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O LÚDICO COMO RECURSO MOTIVADOR DO ENSINO APRENDIZAGEM NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
LINK CARVALHO, Katia Vanderleia
567321
MENDES DA SILVA, Janice
RESUMO
É importante que se analise a educação como um processo integral, progressivo e permanente, que carece de diversas formas de estudos para seu aprimoramento, pois em qualquer meio sempre existirão diferenças individuais, diferenças das condições ambientais que são advindos dos alunos e que precisam de um tratamento diferenciado. Desta forma, é importante que se proponham atividades que cooperem para o desenvolvimento e alfabetização das crianças das séries iniciais.A questão da alfabetização e lúdico se centraliza em duas vertentes no processo de alfabetização, onde o lúdico é representado pelos brinquedos,brincadeiras, jogos e a música, e por outro lado, a alfabetização, se alinhando ao desenvolvimento infantil é representada por sua interação com o meio e sua produção escrita.A importância do conteúdo é estimada pela forma nítida e objetiva com que são colocados ao alcance dos que se destinam à difícil tarefa de alfabetizar.No processo de desenvolvimento e amadurecimento da criança, o brinquedo, a motricidade,a afetividade, a inteligência encontram-se fortemente ligados e é justamente a esse respeito que será tratado neste trabalho.
Palavras-chave: alfabetização – ludicidade - infância
1 INTRODUÇÃO
Nos tempos atuais, já é possível perceber a importância dos jogos e brincadeiras, no processo de aprendizagem enfim alfabetização. Nesse contexto, a ludicidade proporciona um ambiente motivador que comporta a aprendizagem, a imaginação e sociabilidade da criança.
O lúdico se encontra presente na vida do ser humano desde tempos remotos,a criança precisa vivenciar ideias em nível simbólico para compreender o significado da vida real, a partir de suas ações, o pensamento da criança evolui, assim, suas atividades se tornam importantes para seu próprio desenvolvimento. Mesmo que conheça alguns objetos ou já tenha vivido algumas situações, a compreensão das experiências fica mais clara quando as representa em seu faz-de-conta. Neste tipo de brincadeira, a criança possui oportunidade de expressar, desejar, criar conflitos e frustrações.
A ludicidade pode ser aplicada desde o nascimento até a vida adulta, não possuindo limites, tanto na escola quanto na vida diária e em qualquer situação em que se objetive aguçar o desenvolvimento integral ou parcial do indivíduo. O lúdico pode ser encaixado em qualquer atividade, só depende da criatividade do professor, podendo ser a música, poesia com rima, jogo e brinquedo dos mais variados tipos, historias, contos, filmes, recortes, colagem, desenho, pintura, dramatização, enfim outros tipos de arte.
Este artigo visa destacar as considerações construídas por meio de pesquisa bibliográficas e atualizações em publicações científicas disponíveis em diversos sites sobre o tema em questão, sendo o objetivo central desta pesquisa: apresentar a importância do lúdico como elementos contribuintes para o desenvolvimento da inteligência e a integração do ser, favorecendo na aprendizagem, no desenvolvimento cognitivo, linguístico, psicomotor e sócio afetivo da criança, do qual foram desmembradas as ações específicas destacadas nos seguintes objetivos: proporcionar ao aluno condições para que o mesmo interaja mais em sala de aula, por meio do lúdico; e despertar o interesse e a motivação de modo que o aluno realize o processo de aquisição do conhecimento de forma crítica e criativa.
A escolha do presente tema se justifica, levando em consideração que no decorrer do curso de pedagogia observou-se a importância desta pesquisa, pois o ensino tradicional nas escolas apresenta uma carência motivacional para com os alunos, refletindo muitas vezes em frustração do educando para com o aprendizado. Posto isso, podemos citar Rizzo (2001 p. 40) que nos diz: "... A atividade lúdica pode ser, portanto, um eficiente recurso aliado do educador, interessado no desenvolvimento da inteligência de seus alunos, quando mobiliza sua ação intelectual." 
Dentro da educação, o lúdico contribui para a formação integral do indivíduo, reverencia os valores, a criatividade e o censo critico, promovem a sociabilidade e a expressividade. De acordo com Feijó (1992 p. 61): “O lúdico é uma necessidade básica da personalidade, do corpo e da mente, faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana”. As crianças, ao entrarem em contato com as brincadeiras, acionam zonas importantes do corpo físico e psíquico fazendo com que a mesma expresse emoções e habilidades que não consegue expressar com palavras.
Em um breve momento de reflexão com objetivo de resgatar momentos por nós vivenciados, quando criança, facilmente iremos lembrar-nos de atividades lúdicas que praticávamos isto nos prova que a mesma prevalece no tempo, e se houve um significado este será lembrado, assim como a história também ficará marcada na lembrança e vida da criança.
2. O LÚDICO COMO RECURSO MOTIVADOR DO ENSINO APRENDIZAGEM NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
2.1 DISCUSSÃO CONCEITUAL ACERCA DO LÚDICO NAS SÉRIES INICIAIS
Durante a caminhada educacional ouvimos e aprendemos que por meio do brincar a criança produz aprendizagens e que o lúdico é um dos recursos mais agradáveis, sendo interessante, atraente consequentemente motivador, produzindo um resultado imediato na criança como também em sua aprendizagem.
Baseou-se a constatação acima em estudos realizados, onde muitos autores atribuem ao lúdico um papel de suma importância na educação das crianças, sendo que sua contribuição é das mais diversas, dentre elas o desenvolvimento motor, sócio afetivo, cognitivo e linguístico, da criança, além de facilitar o processo de aprendizagem. O desenvolvimento de múltiplas linguagens nas séries iniciais e do brincar propriamente dito, certamente nos direciona a um processo de construção do conhecimento, o qual favorece o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, reflexão, memória, concentração, socialização e afetividade, igualmente colaborando para uma real consciência corporal e de socialização. Vygotsky (1988) indica a relevância de brinquedos e brincadeiras como indispensáveis para a criação da situação imaginária. Revela que o imaginário só se desenvolve quando se dispõe de experiências que se reorganizam. A riqueza dos contos, lendas e o acervo de brincadeiras constituirão o banco de dados de imagens culturais utilizados nas situações interativas
Conforme Jean Piaget a criança que não brinca, não se aventura em algo novo, desconhecido. Se ao contrário, é capaz de brincar, de fantasiar, de sonhar, está revelando ter aceitado o desafio do crescimento, a possibilidade de errar, de tentar e arriscar para progredir e evoluir. .
Portanto, através da ludicidade pode-se possibilitar a criança vivenciar várias realidades, explorando-as e conferindo novos sentidos. Na perspectiva de inventar e reinventar a criança pode apreender sobre o mundo, bem como podem garantir a sua identidade, ganham segurança e autonomia dando definição a seu espaço de vida.
Assim verifica-se que, as séries iniciais têm muito a contribuir para o desenvolvimento das crianças. Faz-se necessário também, que haja uma conscientização de pais e educadores no sentido de valorizar esta etapa tão preciosa do desenvolvimento da criança.
O ambiente da sala de aula nas séries iniciais deve oferecer recursos para que, a criança sinta-se familiarizada com este espaço, além de oferecer um ambiente seguro para que ela sinta-se livre para explorá-lo.
Por meio do lúdico o educador evidenciará que a aprendizagem é ativa e dinâmica, assim, uma experiência fundamental que possui a capacidade de unir o indivíduo ao seu meio social.
Quando houver a consciência de que, as séries iniciais da criança é a peça chave do processo de aprendizado, a qual proporciona à criança autonomia e segurança para resolver seus problemas e a prepara, de outro lado, para sua existência futurade adulto, essa atividade tomará um lugar privilegiado.
Não se pode permitir que as salas de aulas possuam relações estáticas, as quais impossibilitem a construção do conhecimento significativo. Faz-se necessário ampliar o conceito de escrita presente na maioria dos centros educacionais, resgatando o direito da criança a uma educação que respeite seu processo de construção do pensamento, que lhe comporte desenvolver-se nas linguagens expressivas do jogo, do desenho, da brincadeira e da música, como instrumentos simbólicos de leitura e escrita de mundo, promovendo o desenvolvimento pleno da criança. Por isso, a importância de se desenvolver múltiplas linguagens nas séries iniciais, para garantir seu efetivo e completo processo de desenvolvimento.
As crianças sentem-se motivadas a usar sua inteligência nos jogos, brincadeiras e músicas, pois quer superar os obstáculos, procurando jogar cada vez melhor e obter a vitória, assim possibilitando a autodescoberta, a assimilação e a integração com o mundo por meio de relações e suas próprias vivências.
É indispensável que os educadores proporcionem momentos oportunos para trocas de experiências, submergindo a comunidade escolar, e assim abrindo espaço para conscientização da utilização das múltiplas linguagens no processo de aprendizagem. De tal modo, as brincadeiras, o lúdico e a música compõem o patrimônio cultural, demonstrando valores, costumes, crenças e ensinamentos (MARTINELLI, 1996).
Assim, diante do analisado percebe-se que em qualquer ambiente que envolve a criança, a mesma está exposta,e é estimulada aprestar atenção as brincadeiras, as quais ela certamente irá identificá-las, nomeá-las e relacioná-las.
Ao se trabalhar com a atividade lúdica com crianças é importante notar que, as estratégias adequadas não são apenas fazer com que ela brinque, ou possua qualquer habilidade motora em realizar técnica em algum instrumento, mas sim constituir a relação de diversas formas e a qualidade de ser agradáveis ou desagradáveis.Por isso, verifica-se que é plenamente possível desenvolver uma atividade lúdica, mesmo que os educadores não possuam formação específica nessa área.
Sobre o assunto é necessário distinguir, por fim, a brincadeira denominada educativa da não-educativa (SPODEK & SARACHO, 1988). O debate não se centra nas atividades e tampouco no grau de divertimento que as crianças obtêm delas, mas sim, nos desígnios cominados à brincadeira pelas pessoas responsáveis pelas atividades das crianças. 
O escopo inicial da brincadeira educativa é a aprendizagem, sempre será divertida e proveitosa para as crianças, pois quando não se proporciona satisfação pessoal, a atividade não pode ser considerada lúdica. As brincadeiras educativas, assim, servem ao propósito pedagógico, ao mesmo tempo em que conserva sua função de satisfação pessoal.
Portanto, é o valor educativo do lúdico e da música que apóia as crianças a descobrirem e perceberem as dimensões dos papéis e os padrões de interação entre eles, exercitando o seu entendimento futuro sobre o mundo social e ajudando-as a edificar conceitos realistas.
Essa não é a consciência de todos educadores, e vale dizer aqui que, mesmo que tais procedimentos sejam repensados, muitas instituições ainda esbarram em dificuldades para integrar a ludicidade ao contexto educacional.
No entanto, um dos pontos essenciais a ser abordado com as crianças é a definição do que é o lúdico, o qual é definido como uma forma de ensinar brincando. Entender a ludicidade como linguagem e forma de conhecimento, assim consideram-se a criança não como um ser estático, mas sim como alguém que interage o tempo todo com o meio em que vive, a qual é capaz de organizar suas ideias e pensamentos.
Ressalte-se assim que, os anos iniciais de aprendizagem da criança são favoráveis para que a criança entenda o que é o lúdico, e, portanto, aprenda a brincar e reconhecer as diferenças entre os mesmos. Frisa-se, deste modo, a importância do trabalho desenvolvido nas séries iniciais com a brincadeira, aproveitando que existe uma identificação natural da criança com o brincar. E, destarte essa atividade deve estar atrelada à descoberta e a criatividade.
2.2A IMPORTÂNCIA DO INCENTIVO AO LUDICO NAS SÉRIES INICIAIS
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Brincar é algo simples e muito fácil, porém tem fundamental importância no desenvolvimento do educando. Brincar é necessário também para conhecer brincadeiras adequadas para cada fase, para cada nível e o que elas influenciam na criança. Deve-se permitir que a criança brinque, pois, assim, a criança cresce seguindo regras, respeitando os outros e a si mesma enquanto ser humano seja em qualquer no lugar ou no âmbito escolar.
Ao brincar, o aluno pôde trabalhar o corpo, a respiração e a fala, os quais ajudam a desenvolver a coordenação motora, percepção, memória, postura e concentração. Ao participar destas atividades coletivas os alunos trabalham na prática todos aqueles valores enunciados na sala de aula: a cultura, o respeito pela diversidade, a disciplina responsável, a solidariedade, a importância do trabalho em grupo, a autoestima, o senso crítico, e tanto outros. Isso tudo são elementos que estabelecem a fundamentação para o amadurecimento social, emocional, físico e cognitivo destas crianças e adolescentes. 
O brincar é a primeira etapa da criança e nesta vertente é que se pode atuar com qualidade no processo do ensino e interferir na aprendizagem com a atuação do lúdico. Na escola, jogos e brinquedos tem sido um tema abordado diante de educadores e pedagogos, fato preocupante, porque os mesmos utilizam dessa ferramenta como “passatempo”, sem objetivos deixando algumas crianças ociosas e fazendo do próprio lúdico uma desorganização. Destaca-se também que a sociedade impõe preconceitos em suas brincadeiras, onde as destinadas aos meninos sejam direcionadas a carros, futebol, jogo de vídeo game, desconsiderando a verdadeira essência do brincar, os reais objetivos da brincadeira e seus valores de companheirismo, liberdade e expressão.
Quando ocorre que a criança venha brincar com brinquedos que não condiz ao gosto que a sociedade, dita como normal, ou seja, menina brinca com bola ou menino com boneca, isso não significa necessariamente um problema, uma distorção. Isso ocorre pelo simples fato de estarem representando as vivências do seu dia-a-dia, e ainda nesta fase não fazem distinção de gênero, mas sim, muitas vezes, inclusive interpretam papéis do seu oposto, no caso, menina pode interpretar o papel de um menino e vice-versa.
Em outros casos, a ação do brincar desta forma, em suma pode refletir um pedido de ajuda de um especialista, pelo simples fato das crianças terem uma mãe que não se casou, ou não se arruma, evita os homens, apresentando dificuldade de lidar coma sua própria sexualidade, assim sendo, a criança vincula o problema de sua mãe a si próprio através de suas ações nas brincadeiras.
Todavia, é de responsabilidade do professor, com sua experiência, estimular e incentivar a brincar ordenar o espaço da escola, facilitar o uso dos brinquedos e demais elementos da sala de aula, assim, têm-se uma direção para a atividade sem nenhuma obrigação.
O professor também pode brincar com as crianças, principalmente se elas o convidarem, solicitando sua participação ou intervenção. Mas, precisa ter respeito, aceitando o ritmo dos educandos sem destruir a brincadeira, é preciso delicadeza, sensibilidade, habilidade para observar e participar de forma positiva. A peça-chave dessa intervenção é observar as crianças, pois, é essencial respeitá-las, conhecer sua cultura, como é o modo em que elas conduzem o brinquedo ou a própria brincadeira, mas, porém, melhor é observá-las primeiro, para assim conhecê-las e depois interagir com as mesmas. Sendo importante que o professor desenvolva atividades dirigidas que envolvam brincadeiras, mas elas precisam ter temas relacionados para que haja crédito para o desenvolvimento do educando.
Há várias formas que podem ser utilizadas pelo professor para enriquecer a brincadeira e uma delasé colocar em foco as atividades que aflorem a curiosidade das crianças, como, por exemplo, a troca de bilhete entre colegas, isso leva à escrita e comunicação, sendo experiências que podem ajudar a criança futuramente a investir nestas habilidades no faz-de-conta.
O professor pode, igualmente, organizar atividades que ajudem a criança a descobrir as utilidades que certos materiais possuem, citam-se os jogos em grupo para crianças mais velhas, os quais as levam a desenvolver mais vezes seu nível de competência.
Na comunidade educacional o contributo deste trabalho prima em valorizar a construção do comportamento infantil, dando ênfase à atividade interdisciplinar, à postura do educador em favorecer atividades que propiciam o prazer, a alegria, a inter-relação, a parceria, gerando um clima afetuoso no sujeito-criança, permitindo ao processo de aprendizagem uma efetivação satisfatória e realizadora.
2.3 OS JOGOS E AS BRINCADEIRAS COMO PROCESSO AUXILIAR PARA A ALFABETIZAÇÃO
Como sabemos a alfabetização é a etapa fundamental, o embasamento para todo o processo de aprendizagem, se consiste na apropriação das habilidades de ler e escrever, bem como entender o que está sendo lido e escrito, ou seja, desenvolver a capacidade de interpretar, compreender, criticar, ressignificar e produzir conhecimento.
Tradicionalmente, as investigações sobre as questões de alfabetização giram em torno de uma única pergunta: Como ensinar a ler e escrever? Neste sentido Poppovic (1968, p5) diz que: “a prontidão para a alfabetização significa ter um nível suficiente sobre determinados aspectos para iniciar o processo de função simbólica que a leitura e a transposição gráfica que é a escrita”.
Já Santos (2012 p. 46) diz que: 
Com o pensamento obsessivo de que a alfabetização se limita às quatro paredes da sala de aula e a utilização do método adequado, dão ao professor controle da alfabetização de seus alunos, porém, o próprio professor entra em conflito frente à situação de que o número de crianças com acesso a alfabetização aumentou e trouxe como consequência um fracasso escolar notável. Descobriu-se então, a prática falida e começou o discurso da culpa: alunos submetidos, carentes, deficientes, escola, máquina de reprodução das relações de poder, professor mal remunerado, mal formado, incompetente.
No entanto, segundo Ferreiro (1997, p.37) “o problema da alfabetização foi sempre uma decisão tomada somente pelos professores, sem considerar, porém as crianças”.
Mais uma vez, o lúdico se alia as técnicas pedagógicas para a construção do aprender, aos poucos o símbolo vai dando lugar ao real e a criança vai crescendo e aprendendo a dominar os códigos da escrita e da leitura, neste sentido pode-se afirmar que o brincar é uma preparação para alfabetização no cotidiano das crianças, sendo elementos essenciais para o seu desenvolvimento, onde principalmente os menores, processam o mundo e as informações que recebem através de brincadeiras. É dessa forma que criam, imaginam e se realizam, no entanto, a brincadeira oferece oportunidade à criança de aprender fazendo, pois por meio de brincadeiras de faz-de-conta ela aprende a conviver, a desenvolver hábitos de socialização e respeito, pois quando brinca não tem medo de errar, firmando a sua autoconfiança.
Além disso, sabe-se que brincando as crianças aprendem as regras básicas de disciplina, desenvolvem a inteligência, pois transforma as brincadeiras em realidade, por tudo isso se pode afirmar que o brincar não é apenas passatempo, diversão, mas um ato que contribuirá para o desenvolvimento infantil. Nesse sentido, Santos, (1997, p.12) afirma que:
O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento.
As atividades lúdicas são fundamentais no processo de desenvolvimento da identidade e da autonomia da criança, dentre estas atividades pode-se citar o jogo simbólico, o faz-de-conta, a literatura, as brincadeiras; onde estas interligam o real ao imaginário, pois desenhar, dramatizar, ouvir e contar histórias, jogar com regras, cantar, fantasiar entre outras atividades constituem meios prazerosos. Por meio destas ações as crianças expressam suas emoções e criações demonstrando seus desejos, angústias, medos, alegrias e sentimentos, com isso desenvolvem importantes características para a constituição da vida adulta. O raciocínio lógico, a socialização, a interação com outras crianças, aceitação e elaboração de regras, desenvolvimento da linguagem e da expressão, dentre outras, se constituem em habilidades fundamentais que as crianças constroem por meio das atividades lúdicas.
	Dando ênfase ao acima exposto LOPES (p. 110, 2006), afirma que:
O fato de a criança, desde muito cedo poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde, representar determinado papel na brincadeira, faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras, as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação, da utilização e da experimentação de regras e papéis sociais.
O lúdico é um instrumento que possibilita a inserção da criança na cultura e por meio dela podem interpor suas vivências internas com a realidade externa, favorecendo o seu desenvolvimento integral, sendo que este acontece em interação com pessoas, instituições, famílias, entre outras. Destaca-se que os jogos e as brincadeiras podem estimular e reforçar as competências cognitivas, afetivas, físicas e sociais e que por meio delas a criança constrói suas relações com o objeto, relações que constituem ações que serão reproduzidas via outros objetos em sua vida futura.
No processo de constituição da capacidade lúdica, a presença do outro é fundamental. A criança se depara com pessoas que provocam e propõem as mais diversas ações, entre elas se encontram ações simbólicas, onde por meio da fala, também interpretam como lúdicas, as ações realizadas pela criança com os objetos, que talvez, inicialmente, não tivessem essa natureza. 
Numa concepção lúdica, a linguagem oral e escrita deve ser considerada como forma de interação para externar pensamentos ou para apropriação de conhecimentos. Desse modo, podem-se por meio de jogos, brincadeiras, montagens e produções das crianças criarem um ambiente alfabetizador significativo e concreto.
O lúdico não pode e nem deve ser usado simplesmente para passar o tempo, como se não tivesse nenhum valor pedagógico. Por tudo isso é que os jogos e brinquedos são usados nos mais diversos segmentos da convivência humana, “o jogo é o melhor caminho de iniciação ao prazer estético, descoberta da individualidade” (ANTUNES, apud SANTOS, 2000, p.38). São usados por famílias para estimularem suas crianças e como recurso terapêutico em sala de aula no condição de estratégia do trabalho docente.
Por isso, concorda-se em compreender o jogo como uma atividade que contém em si mesma o objetivo de desafiar os enigmas da vida e de construir um momento de entusiasmo e alegria na aridez da aprendizagem e da caminhada humana, assim, brincar significa extrair da vida humana nenhuma outra finalidade que não seja ela mesma.
Portanto, o brinquedo pode auxiliar no desenvolvimento das múltiplas inteligências, pois no momento em que libera a sua imaginação, desenvolve sua criatividade, sendo assim auxilia na atenção e exercício da concentração, neste sentido é um facilitador da aprendizagem, pois desenvolve a linguagem e a sociabilidade.
Destaca-se, contudo, que é por meio da brincadeira que a criança passa a entender as regras, que futuramente serão necessárias e úteis para auxiliar a entender e solucionar problemas reais aprende inclusive ganhar ou perder, além de que por meio do brincar aprende a conviver.
Referindo-se aos jogos, pode-se dizerque estes oferecem excelentes oportunidades para nutrir a linguagem da criança, onde pelo contato com diferentes objetos e situações é estimulada a linguagem interna e o aumento do vocabulário.
Nem todo o jogo é um material pedagógico, pois existem outros com caráter lúdico, neste sentido Antunes (1999, p. 38) diz que:
Jogos ou brinquedos pedagógicos são desenvolvidos com a intenção explícita de provocar uma aprendizagem significativa, estimular a construção de um novo conhecimento e, principalmente despertar o desenvolvimento e uma habilidade operatória (...) aptidão ou capacidade cognitiva e apreciativa específica que possibilita a compreensão e intervenção do indivíduo nos fenômenos sociais e culturais e que o ajude a construir conexões partindo desse entendimento.
Os jogos devem ser realizados em hora apropriada com caráter desafiador, para ver qual o interesse do aluno e alcançar os objetivos propostos. Ressalta-se então, que para isto acontecer deve-se observar que dentro da realização dos jogos, precisa-se ser capaz de construir um fator de autoestima no aluno como , por exemplo, jogos ou brincadeiras extremamente fáceis de serem realizados em função de sua capacidade, de suas condições psicológicas, ambientais e técnicas favoráveis.
A escola por ser o local onde acontece a educação formal, pode se utilizar das brincadeiras orientadas, partindo de propostas e projetos pré-elaborados e não deixar que aconteçam apenas as brincadeiras livres, mesmo que também se devem haver espaços para a recreação. Baseia-se tal afirmação considerando que é por meio das brincadeiras, ou seja, vivendo no mundo do brinquedo que se devem alinhavar os primeiros passos para o desenvolvimento intelectual, físico e social da criança, partindo desse pressuposto pode-se dizer que a mesma irá se apropriar da alfabetização como vivencia a brincadeira, nesse sentido salienta-se que o lúdico desempenha um lugar de destaque na efetivação da aprendizagem.
Portanto, o papel dos educadores é de fundamental importância, visto que serão os orientadores, aqueles que por meio da interação e desenvolvimento de ações lúdicas proporcionarão momentos prazerosos de contato com os meios lúdicos, ou seja, contação de histórias, brincadeiras livres ou dirigidas, de faz-de-conta, jogos entre outros.
Todavia pode-se afirmar que por meio da brincadeira a criança aprende e vivencia fatos que lhe darão suporte para construir uma base sólida, pois afinal de contas sabe-se que a aprendizagem torna-se real por meio de fatos concretos, os quais são exemplificados nas brincadeiras e jogos.
2.4 METODOLOGIA
A origem da palavra metodologia nos dá a ideia de estudo dos passos e instrumentos a ser utilizado para se fazer a pesquisa científica, respondendo como ela deve ser feita de forma eficaz, compreendendo as suposições básicas e as técnicas investigativas.
Portanto, este estudo assume o caráter de pesquisa bibliográfica e exploratória, a qual é indispensável para qualquer cientificação de estudos, visto que serão pesquisados e explorados os materiais produzidos e já comprovados. No qual, conforme Santos e tal (2008, p. 127), “são exigidos a busca de informações bibliográficas e a seleção de documentos que se relacionam com os objetivos da pesquisa”.
Já segundo Gil (2001,p. 20),“(...) possui a finalidade de proporcionar a maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou construir hipóteses”. 
Ademais, segundo Gil (2001, p. 21) abarca ainda, “(...) o levantamento bibliográfico, a experiência de pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado, análise de exemplos que estimulam a compreensão”. Ostenta geralmente, as formas de pesquisa bibliográficas e estudos de caso.
Trata-se ainda de um estudo de natureza qualitativa que, se trata da metodologia de pesquisa não estruturada, exploratória, baseada em exemplos e estudos que proporcionam a compreensão do contexto do problema.
Aborda em sua essência o lúdico na visão dos teóricos em benefício do mesmo como recurso motivador do ensino-aprendizagem nas séries iniciais do ensino fundamental, analisando a importância dos diversos tipos de jogos e brincadeiras, além de verificar a influência do brincar, enfatizando e reforçando o lúdico como grande contribuinte à aprendizagem das crianças no período que compreende a alfabetização. 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O educador que inclui o lúdico como linguagem e o aproveita de forma adequada, tem nele um extraordinário aliado para o desenvolvimento infantil. 
Ressalta-se que é importante que educadores se reconheçam como sujeitos mediadores de cultura no contexto do processo educativo e que, mais que isso considere a importância do aprendizado da arte do brincar no desenvolvimento das crianças como sujeito produtores e reprodutores da cultura. Somente desta forma poderão procurar e distinguir todos os meios que possuem em mãos para criar, à sua maneira, situações de aprendizagem que ofereçam condições às crianças de edificar conhecimento sobre brincar e cultura.
Afinal, as brincadeiras e o desenvolvimento de múltiplas linguagens nesta fase se tratam de instrumento facilitador do processo de ensino-aprendizagem, consequentemente deve ser viabilizado e incentivado na prática.
Os problemas na educação hoje, em nosso país, não deixam de serem graves. A educação contemporânea, seja na esfera pública e/ou particular, apresenta múltiplas carências, tanto sob aspectos quantitativos, quanto aspectos qualitativos.
Os resultados dessa pesquisa apontam que através dos jogos e das brincadeiras descobrem-se e desenvolvem-se habilidades e competências dos educandos. Desenvolvendo capacidades como: Imaginação, socialização, memorização, criatividade e amadurecimento. 
Ensinar não é apenas repassar informações ou indicar um caminho, aquele que o professor acha que é correto, mas é, auxiliar o educando a tomar consciência de si, dos outros e da sociedade. É saber aceitar-se como pessoa na sociedade e saber aceitar os outros. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher entre muitos caminhos, aquele que for de acordo com sua concepção de vida, valores e circunstâncias que cada um irá encontrar.
Desde a existência dos seres humanos, o jogo e a brincadeira fizeram parte da sua história. Por meio da brincadeira e do jogo, as crianças desenvolvem sua criatividade, afloram sua inteligência, fazendo com que assim, as mesmas aprendam brincando.
A ludicidade é uma necessidade de qualquer ser humano e em qualquer idade. Não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, auxilia a ter uma boa saúde mental, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e formação de conhecimento.
O lúdico pode ser usado como um recurso, que propicia um ensinar de forma correta, simples e divertida. A própria criança constrói seu conhecimento, absorve informações em brincadeiras próprias, as quais chamam de livres.
Para que dê certo o desenvolvimento da aprendizagem de cada educando, o professor deve partilhar um sentimento de afeto, por meio do qual repassa também carinho para os alunos. Construindo o comportamento infantil, buscando a autonomia da criança e valorizando a afetividade que envolve o processo de aprender, investimos na formação lúdica do educador e, assim cria-se uma nova visão de educação, defendendo a presença do ser-criança.
Atualmente o espaço para brincar e o tempo para brincar está cada vez mais reduzido, as atividades cotidianas muitas vezes não permitem tanta dedicação ao ato de brincar e a falta até mesmo de incentivo das pessoas próximas a criança, pois muitas vezes considera o brincar e tempo perdido a mesma coisa.
E até mesmo na escola muitas vezes esse espaço e tempo para brincadeiras também é reduzido, ficando somente para a hora do recreio, pois dentro da sala de aula o importante é que o conteúdo seja transmitido de maneira mais "formal".
Aos professores que ousamsair da 'formalidade' esses assumem um papel importante nas brincadeiras, é o adulto na figura do professor que irá estruturar o campo das brincadeiras na vida das crianças, ele irá organizar oferecer diferentes objetos, fantasias, brinquedos, jogos, irá também arranjar e delimitar espaços e o tempo para brincar.
Através do lúdico na presente educação, conseguiremos uma escola melhor e mais atraente para as crianças. No entanto, é preciso saber entender, a entrar e lidar no mundo da criança; no seu sonho; no seu jogo e, a partir daí, jogar com ela.
Todavia, o professor deve valorizar o lúdico na educação, visando que o brincar facilita a aprendizagem nos seus vários campos como a afetividade e sociabilidade.
REFERÊNCIAS
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BRUNNER, Reinhard; ZELTNER, Wolfgang. Dicionário de psicopedagogia e psicologia educacional. Petrópolis: Vozes, 2000
FEIJÓ, O. G. – Corpo e Movimento. Rio de Janeiro: Shape, 1992.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.
MARTINELLI, M. Aulas de Transformação:o Programa de Educação em Valores Humanos. 5. ed. Petrópolis: Fundos, 1996.
LOPES, Ana Maria Macedo. A criança de Zero a Três anos.Texto base. Disponível em www.cbed.com.br/portalúnico. acesso em 24.06.2008.
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Piaget, J. A formaçãodo símbolo na criança: imitação, jogo, imagem e representação. Rio de janeiro: zahar, 1976
POPPOVIC, A. M. Alfabetização: disfunções psiconeurológicas. São Paulo: Vetor, 1968.
RAU, Maria Cristina Trois Dorneles. A ludicidade na educação:uma atitude pedagógica. Curitiba: IBPEX, 2007.
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SANTOS, S, M.P. dos (org) Brinquedoteca: o lúdico em diferentes contextos. Rio de Janeiro: Vozes, 1997.
SPODEK, B.; SARACHO, O. N.Ensinando Crianças de 3 a 8 anos. Porto Alegre: Artmed, 1998.
VYGOTSKY, L. S.: Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. SP, Icone, 1988
Aluno do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Internacional UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso.
2 Professor Orientador Grupo Educacional Uninter

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