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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE VARGINHA - MG (10 linhas) PROCESSO NÚMERO 789.236.2017.01 CHARLES, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem à presença de Vossa Excelência, por seu advogado (conforme procuração anexa), com fundamento no artigo 343 do Código de Processo Civil, apresentar CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO às alegações formuladas na AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS que lhe move LOGAN, também qualificado nos autos, conforme as justificativas de fato e de direito que expõe adiante. DA EXORDIAL O autor ingressou com a ação de reparação de danos morais em face do réu, sob a alegação deste último ter-lhe causado prejuízos psicológicos em decorrência de um tratamento médico a qual foi submetido, e não obteve êxito. DA VERDADE DOS FATOS O réu é médico contratado na clínica INSTITUTO XAVIER, o autor firmou contrato com a clínica para prestação de tratamento médico, em 10 sessões, o que pode ser provado pelo testemunho da senhora JEANE funcionária da clínica e, que redigiu o contrato. Ressalta-se, que o réu explicou o tratamento para o autor e, aplicou todo seu conhecimento de maneira cautelosa e bastante profissional, evidenciando que os resultados poderiam variar de paciente para paciente e de diversas externalidades. Após a realização das sessões, o tratamento não se mostrou exitoso o que gerou profunda frustração no réu, que tomado por um súbito ataque de raiva, descobriu o endereço do consultório particular do réu, e destruiu 3 mesas, quatro cadeiras, uma estante, um televisor e uma cadeira de massagem, somando um prejuízo de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), presenciados por vários pacientes e, gravado pelo circuito de câmera interna do consultório, conforme ficara provado mais adiante. DAS PRELIMINARES É lícito ao réu antes de apresentar a defesa de mérito, fazer a defesa preliminar: Da ilegitimidade de parte: Não há que se falar em ato ilícito para reparação de dano moral. Contudo, caso não seja esse o entendimento de V. Exa., cabe ao réu esclarecer, que não pode figurar no pólo passivo da presente ação. O Código de Processo Civil prevê no inciso XI do artigo 337 a possibilidade de solicitação de substituição do réu no processo quando houver problemas com a legitimidade da parte. Observa-se pelos documentos acostados, que o autor firmou contrato de prestação de serviços médicos com a clínica INSTITUTO XAVIER, e não com o réu. Razão está que enseja a responsabilidade objetiva da pessoa jurídica em questão, devendo o autor substituir o polo passivo da demanda. Cumprindo com o estabelecido pela redação do artigo 339 do mesmo diploma legal, o réu informa os dados do responsável: INSTITUTO XAVIER, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n. …, com sede no endereço…, com endereço eletrônico..., ainda, ressalta que o autor deverá arcar com as custas processuais e honorários do advogado que o réu constituiu para defender-se de ação da qual não é legítima parte, de acordo com os ditames do artigo 338 do CPC. Impugnação da justiça gratuita Cabe esclarecer que o autor é sargento do exército, situação que o exclui como beneficiário da justiça gratuita. O Código de Processo Civil no artigo 98 dispõe que a pessoa física ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios têm direito à gratuidade da justiça. O réu cumprindo o previsto no inciso XIII, do artigo 337 do mesmo diploma legal, impugna a concessão da justiça gratuita ao autor. DO MÉRITO Da impugnação pelo trâmite prioritário Ora Excelência, não há que se falar em benefício de trâmite prioritário, uma vez, que o legislador ao prever tal benesse deixou em rol taxativo, conforme dispõe o artigo 1048 do Código de Processo Civil, também há de se observar a Lei n. 13.146/2015, que beneficia a pessoa portadora de deficiência e, não o advogado da parte. Desta forma, o benefício da prioridade no trâmite processual deve ser negada ao autor da ação. Das alegações do mérito na contestação A obrigação do médico é de meio, ou seja, obrigação de meio é a que vincula o profissional à aplicação diligente de todos os recursos disponíveis para a melhor condução possível do caso clínico que será alvo de seus préstimos, objeto se restringe ao emprego de todos os meios necessários ou possíveis, sem que atinja um resultado final (no caso, a cura do paciente), sem contudo, se vincular àquele resultado. O réu ao atender o autor deixou claro todos os procedimento, além de ressaltar que o resultado do tratamento é variável para cada paciente. Ademais, no § 4º, do artigo 14, do Código de Defesa do Consumidor, combinado com o artigo 951 do Código Civil, fica evidente que o profissional da saúde apenas responde quando os danos são causados no caso de culpa, ou seja, por imprudência, negligência ou imperícia. O que não ocorre no caso em tela. Portanto, as alegações o réu na exordial não podem prosperar, uma vez que os serviços médicos foram prestados observando as melhores técnicas existentes na área da saúde, por não se tratar de obrigação de resultado e, sim obrigação de meio, não tem o réu o dever de atingir um resultado, sendo assim, não praticou qualquer ato ilícito que enseje a indenização a título de dano moral. DA RECONVENÇÃO O legislador autorizou o réu apresentar junto com a contestação a reconvenção, conforme previsão do artigo 343 do Código de Processo Civil. Fazendo jus ao benefício o réu-reconvinte, apresenta suas alegações. Conforme narrado anteriormente, o autor-reconvindo invadiu o consultório do réu-reconvinte no dia…, horário…, conforme demonstram as filmagens das câmeras, cujas, as cópias foram anexadas aos autos. Com um ataque de fúria destruiu 3 mesas, quatro cadeiras, uma estante, um televisor e uma cadeira de massagem, somando um prejuízo de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), conforme notas fiscais anexas. O artigo 186 e 927 do Código Civil, autorizam o réu-reconvinte a cobrar os prejuízos causados pelo autor-reconvindo, uma vez, que todo aquele que por um ato ilícito causar dano a outrem, tem o dever de indenizá-lo. Diante do exposto, requer que o autor-reconvindo seja condenado ao pagamento a indenizar o réu-reconvinte de todo o prejuízo material causado em seu consultório. DOS PEDIDOS Diante dos fatos narrados requer: a) O acolhimento da preliminar de ilegitimidade de parte; b) O acolhimento da preliminar de impugnação da concessão da justiça gratuita; c) Improcedência total da ação de reparação de danos morais. d) Condenação do autor ao pagamento dos honorários advocatícios, conforme § único, do artigo 338 do CPC. e) Intimação do autor-reconvindo para comparecer em audiênciade conciliação a ser marcada por Vossa Exa., f) Intimação do autor-reconvindo para caso não tenha interesse na audiência de conciliação, que apresente defesa a presente reconvenção; g) Procedência da Reconvenção para condenar o autor-reconvindo ao pagamento da indenização no valor de R$ 35.000,00, referente aos danos materiais; h) A condenação ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais no importe de 20% sobre o valor da causa, ou conforme a previsão do artigo 85 do CPC; i) Condenação ao pagamento das custas e despesas processuais; j) Acolhimento das guias de custas; Pretende provar o alegado por todas as provas em direito admitidas, em especial a testemunhal e documental. Dá-se a reconvenção o valor de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais). Termos em que, Pede deferimento. Varginha, 21 de março de 2017. ADVOGADO… OAB/UF n… Rol de testemunhas JEANE CPF… RG.. Endereço:.. E-mail…. https://goo.gl/LvYSgh