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Psicologia Social - Introdução

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Psicologia Social
Prof. Dr. Marcus Vinicius
contato: marvin.psc@gmail.com
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Breve História da Moderna Psicologia Social
A Psicologia Social é uma disciplina relativamente recente, já que adquiriu tal status apenas no começo do século XX. 
A despeito dos dissensos da Psicologia Social, pode-se observar que o binômio indivíduo-sociedade, i.e., o estudo das relações que os indivíduos mantém entre si e com a sociedade ou a cultura, esteve frequentemente no centro das preocupações dos psicólogos sociais. 
A ênfase maior atribuída ao indivíduo ou à sociedade, bem como a especificidade dos métodos de investigação, dividiu o campo da psicologia social em duas abordagens: a psicologia social psicológica e a psicologia social sociológica. 
Breve História da Moderna Psicologia Social
A psicologia social psicológica procura explicar os sentimentos, pensamentos, atitudes e comportamentos do indivíduo na presença real ou imaginada de outras pessoas. Tal tendência individuocêntrica amparou-se na concepção da psicologia como uma ciência natural e empírica. 
Já a psicologia social sociológica tem como foco o estudo da experiência social que o indivíduo adquire a partir de sua participação nos diferentes grupos sociais com os quais convive. 
Em outras palavras, os psicólogos sociais da primeira vertente tendem a enfatizar principalmente os processos intraindividuais, enquanto os da segunda tendem a privilegiar as coletividades sociais.
Os precursores da Psicologia Social
A expressão “psicologia social” foi utilizada pela primeira vez em 1908, ou seja, no início do século XX, em dois diferentes livros, razão pela qual esse ano é considerado por muitos como a data de fundação da disciplina. 
Porém, ao longo do século XIX, quando os limites entre a sociologia e a psicologia ainda não eram muito claros, foram publicadas várias obras nas quais o indivíduo e a sociedade já eram abordados e discutidos. 
Seus autores eram pensadores oriundos de vários campos do saber, como, por exemplo, a filosofia, a antropologia, a biologia, etc., já que naquela época o papel profissional do psicólogo social ainda não havia sido instituído. 
Entre esses, merecem destaque os estudos de Darwin e Spencer, na Inglaterra, os estudos de Wundt, na Alemanha, e os estudos de Durkheim, Tarde e Le Bon, na França.
Os precursores da psicologia social na Inglaterra
A teoria da evolução de Charles Darwin (1809-1882) é considerada uma das mais poderosas e populares inovações do século XIX, tendo exercido grande influência sobre a psicologia. 
Tempos depois, Herbert Spencer (1820-1903), fundamentando-se na teoria da seleção natural, converte-se em um dos principais líderes do movimento conhecido como darwinismo social, sendo dele a expressão “sobrevivência do mais adaptado”.
Sua tese era que as nações e os grupos étnicos podiam ser classificados na escala evolucionista de acordo com o seu grau de desenvolvimento, organização, poder e capacidade de adaptação.
O precursor da psicologia social na Alemanha 
Wilhelm Wundt (1832-1920) é o principal representante da psicologia dos povos, que surgiu na Alemanha como reação ao avanço das ciências naturais. 
Apesar de ter sido o primeiro psicólogo a tentar abordar de forma científica o estudo da mente, sua obra não se limitou a explorar os processos mentais individuais. 
Wundt propôs uma distinção entre a psicologia experimental, responsável pelo estudo dos processos mentais básicos, e a Völkerpsychologie (psicologia dos povos), dedicada ao estudo dos processos mentais superiores.
Nessa perspectiva, considerou a mente como um fenômeno histórico, um produto da cultura e da linguagem de um determinado povo, que não poderia ser explicada em termos individuais, mas sim em termos coletivos. 
Os precursores da psicologia social na França
Emile Durkheim (1858-1917) é considerado um dos fundadores da sociologia, tendo publicado várias obras nas quais aborda a evolução da sociedade, os métodos da sociologia e a vida religiosa.
Para ele, as representações coletivas (como a religião, os mitos, etc.) constituem-se em um fenômeno ao nível da sociedade e distinto das representações individuais, que estão no nível do individuo. 
Em suas reflexões sobre a relação entre o indivíduo e a sociedade, Durkheim enfatizou a prioridade do social sobre o individual. É a sociedade que determina o comportamento da pessoa. 
Os precursores da psicologia social na França
Gabriel Tarde (1843-1904), na obra As leis da imitação, publicada em 1890, defende que a vida social tem como mecanismo básico a imitação. 
Desse modo, qualquer produção individual, surgida sob a forma de uma invenção ou descoberta, propaga-se na vida social por meio da imitação, uniformizando-a.
Segundo Tarde, as leis da imitação seriam as seguintes: a lei do descender, segundo a qual as tendências do comportamento são iniciadas pelas pessoas de status superior e imitadas pelas de status inferior; a lei da progressão geométrica, segundo a qual a difusão das ideias de uma população costuma começar lentamente para, depois, crescer com rapidez; e a lei do próprio antes que o estranho, segundo a qual a cultura própria é imitada antes que as estrangeiras. 
Os precursores da psicologia social na França
Em 1895, Gustav Le Bon (1814-1931) publicou o livro Psicologia das multidões (Melo Neto, 2000), que exerceu significativa influência nos trabalhos de vários psicólogos sociais posteriores. 
A ideia central sobre a qual se baseia o pensamento de Le Bon é o reconhecimento da massa como uma entidade psicológica independente daquela de seus membros. Quando os indivíduos se reúnem para formar parte de uma multidão surgem determinados processos psicológicos que não estão presentes no indivíduo isolado.
Segundo Le Bon, ao se encontrar em uma multidão, o individuo sufoca sua personalidade consciente e passa a ser dominado pela mente coletiva da multidão, que é capaz de levar seus membros a apresentar comportamentos unânimes, emocionais e desprovidos de racionalidade. Em outras palavras, as pessoas perdem sua capacidade de raciocínio e tornam-se altamente sugestionáveis, o que as leva a cometer atos de barbárie que não praticariam se estivessem sozinhas.
A fundação da Psicologia Social
No início do século XX, a psicologia social começa a adquirir o status de uma disciplina independente, e seu centro de gravidade começa a se deslocar da Europa para os Estados Unidos. 
Duas obras, publicadas no ano de 1908, irão marcar a fundação oficial da psicologia social moderna: Uma introdução à psicologia social, de McDougall, e Psicologia social: uma resenha e um livro texto, de Ross.
Edward Ross, influenciado pelas obras de Tarde e de Le Bon, caracterizou a psicologia social como o estudo das uniformidades de pensamentos, crenças e ações decorrentes da interação entre os seres humanos. 
William McDougall, por outro lado, foi fortemente influenciado pelas concepções de Darwin e Spencer sobre a evolução. Sua obra gira em torno do conceito de instinto, ressaltando a importância de certas características inatas e instintivas para a vida social. 
O desenvolvimento da psicologia social psicológica nos EUA
Nas primeiras décadas do século XX, os Estados Unidos assistem à ascensão do behaviorismo, segundo o qual a psicologia científica deveria estudar e explicar apenas o comportamento humano observável.
Com isso, os psicólogos sociais progressivamente abandonam as explicações do comportamento social em termos de instintos, bem como o uso da introspecção, passando a adotar uma psicologia social eminentemente experimental e focada no indivíduo. 
Floyd Allport desenvolveu uma série de experimentos sobre facilitação social, demonstrando que os grupos nos quais as pessoas estavam juntas, mas trabalhando individualmente, apresentavam melhor desempenho do que pessoas que estavam sozinhasrealizando o mesmo tipo de tarefa. Com sua obra, ele define, portanto, os limites da psicologia social psicológica como uma disciplina objetiva e de base experimental 
A Segunda Guerra Mundial
Com a escalada do nazismo na Europa e a Segunda Guerra Mundial, muitos cientistas imigraram para os Estados Unidos. 
Os psicólogos europeus levaram para a psicologia norte-americana a perspectiva do gestaltismo, que substituiria o behaviorismo até então dominante.
O mais eminente deles, Kurt Lewin, propôs a teoria de campo, na qual o grupo era visto como um campo de forcas que tinha primazia sobre suas partes, isto é, sobre seus membros.
Seus experimentos trouxeram a realidade social para dentro do laboratório e converteram-se em um modelo paradigmático de pesquisas sobre processos e estruturas grupais que eram ao mesmo tempo empíricas e teóricas
O período do pós-guerra
 Nas décadas seguintes à Segunda Guerra, a psicologia social psicológica converte-se em um campo cientifico produtivo, com bases solidamente estabelecidas, e torna-se responsável por uma série de pesquisas inovadoras e cada vez mais sofisticadas do ponto de vista metodológico. 
Theodor Adorno defendeu a tese segundo a qual o preconceito contra as minorias sociais em geral (bem como o antissemitismo, em particular) está associado a um tipo de personalidade autoritária, caracterizado por traços de rigidez de opiniões, adesão a valores convencionais e intolerância.
Solomon Asch dedicou-se a pesquisas sobre a influência social, procurando avaliar a influência da pressão do grupo sobre o julgamento dos indivíduos. Seus experimentos demonstraram que, quando uma pessoa tem certeza de que seu julgamento está correto, mas é confrontada com uma maioria que fez um julgamento errado, ela tende a se conformar com essa maioria e mudar seu julgamento.
O período do pós-guerra
Os estudos de Asch sobre conformidade inspiraram os experimentos clássicos de Stanley Milgram sobre obediência à autoridade.
Em tais experimentos, o autor demonstra que os indivíduos sentem-se tão submissos à autoridade do experimentador que, atendendo às suas instruções, são capazes de aplicar choques cada vez mais fortes em uma determinada pessoa (por causa de erros que ela vai simulando cometer durante o desempenho de uma tarefa), apesar de ela demonstrar que está sentindo dores cada vez piores. 
A crise da Psicologia Social
O período que vai do pós-guerra aos anos de 1970 é visto por alguns autores como a era de ouro da psicologia social, em função da grande evolução observada na construção e na verificação de teorias, assim como na elaboração de procedimentos metodológicos e estatísticos cada vez mais sofisticados.
A crise da psicologia social surgiu em consequência da excessiva individualização da psicologia social psicológica e dos movimentos sociais ocorridos nos anos de 1970, tendo se caracterizado pelo questionamento das bases conceituais e metodológicas da psicologia social psicológica até então dominante.
As críticas voltam-se principalmente à sua relevância social, isto é, ao fato de essa vertente da psicologia social usar uma linguagem científica cada vez mais neutra e afastada dos problemas sociais reais. 
Tais questionamentos foram responsáveis pelo desenvolvimento de uma psicologia social sociológica, sobretudo na Europa e nos países latino-americanos. 
O desenvolvimento da psicologia social na Europa
No ano de 1964, foi criado um Comitê Transnacional com o objetivo de promover a internacionalização da psicologia social. Suas primeiras iniciativas foram no sentido de fomentar o desenvolvimento da psicologia social na Europa. Entre os principais representantes dessa moderna psicologia social europeia, destacam-se Henri Tajfel e Serge Moscovici.
Tajfel procurou enfatizar a dimensão social do comportamento individual e grupal, postulando que o indivíduo é moldado pela sociedade e pela cultura. Apoiando-se em tal perspectiva, desenvolveu a teoria da identidade social, por meio da qual defende que as relações intergrupais estão intimamente relacionadas a processos de identificação grupal e de comparação social.
Moscovici, por sua vez, se dedicou ao estudo das representações sociais, derivado do conceito de representações coletivas de Durkheim e caracterizado como modos de compreensão da realidade compartilhados por diferentes grupos sociais. 
O desenvolvimento da psicologia social na américa latina
Ao final da década de 1970, muitos dos psicólogos sociais latino-americanos iniciaram um forte movimento de questionamento à psicologia social psicológica norte-americana, marcada pelo experimentalismo e pelo individualismo, em prol de uma psicologia social mais contextualizada, isto é, mais voltada para os problemas políticos e sociais que a região vinha enfrentando.
Diante disso, passam a praticar o que tem sido designado como psicologia social crítica ou psicologia social histórico-crítica. Esta perspectiva defende o caráter relacional da linguagem e a importância das práticas discursivas para a compreensão da vida social. 
Um autor frequentemente citado como representante dessa nova perspectiva na psicologia social latino-americana é Martín-Baró, que defendeu em suas obras o desenvolvimento de uma psicologia social comprometida com a realidade social latino-americana. 
A psicologia Social no Brasil: um pouco de história
O curso pioneiro em psicologia social no Brasil foi ministrado por Raul Briquet, seguido pelo trabalho de Arthur Ramos. Briquet foi responsável pela cadeira de psicologia social na Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo. Desse curso, resultou uma publicação do primeiro livro acadêmico em psicologia social, editado em 1935.
O segundo curso de psicologia social foi ministrado em 1935, por Arthur Ramos e resultou na edição do livro Introdução à Psicologia Social, publicado em 1936, na Escola de Economia e Direito da extinta Universidade do Distrito Federal. 
Para Ramos, a psicologia social, uma disciplina entre a psicologia e a sociologia, estava em crescente importância, embora não tivesse seus métodos e objetivos ainda claros.
Na sua visão, caberia à psicologia social estudar as bases psicológicas do comportamento social, as inter-relações psicológicas dos indivíduos na vida social e a influência total do grupo sobre a personalidade.
A psicologia Social no Brasil: um pouco de história
Três fatores fazem parte do contexto de evolução da psicologia social no Brasil: 
1) os relacionados com os avanços de áreas afins, como a sociologia, a antropologia, a educação, a historia social e a própria psicologia; 
2) o progresso da psicologia social em países da Europa, nos Estados Unidos e na América Latina;
3) as condições históricas e econômicas mundiais, especialmente, as condições nacionais, que se caracterizavam por demandas sociais de comunidades, grupos e movimentos sociais, ofereceram rumos para a teorização e as pesquisas no campo do conhecimento psicossocial.
A psicologia Social no Brasil: um pouco de história
Como vimos, a psicologia social, no início dos anos de 1960, foi atravessada por uma crise que questionava seu caráter teórico e ideológico, colocando em cheque tanto sua metodologia como as teorizações utilizadas, pois muitos consideravam que a psicologia não havia desenvolvido uma base sólida de conhecimentos estruturada na realidade social e nas vivências cotidianas.
No Brasil, até os anos de 1970, a psicologia social psicológica norte-americana também esteve dominante, de modo semelhante ao que ocorreu no resto da América Latina. Uma das obras bastante adotada nos cursos de psicologia social durante esse período, e que expressa tal tendência, é o livro Psicologia social, de autoria de Aroldo Rodrigues. 
A partir de então, e até os anos de 1970, a psicologia social psicológica norte-americana foi a dominante. A partir do final da década de 1970, os psicólogos sociais brasileiros também participaram ativamente do movimento de ruptura com a psicologia socialtradicional ocorrido na América Latina.
A psicologia Social no Brasil: um pouco de história
O movimento de ruptura com a Psicologia Social tradicional se tornou forte no Brasil a partir do final da década de 1970, com a publicação, em 1984, do livro organizado por Silvia Lane e Wanderley Codo intitulado Psicologia Social: o homem em movimento.
 Silvia Lane fez seguidores e iniciou teorizações características de psicólogos sociais sócio-históricos, que produzem artigos criticando o Estado e o modo neoliberal de produção que tem um forte impacto na construção de subjetividades. 
Nessa perspectiva, a psicologia deveria assumir um caráter de compromisso com a criação da consciência entre os atores sociais, considerando principalmente o contexto da luta de classes.
Outra importante contribuição foi a fundação, em 1980, da Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO), estabelecida com o propósito de contribuir para a construção de um referencial teórico orientado pela concepção de que o ser humano constitui-se em um produto histórico-social, de que indivíduo e sociedade implicam-se mutuamente. 
A psicologia Social no Brasil: um pouco de história
A psicologia social brasileira foi marcada por duas tendências em oposição, representadas por Aroldo Rodrigues e José Augusto Dela Coleta (empirista, adotando uma abordagem mais de experimental-cognitiva, preocupada com processos individuais que se relacionam com o contexto social) e Silvia Lane (marxista e sócio-histórica). 
De maneira geral, alguns argumentos que resumem as criticas e posições de ambos os lados podem ser levantados:
a) A psicologia social baseia-se em um mé- todo descritivo e experimental, ou seja, um método que se propõe a descrever e relacionar aquilo que é observável, fatual. É uma psicologia que organiza, dá nome aos processos observáveis dos encontros sociais.
A psicologia Social no Brasil: um pouco de história
b) Tem seu desenvolvimento comprometido com os objetivos da sociedade norte- americana do pós-guerra, que precisava de conhecimentos e de instrumentos que possibilitassem a intervenção na realidade, de forma a obter resultados imediatos, com a intenção de recuperar a nação, garantindo o aumento da produtividade econômica. Os temas mais desenvolvidos estiveram centrados na compreensão do individuo, desconsiderando fatores que sejam característicos da relação interpessoal e social.
c) Os métodos experimentais trazem perspectivas reduzidas do contexto social, o que gera um conhecimento centrado no indivíduo, nos processos sociocognitivos, partindo de uma noção estreita do social. Este é considerado apenas como a relação entre pessoas – a interação pessoal – e não como um conjunto de produções humanas capazes de, ao mesmo tempo em que vai construindo a realidade social, construir também o indivíduo.
A psicologia Social no Brasil: um pouco de história
d) Por outro lado, a psicologia social crítica tornou esse debate relacionado a toma- das de posições políticas, o que produziu uma psicologia social comprometida com as lutas sociais, engajada com as mudanças sociais que seriam resultantes do empoderamento das classes populares e, ao mesmo tempo, um tanto quanto maniqueísta e dicotomizada, sobretudo no que se refere aos aportes metodológicos.
e) Além do maniqueísmo, existem os argumentos que consideram as pesquisas qualitativas como frouxas metodologicamente e sem validade, além da impossibilidade de estipular explicações causais sobre o comportamento humano.
f) Outro argumento se fundamenta nas teorizações com pouco respaldo empírico, de caráter metateórico, que se sustentam em visões ideológicas de mundo e de ser humano. Essas teorizações se tornam difíceis de serem transformadas em problemas científicos, muitas vezes se tornando uma repetição de discursos.
 
Referências bibliográficas
FERREIRA, M. C. Breve história da moderna psicologia social. In: TORRES, C; NEIVA, E. psicologia social: principais temas e vertentes. Porto Alegre: Artmed, 2011. 
ALVARO, J; GARRIDO, A. Psicologia social: perspectivas psicológicas e sociológicas. São Paulo: McGraw-Hill, 2006.

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