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Aula 07

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EDUCAÇÃO CORPORATIVA 1 
Aula 7: A educação corporativa e a qualificação do trabalhador do ponto de vista da educação 
emancipatória ............................................................................................................................... 2 
 ............................................................................................................................. 2 Introdução
 ................................................................................................................................ 3 Conteúdo
Educação continuada e a qualificação de trabalhadores .......................................... 3 
Conceito de qualificação profissional............................................................................ 3 
Friedmann X Naville .......................................................................................................... 4 
Processo de aprendizagem ............................................................................................. 5 
O Ministério do Trabalho e a qualificação profissional .............................................. 5 
Universidades corporativas .............................................................................................. 6 
Certificações ....................................................................................................................... 7 
Entendendo as UCs ........................................................................................................... 7 
A interface com a educação emancipatória ................................................................ 8 
Pensamento de Marx sobre emancipação ................................................................... 8 
Pensamento de Silva sobre emancipação .................................................................... 9 
O compromisso da educação emancipada ................................................................. 9 
Prática educacional ......................................................................................................... 10 
Pedagogia emancipatória .............................................................................................. 11 
Pedagogia da omissão .................................................................................................... 12 
Humanizar a empresa ..................................................................................................... 12 
Atividade proposta .......................................................................................................... 13 
........................................................................................................................... 13 Referências
 ......................................................................................................... 14 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 17 
 ..................................................................................................................................... 17 Aula 7
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 17 
 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 2 
 
Introdução 
Nesta aula, você estudará a educação corporativa e a qualificação do 
trabalhador do ponto de vista da educação emancipatória. 
 
Seja bem-vindo e vamos em frente! 
 
Bons estudos! 
 
Objetivo: 
1. Discutir a educação do trabalhador do ponto de vista da qualificação de 
trabalhadores e das formas de educação corporativa e continuada; 
2. Mostrar a relação entre educação corporativa e sua interface com a 
educação emancipatória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 3 
Conteúdo 
Educação continuada e a qualificação de trabalhadores 
Como já vimos na aula anterior, a qualificação profissional (ou qualificação do 
trabalho) está relacionada aos sistemas de produção rígidos que demandam 
uma educação formal oferecida por escolas, cursos técnicos ou 
profissionalizantes. Porém, atualmente, as empresas têm buscado, cada vez 
mais, o desenvolvimento de competências estratégicas e investir em processos 
de educação continuada de seus colaboradores. 
 
Para Deluiz (2014), o tema qualificação aparece nos anos de 1980 na Europa e, 
no Brasil, nos anos de 1980 e 1990. Porém, na década de 90, o tema assume 
relevância para a agenda de governos, empresários, sindicatos e mídia, que o 
consideram como um caminho para solucionar os problemas de mercado de 
trabalho. 
 
Conceito de qualificação profissional 
Se você tivesse que conceituar o que é qualificação profissional, como definiria? 
Podemos dizer que há distintas visões sobre o que venha a ser a definição de 
qualificação profissional. 
 
Segundo a leitura de Deluiz (2014), são destacadas duas definições de teóricos 
renomados: Friedmann e Naville. 
 
Friedmann 
 
Para Friedmann, a qualificação do trabalho está “relacionada ao conteúdo do 
trabalho e a complexidade da tarefa”, e a qualificação do trabalhador se refere 
“à posse de saberes e tempo de formação” (DELUIZ, 2014). 
 
Deluiz (2014) critica a visão de Friedmann, uma vez que ele vincula as 
definições aos processos e progressos técnicos e, também, às mudanças 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 4 
organizacionais, limitando “a qualificação para os postos de trabalho a uma lista 
de tarefas” e a “qualificação do trabalhador a uma lista de atributos pessoais”. 
 
Naville 
 
Para Naville, “é um processo e um produto social que decorre, por um lado, da 
relação e das negociações tensas entre capital e trabalho, e, por outro, de 
fatores socioculturais que influenciam o julgamento e a classificação que a 
sociedade faz sobre os indivíduos” (DELUIZ, 2014). 
 
Dentro dessa perspectiva de Naville, a definição de qualificação depende do 
jogo de forças que ocorrem entre o sistema de produção (a indústria) e o 
trabalhador (indivíduo). Há também os fatores tempo e espaço, que influenciam 
em tal questão e que estão relacionadas à cultura, política, condições sociais e 
econômicas, e que podem delimitar os critérios para definir o que é um 
trabalho qualificado (DELUIZ, 2014). 
 
Friedmann X Naville 
Veja o quadro comparativo entre Friedmann e Naville sobre qualificação: 
 
Friedmann 
 
• Classificação em qualificação do trabalhado e qualificação do trabalhador; 
• Qualificação profissional depende de mudanças, processos e progressos 
técnicos e mudanças organizacionais. 
 
Naville 
 
• Qualificação definida de acordo com o contexto (cultura, política, condições 
sociais e econômicas). Ela é influenciada pelo tempo e espaço; 
• Qualificação é um processo. 
 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 5 
Quadro organizado a partir das leituras de Deluiz (2014). 
 
Processo de aprendizagem 
Um dos pontos que devemos estar atentos é que a qualificação profissional 
pressupõe a participação em cursos, avaliação e certificação, ou seja, que o 
trabalhador se submeta a um processo de aprendizagem. Os cursos devem 
apresentar carga horária e grade curricular com o conjunto de disciplinas 
(conteúdos) que o embasem teoricamente e ofereçam subsídios para a prática 
(RICARDO, 2012). 
 
O Ministério do Trabalho e a qualificação profissional 
A questão da qualificação profissional tem sido alvo de debates há anos. 
Inclusive, esse é um tema permanente em função da abertura e manutenção 
dos postos de trabalho. O Ministério do Trabalho e Emprego – MTE tem política 
pública para emprego e qualificação denominada Plano Nacional de Qualificação 
Profissional – PNQ. Vamos ler o que o MTEdeclara sobre o PNQ: 
 
“A política pública de qualificação desenvolvida no âmbito do Ministério do 
Trabalho e Emprego – MTE promove gradativamente a universalização do 
direito dos trabalhadores à qualificação, com vistas a contribuir para o aumento 
da probabilidade de obtenção de emprego e trabalho decente e da participação 
em processos de geração de oportunidade de trabalho e renda, inclusão social, 
redução da pobreza, combate à discriminação e diminuição da vulnerabilidade 
das populações”. 
Fonte: http://www3.mte.gov.br/pnq/ 
 
As políticas públicas existem para auxiliar milhares de trabalhadores, escolas e 
cursos profissionalizantes, mas o apagão de mão de obra no Brasil continua. 
Em relação à certificação profissional, leia a definição do MTE: 
 
“A certificação profissional pode ser entendida como o reconhecimento formal 
dos saberes e práticas do(a) trabalhador(a) desenvolvidos na experiência de 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 6 
vida, de trabalho, na escola ou em programas de qualificação social e 
profissional. Seu sentido consiste em tornar-se uma estratégia para promover a 
formação continuada e ao longo da vida e para ampliar as oportunidades de 
acesso do(a) trabalhador(a) brasileiro(a) ao mundo do trabalho”. 
 
Fonte: http://www3.mte.gov.br/pnq/proposta_governamental.pdf 
 
Universidades corporativas 
Como foi possível verificar anteriormente, a questão do reconhecimento formal 
por instituições credenciadas dos saberes e práticas do trabalhador submerge 
por meio da certificação, que pode ser realizada por uma instituição de ensino 
formal ou por entidades formadoras (Sistema S) e organismos acreditados. 
 
Exatamente trinta e duas universidades corporativas participaram de uma 
pesquisa realizada por Ricardo (2012) sobre as práticas pedagógicas e 
educação corporativa na era do conhecimento, a qual revelou a importância 
que a certificação tem para os programas educacionais empreendidos pelos 
próprios centros universitários. O estudo apresenta a preocupação das 
universidades corporativas com a qualidade dos cursos ministrados e o impacto 
de seus empreendimentos em EC. 
 
Conheça algumas opiniões de universidades corporativas que participaram da 
pesquisa e expressaram suas opiniões sobre a certificação (RICARDO, 2012, p. 
77). 
 
• [...] Estimula o empregado no gerenciamento de carreira e no 
desenvolvimento pessoal e profissional. 
• [...] Os cursos são necessários ao progresso na carreira. 
• [...] Certificação é utilizada para comprovar o conhecimento adquirido pelo 
profissional por meio da educação junto à instituição e à sociedade. 
• [...] Aumento na confiabilidade do cliente final na empresa que possui 
colaboradores e na sociedade. 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 7 
Certificações 
Para essas empresas, a certificação significa reconhecimento, confiabilidade e 
qualidade em torno da força de trabalho que compõe a corporação. É 
interessante, também, saber quem são as instituições que certificam e os 
percentuais envolvidos. 
 
Como é possível observar no gráfico, as que mais certificam, primeiramente, 
são as universidades públicas; em segundo, as instituições de ensino privado e, 
depois, as próprias UCs (RICARDO, 2012). 
 
A certificação é uma questão relevante para as UCs, que, apesar de serem 
unidades de educação corporativa, não são instituições de ensino, nem 
organismos formadores ou credenciados. Enfim, os investimentos são 
crescentes em educação continuada e, para qualificar profissionalmente um 
trabalhador, são construídas parcerias com instituições certificadoras. 
 
Entendendo as UCs 
O trabalho de uma UC é desafiador. Ela precisa desenvolver as competências 
estratégicas para os negócios da organização, preparar um profissional 
polivalente para responder às novas exigências das empresas e, ao mesmo 
tempo, ter um olhar para a humanização dos postos de trabalho. 
 
Com a oportunidade de oferecer educação continuada aos colaboradores da 
organização, as UCs, frequentemente, precisam negociar suas atividades com 
as instituições de ensino; essas negociações incluem: revisões curriculares, 
desenvolvimento de estudos sobre aprendizagem, fomentação de pesquisas e 
uma série de atividades complementares para avançar e sanar os gaps de 
formação dos profissionais da empresa. 
 
Na atualidade, a educação corporativa nas políticas de recursos humanos está 
vinculada, na maioria dos casos, ao desenvolvimento de recursos humanos, que 
se tornou um item valioso para a retenção de talentos nas organizações e, 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 8 
principalmente, para as novas gerações que não se sentem compromissadas 
com suas permanências na organização. Agora, educação significa fidelização 
do trabalhador à empresa. 
 
As universidades corporativas enfrentam os desafios da humanização dos 
postos de trabalho através da educação e da fidelização de trabalhadores. 
 
A interface com a educação emancipatória 
Antes de adentrarmos na relação entre educação corporativa e educação 
emancipatória, vamos esclarecer o que significa educação emancipatória. 
Alguns teóricos, como Marx, Adorno, entre outros, discutiram o conceito de 
emancipação com profundidade. Marx, por exemplo, relacionava a questão da 
emancipação às dimensões política e humana. 
 
Karl Marx - “Nasceu em 1818, em Trier, sul da Alemanha (então Prússia) e 
morreu em 1883, em Londres. O pensador alemão foi um dos mais influentes 
de todos os tempos. Investigou a mecânica do capitalismo e previu que o 
sistema seria superado pela emancipação dos trabalhadores. No século XX, o 
pensamento de Marx foi submetido a numerosas interpretações, agrupados sob 
a classificação de marxismos.” 
 
Pensamento de Marx sobre emancipação 
Vamos expandir nosso estudo sobre esse tema. Sendo assim, que tal entender 
o que Marx pensava sobre emancipação? 
 
Marx relacionava a emancipação à liberdade, tanto como prática quanto como 
direito. Porém, a sociedade burguesa manteria um jogo de poder que colocaria 
em xeque o direito e a liberdade, e imporia seus limites. O trabalhador 
envolvido pelos sistemas de exploração e alienação estaria intrincado por uma 
falsa perspectiva de liberdade, uma vez que seria submisso ao capital através 
do trabalho. Essa filosofia burguesa se contrapõe às dimensões universalistas 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 9 
de emancipação da humanidade, solidariedade e do social preconizadas por 
Marx (BORGES, 2014). 
 
Pensamento de Silva sobre emancipação 
Agora que você já conhece o pensamento de Marx sobre emancipação, vamos 
estudar a visão de Silva (2014) sobre este tema. 
 
Emancipar-se, assumir a liberdade, não se sujeitar mais a outrem, seguir seu 
próprio caminho, desatar as amarras que prende e impede o homem de ser 
livre. A emancipação tem a ver com a assunção do protagonismo e tomada de 
decisões a partir de seus princípios e concepções. [...] Subjacente a essa ideia, 
ser emancipado pode ser a condição de andar com suas próprias pernas, não 
ser tutelado por interesses alheios, promover entendimentos e constituir 
opiniões sobre sua inserção no mundo [...]. 
 
O compromisso da educação emancipada 
Portanto, a educação emancipatória teria o compromisso de criar condições de 
inclusão dos que estariam afastados de condições dignas de vida, mesmo 
perante tanto avanço das ciências e tecnologias de produção. 
 
Porém, a emancipação pressupõe que os indivíduos entendam que são sujeitos 
de direitos conquistados com esforços próprios (SILVA, 2014). Na atualidade, 
os processos emancipatórios já são diferentes. Para Silva (2014), a 
emancipação significa o contraponto a tudo que desqualificaa vida e que 
prioriza os interesses do capital. 
 
Isso não representa ser contra a produção, mas, sim, pensar no bem-estar 
social da maioria, vivendo em uma sociedade em que possamos ser livres, sem 
oprimidos e opressores. Um estado de igualdade e de felicidade social. 
 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 10 
Logo, a educação emancipatória tem um compromisso com a libertação do 
indivíduo, com seu bem-estar social. Estamos falando de uma educação que 
valoriza o ser humano. 
 
Que tal lermos a definição de educação emancipadora de Silva (2014) e 
ampliarmos um pouco mais o nosso estudo? 
 
A educação emancipadora é aquela que se relaciona com pensamentos e ações 
que tornam as pessoas mais felizes, em que a produção material seja 
distribuída ou oportunizada a todos (SILVA, 2014). 
 
Prática educacional 
A emancipação é relacionada à liberdade, autonomia. Ao realizarmos uma 
educação que ajude os indivíduos a exercerem a cidadania, a descobrirem seus 
próprios valores e a construírem a sua própria identidade, libertos da opressão, 
contribuímos consideravelmente para uma sociedade mais solidária. 
 
Mas como isso se traduz na prática educacional? 
 
Freire (2004) destaca, primeiramente, o respeito ao educando, à sua dignidade 
e à sua identidade. O educador necessita conhecer e compreender o educando, 
além de adotar uma prática docente que seja coerente com o saber do seu 
aluno. 
 
Um dos pontos que podemos tratar é sobre a capacidade criadora. Se o 
trabalhador do passado era o reprodutor, o colaborador da empresa atual é o 
que está comprometido com a criação do conhecimento na organização e com 
o compartilhamento de seus conhecimentos e suas práticas. Portanto, as ações 
educacionais no ambiente empresarial que tem uma visão da educação 
emancipatória precisam colocar em destaque os seguintes princípios: 
 
Autonomia do aluno; 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 11 
Estímulo à criatividade; 
 
Incentivo ao exercício da cidadania; 
 
Educação para a liberdade. 
 
Se as empresas esperam por profissionais críticos e pensantes, capazes de 
responder aos problemas cotidianos do trabalho, então, é imperativo que os 
programas educacionais instiguem o espírito crítico e reflexivo, em qualquer 
que seja o itinerário formativo que o trabalhador venha a cumprir. 
 
A empresa pode ser também um espaço de educação; mas, é preciso que seus 
dirigentes tenham consciência que é um investimento de médio e longo prazo, 
e que seus resultados, mensuráveis ou não, precisam impactar positivamente 
na vida do trabalhador. Talvez essa seja a fórmula da retenção de talentos. 
Uma educação empresarial que emancipa o trabalhador e respeita suas 
individualidades e capacidades torna a empresa em um espaço de 
aprendizagem e de construção do conhecimento, além de dar-lhe a liberdade 
de se sentir parte, verdadeiramente, do corpo da empresa. Isso é evidenciado a 
partir do momento em que o colaborador pode refletir sobre a empresa, buscar 
soluções, responder a questões que, talvez, sem um espírito inventivo, não se 
chegasse a uma inovação, a um novo produto ou serviço. 
 
Pedagogia emancipatória 
A educação emancipatória no espaço empresarial torna a empresa em um 
ambiente de aprendizagem e de construção do conhecimento. É preciso que as 
empresas percebam que o trabalhador da atualidade é um pensador, criador de 
conhecimento. 
 
Nas organizações, devem existir espaços alternativos para a aprendizagem, ou 
seja, uma educação corporativa que quebre a lógica dos conteúdos lineares e 
de salas de aulas tradicionais. 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 12 
Podemos dizer que, além de promovermos uma pedagogia emancipatória no 
espaço das universidades corporativas e adotar leituras de teóricos, como Paulo 
Freire, como a base de tais propostas, precisamos fazer uma releitura de tais 
teorias à luz do século XXI e do contexto atual do país e do mundo. 
 
Pedagogia da omissão 
Também temos o compromisso contra a pedagogia da omissão. Mas, que 
prática é essa? 
 
A pedagogia da omissão é perversa, prima-irmã da pedagogia do oprimido. Ela 
é capaz de gerar pessoas incapazes de pensar, criar, contestar e, até mesmo, 
de apresentar respostas a problemas cotidianos. Esses indivíduos são vítimas 
daqueles que, hoje, se revestem de uma imagem de educadores democráticos, 
pois é bom dizer que é democrático (RICARDO, 2012). 
 
A educação corporativa tem pacto com a empresa e com o trabalhador. Seus 
educadores devem ser profissionais compromissados com a qualidade da 
educação e com o conhecimento legítimo. Sendo assim, de forma alguma a UC 
pode ser espaço para que educadores autoritários transformem o ambiente de 
aprendizagem em um lugar para proliferação de conteúdos desconectados da 
realidade da empresa e do educando, que instaurem o silêncio como elemento 
de ausência de expressão do ser. 
 
O silêncio é uma forma de expressão. Ele pode revelar sentimentos, situações 
e, inclusive, a ausência de manifestação do ser. E os motivos podem ser 
diversos. No contexto do nosso curso, o silêncio é fruto de uma opressão, sem 
voz, sem autoridade, sem autonomia. 
 
Humanizar a empresa 
Humanizar a empresa pode ser uma das metas da UC a partir de uma proposta 
de educação emancipatória, tendo em vista uma empresa comprometida com a 
solidariedade e a sustentabilidade, com o social e a ética. 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 13 
Com tantos desafios para as universidades corporativas, é necessário um corpo 
gestor composto por profissionais engajados com a educação (tanto como 
diferencial competitivo quanto voltado para o âmbito social) e que seja capaz 
de responder a várias demandas. 
 
A ética no ambiente de trabalho combate práticas de abusos de poder e 
assédios tanto morais quanto sexuais, entre outros. E somente uma educação 
consciente e realmente interessada no bem-estar de seus colaboradores pode 
pensar em programas educacionais que englobem tais temas, tão preocupantes 
e relevantes nos dias atuais. Também é essencial considerar uma educação 
voltada para o respeito à diversidade e à inclusão, visto que muitas empresas 
pensam demasiadamente em tecnologia e se esquecem de considerar aspectos 
que são inegociáveis no espaço empresarial no século XXI. 
 
Atividade proposta 
Assista ao vídeo em que Rubem Alves realiza uma série de reflexões sobre a 
educação e o papel do educador. Esse é o momento ideal para questionarmos o 
sistema educacional e vislumbrarmos quais podem ser as nossas ações e 
contribuições. E você? Concordará com as ideias de Rubens Alves? 
 
Chave de resposta: A proposta de Rubem Alves é de uma educação em que 
o educador estimula o educando à descoberta, sua autonomia para buscar as 
respostas, as soluções, cabendo ao docente estimular a inteligência do aluno. 
Rubem Alves destaca a provocação à inteligência do aluno e o papel da escola 
e do professor. Tais sugestões são aplicáveis nas empresas como práticas da 
educação corporativa. Estimular que, no espaço empresarial, essa educação 
não entregue as respostas, mas que provoque o colaborador a buscá-las. 
 
Referências 
DELUIZ, N. Qualificação profissional, trabalho e formação. Disponível em: 
http://www.epsjv.fiocruz.br/upload/d/neise.pdf. Acessado em: 10 dez. 2014. 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 14 
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática 
educativa. Paz e terra: São Paulo, 2004. 
BORGES, N.M. Em defesa da política e da humanidade: contribuições de 
Karl Max para as reflexões jurídicas contemporâneas acerca dos direitos 
humanos. Disponível em: http://www.sociologiajuridica.net.br/numero-4/186-
em-defesa-da-politica-e-da-humanidade-contribuicoes-de-karl-marx-para-as-reflexoes-juridicas-contemporaneas-acerca-dos-direitos-humanos. Acessado 
em: 10 dez. 2014. 
RICARDO, E.J. Educação corporativa e aprendizagem: as práticas 
pedagógicas na era do conhecimento. Qualitymark: Rio de Janeiro, 2012. 
SILVA, L. E. Educação emancipatória: significado e sentidos. Disponível em: 
http://www.ijui.com/blog-do-luiz-etevaldo-da-silva/60828-educacao-
emancipatoria-significado-e-sentidos.html. Acessado em: 10 dez. 2014. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Complete as sentenças apresentadas usando conceitos e expressões que dão 
sentido às frases abaixo. 
Hoje, as empresas têm buscado cada vez mais o desenvolvimento de 
________________estratégicas e investir em processos de 
_______________de seus colaboradores. 
Nos dias atuais, o tema____________ reaparece; isso aconteceu nos anos de 
1980, na Europa, e no ___________, nos anos de 1980/1990. 
Na década de 90, o tema qualificação se torna relevante para a 
_______________, ______________, _____________ e mídia. 
a) Competências, educação continuada, qualificação, Brasil, agenda de 
governo, empresários, sindicatos. 
b) Educação continuada, Brasil, agenda de governo, competências, 
empresários, sindicatos, qualificação. 
c) Brasil, agenda de governo, educação continuada, competências, 
sindicatos, qualificação, empresários. 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 15 
d) Competências, educação continuada, Brasil, qualificação, empresários, 
sindicatos, agenda de governo. 
 
Questão 2 
Coloque F para as sentenças falsas e V para as verdadeiras. 
( ) Para Friedmann, a qualificação do trabalho está relacionada ao 
conteúdo do trabalho e à complexidade da tarefa. 
( ) Para Friedmann, a qualificação do trabalhador se refere à posse de 
saberes e tempo de formação. 
( ) Friedmann limita a qualificação para os postos de trabalho a uma lista 
de tarefas. 
 
Questão 3 
Leia as sentenças abaixo e marque a afirmativa incorreta. 
a) Naville define qualificação como um processo e produto social. 
b) Segundo Naville, a definição de qualificação depende do jogo de forças 
entre a indústria e o trabalhador. 
c) Para Naville, o conceito de qualificação independe do contexto; o tempo 
e o espaço não interferem. 
 
Questão 4 
Leia as sentenças abaixo e marque a afirmativa correta. 
a) Para Friedmann, a qualificação profissional depende da continuidade dos 
processos e das técnicas nas organizações. 
b) Para Naville, a qualificação é um processo. 
c) As condições econômicas não interferem diretamente na qualificação do 
trabalhador. 
 
Questão 5 
Marque os elementos que fazem parte da qualificação profissional. 
a)Participação em cursos, cursos técnicos e profissionalizantes 
b)Avaliação 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 16 
c)Certificação 
d)Instituições não credenciadas 
e)Grade curricular 
 
Questão 6 
Coloque F para as sentenças falsas e V para as verdadeiras. 
( ) A sociedade mantém um jogo de poder que envolve o trabalhador, e o 
subjuga e lhe impõe limites à liberdade (Marx). 
( ) A emancipação está relacionada às concepções universais de 
emancipação da humanidade, solidariedade e dimensão social (Marx). 
( ) A emancipação pressupõe a dimensão estética do homem e sua 
independência econômica (Marx). 
 
Questão 7 
Assinale apenas as frases verdadeiras sobre emancipação. 
a)Para Silva (2014), emancipar é assumir o controle sobre a liberdade do 
outro. 
b)Ser emancipado pode ser a condição de andar com suas próprias pernas 
(SILVA, 2014). 
c)A educação emancipatória tem o compromisso de criar condições de 
inclusão para aqueles que estariam afastados de condições dignas de 
vida, mesmo diante dos avanços das ciências e das tecnologias de 
produção (SILVA, 2014). 
 
Questão 8 
Marque as frases que identificam o conceito de educação emancipatória. 
a)Tem compromisso com a libertação do indivíduo. 
b)Valoriza do indivíduo. 
c)Está relacionada ao bem-estar do indivíduo. 
d)Torna as pessoas mais felizes. 
 
Questão 9 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 17 
Marque apenas as práticas de educação emancipatória. 
a)Considerar o educando 
b)Respeitar a identidade do educando 
c)Conhecer o educando 
d)Apontar as fraquezas do educando 
 
Questão 10 
Sinalize as 
 sentenças corretas que identificam a prática da 
educação emancipatória na educação corporativa. 
a)Educação para a autonomia 
b)Estímulo à criatividade 
c)Incentivar o espírito crítico e reflexivo 
d)Exercício da liberdade e da cidadania 
 
Aula 7 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - A 
Justificativa: Como vimos em nossa aula, em função do novo sistema de 
produção, as empresas procuram manter seus colaboradores atualizados e 
qualificados. É importante rememorar que o conceito de qualificação depende 
de tempo e espaço. Assim, há momentos em que o tema é mais relevante e, 
em outros, nem tanto. 
 
Questão 2 - V, F, V 
Justificativa: A primeira e a terceira questões são verdadeiras, pois retratam os 
impactos da globalização no mercado e no mundo do trabalho. Já a segunda 
questão é falsa, pois o processo de automação tem crescido nas empresas com 
a informatização e adoção de robôs. 
 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 18 
Questão 3 - C 
Justificativa: Para Naville, o conceito de qualificação depende do contexto; o 
tempo e o espaço influenciam, visto que estão relacionados à cultura, política 
etc. 
 
Questão 4 - B 
Justificativa: Para Naville, a qualificação é um processo e depende do contexto. 
Para Friedman, a qualificação profissional depende de mudanças, processos e 
progressos técnicos e mudanças organizacionais. 
É bom destacar que é evidente que as condições econômicas interferem 
diretamente na qualificação do trabalhador, pois são elas que vão influenciar na 
produção e, consequentemente, nas demandas por formação. 
 
Questão 5 - A, B, C, E 
Justificativa: A quarta questão não corresponde à qualificação profissional, pois 
esta só pode ser realizada por instituições credenciadas como instituições de 
ensino formal e entidades formadoras, como as do sistema S e organismos 
acreditados. 
 
Questão 6 - V, V, F 
Justificativa: A emancipação para Marx tem duas dimensões: a política e a 
humana. 
 
Questão 7 - B, C 
Justificativa: A primeira questão não é verdadeira, pois a sentença correta é “ 
emancipar-se, assumir a liberdade, não se sujeitar a outrem, seguir seu próprio 
caminho” (SILVA, 2014). 
 
Questão 8 - A, B, C, D 
Justificativa: Todas as sentenças estão relacionadas ao conceito de educação 
emancipatória. A educação emancipatória, na visão de Silva (2014), é 
libertadora, proporciona autonomia, tem estratégias de promoção que 
 
 EDUCAÇÃO CORPORATIVA 19 
valorizam o indivíduo e busca tornar as pessoas mais felizes através do seu 
próprio bem-estar. 
 
Questão 9 - A, B, C 
Justificativa: A única resposta que a prática não se aplica à educação 
emancipatória é a que aponta as fraquezas do educando (a quarta questão). 
Essa é uma prática de educação que valoriza o educando e busca, no processo 
de aprendizagem, levá-lo a realizar suas descobertas de forma autônoma. 
 
Questão 10 - A, B, C, D 
Justificativa: Todas as respostas estão corretas. A educação corporativa, ao 
adotar princípios da educação emancipatória, se compromete com uma 
educação destinada à autonomia, liberdade, cidadania e desenvolvimento do 
espírito reflexivo e crítico do trabalhador.

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