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TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
MBA EM ENGENHARIA AMBIENTA E SANIAMENTO 
BÁSCIO 
 
 
 
 
Fichamento de Estudo de Caso 
 
JOELMA DOS SANTOS 
 
Trabalho da disciplina: Tratamento e disposição dos resíduos sólidos, 
 Tutor: Prof. KARINA LUCIA GARCIA MANTOVANI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPIVARI DE BAIXO 
2018 
 
 
 
 
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Estudo de Caso: Resíduos no Brasil: Um Grande Mercado 
Emergente 
 
Resíduos Sólidos 
Mercado Emergente 
 
 
REFERÊNCIA: ZERIO, John M.; CONEJERO, Marco A.. Resíduos no Brasil: Um Grande 
Mercado Emergente. Arizona: School Of Global Management., 2004. 15 p. 
 
De um passado de inflação descontrolada e desgoverno econômico a um futuro de moeda 
estável, crescimento econômico sólido, e balanças comerciais positivas, o progresso 
econômico tinha trazido expectativas mais altas e menores contrastes entre classes, regiões 
e comunidades. Uma infraestrutura deficiente tinha impacto negativo na capacidade 
econômica de um país e efetividade na produção e distribuição de mercadorias e serviços; 
A elite política do país reconheceu que tinha chegado a hora de tratar das 
necessidades humanas mais básicas com novas políticas, elevados investimentos de capital, 
e uma nova mentalidade. O problema foi criado pelo fato de que a capacidade de 
processamento de resíduos atual estava sob grave pressão em grandes áreas demográficas 
urbanas brasileiras, e praticamente ruía em grandes áreas do país. Além disso, as práticas 
atuais contribuíram para a liberação de grandes quantidades de gás metano, um gás estufa 
(GHG), na atmosfera, e poluíram o solo e a água em uma grande porcentagem de municípios 
pequenos e de tamanho médio. As necessidades da sociedade agora, em 2010, eram muitas 
vezes maiores que a capacidade do governo de financiar, executar e gerenciar tais 
empreendimento de larga escala. O pensamento inovador, a abertura ao compartilhamento 
de riscos, a resolução política foram necessárias para instalar soluções que acelerariam o 
fornecimento de serviços de gestão de resíduos em ampla escala e com a qualidade que a 
sociedade brasileira exigia Gestão de Resíduos Sólidos - Um Problema Global. O 
crescimento econômico, a expansão de atividades industriais, a crescente urbanização, e um 
número maciço de novos consumidores de países emergentes entrando na economia de 
mercado contribuíram para um aumento rápido no volume de resíduos sólidos no mundo 
inteiro. O Banco Mundial previu que em países em desenvolvimento, era característico que 
municípios gastassem entre 20%-50% de seu orçamento disponível na gestão de resíduos 
sólidos (depósito em campo aberto com queima a céu aberto é o padrão), embora 30%-60% 
de todos os resíduos sólidos urbanos tenham permanecido não recolhidos, e menos de 50% 
da população tenha sido atendida. Em contraste, o custo da gestão de resíduos sólidos 
adequada no mundo desenvolvido foi menos de 10% do orçamento nacional.2 As Diferentes 
Realidades do Brasil. O Brasil tinha uma das mais elevadas taxas de desigualdade de renda, 
com a renda dos 20% mais ricos igual a 33 vezes a renda dos 20% mais pobres. 
O coeficiente Gini do Brasil, comumente usado como indicador da qualidade da 
distribuição de renda, era 0,55 em 2002, colocando-o em igualdade com África do Sul, 
Bolívia. Embora saudado como salvador pelas classes de renda baixo e como um bom 
administrador pelas classes industriais, Lula e sua administração foram incapazes de mudar 
a falta de eficiência que infeccionou todos os níveis da máquina do por de décadas. 
 
 
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Contudo, os sucessos da corrente administração de Lula, especialmente seu 
maior compromisso a retirar da pobreza as pessoas do espectro econômico mais baixo, 
oferecem muita esperança. Isso é confirmado pelo apoia a novas políticas consideradas no 
Congresso, maior alocação de fundos para serviços básicos, e renovado interesse em criar 
um ambiente positivo para parcerias com o setor privado. O nome foi cunhado para invocar 
uma estufa com teto e paredes transparente que permitem que os raios do sol adentrem e 
aqueçam o interior. A energia da radiação eletromagnética emitida pelo sol chega à 
atmosfera, em sua maior parte na forma de radiação solar. Uma parte da radiação é refletida 
de volta ao espaço, outra parte é absorvida pela atmosfera, e uma outra parte passa por ela 
e atinge a superfície da Terra, calor irradia ao espaço, embora um pouco permaneça retido 
na atmosfera devido à presença de gases, produzindo assim o efeito estufa. Se o efeito 
estufa natural não existisse, a temperatura média na superfície da terra seria 
aproximadamente 15-20º C abaixo de zero. Com o efeito estufa, a temperatura global média 
na superfície da terra é 15°C.4 Noventa e nove por cento da atmosfera da terra é composta 
por três gases que não estão relacionados ao efeito estufa: nitrogênio (N2), oxigênio (O2), e 
argônio (ar). Os gases que causam o efeito estufa (chamado gases estufas - GHG) são 
normalmente compostos de moléculas que ocorrem naturalmente na atmosfera. Estes gases 
são chamados GHGs por causa de sua capacidade de reter calor, da mesma forma que o 
vidro em um carro fechado ou a cobertura de uma estufa sob o sol.5 Embora o efeito estufa 
seja necessário para a vida na terra, sua intensificação pode causar dano ambiental e 
econômico enorme. Esta intensificação é o resultado de emissões adicionais de GHG que a 
atividade humana gera na produção agrícola e industrial, gado, gestão de resíduos, assim 
como hábitos de consumo do consumidor. efeito estufa começou a alarmar a comunidade 
científica nas últimas décadas do século XX por causa de um rápido aumento nas 
concentrações de GHG na atmosfera devido a emissões antropogênicas. gás carbônico 
porque os níveis de CO2 tinham aumentado de um volume de 280 partes por milhão no 
período que precedeu a Revolução Industrial a quase 360 partes por milhão hoje. Este gás 
está presente naturalmente na atmosfera, mas a queima de carvão, petróleo e gás natural — 
em plantas termelétricas, indústrias, automóveis e sistemas de domésticos aquecimento 
libera o carbono armazenado nestes combustíveis fósseis a níveis sem precedente. As 
emissões de CO2 anuais desde a Revolução Industrial aumentaram em mais de 23 bilhões 
de toneladas, ou quase um por cento da massa total do gás carbônico na atmosfera. O As 
fontes principais antropogênicas de GHG são a agricultura - principalmente plantações de 
arroz inundadas para e criação de gado -, aterros e drenagem de resíduos relacionada à 
mineração de carvão e à produção de gás natural. O aumento das emissões de metano (que 
aumentaram 100% nos últimos 150 anos) começaram mais recentemente que o aumento do 
gás carbônico. Contudo, atingirá o nível do CO2 mais rapidamente, embora o metano tenha 
um ciclo de vida de apenas 12 anos na atmosfera Em alguns casos, o impacto pode ser 
irrevogável. O alvo da gestão sustentável de resíduos é recuperar produtos valiosos de 
resíduos com menos energia e um impacto ambiental mais positivo.11 Os vários fluxos de 
resíduos (residenciais, comerciais, agrícolas e industriais) são, consequentemente, 
abordados com portfólios de opções complementares. Uma escola propõe que os resíduos 
devem ser tratados dentro de uma cadeia estrita de impactos, conhecidos como o Princípio 
de Hierarquia, que declara que a prevenção e a minimização de resíduos devem ter 
prioridade sobre reciclagem e tratamento, com a alienação ambientalmente segura 
terminando a cadeia. Os resíduos são segregados na fonte tanto quanto possível para 
aprimorar a qualidade dos materiais de reutilização e reciclagem, e também para reduzir a 
energia usada na coleta e transporte.12 Ao invés de considerar lixo como um agregado 
 
 
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homogêneo que deve ser enterrado, devemos tratá-lo de acordo com o valor energético de 
seus principaiscomponentes. 
Ela sugere que a gestão integrada de resíduos consista de um menu de opções, e 
que tecnologias específicas devem ser empregadas conforme as dadas situações 
econômicas, sociais e ambientais. Os resíduos após o consumidor contribuíram 
aproximadamente com 1.300 milhões de toneladas de gás carbônico a emissões globais de 
gás estufa, ou aproximadamente 5% do total, em 2005.13 Enquanto outros setores e países 
fazem progresso limitado na redução de CO2, a indústria de gestão de resíduos contempla 
uma situação muito melhor. Entre 1996 e 2003, as emissões do setor recuaram 16% a 23% 
em economias desenvolvidas. Novas tecnologias mostram potencial para o futuro. Conforme 
o mundo fica mais consciente do impacto ambiental de resíduos sólidos e de sua 
contribuição para os níveis de GHG, uma nova perspectiva começa a emergir: resíduos 
sólidos como recursos. Novas tecnologias afetaram quase todas as atividades da corrente de 
resíduos, da coleta até o transporte dos resíduos, e de processos térmicos avançados a 
aterros. Vários gases são produzidos pela decomposição da matéria orgânica, inclusive 
alguns que são prejudiciais à vida humana e ao meio-ambiente. O chorume é um líquido 
escuro de biodegradabilidade limitada com alta concentração de matéria orgânica, metais 
pesados e outras substâncias que podem ser ambientalmente prejudiciais, especialmente 
para fontes de água. O biogás que resulta da decomposição da matéria orgânica na ausência 
de oxigênio é inflamável e tem alto valor calorífico. A composição típica de gás de aterro é 
metano (45%- 60%), gás carbônico (40%-60%), nitrogênio (2%-5%), e pequenas 
concentrações de oxigênio, enxofre, amônia e monóxido de carbono. Aterros estão na quinta 
posição entre as principais fontes de emissões, atrás de combustíveis fósseis, pecuária, 
cultivo de arroz, e queima de biomassa. Esta contribuição representa aproximadamente 500 
milhões de toneladas por ano, das quais 40 a 75 milhões são atribuídos a emissões por 
aterros. A implementação de um sistema de extração de gás usando poços verticais ou 
coletores horizontais é a abordagem mais eficaz para reduzir emissões de gás metano. Além 
disso, as emissões de GHG são eliminadas no processo, e a energia é vendida a clientes 
industriais e torna-se uma fonte de receita do operador da unidade. Os investimentos de 
capital tendem a ser altos, e a maior parte dele é voltado ao controle de sistemas, gestão de 
emissões, e processos de limpeza. 
A indústria reduziu suas emissões a níveis mais elevados que o satisfatório, e 
representa um dos meios mais eficientes de tratar termicamente resíduos e recuperar a 
energia de resíduos municipais. Compostagem municipal envolve a coleta e o 
processamento de vários resíduos orgânicos, inclusive resíduos de jardim e cozinha, 
resíduos agrícolas e resíduos de processamento de alimentos industriais. Dependendo de 
sua qualidade, o composto pode ser diretamente utilizado na agricultura como estrume de 
qualidade inferior ou condicionador de solo, ou enriquecido com nitrogênio para recuperação 
do solo. Os diferentes tipos de bactérias trabalham conjuntamente para dividir os resíduos 
orgânicos, resultando na produção de biogás e do material restante, conhecido como 
digestato. tratamento biológico mecânico consiste de várias tecnologias que podem ser 
combinadas para otimizar o tratamento de resíduos sólidos municipais variados reunidos em 
sacos pretos ou caixas de lixo. Gestão de Resíduos Sólidos no Brasil De acordo com os 
dados do censo publicados pelo Instituto Brasileiro da Geografia e Estatística (IBGE) em 
2000, 228.413 toneladas métricas foram coletadas diariamente no Brasil, ou 
aproximadamente 99% do total produzido. Adicionalmente, o censo mostrou que dentre os 
5.507 municípios, 63,6% descartaram os resíduos sólidos coletados em campo aberto, 
 
 
5 
18,4% aterros controlados utilizados, e apenas 13,8% levaram os resíduos a aterros 
sanitários. 
As estimativas mais recentes publicadas pela Agência Ambiental do estado de 
São Paulo (CETESB) destacaram o fato que 84% das emissões de metano geradas por 
resíduos sólidos ocorreram em campo aberto. Embora legalmente definido pela lei federal 
(Lei 6938/1981), a execução disso tem sido impedida por orçamentos apertados e baixas 
receitas municipais, e a execução tem se mostrado limitada devido à falta de colaboradores 
treinados e de compromisso administrativo. Os caminhões de coleta municipal, as 
contratadas de coleta de resíduos, e o grande público despejam resíduos sólidos nestas 
áreas segregadas. Há poucos ou nenhum controle ambiental e nenhuma atenção é dada a 
liberação de gás de metano, captura de chorume, ou seu impacto no solo, água e ar. 
Os locais abertos são um perigo à saúde e uma fonte de problemas ambientais 
para as comunidades.Aterro Controlado No contexto brasileiro, os aterros controlados são 
antigos campos abertos que sofreram um processo de recuperação parcial e limitado esforço 
de engenharia. O chorume é capturado e impedido de atingir rios e correntes d'água, o 
metano e outros gases são liberados e às vezes queimados, as células de coleta são 
compactadas e cobertas adequadamente com plástico. Este tipo de aterro não atende 
normas ambientais, posto que ele não tem revestimento sintético e camada de barro no 
fundo para evitar contato com o solo local. Portanto, o risco de poluição do solo e da água 
persiste, embora o risco de poluição do ar, odores, e liberação de biogás seja 
consideravelmente reduzido. Aterro Sanitário Como os aterros sanitários são construídos 
seguindo normas sólidas de engenharia ambiental, eles diferenciam-se em muitos aspectos 
de aterros abertos e aterros controlados. Um sistema de tubos perfurados corre 
horizontalmente entre e acima dos revestimentos, coleta o chorume (água gerada durante a 
decomposição de resíduos e água de chuva que entrou em contato com os resíduos) que é 
filtrado pelo lixo. De acordo com um Estudo do Banco Mundial de 2004, um aterro sanitário é 
o sistema com melhor custo-eficiência para alienação de resíduos sólidos na maior parte das 
áreas urbanas em países em desenvolvimento. 
A compostagem de resíduos sólidos custa duas a três vezes (por tonelada) mais 
que aterros sanitários, e os custos de incineração cinco a dez vezes mais.17 Catadores: 
Parceiros na Reciclagem. A alienação adequada de resíduos sólidos é um desafio ambiental 
enfrentado por quase toda cidade do mundo em desenvolvimento, poucas das quais operam 
aterros sanitários ou integram programas de gestão de resíduos sólidos. Onde quer que os 
municípios eliminem seus resíduos em aterros abertos, há um pequeno exército de pessoas 
pobres que tentam ganhar a vida a partir dos resíduos. A expansão das atividades e 
recompensas de reciclagem que os mecanismos econômicos trazem para a reutilização de 
vidro, papel e metais criou exércitos de catadores que coletam e separam o lixo mais visível 
em locais abertos em todo o mundo. Um estudo de 2003 patrocinado pelo governo brasileiro 
(Forum Lixo e Cidadania, 2003) previu que 500.000 pessoas, inclusive adultos e crianças, 
trabalham em locais abertos. A isso, devemos acrescentar o grande número de compradores 
itinerantes que compram a sucata de casas e locais comerciais para vender a ferro velhos. 
Quando operadores públicos e privados avaliam seus sistemas de gestão de 
resíduos sólidos, eles também devem considerar como essas atividades estão organizadas. 
E, enquanto o sistema econômico não for capaz de integrá-los e gerar trabalho 
para eles, eles continuarão a receber sua magra renda com a procura de resíduos 
negociáveis. Como regra geral, quanto menos organizados são os catadores, menos 
provavelmente é que eles agreguem valor aos materiais secundários que eles coletam, e 
mais vulnerável estão à exploração de negociantes intermediários. 
 
 
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Os atacadistas consolidam,compactam/esmagam e embalam o material, e enviam 
cargas completas a indústrias de fabricação, como moinhos de papel, processadores de 
vidro quebrado e produtores de alumínio. A evolução natural para aterros sanitários causará 
um deslocamento social grave destas populações de trabalho, algo que as políticas federais 
devem considerar cuidadosamente. Não deve passar despercebido que o sistema atual, 
embora falho e socialmente injusto, considerando a sustentabilidade, tornou o Brasil o líder 
mundial em recuperação de alumínio, com 89%. Protocolo de Quioto,18 assinado em 1997, é 
um acordo feito por 184 nações que prometem reduzir as emissões de GHG em uma média 
de 5% em comparação aos níveis de 1990 anteriores a 2012. Os governos emitem subsídios 
de emissão a poluidores dentro de suas fronteiras, que podem então ser comprados e 
vendidos por empresas no mundo inteiro. Estes mecanismos permitem que os governos 
conduzam projetos de redução da emissão no exterior e medir os resultados alcançados em 
comparação com as suas metas de Quioto. Projetos de JI ocorreram em países 
desenvolvidos que tinham metas de redução de emissões quantitativas de acordo com o 
Protocolo de Quioto e os projetos CDM ocorreram em países em desenvolvimento que não 
tinham nenhuma meta de redução quantitativa. O mercado financeiro permitiu que países em 
desenvolvimento vendessem reduções de emissão certificadas (CERs) a nações 
desenvolvidas para que eles possam então depositar para atender seus próprios requisitos 
de redução. Por exemplo, posto que muitas fábricas em países em desenvolvimento usam 
processos sujos e ineficientes, é muitas vezes menos caro reduzir emissões nestas fábricas 
do que substituir o equipamento mais moderno usado em nações desenvolvidas. Com 
quanto a maior parte das reduções de emissão deve ser feita domesticamente, o CDM 
permite que poluidores em países desenvolvidos complementem suas reduções investindo 
também em projetos em países em desenvolvimento. No Brasil, um aumento constante da 
consciência ambiental em quase cada nível da sociedade sugere que há uma vontade 
crescente por parte de municípios, de estados e do governo federal para aumentar 
investimentos em aterros sanitários. De acordo com a Primeira Avaliação de Emissões 
Antropogênicas de GHG publicada pelo CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São 
Paulo) em 1994, aproximadamente 805.000 toneladas de gás metano foram geradas no país, 
com 84% originadas de resíduos municipais. Um estudo semelhante pelo Centro de 
Economia Aplicada - CEPEA (2004) previu que o gás metano produzido em aterros 
brasileiros tinha o potencial de gerar as seguintes quantidades da energia elétrica e créditos 
de carbono. A China estava na primeira posição com 2.024 projetos (37%), seguidos pela 
Índia com 1.446 projetos (27%), e pelo Brasil com 417 projetos (8%) do total. Os projetos sob 
desenvolvimento na China tinham um potencial de redução de emissões de 2,97 bilhões de 
toneladas de CO2, correspondente a 48% do total mundial. 
déficit de infraestrutura no Brasil é um teste reconhecido para que o país aumente 
sua competitividade na economia global, e representa um desafio ainda maior para atingir as 
Metas de Desenvolvimento do Milênio. As estimativas indicam a necessidade de um 
investimento de R$ 41 bilhões (US$ 24 bilhões) para atender as demandas básicas do país 
para serviços de gestão de resíduos de água e sólidos. As necessidades em outros setores, 
como portos, estradas de ferro, escolas e hospitais, são também relativamente grandes e 
exigem um compromisso sério de longo prazo pelo governo. Os bancos de desenvolvimento 
desempenham um pequeno papel no financiamento de projetos municipais, mas é o governo 
federal que tem a função crítica de estabelecer políticas e prover fundos de programas locais. 
Em muitos casos, os grandes projetos de infraestrutura ganharam acesso ao financiamento 
privado internacional via obrigações de longo prazo, ou GDRs (Recibos de Depósito 
Globais). 
 
 
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Para tratar suas necessidades de capital, o Brasil exige outros instrumentos que 
permitiriam que seus estados e municípios acessem mercados de crédito domésticos e 
explorem fluxos de capital estrangeiros buscando rendimentos atraentes. O governo 
brasileiro espera que esta lei, quando aprovada, abra o caminho para que o setor privado 
torne-se um importante participante na prestação de serviços essenciais. Os riscos 
financeiros e as recompensas que podem ser aceitáveis para este tipo do investimento em 
um ambiente político que é por vezes “demasiado fluido” precisarão ser cuidadosamente 
avaliados. Uma PPP pode ser considerada um “empreendimento cooperativo entre os 
setores públicos e privados, criado na especialização de cada parceiro que melhor atenda as 
necessidades públicas claramente definidas pela alocação apropriada de recursos, riscos e 
recompensas.”19 Diferentes modelos foram tentados em países emergentes usando como 
modelo a experiência de PPP em países como Reino Unido, Canadá e Estados Unidos. 
Contudo, a motivação central do governo é estender serviços de infraestrutura às 
cidades pequenas e médias, as quais apresentam o maior déficit de serviços. Os governos e 
os órgãos políticos, por outro lado, buscarão formas de maximizar os benefícios do serviço 
às comunidades e de garantir que os operadores privados não extraiam benefícios injustos 
da sociedade. O risco nas PPPs deve ser, em princípio, alocado para quem for mais capaz 
de gerenciá-lo com custos menores, considerando que o interesse público. Regas para 
procurement, negociação e audiências públicas na maioria dos casos definirão os termos dos 
contratos. A esperada aprovação de uma nova estrutura reguladora de Parcerias Público-
Privadas dividirá o passado e o presente na expansão de serviços de infraestrutura a 
grandes segmentos da população brasileira. Grandes empresas domésticas e globais têm 
conduzido estudos de viabilidade para decidir como estruturar a parceria para serviços 
municipais que entrarão em uma fase de procurement em breve. Veolia Environmnet, a 
gigante francesa com receita superior a US$ 40 bilhões e especialização global na gestão de 
resíduos sólidos e tratamento de água, esteve no Brasil por várias décadas. é uma gigante 
de serviços de infraestrutura com vendas de US$ 85 bilhões e forte presença em distribuição 
de gás natural, geração e distribuição de energia elétrica e energia renovável. Elecnor do 
Brasil é uma subsidiária do maior conglomerado de infraestrutura espanhol, o Grupo Elecnor, 
com vendas de US$ 2 bilhões e uma presença em telecomunicações, distribuição de gás, 
geração de força e tratamento de água. Vital Engenharia é uma subsidiária de Grupo Queiroz 
Galvão, uma empresa de construção e infraestrutura com atividades na área de produção de 
aço, desenvolvimento residencial e urbano, gestão de água, construção de estradas e gestão 
de resíduos. Com vendas de US$ 3,2 bilhões e ampla presença no nordeste do Brasil, a 
empresa é um grande provedor de serviços a municípios de tamanho médio. Nova Gerar é 
uma subsidiária da Haztec, um conglomerado privado com sede no Rio de Janeiro e divisões 
operacionais em biorreparo de locais perigosos, tratamento de água, equipamento de 
controle de poluição, distribuição de água e manuseio integrado de resíduos. Nova Gerar 
construiu uma imagem distintiva como pioneira na obtenção da aprovação de seu aterro de 
Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, sob a estrutura CDM e comercializando os créditos de carbono 
gerados pela captura e conversão de gás metano.

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