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PEÇA SEMANA 3

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO...
(~10 linhas)
MARIA SOUZA, nacionalidade, estado civil, profissão, e-mail, portadora da identidade de nº..., inscrita no CPF sob o nº..., residente e domiciliada à (endereço completo), por seu advogado, com endereço profissional (endereço completo), nos termos do artigo 5º, LXIX, da Constituição Federal de 1988 (CF/88), no artigo 106, I, do CPC/15 e na Lei 12.016/09, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, impetrar.
MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR
Pelo rito especial, em face do Reitor da Universidade Federal do estado..., com endereço na Rua..., nº..., Bairro, Cidade, UF, CEP, e-mail, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Requer a Vossa Excelência o benefício da gratuidade de justiça, tendo em vista que, a autora passa por dificuldades financeiras desde que foi demitida, não tendo condições de arcar com as custas processuais sem prejuízo do sustento próprio e de sua família, ademais, encontra-se amparada na CF/88, artigo 5º, LXXIV, e na Lei nº 1.060/1950.
II - DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA 
O Mandado de Segurança é cabível para proteger direito líquido e certo, sempre que houver a violação desse direito por parte de autoridade do poder público mediante ameaça ou abuso de poder, conforme previsto no artigo 5º, inciso LXIX da CF/1988 e do artigo 1º da lei 12.016/2009. Portanto, neste caso, como se observará pelas narrativas dos fatos, é cabível a impetração desse dispositivo constitucional.
III – DOS FATOS
O aluno da Universidade Federal do estado..., inconformado com a nota que lhe fora atribuída em uma disciplina do curso de graduação pela Requerente, na época professora da instituição e servidora pública federal, abordou-a com um canivete em punho e, em meio a ameaças, exigiu que a Requerente modificasse sua nota. Contudo, visando repelir a iminente agressão, a Requerente conseguiu desarmar e derrubar o aluno, que, na queda, acidentalmente, quebrou um braço. 
Diante do ocorrido, foi instaurado Processo Administrativo Disciplinar (PAD), para apurar eventual responsabilidade da Requerente. Na mesma ocasião, a professora foi denunciada pelo crime de lesão corporal, e esfera criminal, a professora foi absolvida, uma vez que restou provado ter agido em legítima defesa, em decisão que transitou em julgado. Na esfera administrativa, entretanto, o feito prosseguiu, sem a devida CITAÇÃO da servidora, pois a Comissão nomeada entendeu que a professora já tomara ciência da instauração do procedimento por meio da imprensa e de outros servidores. Ao final, a Comissão apresentou relatório pugnando pela condenação da servidora à pena de demissão. O PAD foi encaminhado ao Reitor da universidade para a decisão final, que, sob o fundamento de vinculação ao parecer emitido pela Comissão, aplicou equivocadamente a pena de demissão à servidora. Em 11/01/2017, a servidora foi cientificada de sua demissão, por meio de publicação em Diário Oficial, ocasião em que foi afastada de suas funções.
IV – DO DIREITO
IV. 1 – DA MEDIDA LIMINAR
Ante aos fatos é possível verificar a existência dos requisitos previstos no artigo 300 do Código de Processo Civil de 2015, que ampara a concessão de liminar em situações em que exista a probabilidade de deferimento da pretensão meritória devido à plausibilidade do direito invocado pela Requerente, isto é, o fumus boni iuris, que se verifica na medida em que a Requerente não foi devidamente citada no PAD, o qual deve ser ANULADO por desrespeitar os preceitos constitucionais que garantem o Devido Processo Legal, a possibilidade de Ampla Defesa e o Contraditório.
Também se observa na situação o chamado periculum in mora, que se materializa em razão da séria dificuldade financeira passada pela autora, que após ser injustamente demitida sem a devida CITAÇÃO perdeu sua única fonte de renda e consequentemente meio de subsistência, assim, se observa o perigo de dano iminente pelo qual a Requerente já vem sofrendo e continuará a sofrer erroneamente se tiver que aguardar até a solução definitiva da lide.
 Desta maneira, plausível que seja concedida a liminar que reintegre a Requerente ao seu cargo público até a decisão final.
fato de que a sentença penal absolutória transitada em julgado necessariamente vinculará o conteúdo da decisão ad ministrativa, nos termos do Art. 125 e 126 da Lei nº 8.112/90 c/c o Art. 65 do CPP. Logo, em razão dos vícios do PAD, ora apresentados, e do prejuízo/lesão sofrido pela Autora em decorrência de sua demissão, imp eriosa é a concessão da presente tutela de urgência, com a determinação da reintegração da Autora ao c argo público, sem prejuízo do direito ao pagamento dos salários atrasados e de todas as vantagens do cargo. 
IV. 2 - DO MÉRITO
Inicialmente, conforme já aludido, o Reitor da Universidade... agiu erroneamente ao acatar o parecer do relatório da Comissão empenhada para apuração do incidente, uma vez que, como já demonstrado ocorreu a violação de princípios constitucionais basilares que devem existir durante o procedimento, que neste caso, AO NÃO REALIZAR A CITAÇÃO DA FUNCIONÁRIA PÚBLICA, desrespeitou os dispositivos previstos no artigo 5º, inciso LIV e LV da CRFB/88 , que asseguram o Devido Processo Legal, a possibilidade de Ampla Defesa e o Contraditório.
Ademais, o disposto nos artigos 143 e 161, §1º da Lei 8.112/90 reafirma a obrigatoriedade de observância do Contraditório e da Ampla Defesa ao acusado, estabelecendo ainda como deverá correr a citação do servidor.
§1º O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se lhe vista do processo na repartição (grifo nosso). 
Assim, claro fica, que na situação ocorrida, a devida citação prescrita em legislação específica não foi realizada, violando princípios constitucionais.
Outrossim, foi ignorado pelo Reitor o fato de que na esfera criminal a Requerente foi absolvida por ter sido reconhecida a excludente de ilicitude, já que a servidora repeliu à injusta agressão do aluno, tendo sido, na ocasião provada que agiu por legítima defesa. Desta forma, conforme aduzem os artigos 125 e 126 da Lei nº 8.112/90 e também o artigo 65 do Código de Processo Penal, a decisão proferida na esfera penal vinculará o conteúdo da decisão na esfera administrativa.
Portanto, como se pode observar o procedimento que culminou a demissão da Requerente está cimentado por vícios formais e materiais suficientes para sua anulação, que corroboram para a tese de que a demissão foi uma pena não só injusta como também ilegal.
V – DO PEDIDO
Ante ao exposto, requer:
a) a concessão da justiça gratuita; 
b) a concessão da liminar e consequentemente, a reintegração da servidora aos quadros funcionais da autarquia federal, até a decisão final;
c) a citação do Requerido para que, querendo, contestar o feito no prazo de lei;
d) o deferimento do pedido de anulação do ato que resultou na demissão da servidora e que a servidora seja reintegrada definitivamente aos quadros funcionais da autarquia federal, bem como tendo direito ao recebimento do retroativo de todas as verbas e vantagens do cargo a que faria jus se em exercício estivesse. 
e) a condenação do Requerido ao pagamento das custas processuais e aos honorários advocatícios
VI – DAS PROVAS
Requer que sejam alegados todos meios de provas admitidos em direito, em especial, observadas as provas documentais já levantadas nesta inicial.
Atribui à causa o valor de R$...
Termos em que,
Espera deferimento.
Local, data
Advogado/OAB

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