, registrar quantidade e aspecto, orientar repouso e proporcionar ambiente tranquilo. 
Ruídos respiratórios adventícios
Ruídos respiratórios anormais na presença de acúmulo de liquidos e muco. O líquido é audível sob a forma de extertores (creptação); o muco é ouvido sob a forma de roncos (gorgolejos) 
Hipoventilação
Frequência de ventilação insuficiente para suprir as necessidades metabólicas do organismo. Pode resultar em acidose respiratória, já que não ocorre a remoção do ácido (dióxido de carbono) quando a ventilação está diminuida.
Hiperventilação
Frequência de ventilação que excede as necessidades metabólicas do organismo, pode resultar em alcalose respiratória já que ocorre a eliminação dos ácidos (dióxido de carbono) em quantidades excessivas, permanecendo no sangue um excesso de base (bicarbonato) 
Acidose respiratória
Comumente provocada por hipoventilação que reduz a eliminação de CO2, em consequência um pH baixo. 
O sistema renal procura compensar o distúrbio retendo HCO3 (bicarbonato) para tamponar o ácido deslocando o pH para um valor neutro, esta compensação ocorre num período que vai de horas a dias
Alcalose respiratória
Esta condição é comumente provocada por hiperventilação, que aumenta a remoção de dióxido de carbono, que resulta em pH alto.
O sistema renal procura compensar o distúrbio, aumentando a eliminação de HCO3 (bicarbonato) a fim de manter um equilibrio entre HCO3 e CO2, e deslocando assim, o pH para um valor neutro; esta compensação ocorre num período que varia de muitas horas a dias 
SATURAÇÃO DE O2 OU OXIMETRIA DE PULSO
O oxigênio é essencial para a vida. Para que as funções corporais sejam executadas apropriadamente, o oxigênio deve estar presente em quantidades adequadas em todo os organismo.
 O nível de saturação desse gás mede a quantidade de oxigênio carregado pelo sangue. Quando esse valor está muito baixo, isso pode gerar consequências catastróficas
É por isso que hospitais monitoram essa saturação, juntamente com os batimentos cardíacos e a pressão arterial, com o intuito de determinar a condição em que se encontra o paciente.
Todas as idades devem ter SpO2 maior ou igual a 95%. 
A saturação de oxigênio é uma medida da quantidade de oxigênio no sangue, sendo 100% o máximo. 
Os níveis normais, medidos por um oxímetro de pulso, variam de 95 a 100%, com 90% sendo considerado baixo. 
OXIGENIOTERAPIA
Definição: Tratamento (administração) com O2.
Por cateter nasal
Máscara
Óculos nasal
Material:
O2 canalizado ou cilindro
Válvulas 1012 (controle da quantidade)
Umidificador 
Cuidados
Conferir a prescrição médica e instalar o cateter, conforme técnica;
Obs. – Medida do cateter – ponta da orelha até a asa do nariz.
Controlar o fluxo e umidificação de O2;
Trocar a água do umidificador 1x dia e o látex (ou extensor) conforme rotina
Precauções e Cuidados
O2 é medicação. Somente em emergência pode ser administrado sem prescrição médica. Em caso de emergência a enfermeira pode autorizar a instalação de O2.
Excesso – efeitos tóxicos sobre pulmões e SNC (depressão da respiração).
DPOC – o estímulo a respiração é uma diminuição do O2 sanguíneo e não à elevação.
Comporta combustão – risco de incêndio.
Avaliar: confusão mental, agitação, letargia, palidez, taquipnéia, taquicardia e hipertensão.
Equipamento - fonte de infecção cruzada (SCIH) – desinfecção correta.

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