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Educação Corporativa e Desenvolvimento de Competências

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EDUCAÇÃO CORPORATIVA 1 
Aula 6: A educação corporativa e a tese das polarizações ........................................................... 2 
Introdução ............................................................................................................................. 2 
Conteúdo ................................................................................................................................ 3 
Polarização das Competências ....................................................................................... 3 
Toyotismo e Fordismo ...................................................................................................... 4 
Universidades Corporativas ............................................................................................. 5 
O desenvolvimento de competências e a educação corporativa ........................... 7 
Diferentes perspectivas sobre o tema competências ................................................. 8 
Distintas visões sobre as competências ........................................................................ 9 
Crítica à pedagogia das competências........................................................................ 10 
Conclusão ......................................................................................................................... 11 
Atividade proposta .......................................................................................................... 13 
Referências........................................................................................................................... 13 
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 14 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 18 
Aula 6 ..................................................................................................................................... 18 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 18 
 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 2 
 
Introdução 
Nesta aula você estudará a tese da polarização, a qualificação profissional 
contrapondo as competências. Vamos olhar esses assuntos do ponto de vista 
da importância da educação corporativa para a formação continuada e 
desenvolvimento de competências dos colaboradores. 
 
Indicamos que realize as leituras sugeridas, uma vez que servem para ilustrar e 
aprofundar o assunto abordado em nossa aula. Esperamos instigar você para 
investigar na Internet leituras complementares que venham a enriquecer seus 
estudos. 
Vamos em frente e bons estudos! 
 
Objetivo: 
1. Apresentar as bases da tese da polarização e seu contraponto com o 
desenvolvimento de competências; 
2. Mostrar a contribuição da educação corporativa para o desenvolvimento de 
competências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 3 
Conteúdo 
Polarização das Competências 
 O avanço das universidades corporativas está relacionado às mudanças no 
mundo do trabalho e às necessidades de formação e capacitação de 
trabalhadores para o contexto em que a produção se encontra em pleno século 
XXI. As ações de educação corporativa estão crescendo, mas há questões ainda 
não resolvidas sobre a qualificação do trabalhador e que acabam reverberando 
nas iniciativas das Universidades Corporativas. 
 
A discussão em torno do capital e da exploração do trabalhador ainda não está 
solucionada. O quanto podemos avançar nos processos de educação dos 
trabalhadores sem sentimento de culpa por construirmos planos de ensino que 
atenderão ao sistema produtivo? E como podemos contemplar os anseios 
desses colaboradores por uma formação que lhe propicia autonomia, desperte 
sua cidadania, seu espírito criativo, e que em algumas situações podem estar 
fora do escopo de prioridades da empresa? 
 
Silva e Shneider (2014) salientam que os modelos de produção de massa 
taylorista e fordista foram confrontados por um modelo de produção mais 
flexível. Esse novo padrão (toyotismo) aproximaria a concepção, o controle e 
execução, acionando aos poucos as competências dos trabalhadores. 
 
Enfim, o toyotismo tem como uma de suas bases o trabalho cooperativo, a 
atividade em equipe, trabalhadores polivalentes e multifuncionais. Os 
profissionais conseguem ter uma visão plena do processo de produção e, 
portanto, podem intervir, resolver problemas, propor soluções etc. (HIRATA, 
2013). 
 
Henrique Nou Schneider 
Fonte: http://tinegociosse.com.br/ 
Acesso em: 18 de fev. 2015. 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 4 
 
O toyotismo tem como base a polivalência e a rotação de tarefas. O 
trabalhador tem uma visão do conjunto do processo do trabalho. 
 
Toyotismo e Fordismo 
Entendemos que para os padrões apresentados de produção é rígida a 
definição das funções e tarefas. 
 
Toyotismo 
O toyotismo tem uma proposta antagônica que propõe um parâmetro de 
flexibilização da produção e das tarefas. 
 
Entendemos que para os padrões apresentados de produção é rígida a 
definição das funções e tarefas. 
 
Fordismo 
Já o fordismo, por exemplo, tem regras de operação rigorosas, prescritas para 
que sejam seguidos pelo trabalhador, regulamentos que disciplinam a tarefa, 
considerando, inclusive, o aspecto comportamental, por exemplo, a prática 
profissional realizada em silêncio, sem comunicação entre os pares. Esse 
procedimento se contrapõe ao princípio do trabalho colaborativo proposto pelo 
toyotismo (HIRATA, 2013). 
 
Toyotismo 
Quadro 1 – Comparação entre os modelos taylorista e fordista X toyotismo 
 
Elaborador a partir das leituras de Hirata (2013 ) 
 
TAYLORISMO E FORDISMO TOYOTISMO 
SISTEMA DE PRODUÇÃO RÍGIDO SISTEMA DE PRODUÇÃO FLEXÍVEL 
FUNÇÕES DEMARCADAS PARA OS 
TRABALHADORES 
TRABALHADORES POLIVANTES E 
MULTIFUNCIONAIS 
TAREFAS INDIVIDUALIZADAS ATIVIDADES COLABORATIVAS 
 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 5 
A qualificação de trabalhadores sofre a influência desses modelos de produção 
e que se desdobram em dois padrões que podem ser identificados: o primeiro 
definido como qualificação formal para o modelo tradicional de produção; já o 
segundo identifica a qualificação tácita como prática do sistema flexível. 
 
É importante salientar que há empresas em que o modelo fordista de produção 
ainda é adotado. Contudo, existem as ilhas para a produção flexível. Sendo 
assim, os dois modelos podem coexistir dentro da mesma empresa, o que exige 
da Universidade Corporativa planejar ações educacionais de forma a atender 
essas duas realidades. 
 
Universidades Corporativas 
Os profissionais que atuam nas Universidades Corporativas e que precisam 
estar atentos às mudanças do mundo do trabalho, dos sistemas de produção e 
seus impactos para a empresa e seus negócios também carecem pensar os 
aspectos educacionais das ações que são traduzidas em: escolhas 
metodológicas; o tipo de abordagem que será adotada para a aprendizagem; 
tecnologias; parceiros; operacionalização de seus programas etc., inclusive, 
relevando o tipo de educação para o sistema de produção vigente. 
 
Um dos pontos que precisamos ressaltar é que com toyotismo a aprendizagem 
baseada no conhecimento tácito se tornou um ponto de discussão de 
estudiosos da educação e do mundo do trabalho. Há controvérsias entre o 
desenvolvimento de propostas de qualificação e o desenvolvimento de 
competências. Correntes teóricas se confrontam contra ou a favor de suas 
tendências. Cabe ao gestor da universidade corporativa e sua equipeanalisarem o contexto no qual a organização está inserida e buscar as melhores 
soluções, as mais inovadoras e que se adequem ao cenário. 
 
Os profissionais que atuam nas Universidades Corporativas e que precisam 
estar atentos às mudanças do mundo do trabalho, dos sistemas de produção, 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 6 
também devem estar atentos às ações educacionais e situações de 
aprendizagem que irão empreender. 
 
No caso da flexibilização da produção surgiu a necessidade de uma 
aprendizagem mais direcionada para a ação no chão de fábrica. Foi preciso 
rever a formação de trabalhadores para que se pudesse contar com 
profissionais polivantes e multifuncionais. 
 
Hirata (2013) distingue dois padrões de educação ajustados a esses sistemas 
produtivos: o primeiro é a educação formal (qualificação formal) mais ligada ao 
sistema de produção rígido, e o segundo, a qualificação tácita para o modelo 
flexível (toyotismo). Essa ambivalência traz para a pauta de nosso estudo a 
tese das polarizações das qualificações, ou seja, qualificações de alguns em 
detrimento de outros e o aparecimento do modelo de competências. 
 
Para que você possa entender melhor o que significa a tese da polarização das 
qualificações, imaginemos uma empresa de linha taylorista com dois grupos de 
trabalhadores. Um deles afastado das possibilidades e oportunidades de ser 
qualificado, e o outro grupo com colaboradores submetidos a uma série de 
programas educacionais e que se tornam qualificados para a produção. Logo, na 
mesma empresa, teremos coexistindo duas realidades: trabalhadores 
desqualificados e qualificados. 
 
Hirata (2013), em um de seus estudos sobre a tese da polarização das 
qualificações, explica que: 
 
O debate aberto por Braverman no inicio dos anos setenta em torno da 
desqualificação inelutável, gradual, progressiva como consequência do 
aprofundamento da divisão do trabalho no capitalismo teve uma de suas 
variantes consagradas durante um período relativamente longo: a tese da 
polarização das qualificações. Segundo essa tese, a modernização tecnológica 
estaria criando, de um lado, uma massa de trabalhadores desqualificados, de 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 7 
outro, um punhado de trabalhadores superqualificados. As novas tecnologias 
reforçariam a divisão do trabalho e a desqualificação da mão de obra. 
 
A tese da polarização das qualificações, simplesmente, apresenta um panorama 
no qual o antigo sistema produtivo fragmentava a força de trabalho. As 
tecnologias serviam de mola propulsora para que a empresa tivesse 
trabalhadores qualificados submetidos aos procedimentos formais de qualificação 
por meio de componentes organizados e explícitos, viabilizados pelas escolas, 
formação técnica e educação profissional. Por outro lado, crescia a massa de 
trabalhadores desqualificados dentro das empresas. 
 
Essa tendência sofre uma quebra nos anos 80, a partir do momento em que o 
novo sistema de produção inicia a requalificação dos trabalhadores e o ingresso 
da microeletrônica no chão de fábrica. Emergem as empresas qualificadoras, 
que, nesse momento, privilegiam conhecimentos e atitudes distintos das 
qualificações formais. Tratava-se do novo modelo emanado das indústrias 
japonesas 
 
Esse novo padrão industrial, ao tratar de forma mais flexível à produção, passou 
a valorizar a qualificação tácita (denominada de social ou informal), adotada para 
se implantar as novas tecnologias nas empresas. Assim, o modelo de polarização 
das qualificações foi suplantado pelo modelo de competências, um padrão pós-
taylorista. 
 
O desenvolvimento de competências e a educação corporativa 
Como pudemos ver em nossa aula, a mudança da polarização das qualificações 
para o modelo de competências foi uma transformação promovida com a 
entrada de novas tecnologias no sistema produtivo, a necessidade de inovação 
e um novo perfil de profissional polivalente. 
 
Para alguns autores, o novo modelo de produção tem suas dificuldades. Hirata 
(2013), por exemplo, aponta que a divisão de tarefas no chão de fábrica não é 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 8 
igual, os homens são demandados para muitas tarefas, enquanto as mulheres 
ocupam um segundo plano na produção. 
 
O espaço feminino, de forma geral, está crescendo em nossa sociedade e, hoje, 
a mulher já consegue ocupar postos significativos nas organizações, antes só 
ocupados por homens. Mas, sabemos que há muito que avançar, e isso 
depende das organizações, movimentos de trabalhadores e de políticas públicas 
que firmem o espaço da mulher no âmbito do trabalho em todos os espaços. 
 
Helena Hirata 
Fonte: http://recherche.parisdescartes.fr 
Acesso em: 19 de fev. de 2015. 
 
Diferentes perspectivas sobre o tema competências 
Entre nós especialistas há posicionamentos distintos sobre as oportunidades e 
dificuldades do sistema de produção flexível. No que se refere à questão das 
competências, Silva e Schneider (2014) ressaltam que essas controvérsias nos 
enriquecem no sentido de termos diferentes opiniões sobre o mesmo ponto e 
descobrirmos suas contribuições e contradições. 
 
Conheça a opinião de três grandes estudiosos do tema. 
 
Le Boterf alia a competência ao saber + fazer e a mobilização de um conjunto 
de recursos de personalidade do trabalhador para resolver um problema 
(RICARDO, 2012). 
 
Le Boterf 
Fonte: http://www.cibcsudaquitaine.net/ 
Acesso em: 19 de fev. 2015. 
 
Zarifian aborda a questão do uso das tecnologias e das competências como 
uma nova forma de qualificação, que desenvolveria as capacidades dos 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 9 
trabalhadores para o enfrentamento de situações inesperadas na produção 
(SILVA; SCHNEIDER, 2014). 
 
Zarifian (2003) salienta que o novo modelo teria sua atenção colocada não 
apenas nas qualidades que o trabalhador possui, mas também nas que ele 
poderia adquirir em um processo de produção qualificante. O novo conteúdo 
das qualificações promoveria a aquisição contínua de competência. Segundo o 
estudioso, competência é a capacidade de assumir responsabilidades frente a 
situações de trabalho complexas, aliada ao exercício sistemático de uma 
reflexividade no trabalho. 
 
Zarifian 
Fonte: http://philippe.zarifian.pagesperso-orange.fr 
Acesso em: 19 de fev. 2015. 
 
Marize Ramos (2014) sinaliza que esse é o momento em que surge a 
oportunidade para a valorização do conhecimento, recuperação do controle do 
saber e da produção pelo trabalhador. 
 
Marise Ramos 
Fonte: https://compartilharepsjv.files.wordpress.com 
Acesso em: 19 de fev. 2015. 
 
Distintas visões sobre as competências 
Como cada um desses estudiosos apresenta sua visão em torno do que 
consideram a questão das competências, vamos ver uma síntese com pontos 
principais sobre suas opiniões. 
 
 
 
 
 
 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 10 
 
Le Boterf (2003, p. 23) 
“Essa abordagem permite reencontrar o sujeito portador e produtor de 
competências”. 
 
“Diante das exigências incessantes de renovação e de adaptação dos produtos 
e serviços, e da necessidade de inovar, torna-se indispensável renovar os 
conhecimentos e as competências, colocando-se em situação de aprendizagem 
permanente”. 
 
Zarifian (2003, p. 137) 
“Competência é uma inteligência prática das situações, que se apoia em 
conhecimentos adquiridos e os transforma à medida que a diversidade das 
situações aumenta”. 
 
Marise Ramos (2014) 
“Esse deslocamento da qualificação para as competências no plano do trabalho 
produziu, no plano pedagógico, outro deslocamento, a saber: do ensino 
centrado em saberes disciplinares para umensino definido pela produção de 
competências verificáveis em situações e tarefas específicas e que visa a essa 
produção, que caracteriza a ‘pedagogia das competências’”. 
 
Crítica à pedagogia das competências 
Certamente, você deve estar começando a formar sua opinião sobre esse tema 
e terá a oportunidade de expressar suas conclusões. Mas, com certeza já 
sabemos que a questão das competências é um momento que irá perdurar no 
sistema produtivo e que as universidades corporativas terão que lidar com tal 
situação, criando programas educacionais direcionados para desenvolver as 
competências estratégicas para esse momento do sistema de produção. 
 
O que também intuímos por meio de nossas leituras é que há um jogo de poder 
do sistema que trabalha com a possibilidade de criar sempre mecanismos de 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 11 
maior ganho, mais lucro em tempo menor. O trabalhador, na verdade, tem que 
estar atento à essas variações do mercado e se manter atualizado 
permanentemente. Todavia, há uma questão, o trabalhador, o profissional 
produz apenas para o capital? Qual é o lugar de seu bem-estar, saúde, direitos 
e realizações? 
 
Em função dessas indagações é que Marize Ramos chama atenção e critica a 
pedagogia das competências, pois vê nessa proposta a exploração do 
trabalhador pelo capital, possibilidades de ganhos e formação, mas que 
atendem aos interesses do empresariado. Acredita que o modelo favorece as 
corporações, deixando de lado a educação básica e a profissionalização do 
trabalhador. 
 
Conclusão 
E qual é a posição das universidades corporativas diante das dicotomias 
apresentadas? 
 
Como você vê sua atuação e as escolhas que precisa realizar para 
operacionalizar os programas de educação corporativa? 
 
A educação corporativa tem alternativas muito interessantes entre suas 
possibilidades e limites, despertar a cidadania do trabalhador é essencial, a 
cidadania corporativa, mas a social também, pensar que as ações 
empreendidas e que os programas para o desenvolvimento de competências 
estratégicas para o trabalho, podem significar fidelização do trabalhador à 
organização, ou, então, a sua preparação para uma nova empresa, uma nova 
oportunidade de emprego ou sua melhoria profissional dentro da própria 
organização. 
 
No Brasil, as universidades corporativas estão crescendo a cada dia, mas 
também é verdade que ainda há aquelas que usam o título, colocam um site no 
ar e uma grade de cursos a distância e vídeoaulas e já se denominam 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 12 
universidades corporativas. Porém, não atendem diversos requisitos 
apresentados por Meister para a criação de uma unidade de aprendizagem 
denominada Universidade Corporativa e nem sequer empreende ações ou 
investimentos significativos em programas educacionais que façam a diferença, 
não mapeiam competências, não desenham os itinerários formativos, não 
desenvolvem um projeto político pedagógico ou criam espaços de salas de aula 
ou capacitam seu próprio corpo docente ou criam parcerias com universidades 
ou escolas técnicas. 
 
São ainda os setores de treinamento travestidos de falsas academias e que de 
fato não estão comprometidos com a educação do trabalhador e com as 
possibilidades ou com a diferença que possam fazer na vida desses 
profissionais e em suas carreiras. 
 
Esse é um bom momento para pensar se você quer realmente atuar na 
educação de trabalhadores nas organizações, refletir sobre aprendizagem ou se 
quer fazer do seu setor de treinamento mais um espaço físico bonito chamado 
de escola de líderes. 
 
Se não nos questionarmos sobre o papel das universidades corporativas e de 
sua gestão e equipe técnica, vamos praticar as mesmas ações de qualificação e 
desqualificação de trabalhadores cometidas pelo antigo modelo, a educação 
corporativa irá perder sua oportunidade de abrir espaços reais, irá reduzir seu 
campo de atuação e a prática da gestão do conhecimento perderá sua validade 
e suas possibilidades de ajudar a criar o conhecimento organizacional e ao 
mesmo tempo, desenvolver os profissionais para produzir conhecimentos e 
desenvolver seu aspecto social, levando em consideração sua integração no 
mundo em que vive. 
 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 13 
Atividade proposta 
Hora de pararmos para refletir sobre tudo o que aprendemos e expressar o que 
apreendemos depois de todas as leituras e atividades realizadas. Vamos 
retomar a nossa reflexão em torno do filme Tempos Modernos. 
 
Responda: Qual é o papel do educador no espaço empresarial? 
 
Chave de resposta: Certamente, o educador engajado no espaço empresarial 
tem o compromisso com o desenvolvimento de ações educacionais direcionadas 
para que sejam atingidos os objetivos estratégicos da organização. Contudo, o 
aspecto da humanização dos postos de trabalho é fundamental nas empresas 
atuais. Esse é um aspecto a ser considerado quanto ao papel social da 
educação no espaço do trabalho e quanto mais o trabalhador se sentir acolhido 
melhor irá aprender, mais ele irá se desenvolver e, hoje, a retenção de talentos 
se tornou fundamental para as organizações diante do apagão de mão de obra. 
 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre a tese da polarização das qualificações e 
sobre a história do sistema produtivo, assista aos vídeos 
disponíveis em nossa galera de vídeo. 
 
Referências 
HIRATA, H. Da polarização das qualificações ao modelo da competência. In.: 
FERRETI, C.J. et al.( Orgs.). Novas tecnologias, trabalho e educação: um 
debate multidisciplinar. Petróplis: Vozes, 2013. p. 128-142. 
LE BORTERF, Guy. Desenvolvendo a competência dos profissionais. Porto 
Alegre: Artmed, 2007. 
RAMOS, M.N. Pedagogia das Competências. Disponível em: 
http://www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/pedcom.html. Acessado em: 10 
nov 2014. 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 14 
RICARDO, E.J. Educação corporativa e aprendizagem: as práticas 
pedagógicas na era do conhecimento. Qualitymark: Rio de Janeiro, 2012. 
SILVA, A.P.; SCHNEIDER, H.N. Reflexões sobre a utilização das 
tecnologias da informação e da comunicação em programas de 
educação corporativa. Disponível em: 
http://scientiaplena.org.br/sp/article/download/131/22. Acessado em 10 nov. 
2014. 
ZARIFIAN, P. O modelo de competência: trajetória histórica, desafios atuais 
e propostas. São Paulo: Senac SP, 2003. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Marque a opção que indica um dos antigos modelos de produção adotadas no 
sistema produtivo: 
a) Toyotismo 
b) Neotoytismo 
c) Neofordismo 
d) Fordismo 
 
Questão 2 
Marque a opção correta: 
a) O modelo de produção taylorista se manteve como um sistema de 
produção de massa até o surgimento do fordismo como um modelo 
diferenciado de produção. 
b) O toyotismo aproxima as fases de concepção, controle e execução no 
sistema de produção. 
c) O fordismo tem como característica o trabalho multifuncional. 
 
Questão 3 
Coloque F para as sentenças falsas e V para as verdadeiras. 
I. O toyotismo tem como uma de suas bases o trabalho cooperativo. 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 15 
II. Um dos fundamentos do toyotismo propõe a adoção de profissionais 
polivalentes. 
III. Os trabalhadores do sistema toyotista tem uma visão fragmentada do 
processo de produção. 
IV. O toyotismo propõe que o trabalhador passe no seu cotidiano do trabalho 
pela rotação de tarefas no sistema de produção. 
A sentença correta é: 
a) I – V; II – V; III – F; IV – V. 
b) I – F; II – V; III – V; IV – F. 
c) I – F; II – F; III – F; IV – V. 
 
Questão 4 
Analise as afirmativas: 
I - Os sistemas de produção tayloristae fordista possuem como característica a 
rigidez. 
II - Os sistema fordista e taylorista se baseiam na individualização das tarefas. 
III - Há empresas que conciliam o sistema tradicional e o novo modelo, usando 
ilhas de produção flexível. 
Marque a alternativa correta: 
a) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. 
b) Nenhuma das afirmativas está correta. 
c) Todas as afirmativas estão corretas. 
d) Todas estão incorretas. 
 
Questão 5 
Marque falso ou verdadeiro: 
Ao relacionarmos os termos qualificação e polarização das competências, 
podemos afirmar: 
a) C; C; Q, Q 
b) C; Q; Q, C 
c) Q; C; Q, C. 
 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 16 
Questão 6 
Marque falso ou verdadeiro: 
Ao relacionarmos os termos qualificação e polarização das competências, 
podemos afirmar: 
( ) A) Hirata (2013) distingue dois padrões de educação ajustados a 
esses sistemas produtivos: o primeiro é a educação formal e o 
segundo ao modelo de especialização flexível. 
( ) A qualificação formal está ligada ao sistema de produção rígido e a 
polarização das competências à qualificação tácita ( toyotismo). 
( ) Se com o fordismo temos uma massa desqualificada de trabalhadores, 
no modelo flexível encontramos um grupo de trabalhadores altamente 
qualificados. 
 
Questão 7 
Observe as sentenças abaixo: 
I. O modelo de competências foi uma transformação promovida com a entrada 
de _______________________no sistema produtivo. 
II. É bom conhecer __________________perspectivas sobre o tema 
competências. 
III. A divisão de tarefas não é igual no _____________, os homens são 
demandados para muitas ____________, enquanto as mulheres ocupam um 
segundo plano na__________________________. 
A palavras que correspondem as lacunas são: 
a) I. novas tecnologias; II. diferentes; III. chão de fábrica, tarefas, 
produção. 
b) I. diferentes tarefas; II. novas; III. chão de fábrica, tarefas, gestão. 
c) I. teorias capitalistas; II. tradicionais; III. chão de fábrica, tarefas, 
produção. 
 
Questão 8 
Preencha com C (certo) ou E (errado) para as sentenças abaixo: 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 17 
I. Zarifian trata a questão do uso das tecnologias e das competências como 
uma nova forma de qualificação. 
II. Para Zarifian (2003) competência é a capacidade de assumir 
responsabilidades frente a situações complexas. 
III. Segundo Zarifian ( 2003) os trabalhadores não conseguiriam com o novo 
modelo resolver problemas inesperados. 
a) I – C; II – E; III – E. 
b) I – C; II – C; III – E. 
c) I – E; II – C; III – C. 
 
Questão 9 
Relacione as visões sobre competências aos seus autores; 
(L) Le Boterf 
(Z) Zarifian 
(M) Marise Ramos 
I. ( ) Houve um deslocamento do ensino centrado em saberes disciplinares para 
um ensino definido pela produção de competências. 
II. ( ) Competência é uma inteligência prática das situações que se apoia em 
conhecimentos adquiridos e os transforma à medida que a diversidades das 
situações aumenta. 
III. ( ) Essa abordagem permite reencontrar o sujeito portador e produtor de 
competências. 
A sequencia correta é: 
a) I – M; II – Z; III – L. 
b) I – B; II – M; III – Z. 
c) I – L; II – B; III – L. 
 
Questão 10 
Marque a alternativa incorreta. Diante do cenário das Universidades 
Corporativas e seu compromisso com o desenvolvimento de competências e a 
educação do trabalhador, podemos afirmar que: 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 18 
a) Ainda há no Brasil setores de treinamentos que não se transformaram 
em universidades corporativas e que se denominam como tal. 
b) Está havendo um retrocesso nas universidades corporativas no Brasil. 
Desde o início da pedagogia das competências as universidades 
corporativas diminuíram. 
c) Uma das possibilidades das Universidades Corporativas é desenvolver 
profissionais para produzir conhecimento, levando em consideração seu 
ser social, auxiliando em sua integração no mundo em que vive. 
 
Questão 11 
São possibilidades de atuação das universidades corporativas diante da 
dicotomia homem e trabalho: 
I. Despertar o trabalhador para o seu papel de cidadão na sociedade. 
II. Preparar o profissional para uma melhoria dentro da organização. 
III. Desenvolver programas educacionais que estimulem a fidelização do 
trabalhador à empresa. 
a) Todas as afirmativas estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Nenhuma das afirmativas está correta. 
 
Aula 6 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - D 
Justificativa: O fordismo é o antigo padrão do sistema de produção em que as 
tarefas são rigidamente estabelecidas e prescritas para serem seguidas. 
Inclusive, tal modelo de produção interferia no comportamento dos 
trabalhadores não estimulando o trabalho colaborativo. 
 
 
 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 19 
Questão 2 - B 
Justificativa: Como vimos em nossas aulas, o fordismo não foi o modelo novo 
que surgiu, mas o toyotismo, que inclusive trazia a proposta do trabalho 
multifuncional. 
 
Questão 3 - A 
Justificativa: A afirmativa III é falsa, pois os trabalhadores do sistema toyotista 
tem uma visão global do processo de produção. 
 
Questão 4 - D 
Justificativa: Todas as respostas indicam características dos distintos sistemas 
de produção. Inclusive, a convivência em uma mesma organização de um 
modelo misto de produção. 
 
Questão 5 - B 
Justificativa: A qualificação tácita é uma das características do modelo de 
competências que se contrapõem ao padrão formal de qualificação realizado 
pelas escolas, cursos técnicos e profissionalizantes. No modelo por 
competências os trabalhadores são requalificados, enquanto no modelo de 
polarização das qualificações somente um grupo é qualificado e os demais são 
desqualificados. 
 
Questão 6 - V, V, V 
Justificativa: Como foi possível compreender, a qualificação tácita que é uma 
das características do modelo de competências que se contrapõem ao padrão 
formal de qualificação realizado pelas escolas, cursos técnicos e 
profissionalizantes. 
 
Questão 7 - A 
Justificativa: No segundo tópico de nossa aula pudemos observar que as novas 
tecnologias formam a base do novo sistema produtivo. Esse novo modelo 
promoveu discussões e diferentes perspectivas sobre o tema competências, 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 20 
inclusive sobre a divisão do trabalho, sendo que nesse padrão os homens 
seriam mais aproveitados para muitas tarefas, e as mulheres assumiriam outras 
tarefas em segundo plano na produção. 
 
Questão 8 - B 
Justificativa: A afirmativa III está incorreta, pois, para Zarifian, os trabalhadores 
com o novo modelo, o uso das tecnologias e o desenvolvimento de 
competências está preparado para resolver problemas inesperados. 
 
Questão 9 - A 
Justificativa: A sequencia I corresponde à Marise Ramos, a II a Zarifian e a II a 
Le Boterf. 
 
Questão 10 - B 
Justificativa: A resposta B está incorreta, pois na verdade as universidades 
corporativas estão em expansão. 
 
Questão 11 - A 
Justificativa: Todas as respostas estão corretas, pois a Universidade Corporativa 
também tem um compromisso com o trabalhador e com o desdobramento de 
suas ações educacionais no desenvolvimento desse colaborador.

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