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1. Orgãos urinários Os órgão urinários estão relacionados aos órgãos reprodutores no que diz respeito ao desenvolvimento embrionário e à topografia anatômica, sendo eles os rins, ureteres, vesícula ou bexiga urinária e uretra. Eles também compartilham segmentos terminais comuns, situados na cavidade pélvica denominando aparelho urogenital (Figura 1) (KONIG/MAIERL/LIEBICH,2015). (Figura 1). 2.Rins São pares e produzem urina a partir do sistema circulatório por meio de filtração, secreção, reabsorção e concentração. Os ureteres transportam a urina desde os rins até a bexiga, onde ela é armazenada até sua eliminação pela uretra (figura 1). A função principal do rim é manter a composição dos líquidos corporais, removendo produtores finais do metabolismo e excretando substâncias do sangue pela filtração do plasma, inicialmente obtendo um grande volume de líquidos, ultrafiltrando que também é chamado de urina primária. O ultrafiltrado é isosmótico e isotônico, contendo essencialmente as mesmas substâncias que o plasma com exceção das moléculas de proteína, sofrendo novo processamento mediante o qual substâncias úteis como água, glicose, eletrólitos e aminoácidos, são reabsorvidas de forma seletiva e substâncias desnecessárias são concentradas para eliminação. Após desse processamento é a urina secundária, que apresenta apenas 1-2% do volume da urina primária. Em cães de grande porte 1.000 a 2.000 litros de sangue atravessam o rim diariamente, dos quais 200 a 300 litros são filtrados como urina primária e então reduzidos por processos de reabsorção para 1 a 2 litros que são eliminados (KONIG/MAIERL/LIEBICH,2015). Os rins também possuem funções endócrinas, auxiliando na pressão arterial. Eles produzem o hormônio renina, que converte a proteína plasmática angiotensinógena em angiotensina 1, a enzima de conversão transforma angiotensina 1 em angiotensina 2, a qual causa constrição arterial, aumentando a pressão sanguínea. A bradicinina é outro hormônio produzido pelos rins causando dilatação dos vasos sanguíneos. A eritropoietina, produzida pelos rins, intensifica a eritropoiese (KONIG/MAIERL/LIEBICH,2015). 2.1 Localização dos rins Os rins estão localizados dentro do espaço retroperitonial contra a parede abdominal dorsal. O rim esquerdo localiza-se ventralmente as três primeiras vértebras lombares e possuem maior mobilidade. O rim direito se situa mais cranialmente que o esquerdo, ele se posiciona em uma fossa do fígado, a qual ajuda a limitar sua movimentação (Figura 2-1). Cada rim é envolto em tecido adiposo, o protegendo contra a pressão dos órgãos vizinhos (anatomia cao). (Figura 2-1) 2.2 Forma dos Rins São órgãos de cor pardoavermelhada e superfície lisa, sua forma básica se assemelha a um feijão como ocorre no cão, gato, ovino e caprino. O rim pode ser descrito em termos de suas faces dorsais e ventrais, margens lateral e medial, ou extremidades cranial e caudal (figura 2-2). A margem medial do rim possui uma depressão que forma o hilo renal, por onde a origem dilatada do ureter, a pelve renal, deixa o rim, vasos e nervos renais o penetrarem (figura 2-2) (KONIG/MAIERL/LIEBICH,2015). (Figura 2-2) 2.3 Estrutura do Rim O rim é envolvido por uma cápsula fibrosa resistente, adentrando na face medial do rim para revestir as paredes do seio renal. Essa cápsula pode ser facilmente removida de um rim saudável por algum exame, mas se adere a ele depois que o tecido foi marcado por doenças (figura 2-3). O parêquima do rim é visível e pode ser dividido em: Córtex renal com zona periférica e zona justamedular e Medula renal com zona externa e zona interna. O córtex renal é pardoavermelhado e possui uma aparência granular fina, é recortado em lóbulos corticais por linhas radiadas, as quais identificam o caminho das artérias radiadas (figura 2-3). A medula renal compõe-se de uma zona externa escura e uma zona interna mais pálida, a qual possui estrias radiadas e se projeta até o seio renal. Todos os mamíferos durante o desenvolvimento embrionário os rins apresentam uma estrutura multilobular, embora na maioria das espécies a quantidade de lobos se reduza consideravelmente pela fusão de lobos individuais variando conforme a espécie. No cão todos os lobos se fundem para formar uma única massa medular envolvida por uma crista renal comum (KONIG/MAIERL/LIEBICH,2015). (Figura 2-3) 2.4 Unidades funcionais do rim São os néfrons ou túbulos renais, que são responsáveis pela produção de urina. Túbulos coletores subseqüentes são responsáveis pela condução da urina para a pelve renal, eles formam um sistema de túbulos contorcidos contínuos dentro do rim (figura 2-4). Existem cerca de até 400 mil néfrons no rim de um cão. Os túbulos renais são sustentados por tecido conectivo, passando nervos e vasos sanguíneos. Cada néfron compõe-se de vários segmentos sendo eles: Cápsula glomerular, Túbulo contorcido proximal, Túbulo contorcido distal e Alça de Henle com: Túbulo reto proximal, Túbulo atenuado e Túbulo reto distal. A cápsula glomerular de dupla camada sofre uma depressão pelo plexo esférico de capilares sanguíneos, o glomérulo. Uma camada parietal de células forma a parede externa da cápsula glomerular; a camada visceral forma a parede interna em direção aos capilares sanguíneos do glomérulo que consiste em 30 a 50 alças capilares delicadas formadas pela arteríola glomerular aferente. O espaço entre as paredes parietal e visceral da cápsula glomerular recebe a urina primaria ou ultrafiltrado. A parte restante de cada néfron compõe-se de um tubo contínuo, podendo ser dividido em vários segmentos sucessivos se iniciando com o túbulo contorcido proximal, localizado próximo a cápsula glomerular. Esse segmento se torna cada vez mais reto em direção a parte medular do rim como o ramo descendente da alça de Henle que se assemelha a uma longa curva aguda com três segmentos: o ramo descendente que é relativamente estreito percorrendo a medula com curvas, o ramo ascendente seguindo pela região periférica até o córtex e aumentando de diâmetro formando uma segunda parte contorcida que também se localiza próximo ao corpúsculo renal . Um túbulo coletor supre vários nefros antes de se unir com outros túbulos coletores para formar um ducto capilar, próximo a ápce de um lobo renal com vários ductos papilares que se desembocam na pelve renal (figura 2-4) (KONIG/MAIERL/LIEBICH,2015). (Figura 2-4) 3.0 Bexiga Urinária É um órgão muscular oco, formada por musculatura lisa e elástica, é em forma de um balão ou pêra (figura3). A forma e sua posição variam de acordo com a quantidade de urina que contém. Sua principal função é coletar, armazenar e liberar urina. Desembocam nela os ureteres, e parte dela a uretra até o órgão genitalpara então ser eliminada a urina. A bexiga é revestida internamente por epitélio transicional denominado urotélio. Externamente ao urotélio encontram-se a lâmina própria e as camadas musculares lisas e adventícias. Lâmina própria é uma camada bem desenvolvida, ricamente vascularizada, formada basicamente de tecido conectivo com abundância de fibras elásticas. A camada muscular própria da bexiga é constituída por fibras musculares lisas que formam feixes sem orientação definida, ramificam-se e reúnem-se livremente, mudando de orientação e de profundidade na parede da bexiga e entrelaçando-se com outros feixes. Esse arranjo sob a forma de malha complexa, sem formar camadas distintas, permite que o detrusor possa contrair-se harmonicamente, comprimindo a urina em direção à uretra proximal durante a micção (figura 3). O detrusor pode ser dividido em duas porções com base nas diferenças regionais de sua inervação simpática, sendo elas: A porção localizada acima dos orifícios ureterais, denominada corpo vesical, que compreende sua maior parte. A base, que incorpora o trígono e o colo vesical. Feixes musculares do detrusor são formados por células musculares lisas que se organizam em fascículos separados uns dos outros, de forma incompleta, por septos de interstício compostos por fibras elástica, colágenas, vasos sanguíneos e raros fibroblastos. Acredita-se que a presença de fibras elásticas e colágenas revestindo os feixes musculares talvez seja responsável pela manutenção da arquitetura da parede vesical e por suas propriedades viscoelásticas, permitindo seu enchimento sem elevação da pressão vesical. (Figura 3) 3.1 INERVAÇÃO DA BEXIGA O funcionamento da bexiga é coordenado em diferentes níveis do sistema nervoso central, localizados na medula, na ponte e nos centros superiores por meio de influências neurológicas excitatórias e inibitórias que se dirigem aos órgãos do trato urinário inferior e da aderência sensitiva desses órgãos. Perifericamente, o TUI é inervado por três tipos de fibras: parassimpáticas, simpáticas e somáticas. Inervação vesical parassimpática origina-se de neurônios localizados na coluna intermediolateral dos segmentos S2 a S4 da medula, sendo conduzida através de fibras pré-ganglionares pelo nervo pélvico até os gânglios no plexo pélvico (figura 3-1). Este se localiza lateralmente ao reto e dá origem às fibras parassimpáticas pós-ganglionares, que se dirigem à bexiga. Algumas fibras pré-ganglionares passam pelo plexo pélvico diretamente e fazem sinapse com gânglios localizados na parede vesical. Inervação eferente simpática origina-se de núcleos da coluna intermediolateral da substância cinzenta da T10 a L2 e direciona-se através da cadeia simpática ao plexo hipogástrico superior (figura 3-1). A subdivisão caudal desse plexo forma o nervo hipogástrico, que contém os eferentes pós-ganglionares simpáticos para a bexiga e a uretra. A Inervação da musculatura estriada do esfíncter uretral é predominantemente somática. As fibras somatomotoras originadas desse núcleo inervam o esfíncter uretral através dos nervos pudendos, sem conexão com gânglios periféricos. Há evidências de que o esfíncter uretral também receba influência simpática e parassimpática a partir de ramos dos nervos hipogás-trico e pélvico. (Figura 3-1) FISIOLOGIA Como a maior parte das funções do trato urinário inferior relaciona-se com contração ou relaxamento de sua musculatura lisa, é importante rever o mecanismo pelo qual isso ocorre. Várias etapas do metabolismo celular relacionam-se com geração de força na musculatura lisa. Potencialmente, cada uma delas pode ser alterada em diferentes condições patológicas e contribuir para causar anormalidades contráteis da bexiga. Da mesma forma, todas são alvos potenciais de tratamento farmacológico. Bibliografias consultadas: Anatomia Funcional e Fisiologia dos Animais Domerticos William O. Reec. Anatomia Clínica de Pequenos Animais Gheorghe M.
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