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INSTITUTO POLITÉCNICO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DO CEARÁ PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção Camila Barros Lima PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 1 Programa 1. Conceito do PCP O quê é o PCP. Conceito Empresa de bens Empresa de Serviço Qual objetivo do PCP? 2. Integração do PCP com as demais áreas Vendas Compras Controladoria Manutenção Processo Produção Qualidade 3. Conhecimentos que profissional do PCP precisa dominar Conhecimento necessário para o PCP Conhecimento do produto e do processo Conhecimento conceitual Conhecimento de Informática Conhecimento de Matemática 4. Fluxo de Trabalho no PCP 5. Modos de Planejamento Longo Prazo Médio Prazo Curto Prazo 6. Fatores importantes que impactam nas atividades de PCP Fatores relacionados ao produto Fatores relacionados ao processo 7. Evolução do Planejamento e Controle 8. Perfil do profissional de PCP O que faz? Mercado de trabalho 9. Funções do Planejamento de produção 10. Fundamentos PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 2 11. Sequenciamento da Produção para Processos (Layout) Introdução Referencial teórico Layout quando modificar? Layout finalidades básicas de transporte e movimentação de materiais Reduzir custos, por quê? Os 7 desperdícios Excesso de produção – o que é? Deficiência no lay-out Objetivo do layout Como enfatizar atividades que agreguem valor (layout): Princípios do Layout Fatores da Produção que influenciam no Layout Importância do Layout Layout - Os tipos mais comuns de arranjo físico de organizações Escolha do Tipo de Layout Arranjo/Layout por processo ou funcional Arranjo/Layout por produto ou em linha Arranjo/Layout posicional Arranjo/Layout Celular 12. Capacidade Produtiva Planejamento da capacidade e a programação da produção Que é capacidade? Como podemos medir a capacidade Capacidade de produção: Classificação das capacidades Planejamento e Controle da Capacidade de Produção Metas do planejamento e controle da capacidade Fases do planejamento e controle da capacidade de produção Método das representações acumuladas Teoria das filas Determinação de lotes mínimos de fabricação 13. Administração de Estoque Referencial teórico Definições de estoque As principais funções do estoque são: PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 3 Controle de estoques Objetivos da gestão de estoques Razão para a existência dos estoques Custos Consumo Demanda Fundamentos da Gestão de Estoque Razões para manter o estoque: Tipos de estoques: Avaliação de estoque Função da Gestão de Estoques Sistema ABC de Controle de Estoques 14. Bibliografia INTRODUÇÃO AO PCP De acordo com Lustosa et al. (2008), o PCP surgiu no início do século XX, tendo como um de seus pioneiros Henry Gantt, que desenvolvia cálculos manuais baseados no tempo e na capacidade de produção. Desde aquela época, o PCP vem evoluindo constantemente na busca por melhorias capazes de suprir o avanço do setor produtivo. O QUE É PPCP? •PCP –Planejamento e Controle da Produção. O conceito antigo limitava-se exclusivamente à produção. •É responsável por definir : o quê , quando , onde e como os eventos acontecerão na cadeia de produção. O PCP decorre da utilização eficiente dos meios de produção, por meio dos quais são atingidos objetivos planejados, nos prazos determinados. CONCEITO DE PCP O planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente quais são os objetivos que deverão ser atingidos e o que deve ser feito para atingi-los da melhor forma possível. O planejamento fixa PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 4 rumos, focaliza o futuro e está voltado para a continuidade da empresa. A sua importância reside nisto: sem planejamento, a empresa fica perdida no caos. A partir da definição dos objetivos a alcançar, o planejamento determina a priori o que se deve fazer, quando fazer, quem deve fazê-lo e de que maneira. Por essa razão, o planejamento é feito na base de planos. O planejamento constitui um conjunto integrado de planos. Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Administração de produção: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Campus, 2005, p.100. Se pesquisarmos os precursores do PCP, vamos ver que cada autor tem sua particularidade, entendimento específico do que significa PCP; Todos com mesmos sentido. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 5 Por outro lado, o controle é função administrativa que consiste em medir e corrigir o desempenho para assegurar que os planos sejam executados da melhor maneira possível. Na figura abaixo, uma visão clara de como isso acontece. A tarefa do controle é verificar se tudo está sendo feito em conformidade com o que foi planejado e organizado, de acordo com as ordens dadas, para identificar os erros ou desvios, a fim de corrigi-los e evitar sua repetição. Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Administração de produção: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Campus,2005, p.100. O planejamento e o controle fazem parte do processo administrativo, conforme figura abaixo: Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Administração de produção: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Campus, 2005, p.101. Ambas as definições apresentadas, de planejamento e de controle, são genéricas, mas ilustram muito bem o seu significado. No caso específico da produção, o planejamento e controle da produção, PCP, planeja e controla todas as atividades produtivas da empresa. Empresa de Bens Se a empresa é produtora de bens ou mercadorias, o PCP cuida das matérias-primas necessárias, da quantidade de mão- de- obra, das máquinas e equipamentos e do estoque de produtos acabados disponíveis no tempo e no espaço para que a área de vendas possa entregar aos clientes. Empresa de Serviço Se a empresa é produtora de serviços, o PCP planeja e controla a produção dos serviços e operações, cuidando da quantidade de mão-de- PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 6 obra necessária, das máquinas e equipamentos e dos demais recursos necessários, para a oferta dos serviços no tempo e no espaço para atender a demanda dos clientes e usuários. Partindo dos objetivos da empresa, o PCP planeja e programa a produção e as operações da empresa, bem como controla adequadamente para tirar o melhor proveito possível em termos de eficiência e eficácia. Qual o objetivo do PCP? “O objetivo do PCP é fornecer informações necessárias para o dia-à-dia do sistema de manufatura reduzindo os conflitos existentes entre vendas, finanças e chão-de-fábrica”. Plossl ( 1985 ). A finalidade do PCP é aumentar a eficiência e a eficácia do processo produtivo da empresa. É, portanto, uma dupla finalidade: atuar sobre os meios de produção no sentido de aumentar a eficiência e cuidar para que os objetivos de produção sejam plenamentealcançados a fim de aumentar a eficácia. Para atender a essa dupla finalidade, o PCP tem uma dupla função: • planejar a produção; • controlar o seu desempenho. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 7 De um lado, o PCP estabelece antecipadamente o que a empresa deve produzir e, consequentemente, o que deverá dispor de matérias-primas e materiais, de pessoas, de máquinas e equipamentos, bem como de estoques de produtos acabados para suprir as vendas. Por outro lado, o PCP serve para monitorar e controlar o desempenho da produção em relação ao que foi planejado, corrigindo eventuais desvios ou erros que possam surgir no decorrer das operações. Assim, o PCP atua antes, durante e depois do processo produtivo. Antes, planejando o processo produtivo, programando materiais, máquinas, pessoas e estoques. Atua durante, ao controlar o funcionamento do processo produtivo, para mantê-lo de acordo com o que foi planejado. Depois, verificando os resultados alcançados e comparando-os com os objetivos definidos previamente. Com essas funções, o PCP assegura a obtenção da máxima eficiência do processo de produção da empresa. Ao desenvolver as suas funções, o PCP mantém uma rede de relações com as demais áreas da empresa. As inter-relações entre o PCP e as demais áreas da empresa se devem ao fato de que o PCP procura utilizar racionalmente os recursos empresariais, sejam eles materiais, humanos, financeiros, etc. Integração do PCP com as demais áreas Vendas O contato do PCP com vendas deve ser diário abordando sempre as questões de capacidade futura, do atendimento em curso, previsão de atrasos e negociando as alterações. Informando corretamente a situação. Compras Defina claramente as suas necessidades, cobre levantamentos frequentes nos estoques, promova a participação ativa da área de compras em suas previsões e informações para vendas. Planejamento dos níveis de estoque. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 8 Controladoria Mantenha a controladoria informada sobre os tempos de máquina, mudanças de processos, eliminação e ou inclusão de etapas do processo. Novos materiais e insumos. Peça frequentemente os custos passo a passo dos principais processo de produção. Cheque os custos reais contra os custos registrados na controladoria. Níveis de estoque adequados (matéria prima, estoque de processo e acabado). Manutenção Planeje a capacidade de produção consultando as paradas previstas pela manutenção. Faça a manutenção assumir com o PCP a capacidade de produção. Considere como tempo improdutivo as paradas de emergência e manutenção preventiva. Planejamento da capacidade de produção Processo Busque alternativas para reduzir o processo, mostre as dificuldades de cada etapa do processo, promova discussões entre produção e processo. Programação de produção. Conheça o fluxo. Produção RECEBE AS INFORMAÇÕES DA PRODUÇÃO, PROCESSA E TOMA AÇÕES, NUNCA ASSUMA A RESPONSABILIDADE DAQUILO QUE NÃO LHE COMPETE, SE O QUE VOCÊ PROGRAMOU NÃO OCORREU, ALGUEM DEVERÁ PRESTAR CONTAS A VC, ENVOLVA TODOS OS RESPONSÁVEIS E ENCONTRE UMA SOLUÇÃO EM CONJUNTO, DIVULGUE PRA CIMA OS FATOS. INFORMAR CORRETAMENTE Qualidade Mostre claramente as consequências das rejeições e desvios de produção por má qualidade. Faça com que o pessoal da qualidade apresente alternativas para garantia do atendimento. Não assuma o atraso por má qualidade tentando reprogramar sua produção, mostre as consequências, apresente alternativas para seu superior, gerente de produção, gerente da qualidade, gerente de vendas. Planejamento na compra dos materiais. O Conhecimento Necessário Para o PCP Nesta lição iremos expor e explicar alguns conhecimentos necessários para o bom desempenho das atividades de PCP. Para Planejar e Controlar a Produção são necessários vários tipos de conhecimentos, como os que dizem respeito aos produtos e processos PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 9 inseridos no sistema, cujas atividades se deseja planejar e controlar; conhecimentos conceituais a respeito do próprio PCP; conhecimentos em computação e conhecimentos em matemática. É claro que cada profissional de PCP tem conhecimentos mais aprofundados em uma ou outra área e o grande desafio é adquirir conhecimentos no maior número possível de áreas. Exemplos de conhecimentos: Com relação ao conhecimento do produto e do processo: -estrutura do produto; - conhecimento de como são obtidos os componentes, as submontagens e montagens dos produtos; - conhecimento de como está organizada a mão de obra nas submontagens e montagens - o nível de automação nas diversas unidades produtivas. Com relação ao conhecimento conceitual: - clara conceituação do PCP; - conhecimento das atividades de PCP e de seus métodos; - relação entre o PCP e outras áreas da empresa; - conhecimento dos fatores e de como eles influenciam nas atividades do PCP; Com relação ao conhecimento em informática: - conhecimento sobre softwares básicos, de uso geral (Windows; Word, Excel, etc) - sobre sistemas de informação aplicados ao PCP (ex.: MRP, PMP, etc.). Com relação ao conhecimento matemático: - conhecimento sobre matemática básica; - conhecimentos básicos e avançados em Pesquisa Operacional PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 10 (dependendo do nível que você deseja atuar dentro de um PCP); - conhecimentos em modelagem matemática aplicada ao PCP. Apesar desses conhecimentos serem de suma importância para o PCP, a sua utilização vai depender da atividade que será desempenhada, bem como dos fatores envolvidos. Devemos sempre ter em mente que nem sempre a solução mais sofisticada é a mais adequada. Lembre sempre do ´simples e bom´ ou como diz ditado popular ´para que complicar se tem como facilitar´. Fluxo de Trabalho no PCP O fluxo de trabalho dentro de um PCP normalmente se inicia pela previsão de vendas sinalizada pela área de vendas dentro de uma unidade produtiva (empresa/indústria). Essa previsão está relacionada com prazos a médio/longo prazo e muitas vezes com fluxos contínuos diretos na produção (exemplo produção fixa de 150 mil parafusos / mês) ou sazonalidade de produção (coleções, remessas sob pedido, amostras, estações do ano, etc). Porém do ponto de vista estratégico é utilizado esta base da área de vendas como sensor de provisão futura do ´Planejamento` fabril, progressivo ou sazonal nas áreas produtivas dentro ou fora (terceirização) da empresa. Vamos entender um pouco melhor como funciona esta engrenagem complexa, fundamental para o cumprimento de prazos de entrega, tanto dentro das áreas produtivas relacionadas entre si, como para o cliente final. A previsão de vendas é um instrumento que ajuda a indústria a definir o total a ser produzido. O processo é realizado pelo órgão comercial e visa conceder, à empresa, objetivos de vendas a serem alcançados num futuro próximo, adotando critérios estatísticos na determinação e juntando informações sobre a tendência do mercado e registros das vendas históricas (aquelas ocorridas em períodos semelhantes no passado). A previsão de vendas permite ao PCP programar a quantidade de produto a ser fabricada num determinado espaço de tempo e, a partir daí, quantificar as necessidadesde material, mão-de-obra e equipamentos. Após determinar os tipos de produtos a serem feitos, de escolher o tipo de produção a seguir, de definir a quantidade a fabricar, de especificar o material a ser utilizado e de quantificar os insumos, resta definir o processo PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 11 que consiste na determinação da sequência de operações e dos tipos de equipamentos a serem utilizados. Modos de Planejamento num PCP As empresas geralmente são estruturadas como um sistema que transforma, via um processamento, entradas (insumos) em saídas (produtos) úteis aos clientes. Este sistema é chamado de sistema produtivo. Fatores para o planejamento: * Facilidades em adequar as novas situações * Relacionar diretamente com os clientes * Expansão de mercado * Diferencial da empresa * Recursos disponível * Sazonalidade * Parcerias com outras empresas * Tecnologia e informática Benefícios do planejamento * Maior produtividade * Melhora o direcionamento da empresa * Antecede fatos importantes * Reduz a margem de erro Etapas do planejamento * Reconhecimento da situação atual * Definição da situação ideal desejada * Identificação do que falta para chegar lá * Levantamento de solução possível PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 12 * Escolha da melhor solução * Organização dos recursos e atividade para executar * Implantação ou ação * Controle ou acompanhamento Para que um sistema produtivo transforme insumos em produtos (bens e/ou serviços), ele precisa ser pensado em termos de prazos, em que planos são feitos e ações são disparadas com base nestes planos para que, transcorridos estes prazos, os eventos planejados pelas empresas venham a se tornar realidade. De forma geral, pode-se dividir o horizonte de planejamento de um sistema produtivo em três níveis: o longo; o médio e o curto prazo. A figura a seguir apresenta como estes prazos estão relacionados às atividades estratégicas, táticas e operacionais das empresas e quais são os objetivos pretendidos com a execução destas atividades. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 13 Logo Prazo A longo prazo, no nível estratégico, os sistemas produtivos precisam montar um Plano de Produção cuja função é, com base na previsão de vendas de longo prazo, visualizar com que capacidade de produção o sistema deverá trabalhar para atender a seus clientes. É chamado de estratégico porque, caso a empresa não encaminhe seus recursos físicos e financeiros para a efetivação deste Plano de Produção, ela terá seu desempenho seriamente PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 14 comprometido no futuro. E, como se tem tempo suficiente, com a injeção de capital pode-se redirecionar o sistema produtivo para praticamente qualquer estratégia produtiva desejada. Médio Prazo A médio prazo, com o sistema produtivo já estruturado em cima de um Plano de Produção, o chamado Plano-mestre de Produção (PMP), buscará táticas para operar de forma mais eficiente este sistema montado, planejando o uso desta capacidade instalada para atender às previsões de vendas de médio prazo e/ou os pedidos em carteira já negociados com os clientes. É chamado de tático porque este PMP deve analisar diferentes formas de manobrar o sistema produtivo disponível (adiantar a produção, definir horas por turno, terceirizar parte da produção, etc.). Curto Prazo Já a curto prazo, com o sistema montado e a tática de operação definida, o sistema produtivo irá executar a Programação da Produção para produzir os bens e/ou serviços e entregá-los aos clientes. É chamado de operacional porque neste nível só resta operar o sistema dentro de uma tática montada. Mudança de tática a curto prazo acarretará desencontros entre os diferentes setores produtivos, visto não haver mais tempo hábil para sincronizar o processo como um todo. Geralmente, a formação de estoques desnecessários no sistema produtivo é resultado deste desencontro entre o nível tático e o operacional. Resumindo tudo: Operacionalmente, estas funções acima mencionadas, que são executadas pelo PCP, fazem parte de sistemas de informações gerenciais integrados, adquiridos na forma de pacotes comerciais de software, chamados de ERP (Enterprise Resource Planning ou planejamento dos recursos da empresa ou negócios), que permitem a uma empresa automatizar e integrar a maioria de seus processos (PCP suprimentos, manufatura, manutenção, administração financeira, contabilidade, recursos humanos, qualidade etc.), compartilhando práticas operacionais e informações comuns armazenadas em bancos de dados distribuídos por toda a empresa, e produzir e acessar informações em tempo real. São softwares modulares, e os módulos vão PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 15 sendo agregados ao sistema da empresa conforme suas necessidades e a disponibilidade de recursos financeiros. Os atuais sistemas ERP tiveram sua evolução a partir do sistema MRP (Material Requirements Manning ou planejamento das necessidades de materiais), desenvolvidos na década de 60, e de seu desdobramento posterior, nos anos 80, chamado de MRP-II (Manufacturing Resource Planning, ou planejamento dos recursos de manufatura). Esta evolução dos sistemas de informações gerenciais foi decorrente da própria evolução no tratamento de dados informatizados; contudo, rotinas básicas, como, por exemplo, o planejamento-mestre e o cálculo das necessidades de materiais, permanecem e são a base dos sistemas atuais de ERP. Apesar de as atividades desenvolvidas pelo PCP serem basicamente estas quatro citadas, o grau de complexidade de cada uma delas dependerá do tipo de sistema produtivo dentro do qual o PCP está agindo. Neste sentido, é importante deixar claro as características que estão por trás dos diferentes sistemas produtivos e seu relacionamento com as funções de PCP. Fatores Importantes Que Impactam nas Atividades do PCP Cada uma das atividades do PCP vistas nas lições anteriores são diferentes dependendo de um conjunto bastante grande de fatores ou variáveis. Nesta lição apresentaremos resumidamente alguns desses fatores. Jonsson e Mattsson (2003) apresentam uma divisão dos fatores que influenciam as atividades de PCP em três grupos: fatores relacionados ao produto, ao processo produtivo e ao mercado. Aqui substituímos a expressão fatores relacionados ao mercado por fatores relacionados ao ambiente externo para também abranger questões estratégicas da empresa. Alguns fatores relacionados ao produto que têm forte impacto nas atividades de PCP são: Grau de variedade do produto: Esse conceito, já definido anteriormente, tem forte impacto no nível de repetição dos sistemas de produção e este, por sua vez, como vimos no sistema de classificação de sistemas de produção, tem forte influência na PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 16 escolha do sistema de coordenação de ordens. Como visto anteriormente, o grau de variedade pode ser decomposto em grau de distinção (variedade de produtos muito semelhantes) e diversificação (variedade de produtos muito diferentes); Complexidade da lista técnica do produto: Refere-se ao número de níveis e ao númerode itens em cada nível da lista de materiais. Esse fator também exerce influência, dentre outros, na escolha do sistema de coordenação de ordens; Valor agregado do produto: Esse fator influencia bastante os métodos empregados nas atividades de PCP. Em termos gerais, itens com maior valor devem ser tratados com maior atenção; Ciclo de vida do produto: De acordo com Sipper e Bulfin (1997), estágios diferentes do ciclo de vida de um produto podem requerer diferentes métodos de Planejamento e Controle da Produção. Os estágios de ciclo de vida são: desenvolvimento, introdução no mercado, crescimento de vendas, maturidade e declínio. Alguns dos principais fatores relacionados ao processo produtivo que influenciam fortemente as atividades de PCP são os seguintes: Mix de produtos: A relação volume/variedade de produtos em um processo produtivo é um dos fatores que mais influenciam as atividades de PCP. Num dado-período estaremos produzindo uma dada combinação (mix) de produtos. O mix poderá conter, por exemplo, poucos produtos diferentes feitos em alto volume num período e, num outro período, o mix poderá conter muitos produtos diferentes feitos em baixo volume; nesse caso, o mix variou bastante de um período para outro; Layout das instalações: PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 17 O tipo de layout da fábrica (funcional, por produto, celular, posição fixa) influencia bastante as atividades de Controle da Produção, tais como coordenação de ordens e programação de operações; Tempos de setup: O tempo de preparação da máquina para poder iniciar-se uma outra tarefa também tem forte influência nos métodos a serem utilizados referentes às atividades de coordenação de ordens e programação da produção; Tempo de fluxo: É o tempo que o produto leva para percorrer todos os processos produtivos, incluindo tempos de filas. Portanto, o tempo de fluxo está ligado diretamente aos leadtimes. A escolha de sistemas de coordenação de ordens tem forte relação com esse fator; Níveis de estoque: Em processo também têm forte impacto na escolha dos sistemas de coordenação de ordens, e vice-versa. Evolução do planejamento e controle da produção. A evolução histórica do PCP é um assunto pouco encontrado na literatura. O entendimento das mudanças ocorridas no Planejamento e Controle da Produção desde a Revolução Industrial é de profunda importância para que se possa entender o futuro do PCP e da própria Engenharia de Produção. A Produção, vista como um sistema, é um conjunto de recursos humanos, físicos, tecnológicos e informacionais, capazes de transformar entradas em saídas, tangíveis ou não-tangíveis. Pode-se produzir tanto bens, como serviços. Este sistema maior, a produção, pode ser subdividido em subsistemas segundo a ótica e o interesse estabelecidos. Para que uma empresa possa funcionar adequadamente, ela precisa planejar e controlar adequadamente sua produção. Para isso existe o Planejamento e Controle da Produção (PCP), que visa aumentar a eficiência e eficácia da empresa através da administração da produção. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 18 Vamos entender um pouco mais sobre PCP? EVOLUÇÃO CONSTANTE O PCP mostra-se um sistema em constante evolução. Por abordar homens, máquinas e técnicas de gerenciamento, qualquer contribuição que ocorra no campo operacional, administrativo, ou das relações humanas, faz com que o PCP passe por alguma evolução. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 19 Nos últimos anos, o grande crescimento e barateamento da informática, e de todos os sistemas de automação ligados a ela, tem feito com que o PCP tenha evoluído bastante. A integração é a palavra chave para esses novos sistemas. O objetivo é que todas as informações dentro de uma fábrica estejam integrada em um único sistema. Torna-se necessário conceber logicamente um sistema de informações e de planejamento, organização, comando e controle da produção para uma comparação prévia aos sistemas computacionais disponíveis. Isto implica em trabalho intenso e também muito importante; leva ao reconhecimento do sistema de produção, suas peculiaridades e seus pontos fortes e fracos. Os sistemas, integrados ou não, são úteis e podem representar uma ajuda na busca da eficácia das atividades de PCP. A versatilidade dos funcionários tem sido exigida nas fábricas, para isso cada vez mais exigem-se profissionais capacitados com um nível de educação maior. As novas exigências do mercado fazem dessa característica a base para a sobrevivência da empresa, face a concorrência. Exige-se ainda mais das atividades do Planejamento e Controle da Produção. Perfil do profissional de PCP • Ótimo relacionamento interpessoal; • Ser proativo; • Ser organizado; • Perceber e entender a empresa como um todo. • Disponibilidade • Disciplina • Entre outras... PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 20 O que Faz? Controla a atividade de decidir sobre o melhor emprego dos recursos de produção; Assegura a execução do que foi previsto no tempo e quantidade certa e com os recursos corretos; Nível tático-estratégia, toma decisões de médio e longo prazo eu vão desde aquisição de equipamentos, contratação de pessoas, administração de materiais e fornecedores O mercado de trabalho? O profissional pode trabalhar desde pequenas a grandes industrias; Pode atuar nas áreas de qualidade, manutenção, engenharia de processos, engenharia de produtos e gestão técnica da operações. Funções do Planejamento de Produção O PCP é responsável pela coordenação e aplicação dos recursos produtivos de forma a atender da melhor maneira possível os planos estabelecidos em níveis estratégicos, tático e operacional. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 21 Planejamento e Controle da Produção Planejamento Mestre da Produção. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 22 Acompanhamento e controle da Produção Programação de Produção Sequenciamento da produção Administração de Estoques PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 23 Emissão e Liberação de Ordens Fundamentos do PCP Programa de Limpeza e Arrumação – 5S. Descrição e fluxograma do processo produtivo Identificação dos recursos de fabricação, movimentação e estocagem: – equipamentos, dispositivos, mão de obra, etc. Determinação dos tempos Lead time de compra e processo Política de estoques e compras. Normas e Padrões de Qualidade. Capacitação De forma resumida as funções do PCP são: PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 24 Sequenciamento da Produção para Processos (Layout) O layout de uma indústria é o corpo estrutural da sua produção, logo tal é de suma importância e se planejado mal poderá prejudicar o bom andamento da produção devido a empecilhos como maquinário fora de lugar ou distante, perda de tempo em localização e deslocamento de peças deestoque e produto final, extravio de peças no decorrer do processo, dentre outros que levam a organização a não ter eficiência e diminuindo as possibilidades de gerar mais lucros, frente a isso é que se deu este estudo de caso, que visou demonstrar pequenas alterações no layout estudado e ampliou as possibilidades de utilização dos espaços da indústria implementando uma sequencia lógica de produção, a qual elimina os grandes tempos de localização e deslocamento de peças, possibilitando um maior controle sobre o andamento da produção alem de poder obter mais eficiência por parte dos colaboradores. Tendo em vista que a indústria em questão não produz em série, mas sim produtos 100% diferentes um do outro de acordo com a especificação do cliente, as mudanças foram satisfatórias e que mudanças como está podem ser utilizadas em vários segmentos industriais de produtos não seriados desde que sejam utilizados bons estudos sobre o produto, produção, tempos, métodos e layout. LAYOUT É... A integração do fluxo de materiais, da operação das máquinas e equipamentos de processos e transformação, combinados com as características que conferem a maior produtividade ao elemento humano. Marcilio cunha LAYOUT É... A disposição física de máquinas, posto de trabalho, equipamentos, homens, áreas de circulação, unidades de apoio e tudo mais que ocupa espaço na fábrica, distribuindo-os de forma a maximizar a funcionalidade processo produtivo e otimizar o ambiente de trabalho. Referencial teórico De acordo com Chiavenato (2005) o arranjo físico, ou ainda layout, de uma empresa ou de apenas um departamento, nada mais é do que a distribuição física de máquinas e equipamentos dentro da organização onde, através de cálculos e definições estabelecidas de acordo com o produto a ser fabricado, se organiza os mesmos para que o trabalho possa ser desenvolvido da melhor forma possível e com o menor desperdício de tempo (CHIAVENATO, 2005, p. 86). PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 25 De acordo com Ivanqui (1997) desenvolver um novo layout em uma organização é pesquisar e solucionar problemas de posicionamento de maquinas, setores e decidir sobre qual a posição mais adequada que cada qual deve ficar. Em todo o desenvolvimento do novo layout organizacional uma preocupação básica deve estar sempre sendo buscada. Tornar mais eficiente o fluxo de trabalho quer seja ele dos colaboradores ou de materiais (IVANQUI, 1997). De acordo com Tam e Li (1991) por mais que o ramo de atividade principal da organização há qual está se desenvolvendo um estudo para implantação de um novo layout seja totalmente diferente da outra a dificuldade encontrada será bastante parecida uma com a outra, e as metas de solução também, minimizar custos, maximizar qualidade de trabalho, melhorar o fluxo da produção dentre outros (TAM e LI, 1991). De acordo com Canen (1998) um dos principais motivos para um novo arranjo físico dentro da organização é reduzir o tempo perdido entre a movimentação de materiais e do próprio produto, com base nisso “a melhor movimentação do material é não movimentar” (CANEN e Williamon, 1998). De acordo com Cury (2007) deve-se levar em conta também que um novo e bom layout baseia-se em distribuir as máquinas, matéria prima e moveis para preencher da melhor maneira possível os espaços nos setores ou na organização como um todo, levando-se em consideração a melhor forma da mão de obra se adaptar no seu posto de trabalho para garantir a satisfação e a qualidade no trabalho (CURY, Antonio, 2007, pg. 396). As empresas que possuem um layout definido a partir de cálculos bem formulados e fatores baseado na produção, com certeza agregam em sua linha de fabricação uma vantagem de larga escala onde se ganha tempo e organização. Escolher meticulosamente a posição de cada máquina ou ferramenta, a seqüência lógica de produção, o número de pessoas envolvidas em cada processo e a quantidade a ser produzida faz parte do desenvolvimento de um bom layout. De acordo com Martins e Laugini (2005) para a elaboração do layout, são necessárias informações sobre especificações e características do produto, quantidades de produtos e de materiais, seqüência de operações. (MARTINS e LAUGINI, 2005, p. 141). De acordo com Chiavenato (2005) antes de distribuir as máquinas pela empresa, é necessário conhecer o produto que será desenvolvido, quais materiais serão utilizados para a fabricação do mesmo, quais processos de produção e etc. Definimos primeiramente o Layout por Produto que é aquele que representa todas as operações desde a entrada do material na ponta do processo até o produto acabado na outra ponta. Após, definimos o Layout por Processo que representa o fluxo do processo e as mais variadas seções que a matéria prima irá passar dentro do processo produtivo. (CHIAVENATO, 2005, p. 86). PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 26 De acordo com Matins e Laugini (2005) para elaborar um layout é necessário primeiramente saber a quantidade de peças/produto que será produzida, de acordo com a capacidade pré-estabelecida, sendo levando em conta o número de funcionários, os turnos que a empresa irá trabalhar e ainda a tecnologia disponível para desenvolver o produto de acordo com o tempo de fabricação do mesmo. A partir destas definições é possível estipular, com base em dados concretos e cálculos de produção, a quantidade de máquinas/ferramenta que serão necessárias para desenvolver o produto em questão e posteriormente distribuir as mesmas pela empresa. (MARTINS e LAUGINI, 2005, p. 136). Com todas as informações sobre o produto e seu processo de produção coletadas e calculadas, podemos então definir qual o tipo de layout adequado para a organização. Por ter uma Produção em Lotes, a empresa em questão terá um melhor rendimento de seu maquinário e mão-de-obra se optar pelo layout celular. De acordo com Chiavenato (2005) o sistema de produção em Lotes: consiste na disposição de maquinas em locais previamente determinados, pelos quais os lotes de produção percorrem na sequência do processo produtivo. (CHIAVENATO, 2005, p. 88). LAYOUT QUANDO MODIFICAR: Existir máquinas improdutivas. Necessidade de utilização de novas máquinas. Houver excesso de material. Existir movimentação excessiva de material. O QUE ACARRETA UM LAYOUT MAL ELABORADO Aumento nos custos. Redução dos lucros. Criação de gargalos na produção. Tempo improdutivo. Impossibilidade de ampliação futura. Inviabilidade de motivação adequada na fábrica. LAYOUT FINALIDADES BÁSICAS DE TRANSPORTE E MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS: Redução de custos (inventário, uso de espaço disponível, aumento da produtividade); Redução no desperdício de materiais; Aumento na capacidade produtiva; Melhores condições de trabalho; PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 27 Melhor aproveitamento das áreas de armazenagem. REDUZIR CUSTOS, POR QUÊ? Finalidade: Todo negócio tem por função gerar lucro aos acionistas. Numa economia globalizada as margens são afetadas por variáveis externas as quais a (exemplo: variação cambial das moedas como empresa não tem poder de controle). (exemplo: variação cambial das moedas como Dolar e Euro). Ser competitivo numa economia globalizada significa, baixo custo, prazo, qualidade e flexibilidade. VANTAGENS: Reduzir desperdício do processo produtivo. Aumentar produtividade. Aumentar capacidade de processo. Melhoria no atendimento aoprazo. Vantagem competitiva no contexto global da economia mundial Tecnologias avançadas de produção devido à intensa competição as organizações industriais vem sendo forçadas a buscar: (Mudar é preciso!!!!). Novos métodos de produção (Mudar é preciso!!!!). Sistematização de uma filosofia de manufatura, em que os sistemas operacionais se ajustem à nova configuração dos mercados. OS 7 DESPERDÍCIOS 1. Movimentos desnecessários; 2. Excesso de inventário; 3. Subutilização/ sobrecarga; 4. Movimentação de material; 5. Má qualidade; 6. Espera; 7. Superprodução. Economia de Movimento; Esperar por peças, excesso de produção, produzir mais que a demanda, ter mais estoque que o necessário, transporte movimento desnecessário de peças desde o embarque até a chegada, causar movimentos desnecessários para produzir a peça. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 28 Economia de Movimento (reduzir desperdício do processo produtivo) Excesso de Produção – O que é? Fazer mais do que requerido pelo próximo processo. Fazer mais rápido do que requerido pelo próximo processo; Problemas relacionados à eficiência de mão de obra e utilização dos equipamentos. Perdas devido a condições de espera e bloqueio. Deficiência no Lay-out 1. Longa distancia de operação para operação. 2. Movimentação fora da rota programada. 3. Armazém dentro ou fora da Planta. 4. Distância entre o Recebimento e o ponto de uso. Objetivo do Layout O layout tem um papel importante em uma empresa, decidir onde colocar todas as instalações, máquinas, equipamentos e pessoal da produção. Dentro de um espaço disponível, o layout procura uma combinação otimizada das instalações industriais, a fim de permitir o máximo rendimento da produção, através da melhor distância e no menor tempo possível. O arranjo físico procura uma combinação otimizada das instalações industriais e de tudo que concorre para a produção, dentro de um espaço disponível. Visa harmonizar e integrar equipamento, mão de obra, material, áreas de movimentação, estocagem, administração, mão de obra indireta, enfim todos os itens que possibilitam uma atividade industrial. (PAOLESCHI, 2009, p.207) O arranjo físico, portanto, é uma das etapas finais e só pode ser elaborado depois de definida uma série de itens, como o volume de produção e seleção do equipamento produtivo. O objetivo geral de um layout é proporcionar um fluxo de trabalho de materiais fluido através da fábrica, ou um padrão de tráfego que não seja complicado tanto para clientes como para trabalhadores em uma organização de serviços. Desta forma, fica evidente que, para que haja o bom planejamento como esses sejam seguidos à risca, a fim de se obter o sucesso esperado. (MARQUES, 2009 p51) PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 29 O planejamento de um arranjo físico é recomendável a qualquer empresa, grande ou pequena. Com um bom layout obtêm-se resultados surpreendentes na redução de custos de operação e no aumento da produtividade e eficiência. Na implantação de uma nova empresa, esse planejamento é imprescindível. Naquelas já montadas, uma mudança no processo de produção ou fluxo do serviço introdução de novos produtos ou serviços, a necessidade de redução de custos, a expansão de uma seção, etc. Necessitam de uma modificação no arranjo. O estudo do layout pode ser feito para: fábricas em gerais, escritório, lojas, supermercados, bancos, etc. O arranjo físico de uma operação é a maneira segundo a qual se encontram dispostos fisicamente os recursos que ocupam espaço dentro da instalação de uma operação. Esses recursos podem incluir uma escrivaninha, um centro de trabalho, um escritório, uma pessoa, uma máquina, um departamento ou outros. Pode-se dizer que, dentro dos limites estabelecidos pela estratégia competitiva da operação, um bom projeto de arranjo físico pode visar tanto eliminar atividades que não agreguem valor. Como enfatizar atividades que agreguem valor (Layout): Minimizar os custos de manuseio e movimentação interna de materiais; Utilizar o espaço físico disponível de forma eficiente; Apoiar o uso eficiente da mão-de-obra, evitando que esta se movimente desnecessariamente; Facilitar comunicação entre as pessoas envolvidas na operação, quando adequado; Reduzir tempos de ciclo dentro da operação, garantindo fluxos mais linearizados, sempre possível e coerente com a estratégia; Facilitar a entrada, saída e movimentação dos fluxos de pessoas e materiais; Facilitar a manutenção dos recursos, garantindo fácil acesso; Facilitar o acesso visual às operações quando adequado; PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 30 Encorajar determinados fluxos (por exemplo, os arranjos físicos de alguns supermercados podem induzir fluxos de clientes de forma a aumentar a exposição dos produtos a eles). Obter operações econômicas a fim de : Minimizar o investimento no equipamento; Minimizar o tempo de produção; Utilizar o espaço existente da forma mais eficiente possível; Providenciar ao operador um posto de trabalho seguro e confortável; Flexibilidade nas operações; Diminuir o custo de tratamento do material; Reduzir a variação dos tipos de equipamentos de tratamento do material; Melhorar o processo de produção; Diminuição do tempo médio de produção; Diminuição dos movimentos de materiais, produtos e pessoas; Uso racional do espaço total disponível; Proporcionar perfeito controle de qualidade e quantidade na produção; Racionalizar investimentos em instalações; Facilitar a supervisão; Facilitar processos naturais de crescimento e expansão; Obter um fluxo eficiente de comunicações administrativas dentro da organização; Impressionar favoravelmente clientes e visitantes; Aumentar flexibilidade para variações (futuras) necessárias; Reduzir fadiga do empregado (ruído e poluição); Proporcionar melhores condições de trabalho, conforto e segurança. Melhorar a estrutura da empresa. Utilizar racionalmente o espaço disponível. Reduzir o mínimo de movimentação. Obter o fluxo coerente de fabricação. Oferecer melhores condições de trabalho aos funcionários. Evitar investimento desnecessário. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 31 Permitir manutenção. Possibilitar supervisão e obtenção da qualidade. Permitir futuras modificações. Antes de definir um arranjo físico, é fundamental saber: Quanto ao equipamento de manuseio de material. Quanto ao custo de movimentação entre diversas áreas de trabalho Quanto ao fluxo de informações (células de escritório, divisórias de meia altura) Quanto aos requisitos de capacidade e espaço. Quanto ao ambiente e estética. OS 5 Ss 1. Senso de Utilização 2. Senso de Organização 3. Senso de Limpeza 4. Senso de Saúde 5.Senso de Auto-Disciplina Combinar a força de trabalho com as características físicas de uma indústria (máquinas, rede de serviços, e equipamentos de transporte) de tal modo que seja alcançado o maior volume possível de produtos manufaturados ou serviços. Estes produtos ou serviços deverão apresentar um nível de qualidade compatível, sendo utilizado para tanto um baixo volume de recursos. Princípios do Layout Princípio da Economia do Movimento: – Um Layout ótimo tendea encurtar a distância entre os operários e ferramentas, nas diversas operações de fabricação. ELEMENTOS DE TRABALHO, ECONOMIA DE MOVIMENTO – VALOR AGREGADO Operação básica para localizar objetos, fazendo parte do ciclo onde os olhos se movimentam em direção ao objeto ou onde as mãos irão tateá- los. Questões a fim de eliminar ou reduzir o tempo de Busca Melhoria no layout da estação de trabalho eliminaria ou reduziria o tempo de busca? Objetos estão identificados adequadamente? Pode-se utilizar recipientes transparentes? A iluminação utilizada é adequada? As ferramentas ou peças podem ser preposicionadas? PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 32 As ferramentas podem ser padronizadas? Podem-se utilizar prateleiras ou bandejas a fim de que as peças sejam pré selecionadas? Mover as mãos na direção do objeto. O tempo de alcance não pode ser eliminado, mas pode ser reduzido, diminuindo a distância e estabelecendo locais fixos aos objetos. Pode-se utilizar dispositivos ou transportador? Pode-se pré-posicionar ferramenta ou serviço para a próxima operação? É possível diminuir a distância? - Ombros, antebraço e dedos estão sendo utilizados corretamente? É possível utilizar transportadores de gravidade? É possível transportar em grande quantidade? É possível utilizar dispositivos para auxiliar no processo? É possível modificar a tolerância? É possível utilizar gabaritos? Organização prévia dos objetos É possível criar dispositivos para fixação de ferramentas? É possível pendurar as ferramentas? É possível utilizar dispositivos de empilhamento? É possível utilizar instalações rotatórias? Princípio do Fluxo Progressivo: – Quanto mais contínuo for o movimento entre uma operação e a subsequente, sem paradas, voltas ou cruzamentos, tanto para homem quanto para os equipamentos, mais correto estará o Layout. Racional (lógico e com sequenciamento ordenado) Progressivo (sem retorno) Limpo (sem obstrução) Princípio da Flexibilidade: – Quanto mais flexível (menos rígido) for o Layout, com o fim de propiciar rearranjos econômicos em face das inúmeras situações que as empresas PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 33 podem enfrentar (adaptar a produção às mudanças do produto, volume de produção, equipamentos, processo), mais útil será para a organização. Capacidade para absorver alterações/variações; Expansão (da capacidade produtiva); Uso do espaço disponível; Reduzir investimento; Permitir controle da quantidade e da qualidade; Conforto e segurança; Facilitar a supervisão. Layout ou Arranjo Físico • O Arranjo Físico depende do fluxo produtivo, tanto no setor produtivo como no administrativo. • O espaço necessário para cada equipamento é função da operação. • O ponto chave do Layout é combinar (encontrar um meio termo entre) : Minimização do deslocamento e do espaço ocupado Maximização do espaço disponível respeitando a legislação, a segurança, o conforto e a higiene. Fatores da Produção que influenciam no Layout Espaço disponível. Ex: verificar áreas proibidas. Ex: extintores de incêndio Produto Matéria prima. Ex: usinagem de eixos (as dimensões da matéria prima influenciam no Layout) Equipamentos Movimentos Processo. Ex: Define a sequência de operações, disposição de áreas de estocagem e postos operativos (Ex: áreas de montagem), Define o ferramental (Ex: soldagens, gabaritos, instrumentação de medição etc.) Mão de obra (Mente de obra) PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 34 Áreas de armazenagem Edificação. Ex: Não é qualquer edifício que é adequado à produção (em geral o prédio bom é o de piso único, porém, isto nem sempre se aplica. Deve ser considerada também a estrutura) Supervisão Ex: espaços para reuniões. Programação e controle da produção Ex: Prever espaço para os Kanbans. Expansão e facilidade de mudança Importância do Layout • Afeta a capacidade da instalação e a produtividade das operações. • Mudanças de Layout podem implicar no dispêndio de consideráveis somas de dinheiro. • Afeta os custos de produção. Layout - Os tipos mais comuns de arranjo físico de organizações PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 35 • A diferença e aplicação de cada um deles dependem da diversificação dos produtos, quantidades e processos. Pode-se ter uma mesma planta com 2 ou 3 tipos implantados; • A adequação ao melhor tipo a ser utilizado é ponto chave para se chegar à diminuição dos custos de produção e aumento da produtividade, com máxima eficiência. Escolha do Tipo de Layout O tipo de Layout é em grande parte determinado pelo: Tipo de produto (isto é, se um bem ou serviço, desenho do produto, padrões de qualidade) Tipo de processo de produção (isto é, tecnologia, tipos de material ou serviço) Volume da produção (isto é, contínua de grande volume, ou intermitente de pequeno volume) Arranjo/Layout por processo ou funcional Cada unidade de trabalho tem seus equipamentos específicos e os produtos devem ser processados em cada uma delas. É o caso de empresas que trabalham com uma alta variedade de produtos e com baixo volume dos mesmos. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 36 No Layout por processo ou funcional as máquinas são agrupadas por processo ou função, em áreas determinadas. Ex: todas as prensas na mesma área, processos de tratamento térmico de peças, supermercados (comida congelada, verduras), etc. No layout pelo processo, também conhecido como layout funcional, as máquinas são agrupadas de acordo com a operação executada. O material envolvido é levado a cada equipamento no início da operação e, ao término desta, o resultado é encaminhado ao equipamento seguinte. Esse tipo de layout implica em maior custo no controle e armazenamento de materiais. Para facilitar esse controle pode ser necessário aguardar o término de uma operação para levar todo material à etapa seguinte, o que muitas vezes aumenta o tempo de produção. Porém, permite uma maior flexibilidade para flutuação e variações na demanda, sendo característico de organizações com produção intermitente ou que atendem a encomendas, com produções variadas a intervalos regulares. Vantagens do Layout por Processo ou Funcional • Menor investimento de capital; • Grande flexibilidade nos meios de produção; • Alcance de uma supervisão efetiva; • A indisponibilidade de equipamentos não prejudica tão seriamente a produção; • Menores custos fixos em decorrência do menor investimento inicial. Desvantagens do Layout por Processo ou Funcional • Maior área requerida; • Necessidade de maior habilidade (ou número) de mão-de-obra; • Necessidade de uma inspeção mais freqüente; • Maior tempo para a produção; • Maior complexidade do planejamento e controle da produção; • Maior manuseio de materiais. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 37 No Layout funcional, todas as operações semelhantes ou máquinas do mesmo tipo são agrupadas para aproveitar ao máximo sua potencialidade.Possui esta nomenclatura pelo fato da localização da máquina e/ou equipamento determinar sua função; em outras palavras, a posição das máquinas indicará sua função ou finalidade. Arranjo/Layout por produto ou em linha É o caso da linha de montagem, os equipamentos estão organizados para que os produtos passem de forma contínua e ágil pelo arranjo físico. Comum em produções contínuas. Baixa variedade e alto volume. Um bom exemplo são as montadoras. Um dos pontos importantes na organização de uma fábrica de manufatura é criar um fluxo na fábrica. Desta forma, o Layout orientado para o produto é muito mais desejável do que o funcional. Ex: Montagem de automóveis, manufatura de papel, etc... Neste tipo de Layout as máquinas e processos envolvidos na obtenção ou montagem de um produto ou série de produtos encontram-se juntos e em sequência, de modo a propiciar que os materiais ao entrarem na fase de produção, sigam sempre a mesma linha entre os pontos de processamento. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 38 O layout por produto, por outro lado, pressupõe um processo contínuo, com os equipamentos dispostos em uma linha de produção segundo a seqüência de operações, com os materiais partindo de uma extremidade e seguindo lentamente para cada equipamento até o produto acabado, na outra extremidade da linha. Esse tipo de layout reduz o tempo de produção, minimiza o manuseio de materiais e facilita o controle de material. Entretanto, mostra-se menos flexível para atender a grandes mudanças no desenho do produto ou nas necessidades de produção. Características: Fabricação de produtos padronizados. Operações repetitivas. Elevada produção. Postos de trabalho sucessivo. Layout em linha ou por produto Transporte e movimentação contínuos. Fluxo produtivo realizado de máquina para máquina ou em ter um posto de e outro dentro da seção Cada produto segue um roteiro e a sequência de atividades coincide com a sequência na qual os processos foram arrojados. Vantagens: Estoques reduzidos de materiais em processo. Pequeno manuseio de material. Fabricação de produtos padronizados. Produção contínua. Tempo de produção conhecido. Facilidade de treinamento de pessoas. Melhor controle de produção pessoal. Facilidade de planejamento e supervisão. Canalização do fluxo de materiais e trabalho; Minimiza o custo do trabalho, além de facilitar o treinamento do operador; Diminui a necessidade de inspeção intermediária; Melhora a ocupação da área destinada à produção; Reduz o tempo de processamento total; PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 39 Controle fácil e simples da produção. Desvantagens: Possibilidade de utilização incompleta da capacidade produtiva das máquinas. Alto investimento. Defeito em uma máquina implica a paralisação da linha. Custo elevado de sua capacidade for sub - utilizada. Falta de flexibilidade devido a dificuldade de utilizar a linha produtiva na fabricação de outros produtos ou de usar cada máquina isoladamente. Investimento inicial elevado; Custo fixo elevado; Vulnerabilidade da linha de produção; A supervisão é mais difícil; Inflexibilidade dos meios de produção. Outros Exemplos: Montagem de automóveis: quase todas as variantes do mesmo modelo requerem a mesma sequência de processo. Programa de vacinação em massa: as atividades são as mesmas desde a parte burocrática até a vacinação. Restaurante self-service : a disposição dos pratos é a mesma para todos os clientes, e a sequência de serviços é comum a todos os clientes. Série de trabalhos comandados pelo operador, que devem ser executados em sequência, e que são divididos em postos de trabalho, nos quais trabalham um ou mais operadores, com ou sem o auxílio de máquinas. Linhas de montagem Objetivo: usar o máximo (razoável) do tempo dos operadores e das máquinas (balanceamento de linha) Balanceamento de linhas de montagem nos layout por produto • O Balanceamento de Linha é a divisão das atividades do trabalho sequencial em postos de trabalho, a fim de obter uma alta utilização da mão de obra e do equipamento e assim minimizar o tempo ocioso. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 40 Arranjo/Layout posicional É o exemplo da construção de um navio ou de um shopping Center, o produto está num único local e vai sendo processado sem sair do lugar, ali equipes montam seus "canteiros" de obra. O layout posicional é um dos quatro tipos de Layout existentes, o mesmo e caracterizado pelo fato de o produto final permanecer parado, enquanto as matérias, operadores e maquinários vão se movimentando a sua volta. O layout posicional e mais utilizado quando os produtos finais são volumosos como (construção de navios, vias, barragens pontes sobre rios e aviões). PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 41 Arranjo/Layout Celular Arranjo que mescla características do arranjo de processos com arranjo por produtos. As unidades/processos estão bem definidas no arranjo, porém em alguns espaços são criadas pequenas células que contém todos os equipamentos necessários para um determinado produto. Assim ganha-se mais velocidade naquele produto, dentre os vários outros, pois este possui maior volume. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 42 Criação das Células (Fluxo antes do Agrupamento) Criação das Células (Fluxo após o Agrupamento) Consiste no agrupamento de máquinas e equipamentos em grupos diversos de tal forma que, cada um dos grupos seja capaz de propiciar a produção de todos os componentes de uma mesma família. Na tecnologia de grupo, as peças com rotas e operações comuns são agrupadas e identificadas como uma família de peças. Ex: fabricação de chicotes, componentes de computador, etc.. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 43 Desvantagens do Layout Celular Dificuldade de Introdução de novos produtos; Custos relacionados com treinamento; Pode causar ociosidade de máquinas; Custos devido a instalações elétricas, hidráulicas, reformas; Investimento em máquinas redundantes. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 44 Tipos de arranjo físico Vantagens Desvantagens Posicional Flexibilidade de mix e produto muito alto. Produto ou cliente não movido ou perturbado. Alta variedade de tarefas para a mão de obra Custos unitários muito altos. Programação de espaço ou atividades pode ser complexa. Pode significar muita movimentação de equipamentos e mão de obra. Processo Alta flexibilidade de mix e produto. Relativamente robusto em caso de interrupção de etapas. Supervisão de equipamento e instalações relativamente fácil. Baixa utilização de recursos. Pode ter alto estoque em processo ou filas de clientes.Fluxo complexo pode ser difícil controlar. Celular Pode dar um bom compromisso entre custo e flexibilidade para operações com variedade relativamente alta. Atravessamento rápido. Trabalho em grupo pode resultar em melhor motivação. Pode ser caro reconfigurar o arranjo físico atual. Pode requerer capacidade adicional. Pode reduzir níveis de utilização de recursos Produto Baixos custos unitários para altos volumes. Dá oportunidade para especialização de equipamento. Pode ter baixa flexibilidade de mix. Não muito robusto contra interrupções. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 45 Planejamento da capacidade e a programação da produção Que é capacidade? A palavra capacidade é comumente associada à ideia de volume máximo, espaço ou quantidade máxima de alguma coisa (capacidade estática). Assim, dizemos que: O tanque de combustível de um carro tem capacidade para 55 litros; Um estacionamento tem capacidade para 220 carros; A capacidade do maracanã é 82.238 espectadores. Os gerentes de produção a utilizam para designar a escala de operações. Por conseguinte: Um estacionamento tem capacidade para 100 veículos, Um reator tem capacidade para 200 litros, Um teatro tem capacidade para 500 lugares. Entretanto, a dimensão tempo deve ser adequadamente incorporada à utilização dos ativos. Desta maneira: Se um reator tem capacidade de 200 litros por hora, sua capacidade diária será 4800 litros por dia; Se um teatro tem capacidade para 500 pessoas por apresentação de 2 horas, logo, sua capacidade diária será de 6000 pessoas por dia. Portanto, a capacidade de uma operação pode ser definida como a quantidade máxima de operações realizadas num espaço de tempo em condições normais de trabalho. Capacidade de Produção um dos grandes equívocos existentes pela falta de integração entre os setores da organização. A ausência de comunicação entre Movimentação de clientes e materiais conveniente. Trabalho pode ser repetitivo. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 46 áreas. Suprimentos demandam informações de vendas que por sua vez depende da administração da fábrica nos dados de capacidade produtiva. A capacidade de produção da empresa constitui o potencial produtivo de que ela dispõe; é aquilo que a empresa pode produzir em condições normais. Em outras palavras representa o volume ideal de produção de produtos/serviços que a empresa pode realizar. Contudo, nem sempre esse volume ideal significa o volume máximo de produção que a empresa pode suportar em um regime intensivo de horas extras e de utilização ininterrupta de equipamentos. O volume ideal de produção representa um nível adequado de atividades que permita o máximo de lucratividade e o mínimo de custos, de produção, de mão- de-obra, de manutenção etc (CHIAVENATO,1990, p. 49). A capacidade de produção da empresa depende, por sua vez, de quatro subfatores, a saber: A capacidade instalada, A mão-de-obra disponível A matéria-prima disponível E os recursos financeiros. Vejamos cada um desses quatro fatores: a) Capacidade instalada: é a quantidade de máquinas e equipamentos que a empresa possui e o potencial de produção que eles permitem alcançar. A capacidade instalada representa a produção possível, se todas as máquinas e equipamentos estiverem plenamente disponíveis e em funcionamento ininterrupto. b Mão-de-obra disponível:) é a quantidade de pessoas com que a empresa pode contar para executar o plano de produção. As máquinas não funcionam sozinhas e dependem dos operários habilitados para operá-las e mantê-las em funcionamento. c) Matéria-prima disponível: representa a matéria-prima básica, os materiais e insumos que os fornecedores entregam à empresa para abastecer a produção. d) Recursos financeiros: a capacidade financeira de fazer investimentos em PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 47 produção, compras de matérias-primas, aquisição de máquinas e equipamento é um importante subfator da capacidade produtiva (CHIAVENATO,1990, p. 51). 17 Figura 2 – Subfatores que determinam a capacidade de produção Fonte: Chiavenato, 1990, p. 51. Segundo Chiavenato (1990, p. 51) “a capacidade de produção da empresa precisa ser convenientemente aplicada e explorada para tornar os recursos empresariais (ou fatores de produção) rentáveis e evitar o desperdício de tempo, de esforços e de dinheiro”. Um bom planejamento estratégico da produção deve preocupar-se em balancear os recursos produtivos de forma a atender à demanda com uma carga adequada para os recursos da empresa. Se os recursos disponíveis e previstos não forem suficientes, mais recursos deverão ser planejados, ou o plano reduzido. Por outro lado, se os recursos forem excessivos e gerarem ociosidade, a demanda planejada poderá ser aumentada ou os recursos excessivos poderão ser dispensados e transformados em capital. De qualquer forma é importante analisar a necessidade futura de capacidade e confrontá-la com a capacidade atual e a previsão de expansão pretendida (TUBINO, 2000, p. 58). Existem várias formas de se obter a capacidade de produção de um plano. Depende basicamente de como este plano foi obtido, de como foram agrupados os produtos em famílias dentro da unidade de negócio, e de qual nosso interesse em consolidar os recursos em grupos (departamentos, células, máquinas etc) para análise. A capacidade de produção de uma empresa deve ser considerada como sendo aquilo que a empresa pode produzir em condições normais, deve representar o volume ideal de produção de produtos ou serviços que ela possa realizar. Sendo assim nem sempre este volume ideal será o volume máximo de produção que a empresa pode suportar, podendo sob o uso de horas extras e uso ininterrupto de equipamentos aumentar sua capacidade de produção numa eventual necessidade. O volume ideal de produção representa um nível adequado que permita o máximo de lucratividade com o mínimo de custos. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 48 A capacidade pode ser vista como: Capacidade do projeto (ou teórica): é aquela que o fornecedor ou fabricante dos equipamentos apresentam para o produto. Capacidade efetiva (ou real): é aquela que o equipamento apresenta após o desconto de todos os tempos de parada necessários para que o equipamento ou o sistema implantado funcione adequadamente, que podem ser os tempos de manutenções programadas obrigatórias, os tempos de setup (preparação da máquina), os tempos de aquecimento da máquina ou do processo, os tempos de limpeza e de descontaminação, entre outros que fazem parte do processo. COMO PODEMOS MEDIR A CAPACIDADE A capacidade pode ser medida como toneladas de alumínio por dia ou ano, numeros de veículos por dia ou ano, numero de clientes atendidos por mês, numero de lugares disponíveis por dia (em aviões, por exemplo), etc. Não devemos nos esquecer que a capacidade está relacionada ao tempo. Um outro aspecto que devemos destacar é que capacidade e volume não são a mesma coisa. A capacidade é o máximo que pode ser produzido e o volume de produçãoé o que se produz atualmente. A definição do que deve ser tomado como base para a medida da capacidade, depende de seu foco, ou seja, se é uma empresa de produtos ou serviços. Em uma empresa de serviços, a capacidade é medida através do insumo mais critico ou mais restritivo utilizado na prestação do serviço. Nas empresas industriais, a capacidade é definida em função do volume de produção que é desejada. EXEMPLO PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 49 Para determinar a capacidade, deve-se primeiro definir a forma de medi-la, considerando os aspectos de empresa multiprodutos (que trabalha com mais de um tipo de produto) e o tipo de empresa. Em seguida, deve-se verificar as horas de trabalho e se será considerado o pico da capacidade (produção máxima da empresa). Toda empresa deve definir sua capacidade e a forma de medi-la, levando-se em consideração a demanda e a parcela de mercado que deseja atingir. Consiste em atender a demanda através da melhor ocupação do recurso produtivo com a programação das ordens de fabricação, ou seja, programar a produção dentro das restrições da capacidade produtiva no sentido de atender a demanda. Esse é o desafio do PCP, manter essa sequência de atividades que mudam diariamente, obtendo-se sempre o máximo da capacidade produtiva atendendo a demanda. Determinar o nível ótimo de produção para atender a demanda é fundamental para a eficiência e eficácia da administração da produção. O desequilíbrio entre a capacidade e a demanda pode ter consequências econômicas desastrosas para a organização. O desafio é harmonizar, em todos os níveis, o grau de capacidade produtiva com o nível de demanda a ser atendida com o menor custo possível. Para isso é fundamental o planejamento e controle da capacidade produtiva. Capacidade de produção: Para Stevenson capacidade de produção refere-se ao teto de carga que uma unidade operacional pode suportar. Para Gaither e Frasier é “o maior nível de produção que uma empresa pode manter dentro de uma estrutura de programação de trabalho realista, levando em conta um período de inatividade normal e supondo uma disponibilidade suficiente de entradas para operar a maquinaria e o equipamento existente”. Para Moreira é a quantidade máxima de produtos e/ou serviços que podem ser produzidos num determinado tempo. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 50 Medidas de capacidade: Empresa Capacidade estática Capacidade de produção Estacionamento Número de carros Quantidade de carros por dia Teatro Quantidade de assentos Numero de espectadores por semana Metalúrgica Quantidade de homens e máquinas Quantidade de peças produzidas por mês Classificação das capacidades A capacidade pode ser classificada em capacidade instalada, de projeto, efetiva ou de carga e realizada. 1. Capacidade instalada: É a quantidade máxima que um sistema produtivo pode produzir ininterruptamente desconsiderando as perdas. Portanto, é a capacidade produtiva obtida numa jornada de trabalho de 24 horas ignorando as paradas para manutenção e perdas decorrentes de erros de programação da produção. Exemplo: Uma refinaria de óleo tem capacidade de produzir 8 toneladas por hora. Qual é a capacidade instalada da refinaria? Capacidade instalada = 8 toneladas / hora x 24 horas x 30 dias = 8 x 24 x 30 = 5.760 toneladas por mês. 2. Capacidade disponível ou de projeto: refere-se à capacidade máxima de um sistema produtivo numa jornada de trabalho sem considerar as perdas envolvidas. Exemplo: A refinaria do exemplo anterior tem 720 horas mensais de capacidade (24 x 30), sua capacidade disponível pode ser: Capacidade Disponível (CD) Um turno Um turno diário com 8 horas cinco dias por semana. CD = 8 x 5 x 4 = 160 horas mensais Dois turnos Dois turnos diários CD = 2 x (8 x 5 x 4) = 320 horas mensais Três turnos Três turnos diários CD = 3 x (8 x 5 x 4) = 480 horas mensais PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 51 Quatro turnos Quatro turnos diários 8 horas cada um sete dias por semana (quatro equipes se revezam para manter funcionamento ininterrupto respeitando o descanso semanal). CD = 3 x (8 x 7 x 4) = 672 horas/m Horas-extras Cada hora trabalhada além da jornada de trabalho normal é somada à capacidade disponível. As tentativas de operar com a máxima capacidade disponível devem ser analisadas com cautela, pois, corre-se o risco de se operar em “deseconomia de escala”. Ou seja, aumenta-se o custo de produção com horas-extras, adicional noturno, e baixa qualidade e produtividade. 3. Capacidade efetiva ou de carga: capacidade efetiva nada mais é que a capacidade disponível subtraídas das perdas planejadas dessa capacidade. As perdas planejadas são: setups (tempo de preparação), manutenções preventivas, auditorias da qualidade, trocas de turnos, intervalos de operações, etc. 4. Capacidade realizada: é a capacidade real em determinado período. Nada mais é que a capacidade resultante a da subtração das perdas não planejadas da capacidade efetiva. As perdas não planejadas são: ausência de matéria-prima, funcionários, energia, máquinas; deficiências de qualidade, manutenção corretiva, etc. ÍNDICES DE CAPACIDADE Índice de Eficiência: indica a eficiência do sistema produtivo na realização das operações programadas. Índice de Utilização: demonstra a percentagem de uso da capacidade disponível. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 52 Índice de Disponibilidade: demonstra, percentualmente, quanto de um sistema produtivo encontra-se disponível. Planejamento e Controle da Capacidade de Produção O planejamento e controle da capacidade têm como objetivo determinar a capacidade efetiva capaz de atender a demanda. Naturalmente, o planejamento da capacidade deve ser flexível o suficiente para reagir de forma coerente às flutuações da demanda. Na prática, isso significa introduzir ou suprimir incrementos na capacidade física. Para isso, as empresas devem fazer previsões da demanda futura considerando um período mínimo de 2 a 18 meses. No entanto, em muitos segmentos se faz necessário uma previsão considerando prazos menores. Os níveis de capacidade devem ser definidos no médio e curto prazo de forma agregada. Isto é, as decisões de capacidade devem ser tomadas de forma ampla e generalizada. Metas do planejamento e controle da capacidade O planejamento e controle da capacidade (PCC) possui objetivos em diversos aspectos de desempenho: 1) Reduzir custos pelo equilíbrio entre capacidade e demanda. Sem utilização excessiva ou subutilização da capacidade. 2) Assegurar que toda demanda seja atendida sem perdas de receita. 3) Aumentar o capital de giro pela redução de estoques. 4) Aumentar a qualidade de produtos e serviços e reduzir a probabilidade de ocorrência de erros. 5) Aumentar a velocidade de resposta à demanda do cliente, seja pela geração de pequenos estoques, seja pela acertada previsão da demanda. 6) Flexibilidade: capacidade de responder a aumentos inesperados na demanda. 7) Confiabilidade: fornecer o produto/serviço sem interrupções. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 53 Fases do planejamento e controle da capacidade de produção A tomada de decisões nas questões referentes ao planejamento e controle da capacidade segue uma sequencia lógica.
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