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PENAL IV nicory Caderno Aline 1ª prova

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PENAL IV 
 DANIEL NICORY
2018.2
Aline Behrens Souza
CÓDIGO PENAL PARTE ESPECIAL: 
A parte especial começa falando da vida humana, crimes contra a vida e a pessoa, o primeiro bem jurídico tutelado pelo código penal é a vida humana. 
Esquematizando:
*Elemento subjetivo – doloso / culposo / preterdoloso
*Natureza da conduta – comissivo / omissivo / comissivo impróprio
*Resultado – material / formal / mera conduta
*Afetação do bem – dano / perigo; (concreto ou abstrato)
Qual é a estrutura de um tipo penal?
Todo tipo penal tem uma estrutura com um ou mais núcleos e esse núcleo é um verbo no infinitivo.
 O que é um tipo penal? 
É um enunciado linguístico que descreve um modelo, uma conduta. É normal que o direito penal que descreve ações, contenha como núcleo do tipo verbos, logo devemos procurar sempre os verbos no infinitivo para saber qual é o núcleo da oração, além desse verbo também teremos um complemento e normalmente um sujeito oculto, para identificar o sujeito precisamos saber se é um crime comum, próprio ou de mão própria. 
No caso do homicídio o sujeito é comum (qualquer pessoa pode praticar) diferente do peculato que praticado por funcionário público (próprio), o sujeito que pratica entra em concurso de agentes. 
Exemplo: HOMICÍDIO COMUM – QUEM matar alguém... (sujeito oculto quem).
Os tipos penais de forma geral do CP se referem ao elemento subjetivo doloso, já que o culposo precisa estar descrito, ou seja, só existe homicídio culposo se a lei dizer expressamente que o tipo é culposo, precisa ser especificado, caso contrário é doloso. 
Em regra, nos tipos penais, vamos considerar a natureza da conduta comissiva. 
Existem duas formas de praticar um crime, ou fazendo alguma coisa (comissiva) ou deixando de fazer algo que era obrigatório (omissiva). Deixar de fazer o que é obrigatório, é uma exceção à regra, mas também será um crime. Na modalidade do crime omissivo vamos ter o omissivo próprio e o impróprio (comissivo por omissão).
Obs: Para responsabilizar alguém por homicídio omissivo, só pode ser comissivo por omissão, logo, para que isso ocorra a pessoa precisa ser garantidora. (Isso vale para qualquer crime). 
Obs: quando se fala em homicídio sem associar com mais nada está falando da figura comissiva e dolosa. 
HOMICÍDIO
Classificação dos crimes: 
O Homicídio é um crime doloso, comissivo (por ação), instantâneo (quando ele fala de instantâneo não fala dos efeitos e sim do próprio ato, pois o homicídio é um crime instantâneo com os efeitos permanentes), natural (pois exige os resultados naturalísticos para consumação), uni subjetivo (não exige mais de uma pessoa para configurar-se crime), e de dano (a forma de ofensa é o dano e não o perigo).
Obs: Existe a pena de reclusão, mas não tem a pena de multa, uma vez que esse é um crime que não tem repercussão patrimonial. O homicídio não tem valor patrimonial, bem patrimonial. 
Conflito com os outros tipos:
	O conflito mais importante é com o crime de latrocínio - (Art 157 – crimes contra o patrimônio) – o qual tem a finalidade econômica.
 Porém existem vários homicídios qualificados que também tem finalidade econômica, exemplo o homicídio paga ou promessa de recompensa ou o homicídio para assegurar a impunidade, o latrocínio também é chamado de roubo seguido de morte para ajudar nessa diferenciação, essa ideia de seguido de morte é importante pois o latrocínio é um crime qualificado pelo resultado.
 Vamos avaliar o antecedente e o consequente, vale lembrar que no latrocínio um ato pode ser doloso e o outro culposo ou os dois podem ser iguais. 
Qual é a finalidade (diferente do motivo) do homicídio? A finalidade do homicídio é tirar o bem vida, já no latrocínio é obter o patrimônio por meio de uma violência que causa a morte. 
Obs: existem outros vários crimes (uns 20) de condutas seguidas de morte que não são homicídio, quase todos eles são crimes qualificados pelo resultado e em quase todos o resultado morte é culposo – existe um conflito em potencial do homicídio com esses outros crimes. 
Obs: os crimes contra a vida (em geral) são de competência do tribunal do júri, ou seja, no Brasil o júri é muito menos usado do que no sistema americano ou do que no sistema inglês, só tem júri nos crimes dolosos contra a vida e nos crimes conexos a ele, a constituição assegura uma competência mínima para o júri julgar os crimes contra a vida, pois, o júri não pode acabar e não pode ser tirado essa competência de julgar os crimes dolosos contra a vida. 
Como seleciona um júri popular? 
Os jurados são escolhidos entre os eleitores pois é um direito político, participar da administração da justiça. Existem três sorteios:
 1º - formação de uma mista geral que são mais de 1000 pessoas dependendo do tamanho da cidade. 
2º - Seção do tribunal do júri, que tem a duração de alguns meses ou 1 ano, essa seção é composta por 25 jurados que são convocados para as seções.
3º - desses 25 ficam apenas 7. 
 O júri surge como uma garantia para que a pessoa possa ser julgada por alguém que esteja perto da situação, pessoas que estão no mesmo nível social. Teoricamente o homicídio é aquele delito que qualquer um poderia cometer.
O júri decide sobre o fato, mas não define a pena, a pena é decisão do juiz. 
Homicídio privilegiado - que na verdade é uma causa de redução de pena: 
Artigo 121 § 1º:
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Relevante valor social ou moral: É o motivo que atende aos interesses da coletividade. A eutanásia estaria aqui por exemplo e de certa forma “a vingança social, a inveja...”, a morte de um traidor da pátria... 
Domínio de violenta emoção: Logo em seguida a injusta provocação da vítima: o agente precisa ser dominado pela situação. Exemplo o Bullying, nesses casos podem ocorrer uma redução da pena o juiz pode decidir por diminuir essa pena de um sexto a um terço. 
Se o crime é privilegiado ele é só é qualificado de modo objetivo, diferente do qualificado que tem qualificadoras objetivas e subjetivas.
Homicídio é um crime hediondo, a constituição diz que alguns crimes como trafico, ... são crimes que devem ter um regime de cumprimento de pena mais rigoroso que os demais, são inafiançáveis, não tem anistia e graça. 
OBS: A lei de 1990 especifica quais são os crimes hediondos. 
Nem o homicídio simples nem o doloso privilegiado entram na lista de crimes hediondos, mas existem algumas exceções desses homicídios, como o caso de grupos de extermínios, que o homicídio simples pode ser considerado hediondo. 
2ª aula
As modalidades qualificadas do homicídio independente da natureza da qualificadora:
O que é uma qualificadora? Para diferenciar uma qualificadora da causa de aumento de uma circunstância agravante afinal as duas vão aumentar a pena. Existe uma diferença além da disposição no código parte especial e na parte geral (normalmente qualificadoras), na qualificadora o que se modifica são os patamares máximo e mínimo da pena. 	
Por isso que quando falamos que a qualificadora está no tipo é como se a qualificadora fosse um tipo penal derivado, ela tem uma outra informação de crime e de pena. Logo, podemos dizer que um crime qualificado é um crime derivado do tipo penal, isso interfere na dosimetria desde a primeira fase pois quando vamos aplicar uma pena de homicídio qualificado, por exemplo, já vai direito no artigo que fala sobre esse homicídio e não no caput do artigo 121. 
	As causas de aumento de pena por sua vez embora estejam na parte especial tem uma técnica legislativa diferente, enquanto a qualificadora aumenta ou patamares mínimo e máximo da pena, a causa de aumento da pena, assim como as causas de diminuição, aplicam percentuais e frações sobre a pena do tipo básico. 
Obs: qualificadora: “pena de 12 a 30 anos” aumento de pena: “a pena mais um terço”. 
As causas de aumento da pena são calculadascomo uma fração do crime principal, e esse aumento incide na terceira fase.
 As circunstancias agravantes são gerais e não tem outro patamar de pena, nem fração e a dosimetria incide na segunda fase. 
Se olharmos a qualificadoras do homicídio muitas delas são circunstancias gerais, isso significa que não há nenhuma diferença ontológica, entre agravante, causas de aumento e qualificadora, todas são circunstancias que tornam o crime pior do que ele seria em circunstancias normais, logo, o legislador vai olhar no caso concreto para decidir o quanto pior ele acha que o crime será.
Obs: a mesma causa de aumento de um crime pode ser qualificadora de outro. 
O homicídio tem várias circunstancias que o qualificam e o tornam pior que o normal, mas o primeiro efeito disso é o da natureza hedionda. 
Obs: a fonte que trata dos crimes hediondos é a lei dos crimes hediondos e a cima dela a constituição. Art. 5º - O mesmo artigo que resguarda o indivíduo contra o estado, confere poderes excepcionais ao estado em face do indivíduo com a justificativa de proteger o indivíduo de outrem.
Um dos principais mandados de criminalização é a previsão dos crimes hediondos, a constituição diz que o tráfico de drogas, a tortura e o terrorismo e além deles os crimes considerados hediondos, serão insuscetíveis de graça, de anistia e de fiança. 
Crime hediondo é uma categoria dogmática que exige um tratamento mais rigoroso para determinados crimes, a constituição exemplifica alguns crimes e remete ao legislador ordinário para que relacione os demais e a constituição diz também qual é o tratamento rigoroso aceito e o legislador ordinário acrescenta outros elementos de maior rigor que não estavam na constituição. 
Obs: Dizer que os crimes hediondos são contra a dignidade humana é uma coisa difícil de sustentar, por que a dignidade como bem jurídico é um problema dogmático, existe quem defende, mas não é regra. 
Obs: o grau das escolhas dos crimes hediondos é na grande maioria das vezes político, existe um interesse por traz disso, porém a constituição por já listar alguns não concebe ao legislador o direito de tirar ou colocar além daqueles que já foram listados na lei dos crimes hediondos. 
Obs: se pensarmos por essa visão, para o legislador brasileiro vender droga é pior do que vender gente, pois o tráfico de pessoas não é crime hediondo, mas tráfico de drogas é.
	Para começar a estudar a lei de crime hediondos iremos lembrar de um conjunto de fatos que ocorreram aqui no Brasil no fim dos anos 80, a lei de crimes hediondos foi aprovada as presas mais ou menos no período do sequestro de Avilio Diniz (dono do pão de açúcar). 
	A preocupação primeiramente da lei dos crimes hediondos foi com o crime de extorsão mediante sequestro, latrocínio e extorsão seguida de morte, ou seja, com os crimes patrimoniais violentos (pelo menos os mais violentos) e com os crimes sexuais, a ponto de deixarem de fora o homicídio qualificado. Isso mudou após o homicídio da filha de Glória Perez. 
Obs: A lei de crimes hediondos foi alterada várias vezes, inclusive quando ocorreu a inclusão do feminicídio e a do homicídio qualificado por atingir agente de segurança. Vale lembrar que esses crimes hediondos tem o prazo de progressão de regime e para o livramento condicional mais longo. 
Apesar da pena do homicídio simples ser maior, na prática a pena do tráfico é mais grave pois um é hediondo e o outro não.
QUALIFICADORAS DO HOMICÍDIO DOLOSO: 
Existem dois tipos qualificadoras do homicídio, as subjetivas (motivos e finalidades) e as objetivas (meio, forma de execução e consequências). 
Atualmente, existem 7 qualificadoras do homicídio:
Subjetivas (motivos):
1. Mediante paga ou promessa de recompensa ou por motivo torpe;
Motivo Torpe é o motivo abjeto, desprezível e cruel. É, pois, o motivo entendido como repugnante, moral e socialmente repudiado. Em muitos casos de violência doméstica há motivos torpes (ex-namorado agredir a face de uma modelo para que a mesma nunca mais possa ser modelo). Ex: matador de aluguel. É importante lembrar que quando a lei primeiro usa uma clausula fechada e depois uma aberta vamos ter a técnica analógica: ela quer punir algo em especifico que nesse caso é o matador de aluguel, mas também não quer deixar de punir outros motivos que sejam tão reprováveis quanto esse, logo, vamos interpretar a clausula aberta a partir da clausula fechada que foi determinada antes. Porém não precisa ser NECESSÁRIAMENTE por motivo de dinheiro. 
2. por motivo fútil; 
Motivo Fútil é um motivo banal, de menor relevância (Motivo de Somenos Nonada, quando um indivíduo mata o outro pelo fato da vítima dever 10 reais). Desse modo, o motivo fútil é aquele motivo insignificante, banal, um motivo que normalmente não levaria ao crime, havendo então uma desproporcionalidade entre o crime e a causa. 
Essa causa uma indignação pois teoricamente um motivo fútil é muito pouco para levar ao homicídio. Ex: uma discussão de bar, uma briga de futebol... por conta desse motivo que existem algumas medidas administrativas como fechamento de bares em determinado horário. Nem sempre isso ocorre, mas normalmente as pessoas ligam o motivo fútil com a embriaguez. 
Obs: é muito difícil achar um motivo, ação, neutra, ou ela vai qualificar ou vai diminuir a pena. 
Obs: vingança é motivo torpe? Ciúme é motivo fútil? Acontece que vai depender do caso, pois muitas vezes não a ação é imediata, logo, não pode se encaixar como homicídio privilegiado, então se encaixa aqui em motivo torpe ou fútil. Porém como regra o ciúme é motivo fútil, banal.
- Existe um problema pois é difícil de fazer a prova, pois a prova é subjetiva; 
Objetivas (meio de execução):
 III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
Mesma coisa de cima, várias cláusulas fechadas e depois uma mais abrangente; meio insidioso é um meio sorrateiro; para diferenciar o crime que tem a tortura como resultado resultante morte e a tortura para matar (usei a tortura mas pode ser qualquer um desses) é a finalidade, tem que observar se a finalidade inicial era matar ou apenas machucar; 
IV - À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
Famosa tocaia, quando a pessoa não permite a alguém a chance de defesa; uma das discussões aqui a questão da superioridade de armas pois muitas vezes isso gera uma impossibilidade de defesa, mas isso vai depender o motivo concreto, pois, os fatores usados para essa qualificadora são a surpresa e o engano e não a superioridade da força, logo, isso vai gerar uma discussão; 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts.142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;
Foi introduzida em 2015; nessa qualificadora não basta a vítima ser policial, é preciso que a morte tenha sido no exercício da função ou em razão dela;
Obs: todas as qualificadoras são tipo por ter pena mínima e máxima; a mesma conduta pode ter mais de uma qualificadora;
					3ª aula
HOMICÍDIO CULPOSO – detenção de 1 a 3 anos e não vai a júri popular;
121 §3º
Os tipos culposos normalmente são abertos, pode ser realizar de qualquer forma desde que esteja presente um descumprimento de dever de cuidado, o agente não quer o resultado morte e nem assume o risco, mas provoca por conta de uma desorganização da sua conduta, as três formas mais clássicas são a imprudência, imperícia ou negligencia.
Quando falamos de homicídio culposo não podemos deixar de falar das principais formas desse homicídio que são decorrentes do transito ou acidentes de trabalho.
Homicídio culposo no trânsito:
O brasil tem tanta morte no trânsito que a puniçãoao homicídio culposo no transito não está descrita no artigo de homicídio culposo, mas sim em outro artigo do código de transito brasileiro (Art. 302), logo a pena dele é diferente do homicídio culposo fora do transito – 2 a 4 anos e a proibição de ter a habilitação para dirigir veículos automotor. 
O supremo entendeu que o risco gerado pela condução de um veículo automotor é alto, logo, o certo é realmente ter uma pena maior para que isso gere um maior dever de cuidado no condutor, então, é constitucional essa pena maior para o homicídio culposo no transito. 
Quando olhamos o principal problema do homicídio culposo no transito vamos lembrar de duas principais causas 1ª imprudência (excesso de velocidade) e 2ª embriaguez. 
Normalmente OS acidentes de transito são julgadas como culpa consciente, pois, se fosse dolo eventual (a pessoa assumiu o risco de matar ou de causar um acidente) poderia ser considerado de certa forma um suicídio – inclusive embriaguez. 
Existem as causas de aumento de pena dentro do homicídio culposo no transito que são: 
§ 1o No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente:
I - Não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
II - Praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente;
IV - No exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros.
Obs: o homicídio culposo no trânsito tem a pena maior do que o homicídio culposo; o Supremo entendeu isso pois acredita que o risco no transito de ocorrer um homicídio culposo
PERDÃO JUDICIAL: Art. 121 § 5º.
Obs: o Júri é soberano nas decisões e existe no júri um quesito absolutório genérico (Que é a pergunta se o júri absolve ou condena o réu). 
O perdão judicial é para crimes culposos, a LEI NÃO PERMITE que se aplique isso no dolo, porém isso não é 100% regra o advogado pode sim usar esse perdão para crimes dolosos, porém vai depender de o júri concordar ou não. 
Obs: é o caso da mãe que mata o filho sem querer. 
Causas para aumento de pena (tanto para o homicídio culposo quanto para o doloso):
Art. 121 - § 4 e § 6º 
   § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. 
No doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
Se a equipe médica segue os passos certos para o procedimento e mesmo assim a pessoa vem a óbito, não existiu um homicídio culposo, ou seja, o resultado morte por conta de um procedimento cirúrgico não tem link com o homicídio culposo. Mas caso a morte venha por conta de algum erro vai ser considerado homicídio agravado por conta da técnica que ele deveria ter. 
  § 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.   
Com a manutenção da violência no brasil em um nível extremamente alto, várias alterações foram feitas no CP tentando aumentar as penas para essa conduta; milícia é um conceito restritivo significa as organizações paramilitares no RJ que começaram a ter domínio de comunidades que eram dominadas pela trafico. 
Na milícia se tem mais claramente ou de policiais ou de ex policiais, bombeiros... no grupo de extermínio é possível que aja esses a gentes normalmente contratados para matar outras pessoas, um grupo de matadores de aluguel ou de justiceiros sociais... 
Não fala das organizações criminosas no geral, ele fala de duas espécies de organizações criminosas que são a milícia privada e os grupos de extermínio.
FEMINICÍDIO: 
Classificação doutrinária: 
É um crime comum, de dano, instantâneo, de concurso eventual o que muda do homicídio é que aqui no feminicídio a vítima é só mulher. 
VI - Contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:  
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:  
I - Violência doméstica e familiar; (objetivo)
II - Menosprezo ou discriminação à condição de mulher.  (subjetivo)
A lei do Feminicídio foi introduzida em 2015, porém a redação dessa lei é muito ruim, mas quando falamos em feminicídio é preciso diferenciar um problema quantitativo do que qualitativo. 
O problema do feminicídio no brasil é que se olharmos pelo lado quantitativo problema é pequeno pois se mata muito menos homem do que mulher, porém se olharmos para o lado qualitativo temos que mais homens matam mulheres por estas serem mulheres diferentemente do que ocorre com os homens. 
O grande fato do Sec. 20 é a emancipação das mulheres, pois as mulheres estão alcançando lugares que elas antes não alcançavam. 
Causas do aumento do feminicídio:
 § 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:  
I - Durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; 
II - Contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; 
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima.
Obs: Qualquer crime é exatamente igual seja na forma tentada ou na forma consumada;
Observação: Como se vê, não é todo homicídio contra a mulher que configurará a qualificadora deste artigo VI, mas somente aquele praticado nos moldes delimitados pelo legislador. 
				
					4ª aula
SUICÍDIO: 
Art. 122 do código penal: Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
        Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
Obs: Também vai a júri popular.
Esses verbos induzir instigar ou auxiliar são os verbos clássicos para explicar participação moral na conduta alheia.
Induzir e instigarparticipação MORAL Prestar auxílioparticipação MATERIAL
Por tanto em condições normais essas condutas não vão se figurar como crime autônomo, induzir, auxiliar ou instigar alguém a fazer alguma coisa normalmente não figura como crime autônomo. 
Obs: O crime é autônomo quando por mais que esteja intimamente relacionado com os delitos previstos nos arts. 33 e 34, ele possui elementares próprias, descrevendo, assim, um crime independente e constituindo-se como tipo distinto daqueles, e não mera qualificadora ou causa de aumento/diminuição da pena.
Quando a conduta da pessoa que foi induzida, instigada ou auxiliada não é crime, por que o suicídio não é crime, suicídio é autolesão. Pelo princípio da alteridade você não comete crime quando a lesão é praticada contra o seu próprio bem jurídico, para que seja crime é preciso atingir o bem jurídico de um terceiro, os atos auto lesivos vão penalmente indiferentes porem quando se trata de uma autolesão que o próprio sistema, embora não puna, reprova de forma veemente, vamos ter os crimes de induzir, auxiliar ou instigar a essa pratica proibida. 
Obs: Vamos encontrar coisa parecida na prostituição e no uso de drogas (que são condutas auto lesivas, mas não são crimes em si mesmo), mas cujo participe moral ou material recebe uma punição por que está aumentando o risco que isso aconteça. 
 Se olharmos a discussão dogmática, Roxin quando fala de bem jurídico e autolesão, fala que o fomento consciente a autolesão também não deveria ser punida se a pessoa que se auto lesiona tem capacidade de discernimento, se a pessoa está induzindo, instigando ou auxiliando alguém imputável e no pleno uso das faculdades mentais. 
É um crime comum, instantâneo e é um crime que de certa forma de concurso necessário, no sentido legal pois ele pode ser praticado sozinho, mas sim o concursonecessário com outra conduta que não é criminosa que nesse caso é a do suicida, conseguindo ou não.
Conflito com outros tipos: o maior conflito que vamos ter nesse tipo penal é com o homicídio, para que a conduta se mantenha como suicídio assistido e não vire homicídio ele não pode perder a decisão, ou seja, se chegar o momento decisivo e o suicida não puder mais se arrepender vira homicídio, 1º o controle do processo causal não pode sair da mão do suicida e 2º o suicida deve estar com alguma condição de decidir o que é certo e o que é errado, ou seja pleno uso das faculdades mentais. 
Preceito secundário: 
1º A pessoa está em plena condição de discernimento – SUICÍDIO ASSISTIDO.
2º A pessoa sem nenhuma condição de discernimento – HOMICÍDIO.
3º A pessoa que está com o discernimento presente, porém diminuída – SUICÍDIO ASSISTIDO, MAS COM A PENA DUPLICADA. 
Esse crime só é punível em duas hipóteses: ou quando o suicídio se consume ou quando essa tentativa de suicídio gera lesão grave (lesões corporais de natureza grave: Art. 129 do CP §s 1º e 2º - A lei diz de forma taxativa). 
Quais são as causas de aumento de pena: 1ª Se o crime é praticado por motivos egoísticos ex: receber uma herança, 2º Se a vítima é menor e tem diminuída, mas não erradicada por qualquer causa, a capacidade de resistência. 
Obs: diferença entre induzir (dar a alguém uma ideia que ele ou ela não tem) instigar (alimentar uma ideia que já existe). 
Suicídio assistido e eutanásia:
O interesse mais prático que vamos ter nesse caso é a diferenciação entre suicídio assistido e eutanásia propriamente dito, em um campo mais amplo vamos falar em morte assistida e dentro desse campo da morte assistida vamos falar de morte assistida de uma lado e suicídio assistido de outro. 
A diferença do suicídio assistido e a eutanásia é bem parecido com a questão do suicídio assistido e o homicídio: No suicídio assistido quem deseja morrer tem o controle até a última instancia, já na eutanásia não, ele não tem o controle de tudo - Exemplo quando colocam alguma substancia na veia dessa pessoa.
INFANTICÍDIO:
 ART: 123 -  Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
        Pena - detenção, de dois a seis anos.	
É uma modalidade de homicídio em que a mãe tem a capacidade de discernimento reduzida por conta do estado puerperal, que é um estado imediatamente posterior ao parto, por isso a pena é muito menor do que o homicídio na modalidade simples.
Nesse tipo vamos aplicar quase todas as classificações do homicídio, exceto que ele não é um delito comum e sim um crime de mão própria, o maior problema dogmático aqui é a participação, se alguém participa do infanticídio alheio, exemplo um pai ajuda uma mãe, ele não está em estado puerperal, ele vai responder por homicídio ou por infanticídio? 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime – nesse caso o estado puerperal é elementar do tipo, logo vai se comunicar e o pai vai ser classificado como infanticida.
Tipo Objetivo: O delito pode ser praticado por qualquer meio, até mesmo por omissão; mas deve ser cometido durante ou “logo após” (critério relativo, que pode variar) o parto (elemento normativo temporal). 
Obs: Se a mãe mata, sob influência do estado puerperal, outra criança achando ser a sua, ela incorre em erro sobre a pessoa e por isso, responde por infanticídio.
ABORTO:
Para falarmos de aborto, temos que lembrar que existem vários crimes diferentes de aborto, são 3 crimes de aborto:
1º Auto aborto ou com o consentimento da gestante ao aborto praticado por terceiro, nesse delito a gestante não é vítima, diferente de outros casos que a gestante é vítima daquele aborto. 
É o delito da gestante: Art. 124, logo recebem a mesma pena tanto a mulher que provoque o seu próprio aborto seja ele por qualquer e também quando ela consente que alguém provoque esse aborto nela – Pena de 1 a 3 anos.
Quando falamos de aborto precisamos tomar alguns cuidados, pois esse ainda é um tema muito polémico.
Cuidados necessários para regularização de um aborto:
 I - quando começa a gravidez – isso vai gerar um conflito com a questão do direito civil pois para essa área do direito o nascituro vai ter os direitos preservados desde a fecundação do ovulo, mas já para o direito penal a vida é considerada a partir da nidação. 
2º Aborto provocado por terceiro - vamos ter duas modalidades o sem consentimento da gestante, quando ela também é vítima e não é agente do crime que tem a pena de reclusão de 3 a 10 anos e tem o aborto provocado com o consentimento da gestante que é de 1 a 4 anos. 
Obs: Quando discutimos descriminalização do aborto estamos discutindo os artigos 124 e o 126. 
Ele de uma forma geral se parece muito com o homicídio instantâneo, com efeitos permanentes, crimes comuns... exceto no 124 por que é um crime da gestante, ou seja, um crime próprio.
3º com o consentimento da gestante. 
Por que nesse caso o crime da gestante não se comunica com quem ajudou? Mesmo sendo elementar do tipo, existe um tipo logo em baixo.
Art. 124 – parte inicial concurso eventual e parte final concurso necessário 
Art. 125 – concurso eventual
Art. 126- concurso necessário
CONFLITOS DO TIPO:
São com o homicídio, infanticídio e com a lesão corporal, porém essas vão ser diferenciadas pelo dolo do agente o que é difícil, mas é o que ocorre
Se a criança nasce viva não é abordo consumado, pode ser considerado uma tentativa de aborto. 
Existem três casos que permitem o aborto: 1º aborto necessário quando não existe outro meio para salvar a gestante. 2º gravidez decorrente de estupro e a 3º gravidez com feto anencefálico. 
Nesse primeiro caso é uma inexigibilidade de conduta diversa pois não podemos esperar que a pessoa fique com um feto indesejado decorrente de um estupro. 
Forma qualificada:
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Mesmo que a gestante tenha dado consentimento ao aborto, se ela morre ou sofre lesão grave, o agente tem a sua pena aumentada ou duplicada, conforme o caso.
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: 
Aborto necessário:
I - Se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
Aqui se tem um estado de necessidade que foi especificado e consolidado com outro nome na parte especial. Teoricamente, nem seria necessário esse dispositivo para permitir o aborto para salvar a vida da gestante. Para salvar a vida da gestante, o médico pode fazê-lo mesmo sem consentimento da gestante.
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro:
II - Se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. A doutrina diz que há uma inexigibilidade de conduta diversa, pois a mãe não pode ser forçada a manter uma gravidez dessa origem. 
Até 2009 essa redação era um problema, pois outros atos sexuais que não estavam na figura típica do estupro, poderiam causar gravidez. Hoje essa dúvida desapareceu. Aqui o assunto é mais sério, pois os principais são representantes legais ou familiares próximos e, para consentir o aborto em caso de gestante incapaz, encontra-se um impasse familiar. 
Obs: A depender da concepção que se tenha do que é vida, o uso da pílula do dia seguinte seria considerado aborto a partir do ponto de vista da concepção que entende que a vida começa a partir da fecundação. A maior parte da doutrina defende o inicio da vida como a fecundação e assim a pílula do dia seguinte não seria caso de aborto. 
										 5ª aula 
CONTINUAÇÃO DE ABORTO:
Embora haja bastante divergência nessa área, o consenso é de que a anencefalia é uma das más formações incompatíveis com a vida extrauterina, e quando esse bebe nasce com vida normalmentenão dura muito tempo a criança morre nos primeiros dias de vida extrauterina (na maioria dos casos nem nasce com vida) a anencefalia é a falta do córtex cerebral.
Começou a se cogitar que as mulheres, que assim desejassem, interromper a gravidez pudessem assim que tivessem o diagnóstico da anencefalia. 
CNTS que moveu uma ADPF para que os artigos 124 e 126 do CP que tratam do auto aborto ou do aborto provocado por terceiro com consentimento da vítima não incidissem sobre a hipótese do aborto do feto anencefálico essa demanda argumentava que sendo a anencefalia incompatível com a vida extrauterina e sendo a falta do córtex cerebral o diferencial diferenciador de vida humana não teríamos a proteção ao bem jurídico vida e por isso deveria ser autorizado o aborto nesse caso. 
Obs: ADPF – ação de descumprimento de preceito fundamental que é uma das formas de controle de constitucionalidade concentrado. Nesse caso o código penal não mudou desde 1940 no que trata do aborto. 
ADPF 54 – aborto do anencefálico – argumentos trazidos:
1º O estado é laico, ou seja, não tem que se meter com relação à religião.
2º entende-se que a interrupção da gravidez do feto anencefálico é uma preservação da liberdade sexual e reprodutiva da mulher e da sua saúde, dignidade e autodeterminação. 
3º que é inconstitucional a interpretação que o feto anencefálico possa constituir o crime de aborto no brasil.
Essa é a hipótese mais controversa. Trata-se do aborto do feto anencefálico. É um feto cuja vida extra-uterina é inviável. A situação típica é de um feto que, se vier a nascer com vida, viveria por algumas horas. Com base nisso, foi movida uma ADPF pela PGR para que o aborto de feto anencefálico feito por médico e com o consentimento da gestante, não fosse punido na forma dos artigos 124º e 126º, CP. Essa ação foi julgada procedente pelo Supremo, passando-se a ter mais um caso de aborto permitido. 
Antes dessa ação, era comum o ajuizamento de ações individuais de pedido de autorização ao juiz competente para que a gestante realizasse o aborto do feto anencefálico. A partir dessa decisão não se faz mais necessário pedir a um juiz a autorização para realização de aborto anencefálico.
A justificativa jurídica foi o artigo 3º da Lei 9.434. 
Art. 3º - A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina.
A lei de transplante de órgãos tem um critério legal para fim da vida: a morte encefálica, tratada no art. 3º. Se o critério para fim de vida é morte encefálica, então o critério para início de vida pode ser semelhante: a atividade encefálica. Um feto anencefálico não teria então vida para fins de proteção legal.
	Entretanto, o HC 324.306 do STF teve uma decisão contrária ao favorecimento do aborto. 
Essa ADPF foi muito importante pois abriu as possibilidades de aborto no Brasil.
O problema de natureza jurídica do aborto de fetos anencefálicos é que ele é um hibrido dos dois casos, pois não necessariamente a vida vai expor a vida da gestante a risco, logo, não podemos falar em estado de necessidade que é o primeiro caso de aborto permitido no Brasil e nem do outro caso que envolve ética quando a gestação é decorrente de estupro pois é inexigível que a gestante fique com aquele filho, já no terceiro já no abordo de fetos anencefálicos a justificativa seria o fator do tratamento desumano ou degradante, que clinicamente é fadada ao fracasso – fetos anencefálicos.
Embriões não utilizados (ADI 3510): Tratava da lei de bio segurança, que foi questionada justamente como uma violação ao direito à vida e, por isso, passível de controle de constitucionalidade pelo Supremo. O Supremo entende que não houve violação à vida e nem caracterização do aborto. As três realidades: embrião, feto e vida humana – não se confundem.
Descartes de embriões utilizados em clinicas de gravidez assistida - que foi objeto da ADI 3510 – questionava-se a lei de 2005 (LEI Nº 11.105) que permitia a pesquisa com células troncos embrionárias com embriões não utilizados durante reprodução assistida. 
Até quando vamos permitir o aborto? O ideal seria determinar esse período exemplo 12 semanas (isso seria mais uma escolha médica para que esse prazo fosse plausível) e fora disso uma exceção para o caso dos fetos anencéfalos por exemplo pois esse fator só é descoberto quando a gravidez já está no período mais avançado. Porém precisamos tomar cuidado com essas exceções para que não entremos na questão do aborto eugênico que é um tipo de seleção artificial do ser humano, ou seja abortar pelo simples fato do feto ter alguma anomalia ou deficiências mentais ou físicas. 
O que temos não é violação de direitos fundamentais existe uma colisão dos direitos fundamentais a questão é até quando a vida do feto pode ser sacrificada em função dos outros valores. Dizer que é somente violação dos direitos da mulher não é a melhor forma de defender essa hipótese pois o que existe na verdade é uma colisão desses direitos fundamentais. 
	 			 6ª aula
LESÃO CORPORAL (bem jurídica integridade física):
Falamos no plural pois são várias as modalidades (dolosas e culposas) dessa lesão corporal, o que há de comum nelas é que temos a lesão a integridade física como fim do agente (dolosa) e as lesões corporais como resultado principal (culposas). O caput do Art. 129 usa o verbo mais comum que tem que é ofender, pois no fundo todo tipo penal acaba sendo uma ofensa.
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. (Modalidade dolosa)
Em decorrência da pena podemos perceber que estamos frente a um crime de menor potencial ofensivo, logo, que se aplica a lei nº 9099 dos juizados especiais criminais- lei das pequenas causas. 
Lei nº 9099 – que é a mesma para os cíveis e para os criminais: essa lei tem uma serie de dispositivos chamados de dispositivos descarcerizadores, ou seja, institutos jurídicos para impedir que a pessoa que seja processada ou condenada por esse crime seja encarcerada, são institutos que buscam alternativas para a prisão para crimes que estão dentro desse patamar. 
No caso dos crimes de menor potencial ofensivo muitas vezes aplicamos as penas restritivas de direito antes mesmo do processo começar e se a pessoa cumprir as condições ela não chega a ser condenada no sentido técnico.
Obs: O problema de termos um tipo tão aberto é saber o que se enquadra nele e o que se enquadra nas outras modalidades da própria lesão e o que se enquadra nos outros crimes.
 Esse crime é um crime que nessa concepção é muito semelhante com o homicídio, é crime comum, instantâneo, admite modalidade tanto dolosa quanto culposa, é um crime de dano, é um crime de concurso eventual, é um crime material (para consumação exige um resultado naturalístico) uma classificação doutrinária praticamente idêntica ao homicídio na forma simples. 
Em vários outros tipos penais a lesão corporal estará presente, mas ela será pretendida do meio para o fim, por isso em especial é preciso olhar para o conflito com os outros tipos. 
Conflitos com outros tipos: o primeiro grande conflito da lesão corporal é com o homicídio na modalidade tentada, pois com relação ao seu aspecto externo pode ser uma lesão corporal ou pode não ser nem isso, mas a maior parte dos homicídios tentados vai ter a partir da perspectiva de quem está de fora a mesma face da lesão corporal e pior que existem as chamadas as lesões corporais seguidas de morte que o aspecto externo é de homicídio, mas o crime não é, tudo isso vai depender da determinação do dolo do agente que não é fácil de determinar.
Essa distinção que é tão importante será feita no fim das contas pelo júri popular, é claro que se evidentemente não for homicídio doloso nem precisachegar a júri popular para essa decisão pois o juiz vai desclassificar, ninguém vai recorrer e vai transitar em julgado, mas, quando resta dúvida quando se trata de um homicídio doloso ou de uma lesão corporal seguida de morte cabe ao júri decidir a natureza e sobre o dolo do agente. 
A lesão corporal não entra em conflito só com o homicídio seja ele tentado ou consumado, também pode se confundir com o aborto que pode gerar a lesão corporal graves ou morte da gestante, as lesões corporais leves são absolvidas pelo caput de vários outros crimes exemplo o do aborto que pode envolver lesões corporais leves, quando falamos de lesão de natureza grave, gravíssima ou de morte normalmente temos uma forma qualificada ou agravada dos outros crimes justamente para aumentar a pena quando essas lesões corporais graves ou gravíssimas se verificam. 
O crime de roubo é um crime que é de subtração do patrimônio ou com ameaça ou com violência e essa violência normalmente gera a lesão corporal, se for de natureza leve vai ser o próprio caput do artigo do roubo se for lesão corporal de natureza grave ou gravíssima vamos ter a previsão e se for seguida de morte é latrocínio. 
Obs: a violência normalmente vai gerar lesão corporal pois existe pratica de violência física que não gere lesão corporal.
 Outro conflito é com a contravenção penal de vias de fato que é quando você entra em conflito com a pessoa, mas não chega a machucar embora seja muito difícil não deixar qualquer tipo de marca por exemplo um empurrão ou uma segurada mais forte, ou seja, altercação física sem lesão corporal.
A lesão corporal também pode-se confundir com Rixa (Art. 137) que é quando a “briga”, o “estranhamento”, “as vias de fato” são reciprocas, ou seja, as duas pessoas querem brigar e acabam gerando lesões corporais reciprocas, porém se ocorrer lesão corporal grave ou morte aplica-se pelo fato da participação da rixa a pena da rixa e mais a pena da lesão ou do homicídio se ficar só na lesão leve é só a pena da rixa justamente por ser reciproco.Princípio da consunção, conhecido também como Princípio da Absorção, é um princípio aplicável nos casos em que há uma sucessão de condutas com existência de um nexo de dependência.
CRIME FIM ABSOLVE CRIME MEIO
	CRIME(GRAVE/GRAVISSIMO)
	RESOLUÇÃO
	HOMICÍDIO
	DOLO
	LESÃO GRAVE
	RESULTADO
	ABORTO
	DOLO OU CONSUNÇÃO
	VIAS DE FATO
	RESULTADO
	ROUBO
	CONSUNÇÃO
	RIXA
	DOLO
	ESTUPRO
	CONSUNÇÃO
Lesão corporal de natureza grave:
O que não se enquadra como lesão grave, por mais grave que seja, por conta de uma interpretação restritiva, passa como lesão corporal leve.
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida; (a lesão é capaz de provocar a morte caso não exista um bom tratamento);
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função. Essa debilidade constatada permanente a partir do conhecimento científico que se tem no dia que foi feita a perícia. (Debilidade não é a destruição, mas o enfraquecimento);
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Lesão corporal de natureza gravíssima:
§ 2° Se resulta (gravíssima):
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável; (não precisa ser terminal ou letal);
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.	
OBS: A lesão corporal gravíssima tem a mesma pena do furto qualificado.
Obs: se não tiver em nenhuma dessas hipóteses é lesão corporal leve. 
Lesão corporal seguida de morte (homicídio preterdoloso):
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Causas de Redução de Pena:
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Seria o caso de uma lesão corporal privilegiada.
MODALIDADES CULPOSAS:
Na lesão corporal culposa temos o crime que a pena mais se aproxima da lesão corporal dolosa. Ou seja, é quase a mesma pena a da lesão corporal leve dolosa com relação a pena da lesão corporal culposa, isso mostra que é um tipo penal que se preocupa mais com o resultado do que com a ação, mais com o dano do que com o dolo. A lesão corporal é um elementar típica de vários outros delitos e que configuramos o tipo lesão quando nenhum outro desses está configurado inclusive com relação ao homicídio também.
Art. 129, § 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Culposa no Trânsito: 
A pena da lesão corporal no trânsito é maior do que a pena da lesão corporal culposa fora do trânsito.
Art. 303, CTB - A pena da lesão corporal culposa no trânsito é muito maior do que a lesão corporal culposa fora dele. 
pena de detenção 6 meses à dois anos e mais a suspensão ou proibição de obter a permissão 
Obs: Assim como no homicídio culposos, existe a possibilidade do perdão judicial quando as consequências do delito forem muito graves para o próprio agente. 
 129 § 8º que remete ao parágrafo 5º do Art. 121 
Causas de Aumento de Pena:
A lesão corporal dolosa e culposa tem as mesmas causas de aumento do homicídio. 
 § 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código. 
 § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121 - perdão judicial
Violência doméstica: 	
A primeira informação importante é que não vamos começar falando da lei maria da penha, que é um diploma normativo que acabou de 12 anos e que impõe um regime de proteção a mulher vítima de violência doméstica e esse regime de proteção especial é muito mais processual do que material, até recentemente não havia nenhum só crime previsto na lei maria da penha o que se fazia era: aplicar o regime da lei Maria da penha a alguns crimes do código penal quando a vítima fosse mulher em situação de violência doméstica. Esse ano foi introduzido um tipo penal na lei maria da penha que é o Art. 24 a, que criminaliza o descumprimento de medida protetiva, é um diploma que torna a aplicação do código penal mais rigorosa quando a vítima é mulher no contexto de violência doméstica e traz várias medidas de proteção da mulher que são de caráter processual.
Esse tipo de violência doméstica que é uma forma de lesão corporal qualificada pode-se aplicar tanto a violência contra o homem ou contra a mulher independentemente de quem seja o agressor. 
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
A pena mínima é a mesma da lesão leve só que a pena máxima triplica esse tipo foi introduzido originalmente em 2004 e ganhou a redação atual com a lei Maria da penha, essa pena máxima de 3 anos tem uma função principal, mas qual é o propósito? Tendo em vista que normalmente aplica-se o mínimo pois ele parte do mínimo para o máximo. Os efeitos práticos é que com a crime máxima fixada em 3 anos o crime deixa de ser de menor potencial ofensivo logo ele vai poder ser preso em flagrante e a prescrição que também muda. Esse tipo é independente de gênero, protege tanto a mulher quando o homem. 
Causas de aumento de pena: 
Quando eu tiver uma lesão corporal, grave, gravíssima ou seguida de morte, em contexto de violência doméstica é a pena daqueles parágrafos aumentada em um terço a pena também se aumenta de um terço quando a vítima for portadora de deficiência e a causa de aumento de pena semelhante com a do homicídio que se aplica quando a pessoa é membro de força de segurança, ou seja, várias coisas no regime da lesão corporal sãoimportadas do regime do homicídio.
LEI MARIA DA PENHA: 
Para maria da penha o problema não foi de falta de lei pois o Código Penal da época já punia de forma severa e qualificada esse homicídio, o problema da deficiência da proteção da mulher além do fundo estrutural patriarcalismo e machismo é que as causas de discriminação começam na rede de atendimento à mulher, saúde, justiça, segurança... pois existe uma insuficiência nessa rede. A primeira criação de serviços específicos de atenção a mulher começou com a polícia com a DEAM (delegacia de atendimento à mulher), só que isso era mesmo que importante muito pouco.
A nossa legislação processual em 2006 não tinha mecanismos cautelares adequados para proteger a mulher, pois era tudo (prisão preventiva) ou nada (liberdade provisória com fiança). Não existia proibição de aproximação, contato, afastamento de um local... Tudo isso teve que ser inserido na lei maria da penha. Depois da lei Maria d apenha realmente judiciário, ministério público e defensoria correram atrás e foram constituindo seus serviços especializados em atenção da mulher. A média de idade dos crimes da Maria da penha é 34/35.
Quando a lei maria da penha surgiu começaram alguns problemas e discussões, como:
1. se a lei poderia ser adotada para pessoas independente da orientação sexual, ou seja, é totalmente irrelevante se a relação é homo afetiva; – sim, a própria lei dizia que sim
2. se poderia aplicar para mulheres trans; – pode, no início era meio complicado mas depois ficou mais tranquilo também;
3. se poderia ser usada para homens – essa é uma questão mais complicada pois a proteção é do gênero feminino;
Obs: Evidentemente essa lei foi questionada no supremo, pois ela tinha essa previsão do Art. 41. Que diz que aos crimes praticados com violência familiar contra a mulher independentemente da pena prevista não se aplica a lei nº 9099/95. Tudo que tiver na lei 9099 que represente instituto descarcerizadores não vai se aplicar a violência contra a mulher, existe também a ideia de suspensão do processo que se aplica em todos os casos cuja pena mínima seja de um ano ou menos, logo, na violência doméstica cabe prisão em flagrante, mas ainda caberia suspensão condicional do processo e com essa previsão não iria mais poder haver essa suspensão. 
A lei maria da penha não incide somente na lesão corporal não, outros crimes como os crimes de ameaça, contra honra... cuja pena fora da violência doméstica não permitiria prisão em flagrante. 
Qual é a grande questão com a lei maria da penha se o homem ameaça mulher ele pode ser preso em flagrante se a mulher ameaça o homem ela não pode ser. Na lesão corporal fica igual os dois podem. Ou seja, para crimes com pena mínima não superior a um ano, em caso da Lei Maria da Penha, não é permitida a suspensão condicional do processo nem a pena alternativa. Entretanto, cabe a suspensão condicional da pena – sursis –e, em último caso, caberia o regime aberto. 
Jurisprudência: 		
ADI 4424 foi declarada inconstitucional, pois com a promulgação dessa lei surgiu o argumento de violação da isonomia e mais precisamente porque temos no Art. 5º que homens e mulheres são iguais por obrigações, procurador supremo e em troca aconteceu a ADC 19 – o presidente da república declarou essa lei constitucional, reconhecendo a diferença cultural entre homem e mulher e se baseando no artigo 41 da Lei Maria da Penha, mostrando-se em consonância com a obrigatoriedade do Estado de adotar mecanismos que coíbam a violência no âmbito de relações familiares. A lei Maria da Penha é constitucional pelo STF. 
Existe um problema pois existem poucas varas de atendimento à mulher, por exemplo em salvador só existem 3.
Obs: a regra é que a ação pública seja incondicionada, mas as vezes o código traz expressamente exceções disso, ou seja a ação continua sendo do MP, mas a vítima tem que concordar com o início dela.
Nas lesões leves e culposas o Art. 88 da lei 9099, diz que é ação pública condicionada, é por isso que antes da lei maria da penha era comum a retirada dessa queixa, mas a lei maria da penha dificultou essa retirada, pois você tinha que ir até o juiz e retirar a queixa. 
Obs: Em circunstancias normais tanto a representação da vítima pode ser a qualquer autoridade de qualquer forma assim também se dava a retirada. 
No final a lei dos juizados especiais (que diz que a lesão corporal dependia de representação) não se aplica a lei maria da penha Art. 41, que é o artigo realmente aplicado. 
 				 	 8ª aula
Crimes contra a honra:
Esses delitos viam caindo gradualmente em desuso, existia para esses delitos um regime especial na lei de impressa que era de controle da liberdade de expressão da época da ditadura que foi declarada inconstitucional depois pelo supremo, mas as coisas mudam quando chega a lei dos juizados especiais, que simplificou o procedimento e que deixou de aceitar flagrante para esses crimes, deu uma grande revigorada nos crimes contra a honra como o procedimento ficou mais simples os juizados criminais especiais ficaram sobrecarregados com esses delitos. Porém recentemente existe algo que facilita ainda mais esses delitos que foi a internet em geral e principalmente a explosão das redes sociais nos últimos 10 anos. 
Obs: existiu a ideia de criminalizar a divulgação de “Fake News” porém o ato de mentir não é crime e de fabricar uma notícia falsa também não, no entanto as vezes esse ato de mentir se torna crime, como já temos um regime razoavelmente montado não faz nenhum sentido prever como delito autônomo a divulgação de notícias falsas, pois isso vai contra a liberdade de expressão pois a diferença entre o fato e a interpretação é grande e também pelo fato de que as vezes é pela notícia sem fonte recomendada que as investigações de apuração começam. 
Imagine se o estado pudesse impedir quem quer chamar o impeachment de golpe de chama-lo assim ou alguém que queira chamar o golpe de 64 de revolução, uma coisa é o que vai ficar na história. 
Diante desses delitos contra a honra é preciso fazer uma interpretação constitucionalmente adequando, pois a liberdade de expressão deve ser considerada como um grande fator nesse caso. 
Calúnia - Imputação falsa de um fato criminoso a alguém. (crimes contra a honra objetiva)
Injúria - Qualquer ofensa à dignidade de alguém. (crimes contra a honra subjetiva)
Difamação - Imputação de ato ofensivo à reputação de alguém. (crimes contra a honra objetiva).
Calúnia: 
  Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
        § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. (“fake News”).
        § 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Crime de menor potencial ofensivo:
O crime de calunia, e isso vale também para o crime de difamação, ofende a chamada honra objetiva, que significa a ofensa reputação, imagem que os outros tem dessa pessoa a partir do que se sabe sobe ela e do que se fala sobre ela, esse crime se consuma quando a calunia chega a um terceiro que não é o caluniado. 
É um crime doloso, um crime comum, instantâneo, é um delito material (pois precisa chegar a um terceiro) é de concurso eventual e o que é importante é perceber duas coisas: 
 1ª imputar alguém um fato definido como crime. 
2º esse fato desonroso deve ser definido em lei como crime, se for definido em lei como contravenção ou como apenas ilícito civil a pessoa não está sendo caluniada. 
Obs: qual é a grande diferença entre a ofensa a honra objetiva (calunia e difamação) e a honra subjetiva (injuria)?
Honra objetiva – preciso ter atribuição fatos, acontecimentos concretos, logo, chamar alguém de ladrão não é calunia para que seja uma calunia é preciso dizer que fulano é um ladrão pois ele fez tal coisas em tal momento, logo eu trago minha afirmação para os fatos reais.
Honra subjetiva – o juízo que determinada pessoa faz acerca de seus próprios atributos;Obs: Não existe calunia culposa ou divulgação culposa.
Com a internet, é muito mais fácil produzir provas dos crimes contra a honra, tirando os casos dos crimes de calúnia ou difamação da imprenssa que era resolvido pela própria lei da imprensa e eram fáceis de provar. 
O bem jurídico protegido nesse caso é a honra do particular, da pessoa.
Quem é a vítima na calunia? Todas as pessoas físicas inclusive os mortos (§ 2º diz expressamente isso) a pessoa jurídica também pode ser vítima de calunia em qualquer ordenamento que admita crime para pessoas jurídicas, no caso do Brasileira a pessoa jurídica pode ser vítima pois ele pode praticar crimes ambientais.
Imunidades parlamentares no exercício da função: 
Imunidade dos advogados: 
Conflito com outros tipos: 
Calúnia x difamação
Na calunia o fato imputado deve ser necessariamente definido como crime na difamação não, na difamação pode ser definido como contravenção, ilícito civil ou nenhum ilícito mas pode ser desonroso no ponto de vista moral. 
Calunia x injuria
A principal diferença é que a calunia o delito representa a imputação de um fato criminoso já na injuria o que se tem é a qualidade desonrosa sem especificar um fato, para caluniar não basta atribuir, precisamos concretizar o fato mas para injuriar basta apenas dizer que alguém é algo que na verdade essa pessoa não é. 
Também vai haver conflito com outros crimes: existem vários crimes no fim do CP no capítulo dos crimes contra a administração da justiça que se pode confundir com a calunia. 
Denunciação caluniosa
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: 
        Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
        § 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto.
        § 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.
Na denunciação caluniosa não basta acusar o falso é preciso ter procurado a justiça, polícia o ministério Público ou qualquer outra autoridade da PF que de causa a investigação dizendo que alguém cometeu um crime. 
A pena é maior do que a calúnia. Pois você está colocando a pessoa no risco de sofrer uma punição grave e você também está movimentando a justiça. 
Obs: inclui a contravenção, mas a pena é bem menor. 
Falso testemunho ou falsa pericia:
Nesse caso a pena é menor do que na denunciação caluniosa pois aqui não depende da iniciativa e da pro atividade, nesse caso a pessoa é intimada pra dar um depoimento. 
Obs: para ser calunia eu não posso tá falando de uma acusação no âmbito policial, judicial, do MP e da receita, ou seja, essa acusação não pode ser ingressado na esfera estatal. 
Exceção da verdade:
Se eu acuso alguém de cometer um crime e a vítima entra com uma ação penal contra mim, a melhor defesa seria a exceção da verdade. Admite-se prova da verdade quando se é acusado de calúnia. 
A exceção da verdade é um incidente processual concedido ao réu a fim de provar que os fatos imputados ao autor são verdadeiros. Trata-se de instituto, em regra, aplicável diante do crime de calúnia, excepcional ao crime de difamação e vedado ao crime de injúria.
Se a vítima da calúnia tem foro privilegiado para seus crimes, quem vai julgar a exceção da verdade é o competente para julgar a autoridade.
Nos crimes contra a honra a defesa mais eficiente possível que se pode fazer é provar que ele estava falando a verdade. Como defesa da calunia admitisse a prova da verdade, aceita se é exceção da verdade exceto quando:
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível. Quando estou falando de crime de natureza privada (ofendido deve entrar com a ação). 
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no inc. I do art. 141;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. Quando transitar em julgado o caso de Kátia Vargas em favor de sua absolvição e a família das vítimas continuar a dizer que ela matou as vítimas, será configurada calúnia. 
Obs: Se o crime for de ação penal pública eu posso acusar alguém a vontade desde que eu tenha provas, mas se for de ação penal privada nesses casos mesmo que seja verdade eu não posso falar isso se a pessoa não for condenada. 
Difamação:
  Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Também se refere a honra objetiva e também se consuma quando chega a um terceiro. Imputar um fato a alguém que ofenda a sua reputação. O fato pode ser verdadeiro ou falso, não importa. Também não se trata de xingamento, que dá margem à injúria.
Para falar de tentativa atualmente podemos falar com a carta que não foi entregue, o e-mail que voltou, etc... mas ela não sai dessa esfera logo não se consuma. 
Conflito com outros tipos:
Calunia x difamação: mesma coisa de lá de cima. 
Obs: a empresa, pessoa jurídica, pode ser sim vítima de difamação. 
Obs: As imunidades dos deputados são apenas para crimes contra a honra, logo eles vão poder responder por quaisquer outros crimes que não se encaixem nesse roll. 
Injuria: 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. Ou seja, injúrias recíprocas e provocação da vítima. 
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência
Pena - reclusão de um a três anos e multa. 
O que temos é a atribuição de uma qualidade, adjetivo que não esteja concretizado a uma conduta a alguém, ainda que esse adjetivo confirme as práticas reiteradas dessa conduta. Não estamos falando da reputação e sim do sentimento e zelo pela honra subjetiva. É o que está mais próximo da ofensa pessoal, do desrespeito. Esse é o tipo mais aberto que tem. 
Essa ofensa não precisa necessariamente ser pela linguagem verbal, acontecendo através de gestos, também, mesmo sendo mais comum o primeiro.
Na injúria, a consumação se dá quando o indivíduo toma conhecimento, diferentemente do que acontece na calúnia e na difamação, que já se consuma quando um terceiro tem conhecimento da imputação. O ofendido (injuriado) não precisa necessariamente se sentir ofendido para que o crime se consume. 
Perdão judicial: 
Existem dois casos de perdão judicial.
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
O juiz pode deixar de aplicar a pena quando o ofendido de forma reprovável provocou diretamente a injuria, é uma compensação, A injúria recíproca e provocação da vítima são as causas que o juiz pode utilizar para não aplicar a pena. Isso dificilmente vai ocorrer, pois se trata de juizados especiais, sabendo todo o processo de transação, composição civil dos danos e sursis antes de chegar ao perdão judicial.
Obs: não existe a exceção de verdade para a injuria e como compensação a lei estabeleceu uma forma de perdão judicial para quando a pessoa ‘‘merecer’’. 
Obs: não existe injuria para pessoas jurídicas. 
Injuria real: 
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondenteà violência.
As vezes a violência física tem muito mais a intenção de desmoralizar do que de machucar, exemplo do tapa na cara, da cusparada... Nesses casos esses atos vão ser injúria e não lesão corporal/via de fato. Tem que ter a finalidade de humilhar e não de causar um sofrimento físico. 
Obs: A pena e maior do que a da injuria simples e também tem a pena da violência. 
Injuria discriminatória ou injuria racial: 
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência
Pena - reclusão de um a três anos e multa. 
É uma forma qualificada de injuria, a jurisprudência já tem reconhecido que essa injuria é imprescritível da mesma forma que o racismo. A injúria racial admite prisão em flagrante, não sendo um crime de menor potencial ofensivo, não importando vítima e autor, pois a pena passa de dois anos.
9ª aula
Disposições comuns: 
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; em tese, se alguém ofende o presidente da república, ofende ao mesmo tempo toda a nação.
II - contra funcionário público, em razão de suas funções; quando o crime era contra o funcionário público era desacato. Hoje existe uma decisão o STJ pondo uma zona de “transição” entre a injúria e o desacato.
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. A grande relevância desse inciso hoje é a internet.
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria. (exeto no caso de injuria pois na injuria discriminatória a condição de deficiente e idoso já é elementar do tipo logo seria bis in idem)
Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.
Obs: A Lei 13.188 trata sobre direito de resposta do ofendido, o chamado direito de resposta.
Obs: Porém essas empresas de comunicação muitas vezes tem uma blifagem, ou seja, meios para defender o seu juízo que as pessoa que vão RT, repostar não em logo deve-se ter muito cuidado com isso. 
Quanto as vítimas: presidente da república ou chefe de governo estrangeiro (podendo ser brasileiro também); a pena nesse caso aumenta em um terço.
Qualquer delito que se encaixe nesses quesitos assim já muda a pena base principalmente na calunia, pois, o crime já não é mais de menor potencial ofensivo ou seja, na forma simples ele é menor potencial ofensivo quando incide esse aumento ela deixa de ser;
Causas de exclusão do crime:
São hipóteses de exercício regular de direito ou estrito cumprimento de dever legal, só que especificadas na parte especial do código para que não haja dúvidas. São causas que não abarcam a calúnia, apenas a injúria ou difamação. 
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
	A calúnia não é alcançada por esse tipo. 
 I - ... quando entramos com uma ação contra alguém normalmente é por que essa pessoa deixou de cumprir uma obrigação, o que teoricamente já está na beira da difamação e forma de se manifestar nos autos pode ser entendido como difamação, logo, se fossemos punir a pessoa por isso não existiria ação judicial. 
II-... a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, quando alguém quer criticar que determinado artista não é bom ou que determinada obra não é boa, ele poderá. Logo pode-se criticar negativamente trabalhos feitos por artistas, desde que esse não tenha a intenção de injuriar essa pessoa.
III- ... um funcionário público que no exercício da sua função...
Retratação:
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa.
Obs: o querelado é o réu da ação privada, a petição inicial privada é a queixa e nome de quem entra com a ação é o querelante.
A retratação só cabe na calunia e na difamação ela não cabe na calunia e na difamação eu só atribuo o fato logo eu posso retirar o fato que eu disse que a pessoa praticou, mas a questão 
 Sendo assim, se até a sentença o querelado voltar atrás, se arrependendo do que disse, isso retira a pena.
A vítima será sempre a querelante? Nem sempre pois nem sempre essa vitima vai poder responder, caso essa vítima não possa vai-se colocar um representante. 
O perdão do ofendido: 
ele também impede a pirraça, pois ele é concedido pela vítima a um dos ofensores ou a vários mas se oferecer a qualquer um todos podem se aproveitar do perdão, se forem vários ofendidos um pode aceitar e o outro não e a pessoa só vai ter esse perdão se ele quiser esse perdão. 
	
	PUBLICA INCONDICIONADA
	PUBLICA CONDICIONADA
	PRIVADA
	CALÚNIA
	NÃO
	PRESIDENTE DA REPUBLICA E FUNCIONÁRIO PUBLICO
	DEMAIS CASOS
	DIFAMAÇÃO
	NÃO
	PRESIDENTE DA REPUBLICA E FUNCIONÁRIO PUBLICO
	DEMAIS CASOS
	INJURIA
	INJURIA REAL NA VIOLENCIA DOMESTICA OU LESÃO GRAVE
	PRESIDENTE DA REPUBLICA E FUNCIONÁRIO PUBLICO
INJURIA REAL
INJURIA DESCRIMINATÓRIA
	DEMAIS CASOS
ADPF: 130. 
Pedido de Explicações 
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa. 
Ação Penal
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3º do art. 140 deste Código. 
Só se sabe qual a ação penal dos crimes contra a honra com base no artigo 145. Em regra, a ação penal nesses casos de crime contra honra (injúria, calúnia e difamação) é privada, cabendo ao ofendido ingressar.
	Nos crimes contra a honra em geral, a ação em geral é privada, ou seja, precisa de iniciação da vítima. Porém, há exceções à isso, como no caso da injúria real. 
Calúnia – privada (se for contra funcionário público, será ação publica condicionada. Se for contra o Presidente também será condicionada, sendo o Ministro da Justiça o seu representante);
Difamação – privada (contra funcionário será pública condicionada; contra o presidente será ação pública condicionada com representação pelo MJ);
Injúria Real – Pública Condicionada (se for leve); pública incondicionada se for grave ou gravíssima. 
Injúria Discriminatória – Pública Condicionada
Injúria funcionária – Pública Condicionada 
Injúria contra o presidente – Pública Condicionada, sendo o MJ o representante. 
Crimes contra a liberdade individual:
É aqui que vamos ter o bullying e o stalker, enquanto não temos ainda essas pessoas são vão ter os tipos que
Constrangimento ilegal: 
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
São crimesque o legislador considerou que poderia ter outra solução que não a prisão. O juiz irá decidir qual será a pena aplicada ao agente na primeira fase (pena-base). 
	Os doutrinadores chamam esse crime de “soldado de reserva”, pois vários tipos penais têm essa mesma estrutura, e se não for possível encaixar nos outros, encaixa-se nesse tipo (ex: estupro; roubo; extorsão; concussão,etc). É um tipo de crime subsidiário tácito, porque se houver outro que se encaixe, ele não será aplicado. 
§3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;
II - a coação exercida para impedir suicídio. Essa parte não tem correspondência na parte geral, sendo uma coordenação específica da parte especial. Quem tenta salvar alguém que está tentando cometer suicídio não comete crime! 
AMEAÇA:
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: (só se consuma com a soma do mal injusto e grave). 
	Geralmente a ameaça é um crime meio para crimes patrimoniais violentos (roubo e extorsão). Para ameaça se configurar, é preciso que a pessoa compreenda tal, ainda que outra não sinta que está ocorrendo uma ameaça à essa pessoa. 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
	A lei Maria da Penha é o motivo pelo qual esse crime deixa de ser de menor potencial ofensivo quando a ameaça é cometida contra a mulher, pois o homem pode ser preso em flagrante. 
	A doutrina entende que a ameaça proferida no “calor da emoção” não é ameaça. 
	A ameaça é ação pública condicionada à representação da vítima, até mesmo nos casos de “Maria da Penha”. Mesmo sendo o homem preso em flagrante, a vítima pode retratar-se até o oferecimento da denúncia ao MP.
SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO:
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado: 
Pena - reclusão, de um a três anos.
 
*o furto simples tem pena maior que o seqüestro e cárcere privado. 
	É um crime permanente. O seqüestro em si é até instantâneo no início (se rapidamente a vítima foi liberada, etc.), mas o cárcere é indiscutivelmente permanente. 
	A polícia pode prender o agente em flagrante enquanto durar a permanência do crime. 
	A prescrição só começa a ocorrer quando cessar a permanência. 
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; 
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;
III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; 
V – se o crime é praticado com fins libidinosos. 
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:*a tortura é crime hediondo, e esse não. Cabe provar o dolo do agente, portanto. 
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO:
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: 
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho; 
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. 
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:
I – contra criança ou adolescente; 
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. 
 
	É outro crime também permanente, portanto não necessita de ordem para invasão policial desde que seja constatado em flagrante o delito. 
	Há um “conflito” entre esse tipo com o tipo do tráfico de pessoas. 
	A portaria 1.129/2017 tentou definir o que era trabalho escravo para delimitar quais seriam os trabalhadores beneficiados (em questões trabalhistas – pagar seguro desemprego) posteriormente à essa condição de trabalho escravo. 
Art. 1º, III - condição degradante: caracterizada por atos comissivos (exclui os atos omissivos, como a falta de manutenção do estabelecimento, que é uma das características mais comuns da precariedade das condições de trabalho) de violação dos direitos fundamentais da pessoa do trabalhador, consubstanciados no cerceamento da liberdade de ir e vir, seja por meios morais ou físicos, e que impliquem na privação da sua dignidade;
	Os efeitos dessa portaria foram suspensos, pois esta exigia segurança armada, violação comissiva aos direitos e isolamento geográfico (pois existe trabalho escravo urbano), que são exigências incondizentes com a realidade atual.

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