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INSTITUTO POLITÉCNICO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DO CEARÁ PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção Camila Barros Lima PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 1 Programa 1. Conceito do PCP O quê é o PCP. Conceito Empresa de bens Empresa de Serviço Qual objetivo do PCP? 2. Integração do PCP com as demais áreas Vendas Compras Controladoria Manutenção Processo Produção Qualidade 3. Conhecimentos que profissional do PCP precisa dominar Conhecimento necessário para o PCP Conhecimento do produto e do processo Conhecimento conceitual Conhecimento de Informática Conhecimento de Matemática 4. Fluxo de Trabalho no PCP 5. Modos de Planejamento Longo Prazo Médio Prazo Curto Prazo 6. Fatores importantes que impactam nas atividades de PCP Fatores relacionados ao produto Fatores relacionados ao processo 7. Evolução do Planejamento e Controle 8. Perfil do profissional de PCP O que faz? Mercado de trabalho 9. Funções do Planejamento de produção 10. Fundamentos PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 2 11. Sequenciamento da Produção para Processos (Layout) Introdução Referencial teórico Layout quando modificar? Layout finalidades básicas de transporte e movimentação de materiais Reduzir custos, por quê? Os 7 desperdícios Excesso de produção – o que é? Deficiência no lay-out Objetivo do layout Como enfatizar atividades que agreguem valor (layout): Princípios do Layout Fatores da Produção que influenciam no Layout Importância do Layout Layout - Os tipos mais comuns de arranjo físico de organizações Escolha do Tipo de Layout Arranjo/Layout por processo ou funcional Arranjo/Layout por produto ou em linha Arranjo/Layout posicional Arranjo/Layout Celular 12. Capacidade Produtiva Planejamento da capacidade e a programação da produção Que é capacidade? Como podemos medir a capacidade Capacidade de produção: Classificação das capacidades Planejamento e Controle da Capacidade de Produção Metas do planejamento e controle da capacidade Fases do planejamento e controle da capacidade de produção Método das representações acumuladas Teoria das filas Determinação de lotes mínimos de fabricação 13. Administração de Estoque Referencial teórico Definições de estoque As principais funções do estoque são: PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 3 Controle de estoques Objetivos da gestão de estoques Razão para a existência dos estoques Custos Consumo Demanda Fundamentos da Gestão de Estoque Razões para manter o estoque: Tipos de estoques: Avaliação de estoque Função da Gestão de Estoques Sistema ABC de Controle de Estoques 14. Bibliografia INTRODUÇÃO AO PCP De acordo com Lustosa et al. (2008), o PCP surgiu no início do século XX, tendo como um de seus pioneiros Henry Gantt, que desenvolvia cálculos manuais baseados no tempo e na capacidade de produção. Desde aquela época, o PCP vem evoluindo constantemente na busca por melhorias capazes de suprir o avanço do setor produtivo. O QUE É PPCP? •PCP –Planejamento e Controle da Produção. O conceito antigo limitava-se exclusivamente à produção. •É responsável por definir : o quê , quando , onde e como os eventos acontecerão na cadeia de produção. O PCP decorre da utilização eficiente dos meios de produção, por meio dos quais são atingidos objetivos planejados, nos prazos determinados. CONCEITO DE PCP O planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente quais são os objetivos que deverão ser atingidos e o que deve ser feito para atingi-los da melhor forma possível. O planejamento fixa PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 4 rumos, focaliza o futuro e está voltado para a continuidade da empresa. A sua importância reside nisto: sem planejamento, a empresa fica perdida no caos. A partir da definição dos objetivos a alcançar, o planejamento determina a priori o que se deve fazer, quando fazer, quem deve fazê-lo e de que maneira. Por essa razão, o planejamento é feito na base de planos. O planejamento constitui um conjunto integrado de planos. Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Administração de produção: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Campus, 2005, p.100. Se pesquisarmos os precursores do PCP, vamos ver que cada autor tem sua particularidade, entendimento específico do que significa PCP; Todos com mesmos sentido. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 5 Por outro lado, o controle é função administrativa que consiste em medir e corrigir o desempenho para assegurar que os planos sejam executados da melhor maneira possível. Na figura abaixo, uma visão clara de como isso acontece. A tarefa do controle é verificar se tudo está sendo feito em conformidade com o que foi planejado e organizado, de acordo com as ordens dadas, para identificar os erros ou desvios, a fim de corrigi-los e evitar sua repetição. Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Administração de produção: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Campus,2005, p.100. O planejamento e o controle fazem parte do processo administrativo, conforme figura abaixo: Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Administração de produção: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Campus, 2005, p.101. Ambas as definições apresentadas, de planejamento e de controle, são genéricas, mas ilustram muito bem o seu significado. No caso específico da produção, o planejamento e controle da produção, PCP, planeja e controla todas as atividades produtivas da empresa. Empresa de Bens Se a empresa é produtora de bens ou mercadorias, o PCP cuida das matérias-primas necessárias, da quantidade de mão- de- obra, das máquinas e equipamentos e do estoque de produtos acabados disponíveis no tempo e no espaço para que a área de vendas possa entregar aos clientes. Empresa de Serviço Se a empresa é produtora de serviços, o PCP planeja e controla a produção dos serviços e operações, cuidando da quantidade de mão-de- PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 6 obra necessária, das máquinas e equipamentos e dos demais recursos necessários, para a oferta dos serviços no tempo e no espaço para atender a demanda dos clientes e usuários. Partindo dos objetivos da empresa, o PCP planeja e programa a produção e as operações da empresa, bem como controla adequadamente para tirar o melhor proveito possível em termos de eficiência e eficácia. Qual o objetivo do PCP? “O objetivo do PCP é fornecer informações necessárias para o dia-à-dia do sistema de manufatura reduzindo os conflitos existentes entre vendas, finanças e chão-de-fábrica”. Plossl ( 1985 ). A finalidade do PCP é aumentar a eficiência e a eficácia do processo produtivo da empresa. É, portanto, uma dupla finalidade: atuar sobre os meios de produção no sentido de aumentar a eficiência e cuidar para que os objetivos de produção sejam plenamentealcançados a fim de aumentar a eficácia. Para atender a essa dupla finalidade, o PCP tem uma dupla função: • planejar a produção; • controlar o seu desempenho. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 7 De um lado, o PCP estabelece antecipadamente o que a empresa deve produzir e, consequentemente, o que deverá dispor de matérias-primas e materiais, de pessoas, de máquinas e equipamentos, bem como de estoques de produtos acabados para suprir as vendas. Por outro lado, o PCP serve para monitorar e controlar o desempenho da produção em relação ao que foi planejado, corrigindo eventuais desvios ou erros que possam surgir no decorrer das operações. Assim, o PCP atua antes, durante e depois do processo produtivo. Antes, planejando o processo produtivo, programando materiais, máquinas, pessoas e estoques. Atua durante, ao controlar o funcionamento do processo produtivo, para mantê-lo de acordo com o que foi planejado. Depois, verificando os resultados alcançados e comparando-os com os objetivos definidos previamente. Com essas funções, o PCP assegura a obtenção da máxima eficiência do processo de produção da empresa. Ao desenvolver as suas funções, o PCP mantém uma rede de relações com as demais áreas da empresa. As inter-relações entre o PCP e as demais áreas da empresa se devem ao fato de que o PCP procura utilizar racionalmente os recursos empresariais, sejam eles materiais, humanos, financeiros, etc. Integração do PCP com as demais áreas Vendas O contato do PCP com vendas deve ser diário abordando sempre as questões de capacidade futura, do atendimento em curso, previsão de atrasos e negociando as alterações. Informando corretamente a situação. Compras Defina claramente as suas necessidades, cobre levantamentos frequentes nos estoques, promova a participação ativa da área de compras em suas previsões e informações para vendas. Planejamento dos níveis de estoque. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 8 Controladoria Mantenha a controladoria informada sobre os tempos de máquina, mudanças de processos, eliminação e ou inclusão de etapas do processo. Novos materiais e insumos. Peça frequentemente os custos passo a passo dos principais processo de produção. Cheque os custos reais contra os custos registrados na controladoria. Níveis de estoque adequados (matéria prima, estoque de processo e acabado). Manutenção Planeje a capacidade de produção consultando as paradas previstas pela manutenção. Faça a manutenção assumir com o PCP a capacidade de produção. Considere como tempo improdutivo as paradas de emergência e manutenção preventiva. Planejamento da capacidade de produção Processo Busque alternativas para reduzir o processo, mostre as dificuldades de cada etapa do processo, promova discussões entre produção e processo. Programação de produção. Conheça o fluxo. Produção RECEBE AS INFORMAÇÕES DA PRODUÇÃO, PROCESSA E TOMA AÇÕES, NUNCA ASSUMA A RESPONSABILIDADE DAQUILO QUE NÃO LHE COMPETE, SE O QUE VOCÊ PROGRAMOU NÃO OCORREU, ALGUEM DEVERÁ PRESTAR CONTAS A VC, ENVOLVA TODOS OS RESPONSÁVEIS E ENCONTRE UMA SOLUÇÃO EM CONJUNTO, DIVULGUE PRA CIMA OS FATOS. INFORMAR CORRETAMENTE Qualidade Mostre claramente as consequências das rejeições e desvios de produção por má qualidade. Faça com que o pessoal da qualidade apresente alternativas para garantia do atendimento. Não assuma o atraso por má qualidade tentando reprogramar sua produção, mostre as consequências, apresente alternativas para seu superior, gerente de produção, gerente da qualidade, gerente de vendas. Planejamento na compra dos materiais. O Conhecimento Necessário Para o PCP Nesta lição iremos expor e explicar alguns conhecimentos necessários para o bom desempenho das atividades de PCP. Para Planejar e Controlar a Produção são necessários vários tipos de conhecimentos, como os que dizem respeito aos produtos e processos PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 9 inseridos no sistema, cujas atividades se deseja planejar e controlar; conhecimentos conceituais a respeito do próprio PCP; conhecimentos em computação e conhecimentos em matemática. É claro que cada profissional de PCP tem conhecimentos mais aprofundados em uma ou outra área e o grande desafio é adquirir conhecimentos no maior número possível de áreas. Exemplos de conhecimentos: Com relação ao conhecimento do produto e do processo: -estrutura do produto; - conhecimento de como são obtidos os componentes, as submontagens e montagens dos produtos; - conhecimento de como está organizada a mão de obra nas submontagens e montagens - o nível de automação nas diversas unidades produtivas. Com relação ao conhecimento conceitual: - clara conceituação do PCP; - conhecimento das atividades de PCP e de seus métodos; - relação entre o PCP e outras áreas da empresa; - conhecimento dos fatores e de como eles influenciam nas atividades do PCP; Com relação ao conhecimento em informática: - conhecimento sobre softwares básicos, de uso geral (Windows; Word, Excel, etc) - sobre sistemas de informação aplicados ao PCP (ex.: MRP, PMP, etc.). Com relação ao conhecimento matemático: - conhecimento sobre matemática básica; - conhecimentos básicos e avançados em Pesquisa Operacional PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 10 (dependendo do nível que você deseja atuar dentro de um PCP); - conhecimentos em modelagem matemática aplicada ao PCP. Apesar desses conhecimentos serem de suma importância para o PCP, a sua utilização vai depender da atividade que será desempenhada, bem como dos fatores envolvidos. Devemos sempre ter em mente que nem sempre a solução mais sofisticada é a mais adequada. Lembre sempre do ´simples e bom´ ou como diz ditado popular ´para que complicar se tem como facilitar´. Fluxo de Trabalho no PCP O fluxo de trabalho dentro de um PCP normalmente se inicia pela previsão de vendas sinalizada pela área de vendas dentro de uma unidade produtiva (empresa/indústria). Essa previsão está relacionada com prazos a médio/longo prazo e muitas vezes com fluxos contínuos diretos na produção (exemplo produção fixa de 150 mil parafusos / mês) ou sazonalidade de produção (coleções, remessas sob pedido, amostras, estações do ano, etc). Porém do ponto de vista estratégico é utilizado esta base da área de vendas como sensor de provisão futura do ´Planejamento` fabril, progressivo ou sazonal nas áreas produtivas dentro ou fora (terceirização) da empresa. Vamos entender um pouco melhor como funciona esta engrenagem complexa, fundamental para o cumprimento de prazos de entrega, tanto dentro das áreas produtivas relacionadas entre si, como para o cliente final. A previsão de vendas é um instrumento que ajuda a indústria a definir o total a ser produzido. O processo é realizado pelo órgão comercial e visa conceder, à empresa, objetivos de vendas a serem alcançados num futuro próximo, adotando critérios estatísticos na determinação e juntando informações sobre a tendência do mercado e registros das vendas históricas (aquelas ocorridas em períodos semelhantes no passado). A previsão de vendas permite ao PCP programar a quantidade de produto a ser fabricada num determinado espaço de tempo e, a partir daí, quantificar as necessidadesde material, mão-de-obra e equipamentos. Após determinar os tipos de produtos a serem feitos, de escolher o tipo de produção a seguir, de definir a quantidade a fabricar, de especificar o material a ser utilizado e de quantificar os insumos, resta definir o processo PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 11 que consiste na determinação da sequência de operações e dos tipos de equipamentos a serem utilizados. Modos de Planejamento num PCP As empresas geralmente são estruturadas como um sistema que transforma, via um processamento, entradas (insumos) em saídas (produtos) úteis aos clientes. Este sistema é chamado de sistema produtivo. Fatores para o planejamento: * Facilidades em adequar as novas situações * Relacionar diretamente com os clientes * Expansão de mercado * Diferencial da empresa * Recursos disponível * Sazonalidade * Parcerias com outras empresas * Tecnologia e informática Benefícios do planejamento * Maior produtividade * Melhora o direcionamento da empresa * Antecede fatos importantes * Reduz a margem de erro Etapas do planejamento * Reconhecimento da situação atual * Definição da situação ideal desejada * Identificação do que falta para chegar lá * Levantamento de solução possível PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 12 * Escolha da melhor solução * Organização dos recursos e atividade para executar * Implantação ou ação * Controle ou acompanhamento Para que um sistema produtivo transforme insumos em produtos (bens e/ou serviços), ele precisa ser pensado em termos de prazos, em que planos são feitos e ações são disparadas com base nestes planos para que, transcorridos estes prazos, os eventos planejados pelas empresas venham a se tornar realidade. De forma geral, pode-se dividir o horizonte de planejamento de um sistema produtivo em três níveis: o longo; o médio e o curto prazo. A figura a seguir apresenta como estes prazos estão relacionados às atividades estratégicas, táticas e operacionais das empresas e quais são os objetivos pretendidos com a execução destas atividades. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 13 Logo Prazo A longo prazo, no nível estratégico, os sistemas produtivos precisam montar um Plano de Produção cuja função é, com base na previsão de vendas de longo prazo, visualizar com que capacidade de produção o sistema deverá trabalhar para atender a seus clientes. É chamado de estratégico porque, caso a empresa não encaminhe seus recursos físicos e financeiros para a efetivação deste Plano de Produção, ela terá seu desempenho seriamente PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 14 comprometido no futuro. E, como se tem tempo suficiente, com a injeção de capital pode-se redirecionar o sistema produtivo para praticamente qualquer estratégia produtiva desejada. Médio Prazo A médio prazo, com o sistema produtivo já estruturado em cima de um Plano de Produção, o chamado Plano-mestre de Produção (PMP), buscará táticas para operar de forma mais eficiente este sistema montado, planejando o uso desta capacidade instalada para atender às previsões de vendas de médio prazo e/ou os pedidos em carteira já negociados com os clientes. É chamado de tático porque este PMP deve analisar diferentes formas de manobrar o sistema produtivo disponível (adiantar a produção, definir horas por turno, terceirizar parte da produção, etc.). Curto Prazo Já a curto prazo, com o sistema montado e a tática de operação definida, o sistema produtivo irá executar a Programação da Produção para produzir os bens e/ou serviços e entregá-los aos clientes. É chamado de operacional porque neste nível só resta operar o sistema dentro de uma tática montada. Mudança de tática a curto prazo acarretará desencontros entre os diferentes setores produtivos, visto não haver mais tempo hábil para sincronizar o processo como um todo. Geralmente, a formação de estoques desnecessários no sistema produtivo é resultado deste desencontro entre o nível tático e o operacional. Resumindo tudo: Operacionalmente, estas funções acima mencionadas, que são executadas pelo PCP, fazem parte de sistemas de informações gerenciais integrados, adquiridos na forma de pacotes comerciais de software, chamados de ERP (Enterprise Resource Planning ou planejamento dos recursos da empresa ou negócios), que permitem a uma empresa automatizar e integrar a maioria de seus processos (PCP suprimentos, manufatura, manutenção, administração financeira, contabilidade, recursos humanos, qualidade etc.), compartilhando práticas operacionais e informações comuns armazenadas em bancos de dados distribuídos por toda a empresa, e produzir e acessar informações em tempo real. São softwares modulares, e os módulos vão PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 15 sendo agregados ao sistema da empresa conforme suas necessidades e a disponibilidade de recursos financeiros. Os atuais sistemas ERP tiveram sua evolução a partir do sistema MRP (Material Requirements Manning ou planejamento das necessidades de materiais), desenvolvidos na década de 60, e de seu desdobramento posterior, nos anos 80, chamado de MRP-II (Manufacturing Resource Planning, ou planejamento dos recursos de manufatura). Esta evolução dos sistemas de informações gerenciais foi decorrente da própria evolução no tratamento de dados informatizados; contudo, rotinas básicas, como, por exemplo, o planejamento-mestre e o cálculo das necessidades de materiais, permanecem e são a base dos sistemas atuais de ERP. Apesar de as atividades desenvolvidas pelo PCP serem basicamente estas quatro citadas, o grau de complexidade de cada uma delas dependerá do tipo de sistema produtivo dentro do qual o PCP está agindo. Neste sentido, é importante deixar claro as características que estão por trás dos diferentes sistemas produtivos e seu relacionamento com as funções de PCP. Fatores Importantes Que Impactam nas Atividades do PCP Cada uma das atividades do PCP vistas nas lições anteriores são diferentes dependendo de um conjunto bastante grande de fatores ou variáveis. Nesta lição apresentaremos resumidamente alguns desses fatores. Jonsson e Mattsson (2003) apresentam uma divisão dos fatores que influenciam as atividades de PCP em três grupos: fatores relacionados ao produto, ao processo produtivo e ao mercado. Aqui substituímos a expressão fatores relacionados ao mercado por fatores relacionados ao ambiente externo para também abranger questões estratégicas da empresa. Alguns fatores relacionados ao produto que têm forte impacto nas atividades de PCP são: Grau de variedade do produto: Esse conceito, já definido anteriormente, tem forte impacto no nível de repetição dos sistemas de produção e este, por sua vez, como vimos no sistema de classificação de sistemas de produção, tem forte influência na PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 16 escolha do sistema de coordenação de ordens. Como visto anteriormente, o grau de variedade pode ser decomposto em grau de distinção (variedade de produtos muito semelhantes) e diversificação (variedade de produtos muito diferentes); Complexidade da lista técnica do produto: Refere-se ao número de níveis e ao númerode itens em cada nível da lista de materiais. Esse fator também exerce influência, dentre outros, na escolha do sistema de coordenação de ordens; Valor agregado do produto: Esse fator influencia bastante os métodos empregados nas atividades de PCP. Em termos gerais, itens com maior valor devem ser tratados com maior atenção; Ciclo de vida do produto: De acordo com Sipper e Bulfin (1997), estágios diferentes do ciclo de vida de um produto podem requerer diferentes métodos de Planejamento e Controle da Produção. Os estágios de ciclo de vida são: desenvolvimento, introdução no mercado, crescimento de vendas, maturidade e declínio. Alguns dos principais fatores relacionados ao processo produtivo que influenciam fortemente as atividades de PCP são os seguintes: Mix de produtos: A relação volume/variedade de produtos em um processo produtivo é um dos fatores que mais influenciam as atividades de PCP. Num dado-período estaremos produzindo uma dada combinação (mix) de produtos. O mix poderá conter, por exemplo, poucos produtos diferentes feitos em alto volume num período e, num outro período, o mix poderá conter muitos produtos diferentes feitos em baixo volume; nesse caso, o mix variou bastante de um período para outro; Layout das instalações: PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 17 O tipo de layout da fábrica (funcional, por produto, celular, posição fixa) influencia bastante as atividades de Controle da Produção, tais como coordenação de ordens e programação de operações; Tempos de setup: O tempo de preparação da máquina para poder iniciar-se uma outra tarefa também tem forte influência nos métodos a serem utilizados referentes às atividades de coordenação de ordens e programação da produção; Tempo de fluxo: É o tempo que o produto leva para percorrer todos os processos produtivos, incluindo tempos de filas. Portanto, o tempo de fluxo está ligado diretamente aos leadtimes. A escolha de sistemas de coordenação de ordens tem forte relação com esse fator; Níveis de estoque: Em processo também têm forte impacto na escolha dos sistemas de coordenação de ordens, e vice-versa. Evolução do planejamento e controle da produção. A evolução histórica do PCP é um assunto pouco encontrado na literatura. O entendimento das mudanças ocorridas no Planejamento e Controle da Produção desde a Revolução Industrial é de profunda importância para que se possa entender o futuro do PCP e da própria Engenharia de Produção. A Produção, vista como um sistema, é um conjunto de recursos humanos, físicos, tecnológicos e informacionais, capazes de transformar entradas em saídas, tangíveis ou não-tangíveis. Pode-se produzir tanto bens, como serviços. Este sistema maior, a produção, pode ser subdividido em subsistemas segundo a ótica e o interesse estabelecidos. Para que uma empresa possa funcionar adequadamente, ela precisa planejar e controlar adequadamente sua produção. Para isso existe o Planejamento e Controle da Produção (PCP), que visa aumentar a eficiência e eficácia da empresa através da administração da produção. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 18 Vamos entender um pouco mais sobre PCP? EVOLUÇÃO CONSTANTE O PCP mostra-se um sistema em constante evolução. Por abordar homens, máquinas e técnicas de gerenciamento, qualquer contribuição que ocorra no campo operacional, administrativo, ou das relações humanas, faz com que o PCP passe por alguma evolução. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 19 Nos últimos anos, o grande crescimento e barateamento da informática, e de todos os sistemas de automação ligados a ela, tem feito com que o PCP tenha evoluído bastante. A integração é a palavra chave para esses novos sistemas. O objetivo é que todas as informações dentro de uma fábrica estejam integrada em um único sistema. Torna-se necessário conceber logicamente um sistema de informações e de planejamento, organização, comando e controle da produção para uma comparação prévia aos sistemas computacionais disponíveis. Isto implica em trabalho intenso e também muito importante; leva ao reconhecimento do sistema de produção, suas peculiaridades e seus pontos fortes e fracos. Os sistemas, integrados ou não, são úteis e podem representar uma ajuda na busca da eficácia das atividades de PCP. A versatilidade dos funcionários tem sido exigida nas fábricas, para isso cada vez mais exigem-se profissionais capacitados com um nível de educação maior. As novas exigências do mercado fazem dessa característica a base para a sobrevivência da empresa, face a concorrência. Exige-se ainda mais das atividades do Planejamento e Controle da Produção. Perfil do profissional de PCP • Ótimo relacionamento interpessoal; • Ser proativo; • Ser organizado; • Perceber e entender a empresa como um todo. • Disponibilidade • Disciplina • Entre outras... PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 20 O que Faz? Controla a atividade de decidir sobre o melhor emprego dos recursos de produção; Assegura a execução do que foi previsto no tempo e quantidade certa e com os recursos corretos; Nível tático-estratégia, toma decisões de médio e longo prazo eu vão desde aquisição de equipamentos, contratação de pessoas, administração de materiais e fornecedores O mercado de trabalho? O profissional pode trabalhar desde pequenas a grandes industrias; Pode atuar nas áreas de qualidade, manutenção, engenharia de processos, engenharia de produtos e gestão técnica da operações. Funções do Planejamento de Produção O PCP é responsável pela coordenação e aplicação dos recursos produtivos de forma a atender da melhor maneira possível os planos estabelecidos em níveis estratégicos, tático e operacional. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 21 Planejamento e Controle da Produção Planejamento Mestre da Produção. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 22 Acompanhamento e controle da Produção Programação de Produção Sequenciamento da produção Administração de Estoques PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 23 Emissão e Liberação de Ordens Fundamentos do PCP Programa de Limpeza e Arrumação – 5S. Descrição e fluxograma do processo produtivo Identificação dos recursos de fabricação, movimentação e estocagem: – equipamentos, dispositivos, mão de obra, etc. Determinação dos tempos Lead time de compra e processo Política de estoques e compras. Normas e Padrões de Qualidade. Capacitação De forma resumida as funções do PCP são: PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 24 Sequenciamento da Produção para Processos (Layout) O layout de uma indústria é o corpo estrutural da sua produção, logo tal é de suma importância e se planejado mal poderá prejudicar o bom andamento da produção devido a empecilhos como maquinário fora de lugar ou distante, perda de tempo em localização e deslocamento de peças deestoque e produto final, extravio de peças no decorrer do processo, dentre outros que levam a organização a não ter eficiência e diminuindo as possibilidades de gerar mais lucros, frente a isso é que se deu este estudo de caso, que visou demonstrar pequenas alterações no layout estudado e ampliou as possibilidades de utilização dos espaços da indústria implementando uma sequencia lógica de produção, a qual elimina os grandes tempos de localização e deslocamento de peças, possibilitando um maior controle sobre o andamento da produção alem de poder obter mais eficiência por parte dos colaboradores. Tendo em vista que a indústria em questão não produz em série, mas sim produtos 100% diferentes um do outro de acordo com a especificação do cliente, as mudanças foram satisfatórias e que mudanças como está podem ser utilizadas em vários segmentos industriais de produtos não seriados desde que sejam utilizados bons estudos sobre o produto, produção, tempos, métodos e layout. LAYOUT É... A integração do fluxo de materiais, da operação das máquinas e equipamentos de processos e transformação, combinados com as características que conferem a maior produtividade ao elemento humano. Marcilio cunha LAYOUT É... A disposição física de máquinas, posto de trabalho, equipamentos, homens, áreas de circulação, unidades de apoio e tudo mais que ocupa espaço na fábrica, distribuindo-os de forma a maximizar a funcionalidade processo produtivo e otimizar o ambiente de trabalho. Referencial teórico De acordo com Chiavenato (2005) o arranjo físico, ou ainda layout, de uma empresa ou de apenas um departamento, nada mais é do que a distribuição física de máquinas e equipamentos dentro da organização onde, através de cálculos e definições estabelecidas de acordo com o produto a ser fabricado, se organiza os mesmos para que o trabalho possa ser desenvolvido da melhor forma possível e com o menor desperdício de tempo (CHIAVENATO, 2005, p. 86). PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 25 De acordo com Ivanqui (1997) desenvolver um novo layout em uma organização é pesquisar e solucionar problemas de posicionamento de maquinas, setores e decidir sobre qual a posição mais adequada que cada qual deve ficar. Em todo o desenvolvimento do novo layout organizacional uma preocupação básica deve estar sempre sendo buscada. Tornar mais eficiente o fluxo de trabalho quer seja ele dos colaboradores ou de materiais (IVANQUI, 1997). De acordo com Tam e Li (1991) por mais que o ramo de atividade principal da organização há qual está se desenvolvendo um estudo para implantação de um novo layout seja totalmente diferente da outra a dificuldade encontrada será bastante parecida uma com a outra, e as metas de solução também, minimizar custos, maximizar qualidade de trabalho, melhorar o fluxo da produção dentre outros (TAM e LI, 1991). De acordo com Canen (1998) um dos principais motivos para um novo arranjo físico dentro da organização é reduzir o tempo perdido entre a movimentação de materiais e do próprio produto, com base nisso “a melhor movimentação do material é não movimentar” (CANEN e Williamon, 1998). De acordo com Cury (2007) deve-se levar em conta também que um novo e bom layout baseia-se em distribuir as máquinas, matéria prima e moveis para preencher da melhor maneira possível os espaços nos setores ou na organização como um todo, levando-se em consideração a melhor forma da mão de obra se adaptar no seu posto de trabalho para garantir a satisfação e a qualidade no trabalho (CURY, Antonio, 2007, pg. 396). As empresas que possuem um layout definido a partir de cálculos bem formulados e fatores baseado na produção, com certeza agregam em sua linha de fabricação uma vantagem de larga escala onde se ganha tempo e organização. Escolher meticulosamente a posição de cada máquina ou ferramenta, a seqüência lógica de produção, o número de pessoas envolvidas em cada processo e a quantidade a ser produzida faz parte do desenvolvimento de um bom layout. De acordo com Martins e Laugini (2005) para a elaboração do layout, são necessárias informações sobre especificações e características do produto, quantidades de produtos e de materiais, seqüência de operações. (MARTINS e LAUGINI, 2005, p. 141). De acordo com Chiavenato (2005) antes de distribuir as máquinas pela empresa, é necessário conhecer o produto que será desenvolvido, quais materiais serão utilizados para a fabricação do mesmo, quais processos de produção e etc. Definimos primeiramente o Layout por Produto que é aquele que representa todas as operações desde a entrada do material na ponta do processo até o produto acabado na outra ponta. Após, definimos o Layout por Processo que representa o fluxo do processo e as mais variadas seções que a matéria prima irá passar dentro do processo produtivo. (CHIAVENATO, 2005, p. 86). PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 26 De acordo com Matins e Laugini (2005) para elaborar um layout é necessário primeiramente saber a quantidade de peças/produto que será produzida, de acordo com a capacidade pré-estabelecida, sendo levando em conta o número de funcionários, os turnos que a empresa irá trabalhar e ainda a tecnologia disponível para desenvolver o produto de acordo com o tempo de fabricação do mesmo. A partir destas definições é possível estipular, com base em dados concretos e cálculos de produção, a quantidade de máquinas/ferramenta que serão necessárias para desenvolver o produto em questão e posteriormente distribuir as mesmas pela empresa. (MARTINS e LAUGINI, 2005, p. 136). Com todas as informações sobre o produto e seu processo de produção coletadas e calculadas, podemos então definir qual o tipo de layout adequado para a organização. Por ter uma Produção em Lotes, a empresa em questão terá um melhor rendimento de seu maquinário e mão-de-obra se optar pelo layout celular. De acordo com Chiavenato (2005) o sistema de produção em Lotes: consiste na disposição de maquinas em locais previamente determinados, pelos quais os lotes de produção percorrem na sequência do processo produtivo. (CHIAVENATO, 2005, p. 88). LAYOUT QUANDO MODIFICAR: Existir máquinas improdutivas. Necessidade de utilização de novas máquinas. Houver excesso de material. Existir movimentação excessiva de material. O QUE ACARRETA UM LAYOUT MAL ELABORADO Aumento nos custos. Redução dos lucros. Criação de gargalos na produção. Tempo improdutivo. Impossibilidade de ampliação futura. Inviabilidade de motivação adequada na fábrica. LAYOUT FINALIDADES BÁSICAS DE TRANSPORTE E MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS: Redução de custos (inventário, uso de espaço disponível, aumento da produtividade); Redução no desperdício de materiais; Aumento na capacidade produtiva; Melhores condições de trabalho; PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 27 Melhor aproveitamento das áreas de armazenagem. REDUZIR CUSTOS, POR QUÊ? Finalidade: Todo negócio tem por função gerar lucro aos acionistas. Numa economia globalizada as margens são afetadas por variáveis externas as quais a (exemplo: variação cambial das moedas como empresa não tem poder de controle). (exemplo: variação cambial das moedas como Dolar e Euro). Ser competitivo numa economia globalizada significa, baixo custo, prazo, qualidade e flexibilidade. VANTAGENS: Reduzir desperdício do processo produtivo. Aumentar produtividade. Aumentar capacidade de processo. Melhoria no atendimento aoprazo. Vantagem competitiva no contexto global da economia mundial Tecnologias avançadas de produção devido à intensa competição as organizações industriais vem sendo forçadas a buscar: (Mudar é preciso!!!!). Novos métodos de produção (Mudar é preciso!!!!). Sistematização de uma filosofia de manufatura, em que os sistemas operacionais se ajustem à nova configuração dos mercados. OS 7 DESPERDÍCIOS 1. Movimentos desnecessários; 2. Excesso de inventário; 3. Subutilização/ sobrecarga; 4. Movimentação de material; 5. Má qualidade; 6. Espera; 7. Superprodução. Economia de Movimento; Esperar por peças, excesso de produção, produzir mais que a demanda, ter mais estoque que o necessário, transporte movimento desnecessário de peças desde o embarque até a chegada, causar movimentos desnecessários para produzir a peça. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 28 Economia de Movimento (reduzir desperdício do processo produtivo) Excesso de Produção – O que é? Fazer mais do que requerido pelo próximo processo. Fazer mais rápido do que requerido pelo próximo processo; Problemas relacionados à eficiência de mão de obra e utilização dos equipamentos. Perdas devido a condições de espera e bloqueio. Deficiência no Lay-out 1. Longa distancia de operação para operação. 2. Movimentação fora da rota programada. 3. Armazém dentro ou fora da Planta. 4. Distância entre o Recebimento e o ponto de uso. Objetivo do Layout O layout tem um papel importante em uma empresa, decidir onde colocar todas as instalações, máquinas, equipamentos e pessoal da produção. Dentro de um espaço disponível, o layout procura uma combinação otimizada das instalações industriais, a fim de permitir o máximo rendimento da produção, através da melhor distância e no menor tempo possível. O arranjo físico procura uma combinação otimizada das instalações industriais e de tudo que concorre para a produção, dentro de um espaço disponível. Visa harmonizar e integrar equipamento, mão de obra, material, áreas de movimentação, estocagem, administração, mão de obra indireta, enfim todos os itens que possibilitam uma atividade industrial. (PAOLESCHI, 2009, p.207) O arranjo físico, portanto, é uma das etapas finais e só pode ser elaborado depois de definida uma série de itens, como o volume de produção e seleção do equipamento produtivo. O objetivo geral de um layout é proporcionar um fluxo de trabalho de materiais fluido através da fábrica, ou um padrão de tráfego que não seja complicado tanto para clientes como para trabalhadores em uma organização de serviços. Desta forma, fica evidente que, para que haja o bom planejamento como esses sejam seguidos à risca, a fim de se obter o sucesso esperado. (MARQUES, 2009 p51) PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 29 O planejamento de um arranjo físico é recomendável a qualquer empresa, grande ou pequena. Com um bom layout obtêm-se resultados surpreendentes na redução de custos de operação e no aumento da produtividade e eficiência. Na implantação de uma nova empresa, esse planejamento é imprescindível. Naquelas já montadas, uma mudança no processo de produção ou fluxo do serviço introdução de novos produtos ou serviços, a necessidade de redução de custos, a expansão de uma seção, etc. Necessitam de uma modificação no arranjo. O estudo do layout pode ser feito para: fábricas em gerais, escritório, lojas, supermercados, bancos, etc. O arranjo físico de uma operação é a maneira segundo a qual se encontram dispostos fisicamente os recursos que ocupam espaço dentro da instalação de uma operação. Esses recursos podem incluir uma escrivaninha, um centro de trabalho, um escritório, uma pessoa, uma máquina, um departamento ou outros. Pode-se dizer que, dentro dos limites estabelecidos pela estratégia competitiva da operação, um bom projeto de arranjo físico pode visar tanto eliminar atividades que não agreguem valor. Como enfatizar atividades que agreguem valor (Layout): Minimizar os custos de manuseio e movimentação interna de materiais; Utilizar o espaço físico disponível de forma eficiente; Apoiar o uso eficiente da mão-de-obra, evitando que esta se movimente desnecessariamente; Facilitar comunicação entre as pessoas envolvidas na operação, quando adequado; Reduzir tempos de ciclo dentro da operação, garantindo fluxos mais linearizados, sempre possível e coerente com a estratégia; Facilitar a entrada, saída e movimentação dos fluxos de pessoas e materiais; Facilitar a manutenção dos recursos, garantindo fácil acesso; Facilitar o acesso visual às operações quando adequado; PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 30 Encorajar determinados fluxos (por exemplo, os arranjos físicos de alguns supermercados podem induzir fluxos de clientes de forma a aumentar a exposição dos produtos a eles). Obter operações econômicas a fim de : Minimizar o investimento no equipamento; Minimizar o tempo de produção; Utilizar o espaço existente da forma mais eficiente possível; Providenciar ao operador um posto de trabalho seguro e confortável; Flexibilidade nas operações; Diminuir o custo de tratamento do material; Reduzir a variação dos tipos de equipamentos de tratamento do material; Melhorar o processo de produção; Diminuição do tempo médio de produção; Diminuição dos movimentos de materiais, produtos e pessoas; Uso racional do espaço total disponível; Proporcionar perfeito controle de qualidade e quantidade na produção; Racionalizar investimentos em instalações; Facilitar a supervisão; Facilitar processos naturais de crescimento e expansão; Obter um fluxo eficiente de comunicações administrativas dentro da organização; Impressionar favoravelmente clientes e visitantes; Aumentar flexibilidade para variações (futuras) necessárias; Reduzir fadiga do empregado (ruído e poluição); Proporcionar melhores condições de trabalho, conforto e segurança. Melhorar a estrutura da empresa. Utilizar racionalmente o espaço disponível. Reduzir o mínimo de movimentação. Obter o fluxo coerente de fabricação. Oferecer melhores condições de trabalho aos funcionários. Evitar investimento desnecessário. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 31 Permitir manutenção. Possibilitar supervisão e obtenção da qualidade. Permitir futuras modificações. Antes de definir um arranjo físico, é fundamental saber: Quanto ao equipamento de manuseio de material. Quanto ao custo de movimentação entre diversas áreas de trabalho Quanto ao fluxo de informações (células de escritório, divisórias de meia altura) Quanto aos requisitos de capacidade e espaço. Quanto ao ambiente e estética. OS 5 Ss 1. Senso de Utilização 2. Senso de Organização 3. Senso de Limpeza 4. Senso de Saúde 5.Senso de Auto-Disciplina Combinar a força de trabalho com as características físicas de uma indústria (máquinas, rede de serviços, e equipamentos de transporte) de tal modo que seja alcançado o maior volume possível de produtos manufaturados ou serviços. Estes produtos ou serviços deverão apresentar um nível de qualidade compatível, sendo utilizado para tanto um baixo volume de recursos. Princípios do Layout Princípio da Economia do Movimento: – Um Layout ótimo tendea encurtar a distância entre os operários e ferramentas, nas diversas operações de fabricação. ELEMENTOS DE TRABALHO, ECONOMIA DE MOVIMENTO – VALOR AGREGADO Operação básica para localizar objetos, fazendo parte do ciclo onde os olhos se movimentam em direção ao objeto ou onde as mãos irão tateá- los. Questões a fim de eliminar ou reduzir o tempo de Busca Melhoria no layout da estação de trabalho eliminaria ou reduziria o tempo de busca? Objetos estão identificados adequadamente? Pode-se utilizar recipientes transparentes? A iluminação utilizada é adequada? As ferramentas ou peças podem ser preposicionadas? PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 32 As ferramentas podem ser padronizadas? Podem-se utilizar prateleiras ou bandejas a fim de que as peças sejam pré selecionadas? Mover as mãos na direção do objeto. O tempo de alcance não pode ser eliminado, mas pode ser reduzido, diminuindo a distância e estabelecendo locais fixos aos objetos. Pode-se utilizar dispositivos ou transportador? Pode-se pré-posicionar ferramenta ou serviço para a próxima operação? É possível diminuir a distância? - Ombros, antebraço e dedos estão sendo utilizados corretamente? É possível utilizar transportadores de gravidade? É possível transportar em grande quantidade? É possível utilizar dispositivos para auxiliar no processo? É possível modificar a tolerância? É possível utilizar gabaritos? Organização prévia dos objetos É possível criar dispositivos para fixação de ferramentas? É possível pendurar as ferramentas? É possível utilizar dispositivos de empilhamento? É possível utilizar instalações rotatórias? Princípio do Fluxo Progressivo: – Quanto mais contínuo for o movimento entre uma operação e a subsequente, sem paradas, voltas ou cruzamentos, tanto para homem quanto para os equipamentos, mais correto estará o Layout. Racional (lógico e com sequenciamento ordenado) Progressivo (sem retorno) Limpo (sem obstrução) Princípio da Flexibilidade: – Quanto mais flexível (menos rígido) for o Layout, com o fim de propiciar rearranjos econômicos em face das inúmeras situações que as empresas PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 33 podem enfrentar (adaptar a produção às mudanças do produto, volume de produção, equipamentos, processo), mais útil será para a organização. Capacidade para absorver alterações/variações; Expansão (da capacidade produtiva); Uso do espaço disponível; Reduzir investimento; Permitir controle da quantidade e da qualidade; Conforto e segurança; Facilitar a supervisão. Layout ou Arranjo Físico • O Arranjo Físico depende do fluxo produtivo, tanto no setor produtivo como no administrativo. • O espaço necessário para cada equipamento é função da operação. • O ponto chave do Layout é combinar (encontrar um meio termo entre) : Minimização do deslocamento e do espaço ocupado Maximização do espaço disponível respeitando a legislação, a segurança, o conforto e a higiene. Fatores da Produção que influenciam no Layout Espaço disponível. Ex: verificar áreas proibidas. Ex: extintores de incêndio Produto Matéria prima. Ex: usinagem de eixos (as dimensões da matéria prima influenciam no Layout) Equipamentos Movimentos Processo. Ex: Define a sequência de operações, disposição de áreas de estocagem e postos operativos (Ex: áreas de montagem), Define o ferramental (Ex: soldagens, gabaritos, instrumentação de medição etc.) Mão de obra (Mente de obra) PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 34 Áreas de armazenagem Edificação. Ex: Não é qualquer edifício que é adequado à produção (em geral o prédio bom é o de piso único, porém, isto nem sempre se aplica. Deve ser considerada também a estrutura) Supervisão Ex: espaços para reuniões. Programação e controle da produção Ex: Prever espaço para os Kanbans. Expansão e facilidade de mudança Importância do Layout • Afeta a capacidade da instalação e a produtividade das operações. • Mudanças de Layout podem implicar no dispêndio de consideráveis somas de dinheiro. • Afeta os custos de produção. Layout - Os tipos mais comuns de arranjo físico de organizações PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 35 • A diferença e aplicação de cada um deles dependem da diversificação dos produtos, quantidades e processos. Pode-se ter uma mesma planta com 2 ou 3 tipos implantados; • A adequação ao melhor tipo a ser utilizado é ponto chave para se chegar à diminuição dos custos de produção e aumento da produtividade, com máxima eficiência. Escolha do Tipo de Layout O tipo de Layout é em grande parte determinado pelo: Tipo de produto (isto é, se um bem ou serviço, desenho do produto, padrões de qualidade) Tipo de processo de produção (isto é, tecnologia, tipos de material ou serviço) Volume da produção (isto é, contínua de grande volume, ou intermitente de pequeno volume) Arranjo/Layout por processo ou funcional Cada unidade de trabalho tem seus equipamentos específicos e os produtos devem ser processados em cada uma delas. É o caso de empresas que trabalham com uma alta variedade de produtos e com baixo volume dos mesmos. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 36 No Layout por processo ou funcional as máquinas são agrupadas por processo ou função, em áreas determinadas. Ex: todas as prensas na mesma área, processos de tratamento térmico de peças, supermercados (comida congelada, verduras), etc. No layout pelo processo, também conhecido como layout funcional, as máquinas são agrupadas de acordo com a operação executada. O material envolvido é levado a cada equipamento no início da operação e, ao término desta, o resultado é encaminhado ao equipamento seguinte. Esse tipo de layout implica em maior custo no controle e armazenamento de materiais. Para facilitar esse controle pode ser necessário aguardar o término de uma operação para levar todo material à etapa seguinte, o que muitas vezes aumenta o tempo de produção. Porém, permite uma maior flexibilidade para flutuação e variações na demanda, sendo característico de organizações com produção intermitente ou que atendem a encomendas, com produções variadas a intervalos regulares. Vantagens do Layout por Processo ou Funcional • Menor investimento de capital; • Grande flexibilidade nos meios de produção; • Alcance de uma supervisão efetiva; • A indisponibilidade de equipamentos não prejudica tão seriamente a produção; • Menores custos fixos em decorrência do menor investimento inicial. Desvantagens do Layout por Processo ou Funcional • Maior área requerida; • Necessidade de maior habilidade (ou número) de mão-de-obra; • Necessidade de uma inspeção mais freqüente; • Maior tempo para a produção; • Maior complexidade do planejamento e controle da produção; • Maior manuseio de materiais. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 37 No Layout funcional, todas as operações semelhantes ou máquinas do mesmo tipo são agrupadas para aproveitar ao máximo sua potencialidade.Possui esta nomenclatura pelo fato da localização da máquina e/ou equipamento determinar sua função; em outras palavras, a posição das máquinas indicará sua função ou finalidade. Arranjo/Layout por produto ou em linha É o caso da linha de montagem, os equipamentos estão organizados para que os produtos passem de forma contínua e ágil pelo arranjo físico. Comum em produções contínuas. Baixa variedade e alto volume. Um bom exemplo são as montadoras. Um dos pontos importantes na organização de uma fábrica de manufatura é criar um fluxo na fábrica. Desta forma, o Layout orientado para o produto é muito mais desejável do que o funcional. Ex: Montagem de automóveis, manufatura de papel, etc... Neste tipo de Layout as máquinas e processos envolvidos na obtenção ou montagem de um produto ou série de produtos encontram-se juntos e em sequência, de modo a propiciar que os materiais ao entrarem na fase de produção, sigam sempre a mesma linha entre os pontos de processamento. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 38 O layout por produto, por outro lado, pressupõe um processo contínuo, com os equipamentos dispostos em uma linha de produção segundo a seqüência de operações, com os materiais partindo de uma extremidade e seguindo lentamente para cada equipamento até o produto acabado, na outra extremidade da linha. Esse tipo de layout reduz o tempo de produção, minimiza o manuseio de materiais e facilita o controle de material. Entretanto, mostra-se menos flexível para atender a grandes mudanças no desenho do produto ou nas necessidades de produção. Características: Fabricação de produtos padronizados. Operações repetitivas. Elevada produção. Postos de trabalho sucessivo. Layout em linha ou por produto Transporte e movimentação contínuos. Fluxo produtivo realizado de máquina para máquina ou em ter um posto de e outro dentro da seção Cada produto segue um roteiro e a sequência de atividades coincide com a sequência na qual os processos foram arrojados. Vantagens: Estoques reduzidos de materiais em processo. Pequeno manuseio de material. Fabricação de produtos padronizados. Produção contínua. Tempo de produção conhecido. Facilidade de treinamento de pessoas. Melhor controle de produção pessoal. Facilidade de planejamento e supervisão. Canalização do fluxo de materiais e trabalho; Minimiza o custo do trabalho, além de facilitar o treinamento do operador; Diminui a necessidade de inspeção intermediária; Melhora a ocupação da área destinada à produção; Reduz o tempo de processamento total; PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 39 Controle fácil e simples da produção. Desvantagens: Possibilidade de utilização incompleta da capacidade produtiva das máquinas. Alto investimento. Defeito em uma máquina implica a paralisação da linha. Custo elevado de sua capacidade for sub - utilizada. Falta de flexibilidade devido a dificuldade de utilizar a linha produtiva na fabricação de outros produtos ou de usar cada máquina isoladamente. Investimento inicial elevado; Custo fixo elevado; Vulnerabilidade da linha de produção; A supervisão é mais difícil; Inflexibilidade dos meios de produção. Outros Exemplos: Montagem de automóveis: quase todas as variantes do mesmo modelo requerem a mesma sequência de processo. Programa de vacinação em massa: as atividades são as mesmas desde a parte burocrática até a vacinação. Restaurante self-service : a disposição dos pratos é a mesma para todos os clientes, e a sequência de serviços é comum a todos os clientes. Série de trabalhos comandados pelo operador, que devem ser executados em sequência, e que são divididos em postos de trabalho, nos quais trabalham um ou mais operadores, com ou sem o auxílio de máquinas. Linhas de montagem Objetivo: usar o máximo (razoável) do tempo dos operadores e das máquinas (balanceamento de linha) Balanceamento de linhas de montagem nos layout por produto • O Balanceamento de Linha é a divisão das atividades do trabalho sequencial em postos de trabalho, a fim de obter uma alta utilização da mão de obra e do equipamento e assim minimizar o tempo ocioso. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 40 Arranjo/Layout posicional É o exemplo da construção de um navio ou de um shopping Center, o produto está num único local e vai sendo processado sem sair do lugar, ali equipes montam seus "canteiros" de obra. O layout posicional é um dos quatro tipos de Layout existentes, o mesmo e caracterizado pelo fato de o produto final permanecer parado, enquanto as matérias, operadores e maquinários vão se movimentando a sua volta. O layout posicional e mais utilizado quando os produtos finais são volumosos como (construção de navios, vias, barragens pontes sobre rios e aviões). PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 41 Arranjo/Layout Celular Arranjo que mescla características do arranjo de processos com arranjo por produtos. As unidades/processos estão bem definidas no arranjo, porém em alguns espaços são criadas pequenas células que contém todos os equipamentos necessários para um determinado produto. Assim ganha-se mais velocidade naquele produto, dentre os vários outros, pois este possui maior volume. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 42 Criação das Células (Fluxo antes do Agrupamento) Criação das Células (Fluxo após o Agrupamento) Consiste no agrupamento de máquinas e equipamentos em grupos diversos de tal forma que, cada um dos grupos seja capaz de propiciar a produção de todos os componentes de uma mesma família. Na tecnologia de grupo, as peças com rotas e operações comuns são agrupadas e identificadas como uma família de peças. Ex: fabricação de chicotes, componentes de computador, etc.. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 43 Desvantagens do Layout Celular Dificuldade de Introdução de novos produtos; Custos relacionados com treinamento; Pode causar ociosidade de máquinas; Custos devido a instalações elétricas, hidráulicas, reformas; Investimento em máquinas redundantes. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 44 Tipos de arranjo físico Vantagens Desvantagens Posicional Flexibilidade de mix e produto muito alto. Produto ou cliente não movido ou perturbado. Alta variedade de tarefas para a mão de obra Custos unitários muito altos. Programação de espaço ou atividades pode ser complexa. Pode significar muita movimentação de equipamentos e mão de obra. Processo Alta flexibilidade de mix e produto. Relativamente robusto em caso de interrupção de etapas. Supervisão de equipamento e instalações relativamente fácil. Baixa utilização de recursos. Pode ter alto estoque em processo ou filas de clientes.Fluxo complexo pode ser difícil controlar. Celular Pode dar um bom compromisso entre custo e flexibilidade para operações com variedade relativamente alta. Atravessamento rápido. Trabalho em grupo pode resultar em melhor motivação. Pode ser caro reconfigurar o arranjo físico atual. Pode requerer capacidade adicional. Pode reduzir níveis de utilização de recursos Produto Baixos custos unitários para altos volumes. Dá oportunidade para especialização de equipamento. Pode ter baixa flexibilidade de mix. Não muito robusto contra interrupções. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 45 Planejamento da capacidade e a programação da produção Que é capacidade? A palavra capacidade é comumente associada à ideia de volume máximo, espaço ou quantidade máxima de alguma coisa (capacidade estática). Assim, dizemos que: O tanque de combustível de um carro tem capacidade para 55 litros; Um estacionamento tem capacidade para 220 carros; A capacidade do maracanã é 82.238 espectadores. Os gerentes de produção a utilizam para designar a escala de operações. Por conseguinte: Um estacionamento tem capacidade para 100 veículos, Um reator tem capacidade para 200 litros, Um teatro tem capacidade para 500 lugares. Entretanto, a dimensão tempo deve ser adequadamente incorporada à utilização dos ativos. Desta maneira: Se um reator tem capacidade de 200 litros por hora, sua capacidade diária será 4800 litros por dia; Se um teatro tem capacidade para 500 pessoas por apresentação de 2 horas, logo, sua capacidade diária será de 6000 pessoas por dia. Portanto, a capacidade de uma operação pode ser definida como a quantidade máxima de operações realizadas num espaço de tempo em condições normais de trabalho. Capacidade de Produção um dos grandes equívocos existentes pela falta de integração entre os setores da organização. A ausência de comunicação entre Movimentação de clientes e materiais conveniente. Trabalho pode ser repetitivo. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 46 áreas. Suprimentos demandam informações de vendas que por sua vez depende da administração da fábrica nos dados de capacidade produtiva. A capacidade de produção da empresa constitui o potencial produtivo de que ela dispõe; é aquilo que a empresa pode produzir em condições normais. Em outras palavras representa o volume ideal de produção de produtos/serviços que a empresa pode realizar. Contudo, nem sempre esse volume ideal significa o volume máximo de produção que a empresa pode suportar em um regime intensivo de horas extras e de utilização ininterrupta de equipamentos. O volume ideal de produção representa um nível adequado de atividades que permita o máximo de lucratividade e o mínimo de custos, de produção, de mão- de-obra, de manutenção etc (CHIAVENATO,1990, p. 49). A capacidade de produção da empresa depende, por sua vez, de quatro subfatores, a saber: A capacidade instalada, A mão-de-obra disponível A matéria-prima disponível E os recursos financeiros. Vejamos cada um desses quatro fatores: a) Capacidade instalada: é a quantidade de máquinas e equipamentos que a empresa possui e o potencial de produção que eles permitem alcançar. A capacidade instalada representa a produção possível, se todas as máquinas e equipamentos estiverem plenamente disponíveis e em funcionamento ininterrupto. b Mão-de-obra disponível:) é a quantidade de pessoas com que a empresa pode contar para executar o plano de produção. As máquinas não funcionam sozinhas e dependem dos operários habilitados para operá-las e mantê-las em funcionamento. c) Matéria-prima disponível: representa a matéria-prima básica, os materiais e insumos que os fornecedores entregam à empresa para abastecer a produção. d) Recursos financeiros: a capacidade financeira de fazer investimentos em PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 47 produção, compras de matérias-primas, aquisição de máquinas e equipamento é um importante subfator da capacidade produtiva (CHIAVENATO,1990, p. 51). 17 Figura 2 – Subfatores que determinam a capacidade de produção Fonte: Chiavenato, 1990, p. 51. Segundo Chiavenato (1990, p. 51) “a capacidade de produção da empresa precisa ser convenientemente aplicada e explorada para tornar os recursos empresariais (ou fatores de produção) rentáveis e evitar o desperdício de tempo, de esforços e de dinheiro”. Um bom planejamento estratégico da produção deve preocupar-se em balancear os recursos produtivos de forma a atender à demanda com uma carga adequada para os recursos da empresa. Se os recursos disponíveis e previstos não forem suficientes, mais recursos deverão ser planejados, ou o plano reduzido. Por outro lado, se os recursos forem excessivos e gerarem ociosidade, a demanda planejada poderá ser aumentada ou os recursos excessivos poderão ser dispensados e transformados em capital. De qualquer forma é importante analisar a necessidade futura de capacidade e confrontá-la com a capacidade atual e a previsão de expansão pretendida (TUBINO, 2000, p. 58). Existem várias formas de se obter a capacidade de produção de um plano. Depende basicamente de como este plano foi obtido, de como foram agrupados os produtos em famílias dentro da unidade de negócio, e de qual nosso interesse em consolidar os recursos em grupos (departamentos, células, máquinas etc) para análise. A capacidade de produção de uma empresa deve ser considerada como sendo aquilo que a empresa pode produzir em condições normais, deve representar o volume ideal de produção de produtos ou serviços que ela possa realizar. Sendo assim nem sempre este volume ideal será o volume máximo de produção que a empresa pode suportar, podendo sob o uso de horas extras e uso ininterrupto de equipamentos aumentar sua capacidade de produção numa eventual necessidade. O volume ideal de produção representa um nível adequado que permita o máximo de lucratividade com o mínimo de custos. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 48 A capacidade pode ser vista como: Capacidade do projeto (ou teórica): é aquela que o fornecedor ou fabricante dos equipamentos apresentam para o produto. Capacidade efetiva (ou real): é aquela que o equipamento apresenta após o desconto de todos os tempos de parada necessários para que o equipamento ou o sistema implantado funcione adequadamente, que podem ser os tempos de manutenções programadas obrigatórias, os tempos de setup (preparação da máquina), os tempos de aquecimento da máquina ou do processo, os tempos de limpeza e de descontaminação, entre outros que fazem parte do processo. COMO PODEMOS MEDIR A CAPACIDADE A capacidade pode ser medida como toneladas de alumínio por dia ou ano, numeros de veículos por dia ou ano, numero de clientes atendidos por mês, numero de lugares disponíveis por dia (em aviões, por exemplo), etc. Não devemos nos esquecer que a capacidade está relacionada ao tempo. Um outro aspecto que devemos destacar é que capacidade e volume não são a mesma coisa. A capacidade é o máximo que pode ser produzido e o volume de produçãoé o que se produz atualmente. A definição do que deve ser tomado como base para a medida da capacidade, depende de seu foco, ou seja, se é uma empresa de produtos ou serviços. Em uma empresa de serviços, a capacidade é medida através do insumo mais critico ou mais restritivo utilizado na prestação do serviço. Nas empresas industriais, a capacidade é definida em função do volume de produção que é desejada. EXEMPLO PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 49 Para determinar a capacidade, deve-se primeiro definir a forma de medi-la, considerando os aspectos de empresa multiprodutos (que trabalha com mais de um tipo de produto) e o tipo de empresa. Em seguida, deve-se verificar as horas de trabalho e se será considerado o pico da capacidade (produção máxima da empresa). Toda empresa deve definir sua capacidade e a forma de medi-la, levando-se em consideração a demanda e a parcela de mercado que deseja atingir. Consiste em atender a demanda através da melhor ocupação do recurso produtivo com a programação das ordens de fabricação, ou seja, programar a produção dentro das restrições da capacidade produtiva no sentido de atender a demanda. Esse é o desafio do PCP, manter essa sequência de atividades que mudam diariamente, obtendo-se sempre o máximo da capacidade produtiva atendendo a demanda. Determinar o nível ótimo de produção para atender a demanda é fundamental para a eficiência e eficácia da administração da produção. O desequilíbrio entre a capacidade e a demanda pode ter consequências econômicas desastrosas para a organização. O desafio é harmonizar, em todos os níveis, o grau de capacidade produtiva com o nível de demanda a ser atendida com o menor custo possível. Para isso é fundamental o planejamento e controle da capacidade produtiva. Capacidade de produção: Para Stevenson capacidade de produção refere-se ao teto de carga que uma unidade operacional pode suportar. Para Gaither e Frasier é “o maior nível de produção que uma empresa pode manter dentro de uma estrutura de programação de trabalho realista, levando em conta um período de inatividade normal e supondo uma disponibilidade suficiente de entradas para operar a maquinaria e o equipamento existente”. Para Moreira é a quantidade máxima de produtos e/ou serviços que podem ser produzidos num determinado tempo. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 50 Medidas de capacidade: Empresa Capacidade estática Capacidade de produção Estacionamento Número de carros Quantidade de carros por dia Teatro Quantidade de assentos Numero de espectadores por semana Metalúrgica Quantidade de homens e máquinas Quantidade de peças produzidas por mês Classificação das capacidades A capacidade pode ser classificada em capacidade instalada, de projeto, efetiva ou de carga e realizada. 1. Capacidade instalada: É a quantidade máxima que um sistema produtivo pode produzir ininterruptamente desconsiderando as perdas. Portanto, é a capacidade produtiva obtida numa jornada de trabalho de 24 horas ignorando as paradas para manutenção e perdas decorrentes de erros de programação da produção. Exemplo: Uma refinaria de óleo tem capacidade de produzir 8 toneladas por hora. Qual é a capacidade instalada da refinaria? Capacidade instalada = 8 toneladas / hora x 24 horas x 30 dias = 8 x 24 x 30 = 5.760 toneladas por mês. 2. Capacidade disponível ou de projeto: refere-se à capacidade máxima de um sistema produtivo numa jornada de trabalho sem considerar as perdas envolvidas. Exemplo: A refinaria do exemplo anterior tem 720 horas mensais de capacidade (24 x 30), sua capacidade disponível pode ser: Capacidade Disponível (CD) Um turno Um turno diário com 8 horas cinco dias por semana. CD = 8 x 5 x 4 = 160 horas mensais Dois turnos Dois turnos diários CD = 2 x (8 x 5 x 4) = 320 horas mensais Três turnos Três turnos diários CD = 3 x (8 x 5 x 4) = 480 horas mensais PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 51 Quatro turnos Quatro turnos diários 8 horas cada um sete dias por semana (quatro equipes se revezam para manter funcionamento ininterrupto respeitando o descanso semanal). CD = 3 x (8 x 7 x 4) = 672 horas/m Horas-extras Cada hora trabalhada além da jornada de trabalho normal é somada à capacidade disponível. As tentativas de operar com a máxima capacidade disponível devem ser analisadas com cautela, pois, corre-se o risco de se operar em “deseconomia de escala”. Ou seja, aumenta-se o custo de produção com horas-extras, adicional noturno, e baixa qualidade e produtividade. 3. Capacidade efetiva ou de carga: capacidade efetiva nada mais é que a capacidade disponível subtraídas das perdas planejadas dessa capacidade. As perdas planejadas são: setups (tempo de preparação), manutenções preventivas, auditorias da qualidade, trocas de turnos, intervalos de operações, etc. 4. Capacidade realizada: é a capacidade real em determinado período. Nada mais é que a capacidade resultante a da subtração das perdas não planejadas da capacidade efetiva. As perdas não planejadas são: ausência de matéria-prima, funcionários, energia, máquinas; deficiências de qualidade, manutenção corretiva, etc. ÍNDICES DE CAPACIDADE Índice de Eficiência: indica a eficiência do sistema produtivo na realização das operações programadas. Índice de Utilização: demonstra a percentagem de uso da capacidade disponível. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 52 Índice de Disponibilidade: demonstra, percentualmente, quanto de um sistema produtivo encontra-se disponível. Planejamento e Controle da Capacidade de Produção O planejamento e controle da capacidade têm como objetivo determinar a capacidade efetiva capaz de atender a demanda. Naturalmente, o planejamento da capacidade deve ser flexível o suficiente para reagir de forma coerente às flutuações da demanda. Na prática, isso significa introduzir ou suprimir incrementos na capacidade física. Para isso, as empresas devem fazer previsões da demanda futura considerando um período mínimo de 2 a 18 meses. No entanto, em muitos segmentos se faz necessário uma previsão considerando prazos menores. Os níveis de capacidade devem ser definidos no médio e curto prazo de forma agregada. Isto é, as decisões de capacidade devem ser tomadas de forma ampla e generalizada. Metas do planejamento e controle da capacidade O planejamento e controle da capacidade (PCC) possui objetivos em diversos aspectos de desempenho: 1) Reduzir custos pelo equilíbrio entre capacidade e demanda. Sem utilização excessiva ou subutilização da capacidade. 2) Assegurar que toda demanda seja atendida sem perdas de receita. 3) Aumentar o capital de giro pela redução de estoques. 4) Aumentar a qualidade de produtos e serviços e reduzir a probabilidade de ocorrência de erros. 5) Aumentar a velocidade de resposta à demanda do cliente, seja pela geração de pequenos estoques, seja pela acertada previsão da demanda. 6) Flexibilidade: capacidade de responder a aumentos inesperados na demanda. 7) Confiabilidade: fornecer o produto/serviço sem interrupções. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 53 Fases do planejamento e controle da capacidade de produção A tomada de decisões nas questões referentes ao planejamento e controle da capacidade segue uma sequencia lógica.Inicialmente, prevemos a demanda e a capacidade em determinado período de planejamento. Em seguida, identificamos quais as políticas alternativas de capacidade que poderiam ser adotadas para atender de forma eficaz e eficiente as variações na demanda. Finalmente, selecionamos a política de capacidade com maior adequação as circunstâncias. 1a Fase: Previsão da demanda Para Wilker, demanda é: (...)“ a quantidade de um determinado produto ou serviço que os consumidores desejam adquirir num determinado período de tempo. Portanto, trata-se de um desejo, um plano. Mostra o máximo que um consumidor pode aspirar considerando o preço e sua renda. Por ser um desejo de adquirir, é uma aspiração, um plano, e não a sua realização. Não se deve confundir demanda com compra, nem oferta com venda. Demanda é o desejo de comprar, oferta é o desejo de vender. A demanda se expressa por uma determinada quantidade em um dado período” (...) Os departamentos de vendas, marketing e de produção são os responsáveis diretos pela previsão da demanda. Quando não estimamos a demanda corremos o risco de apenas reagir a eventos futuros sem nos prepararmos efetivamente para eles. Para que as previsões da demanda possam ser úteis ao planejamento e controle da produção, três requisitos são essenciais: 1) As previsões devem ser expressas nas mesmas unidades de capacidade; 2) Deve ser tão exata quanto possível; 3) Deve indicar a incerteza relativa. Em outras palavras, deve mostrar em que medida a demanda real pode diferir da demanda média prevista. DETERMINAÇÃO DA DEMANDA E DA CAPACIDADE Basicamente há dois grandes grupos de modelos de previsão de demanda: 1) Modelos qualitativos: são, essencialmente, subjetivos. Normalmente são utilizados quando não há registros históricos do comportamento da demanda para subsidiar a previsão. Comumente é feito por profissionais com ampla experiência de mercado. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 54 2) Modelos quantitativos: são modelos embasados no registro histórico da demanda como fonte para projeções da demanda futura. Sazonalidade Sazonalidade nada mais é que as variações de demanda que se repetem com o passar do tempo. As variações não são aleatórias, são padrões repetitivos que podem ser previstos e adequadamente interpretados. Alguns produtos podem apresentar pouca sazonalidade, como arroz e produtos de higiene, outros, como brinquedos e agasalhos são produtos mais sazonais, ou seja, a demanda é maior em determinados períodos. A sazonalidade é a “ciclicidade da demanda”. A sazonalidade da demanda pode ocorrer em ciclos de um ano, um semestre, um mês, uma semana ou em um dia. A demanda pode ser baixa no início da semana e alta nos fins de semana, como em bares e restaurantes. A maneira como uma operação reage às flutuações de demanda de ciclo curto é parcialmente determinada pelo tempo que os clientes estão dispostos a esperar pelos seus produtos ou serviços. Quanto menor a tolerância à espera por parte dos clientes, maior deve ser os recursos despendidos no planejamento das respostas às flutuações de demanda de ciclo mais curto. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 55 Medição da capacidade Como vimos, a dimensão da capacidade deve ser expressa com o menor nível de ambiguidade possível, sem desconsiderar a dimensão tempo na utilização dos ativos. Nesta fase devemos determinar: Capacidade instalada; Capacidade disponível ou de projeto; Capacidade realizada; Grau de disponibilidade, eficiência, e utilização. Outra medida importante a ser determinada é o grau de eficácia geral do equipamento (Overall Efectiveness Equipment: OEE). Desenvolvida por Cormac Campbell, da OEEE Consulting Ltd., a OEE trata-se de um método que considera três aspectos de desempenho: tempo disponível para uma operação; qualidade dos produtos / serviços; tempo de ciclo (taxa de atravessamento). Essas três métricas são importantes indicadores de desempenho, entretanto, mostram um cenário incompleto da eficácia geral do maquinário. A OEE é o resultado da multiplicação das três dimensões individuais. Por exemplo, se um equipamento foi projetado para funcionar 10 horas, mas ele fica quebrado (parado) por três horas, sua disponibilidade é de 70%. Se o mesmo equipamento produz 95 peças que atendem os requisitos de qualidade num total de 100 peças produzidas, sua taxa de qualidade é de 95%. Da mesma forma, ao operar a 75 ciclos por minuto e considerando uma capacidade de projeto de 100 ciclos por minuto, logo, sua taxa de atravessamento é 75%. Neste caso, basta multiplicarmos a taxa de disponibilidade (70%) pela taxa de qualidade (95%) e pela taxa de atravessamento (75%). OEE= 0,7x0, 95x0, 75 = 0,5 OEE=50% 2a FASE: POLÍTICAS DE CAPACIDADE Uma vez determinada a demanda e a capacidade, se faz necessário considerar as políticas de resposta às flutuações da demanda. Existem três maneiras “puras” de se reagir frente às variações: 1) Política de capacidade constante: despreza as variações e mantém constante as atividades; 2) Política de acompanhamento da demanda: ajusta a capacidade em função das variações da demanda; 3) Política da demanda ou gestão da demanda: objetiva ajustar a demanda tornando-a compatível com a capacidade. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 56 Normalmente, o que se vê é um misto das políticas acima, predominando, ora uma, ora outra. POLÍTICA DE CAPACIDADE CONSTANTE Em uma política de capacidade constante (PCC) o volume agregado de produção é invariável diante das previsões de flutuação da demanda. Quando são processados materiais não perecíveis, cuja comercialização não ocorre tão logo sejam processados, eles são colocados em estoque antes das vendas. Portanto, essa política é viável para produtos não perecíveis que apresentam reduzido grau de sazonalidade. Em uma PCC observamos padrões de estabilidade de emprego, alta utilização dos processos e a necessidade de estoques consideráveis. A grande maioria das empresas que adotam essa política cria altos níveis de estoques quando as vendas futuras são quase certas e cuja influencia da moda e do projeto é reduzida. Os principais problemas nessa política são os altos custos de financiamento e armazenagem dos estoques e baixa produtividade em decorrência do desperdício de recursos de pessoal. Em empresas prestadoras de serviços, a PCC determina um funcionamento da operação em altos níveis de disponibilidade de capacidade, o que determina níveis de subutilização da capacidade proibitivamente dispendiosos. Altos níveis de subutilização só serão aceitáveis quando os custos de oportunidade das vendas individuais perdidas são muito altos, o que ocorre na venda de produtos de alta margem de lucro, como em imobiliárias e joalherias. Também podemos adotar uma capacidade levemente abaixo do maior nível de demanda esperado com o objetivo de minimizar o grau de subutilização. A PCC em tempos de alta demanda pode deteriorar o serviço ao cliente, gerando filas, longos períodos de espera e menor grau de personalização no atendimento. Em períodos de baixa demanda observamos a imagem em espelho da situação anterior: ausência de filas, alta velocidade de processamento e altos índices de personalização. A PCC está distante do desejável, entretanto, as vantagens de estabilidade e produtividade podem compensar os riscos de desagradar alguns clientes. POLÍTICA DE ACOMPANHAMENTO DA DEMANDA A política de acompanhamento da demanda (PAD) busca adequar a capacidade ao níveis da demanda prevista. Trata-sede uma política mais adequada as situações em que não se pode estocar a produção, como na prestação de serviços e na fabricação de produtos perecíveis. Ao contrário da PCC, a PAD evita o desperdício de recursos de pessoal e a subutilização da capacidade disponível. Nas situações nas quais a produção pode ser estocada, a PAD contribui para a redução dos estoques e, consequentemente, dos custos de financiamento e armazenagem. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 57 A PAD nos ensina que a capacidade deve ser continuamente ajustada para satisfazer a demanda. Uma demanda variável ao longo do ano significa variáveis níveis de pessoal ao longo do ano. Para isso, existem métodos para ajustar a capacidade: Contratação de horas extras e utilização de tempo ocioso: aumentar o número de horas produtivas trabalhadas na produção. Ajustar o número de funcionários: contratar mão-de-obra temporária em períodos de alta demanda e dispensá-los quando a demanda for baixa. Os custos dessa escolha inclui recrutamento, baixa produtividade uma vez que o novo funcionário inicia sua passagem pela curva de aprendizagem. Contratação em tempo parcial: nada mais é que uma variação da estratégia anterior. Contrata-se pessoal para trabalhar menos do que um dia normal. Pode ser um estratégia interessante, entretanto, se os custos fixos do emprego forem altos, a utilização dessa estratégia pode não valer a pena. Terceirização: comprar a capacidade operacional de outras organizações. Esse método nos permite atender a demanda sem a necessidade de investirmos em capacidade. No entanto, a terceirização pode sair muito cara. O terceirizado certamente desejará um margem razoável de lucro no negócio. Além disso, corremos o risco de o subcontratado entrar no nosso mercado se tornando um concorrente. A ideia de ajustar a mão-de-obra para atender a demanda numa prática de contratar e demitir é controversa por desconsiderar o lado humano do trabalho. Slack argumenta que: “É responsabilidade de qualquer empresa engajar-se em uma série de atividades que sejam capazes de manter o emprego em um nível mais estável. Contratar e demitir meramente por questões sazonais, que podem ser previstas com antecedência, é tratar os seres humanos de forma totalmente inaceitável. Mesmo a ideia de contratar pessoas por um contrato de curto prazo, na prática, leva ao oferecimento de condições de serviço mais pobres e a um estado de permanente ansiedade sobre se vão ser mantidas no emprego ou não... Em um mundo de negócios cada vez mais globalizado, em que empresas podem possuir filiais em diferentes países, os países que permitem a prática de contratar e demitir, provavelmente, terão suas fabricas reduzidas em tamanho quando comparados com os países cuja legislação inibe tal prática.” POLÍTICA DE GERENCIAMENTO DA DEMANDA Sonho que qualquer gerente de produção, a demanda estável e uniforme reduz custos, melhora o serviço, permite maior utilização da capacidade e melhora o lucro potencial. Ciente disso, muitas organizações buscam administrar a demanda, transferindo seus picos para os períodos mais tranquilos. Administrar a demanda não é responsabilidade dos gerentes de produção, mas sim dos PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 58 departamentos de marketing / vendas. Cabe ao gerente de produção avaliar o gerenciamento da demanda e assegurar que o sistema de produção satisfaça a demanda mais estável. As principais estratégias para o gerenciamento da demanda são: 1) Alterar a demanda: a principal maneira é alterando o preço. Promoções e descontos em períodos de baixa procura. No inverno sorvetes, ventiladores estarão em oferta. Outra estratégia é aumentar a publicidade para alavancar as vendas fora de época. 2) Criar produtos e serviços substitutos: consiste em desenvolver produtos e serviços alternativos em períodos de baixa demanda. Uma sorveteria pode se transformar num cafeteria no inverno POLITICAS DE CAPACIDADE NA PRÁTICA Cada uma das políticas “puras” de capacidade descritas acima somente são viáveis quando suas vantagens compensam fortemente suas desvantagens. Frequentemente, as políticas puras não atendem todos os objetivos de competitividade. Estes compreendem, na maioria das vezes redução de custos, de estoques, e de investimentos em capital e ainda agilidade orientada para os clientes. Por esse motivo, muitas empresas escolhem uma política mista das três abordagens. Por exemplo: uma empresa pode ter pico de demanda no mês de janeiro e deslocar parte dessa demanda para o mês anterior por meio de descontos (política de gerenciamento da demanda). Ajustes na capacidade podem ser necessários para mudanças amplas de demanda em períodos subsequentes (política de acompanhamento da demanda). Mesmo ajustando a demanda, esta pode não ser suficiente para eliminar a formação de estoques (política de capacidade constante). 3a FASE: ESCOLHA DA POLÍTICA DE CAPACIDADE Ao decidirmos qual política de capacidade adotar, devemos levar em conta as consequências de cada política em seu contexto. Dois métodos são extremamente úteis no processo de avaliação das consequências da adaptação de politicas específicas de capacidade: Método das representações acumuladas de demanda e de capacidade; Teoria das filas. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 59 MÉTODO DAS REPRESENTAÇÕES ACUMULADAS A figura abaixo apresenta a previsão de demanda agregada de um produto cujas vendas apresentam grande sazonalidade. Consideremos que a fabrica em questão possui uma capacidade de 300 toneladas por mês. A fabrica deve atender ao pico de demanda em setembro reservando tempo para os produtos passarem pelo sistema de distribuição. Uma boa maneira de se determinar se a capacidade constante de 300ton/mês pode satisfazer à demanda é medir o grau de sobre capacidade (áreas A e C) e o grau de sub capacidade (área B). Se o grau de sobre capacidade for maior que o grau de sub capacidade, logo, a capacidade atual é viável, pois, basta que os estoques dos períodos de sobre capacidade seja utilizados nos períodos de sub capacidade. Essa abordagem, no entanto, apresenta problemas. Meses diferentes têm diferentes tempos produtivos. Alguns meses apresentam redução da disponibilidade, seja pela redução da disponibilidade de mão-de-obra, seja pela redução da disponibilidade dos equipamentos. Outro problema é que a sobre capacidade pode ocorrer depois que a demanda expirou. TEORIA DAS FILAS O método das representações acumuladas somente é útil quando há possibilidade de se estocar os produtos acabados. Nas operações em que a estocagem é inviável, em razão de sua natureza, como em grande parte das operações de serviços, um conjunto de problemas surge ao planejamento e controle da capacidade. Por mais que nos esforcemos para prever a demanda com o menor nível de erro, não podemos saber exatamente quando cada cliente individual chegará e quanto tempo será consumido em seu processamento. Uma equação que PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 60 descreve a probabilidade de chegada pode ser determinada, mas não o momento exato de cada chegada. Apesar da incerteza quanto ao tempo de chegada dos clientes e quanto ao tempo de processamento de cada cliente, eles chegam de acordo com uma distribuição de probabilidades. Normalmente são processados pela lógica do FIFO (First InFirst Out, primeiro a entrar, primeiro a sair), aguardam o processamento, são processados por sistemas em paralelo e saemda operação. Como não podemos determinar quando cada cliente chegará, o desafio é saber quantos atendentes em paralelo precisam estar disponíveis para atender a demanda. Situação muito comum em bancos e supermercados, a chegada de muitos clientes simultaneamente e em quantidade superior a capacidade dos atendentes em processá-los gera fila. A situação oposta também ocorre, ou seja, clientes chegam com frequência menor e são atendidos rapidamente, alguns dos atendentes ficam ociosos. Muitas vezes a capacidade média é capaz de atender a demanda média, e pode existir tanto filas quanto ociosidade. Quando a capacidade é muito baixa (poucos atendentes) surgem filas e temos clientes insatisfeitos, a despeito da alta utilização dos atendentes. Quando a capacidade é muito alta (muitos atendentes), os clientes esperam pouco e ficam satisfeitos, mas o grau de utilização é baixo. O problema central neste caso é determinar o tempo de espera dos clientes e a utilização do sistema. Mas como prever o tempo de espera e a taxa de utilização? Existem diversos algoritmos para descrever e prever o comportamento de variados tipos de sistemas de filas. Por ser extremamente complexos para quase todas as hipóteses, exceto as mais elementares, há softwares específicos para prever o comportamento com filas. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 61 DETERMINAÇÃO DE LOTES MÍNIMOS DE FABRICAÇÃO Apesar de muito simples e obvio o planejamento de produção praticamente não existe ou ocorre de forma precária em muitas organizações, com exceção das grandes empresas industriais. Um ponto importante para o sucesso do planejamento da produção é a correta previsão da quantidade e do mix de produtos que se pretende vender. Portanto, a área comercial pode contribuir de forma eficiente para a produção fornecendo dados da previsão da quantidade e do mix de produtos a serem vendidos. LOTE MINIMO DE FABRICAÇÃO Imaginemos que uma tornearia recebe um pedido de cinco peças deferentes (peças A, B, C, D e E) e deve processá-los em um único torno. O pedido é de 400 peças de cada tipo por mês e a organização precisa de cinco dias de produção para produzir 400 peças. A empresa trabalha 25 dias por mês. Portanto a empresa é capaz de produzir 400x5= 2000 peças por mês. Nos primeiros 5 dias, a tornearia produz 400 de A, nos próximos 5 dias de trabalho é produzido 400 peças de B e assim sucessivamente, até que nos últimos 5 dias produtivos do mês a empresa terminou o lote de 400 peças de E. Desta maneira são realizados apenas 5 setups ( se cada setup demorar 20 minutos serão consumidos 1hora e 40 minutos de setups). Entretanto, se o cliente solicitar os cinco tipos de produtos na primeira semana a tornearia terá que se organizar para produzir lotes menores ( 80 peças de cada tipo, por exemplo). Para Graeml: “Lote mínimo de fabricação corresponde ao menor lote possível a ser produzido pela empresa de forma que o aumento do tempo dos setups não ultrapasse a capacidade disponível”. Podem ser calculados pela seguinte fórmula: Onde: LMi = lote mínimo de fabricação do produto i PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 62 Di = demanda do produto i no período N°= número de ciclos de fabricação. No exemplo acima, se produzirmos 80 peças serão 5 ciclos, pois 400/80=5. Pela análise das equações acima podemos inferir que: Quanto menor for o tempo de preparação, mais ciclos poderão ser feitos o que implica em menores lotes de fabricação; O nível de estoque é diretamente proporcional ao tamanho dos lotes de fabricação. Em outras palavras, menores lotes significam estoques menores; Apesar da redução dos estoques o atendimento aos clientes melhora, pois produzimos menos, porém repetidas vezes; SETUP: TEMPO DE PREPARAÇÃO Nada mais é que o tempo gasto para preparar a máquina para produzir um outro modelo de produto. Um exemplo simples: Uma furadeira faz furos de determinado diâmetro, quando desejamos fazer furos de outro diâmetro precisamos trocar a broca. O tempo gasto para trocar a broca é o setup. Exemplos de atividades de set-up: • Uma cabine de pintura está pintando refrigeradores brancos e precisa ser limpa e ter a cor da tinta trocada para se começar a pintura de refrigeradores marrons; • Uma injetora de plásticos está produzindo copos dágua na cor azul. Para serem produzidos jarros vermelhos nesta mesma máquina, é necessário trocar a matriz de injeção ( do copo para a jarra) e a cor do plástico ( de azul para vermelho); • Uma prensa hidráulica está estampando chapas de aço para fabricação da lateral de um fogão. Para estampar a porta do forno deste mesmo fogão, será necessário trocar a matriz estampagem e o tipo do blank utilizado. CONSIDERAÇÕES SOBRE A CAPACIDADE DE PRODUÇÃO NO LONGO PRAZO A grande maioria das empresas precisa determinar o tamanho de sua capacidade produtiva em cada uma de suas instalações. Um fabricante de autopeças, por exemplo, possui unidades produtivas com capacidades individuais de 1000 unidades por semana. Se operar com níveis de atividade PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 63 inferior a 1000/semana, o custo médio de produção de cada produto aumentará em razão dos custos fixos serem cobertos por um menor número de unidades fabricadas. Os custos totais de um sistema produtivo industrial possuem elementos fixos (custos fixos, não dependentes da quantidade produzida) e variáveis (custos variáveis são custos que se tem para cada unidade produzida). A soma dos custos fixos e variáveis abarca o custo total de qualquer nível de output.Quando dividimos o custo total pelo nível de output temos o custo médio de produção. Pela análise das curvas de custo unitário para uma fabrica com diferentes capacidades percebemos que: Quando iniciamos uma atividade produtiva os custos fixos não são todos incorridos de uma vez. Ao contrario, ocorrem em “pontos de quebra” de custos fixos à medida que o volume aumenta. Isso evidência a “quebra teórica” do custo médio. Custos fixos não aumentam de maneira proporcional ao aumento da capacidade (economia de escala). Os custos fixos de uma organização de 1000 unidades são menores que o dobro do de uma planta de 500 peças.O Os custos de capital de uma fábrica não aumentam proporcionalmente a sua capacidade. É mais fácil construir uma fábrica de 1000 unidades do que duas fábricas de 500 unidades. Podemos aumentar o nível teórico de capacidade de produção para além da capacidade da planta por meio do uso de horas extras e da contratação temporária de pessoal. Os custos de transporte podem ser maiores em operações grandes (deseconomia de escala). Por exemplo, se um fabricante fornecer a todo o mercado americano, de uma fábrica em São Paulo, todos os insumos deverão ser trazidos de diversos países para um único local e todos os produtos enviados de lá para toda a América. Custos de complexidade são maiores quando a capacidade é maior. Maiores são os esforços de comunicação e coordenação necessários para gerenciar a operação produtiva. Nas situações em que a capacidade produtiva é reduzida, as tentativas de aumento de capacidade se deparam com gargalos do sistema. A teoria das PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 64 restrições estuda como diagnosticar e eliminar gargalos balanceando o fluxo de produção. Os aumentos na capacidade de produção pode levaruma operação do lucro ao prejuízo. Cada incremento de capacidade tem como consequência um ponto de descontinuidade (quebra) de custos fixos, ou seja, um gasto a mais passa a ser incorrido na operação. As operações com volumes de produção muito baixos apresentam baixa probabilidade de serem rentáveis . Se os preços forem maiores que os custos marginais, a receita excederá os custos totais. Entretanto, o nível de rentabilidade no momento em que o nível de atividade é igual à capacidade da operação pode não compensar os custos fixos extras de um incremento na capacidade. Isso pode tornar a operação não rentável em alguns momentos de sua ampliação. Administração de Estoque Referencial teórico “...quaisquer quantidades de bens físicos que sejam conservados, de forma improdutiva, por algum intervalo de tempo.” (Moreira, 2004). Segundo Chiavenato (2005), o estoque institui todo o gênero de materiais que a organização possui e emprega no processo de produção de seus produtos e serviços. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 65 O conceito de estoques para Francischini; Gurgel (2004) é qualquer quantidade de bens físicos que sejam guardados, de forma improdutiva, por qualquer intervalo de tempo. Definem-se estoques para Iudícibus; Martins; Gelbecke (2003, p.115), “como bens tangíveis ou intangíveis obtidos ou produzidos pela organização com a finalidade de vender ou uso próprio no curso habitual de suas atividades”. O controle dos estoques é importante, pois, segundo Martins; Alt (2006), representam a quantia substancial nos ativos das organizações, e precisam ser encarados como um fator potencial na geração de interesses e dos lucros. Já para Barbieri; Machline (2006), os estoques são formados por todos os elementos de materiais designados à venda, ao processamento interno e ao consumo referentes às atividades fins da empresa. A alusão que mais se consagra é de Barbieri; Machline (2006), pois citam de modo mais intenso os conceitos dos estoques nas empresas. Neste artigo apresentaremos o fato da importância da gestão de estoque no processo de planejamento do controle do estoque. Para bem mostrarmos a importância do mesmo, começamos definindo o estoque, que apesar de ser uma definição bem ampla, simplificamos trazendo o pensamento e definição de autores para o seu esclarecimento. Os resultados positivos de uma empresa estão relacionados à gestão de estoque eficiente. Por isso os estoques sempre foram alvos da atenção dos grandes gerentes. Com a alta competitividade e a maior exigência do consumidor as empresas necessitam se adaptarem rapidamente à tendência, melhorar suas performances e agregar valores aos seus serviços e produtos. E a gestão de estoque entra com a função de deixar as empresas no nível em que se exige o mercado, garantindo maior disponibilidade de produto ao consumidor, com o menor nível de estoque possível. Estoques excessivos significam gastar dinheiro a toa, é assumir custo que não retorna beneficio algum Hoje as empresas procuram a obtenção de uma vantagem competitiva em relação a seus concorrentes, e a oportunidade de atendê-los prontamente, no momento e na quantidade desejada, é grandemente facilitada com a administração eficaz dos estoques. Definições de estoque O alcance do termo estoque é muito amplo. Tradicionalmente falando podemos considera-lo como representativo de matérias-primas, produtos semi-acabados, PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 66 componentes para montagem, sobressalentes, produtos acabados, materiais administrativos e suprimentos variados. E em meias palavras, dizemos que seria tudo o que a empresa possui “guardado”, para suprir as suas necessidades. Ou por muitas vezes, materiais em estoque que não planejados , não analisados ou acompanhados com uma boa gestão, acabam não sendo suficiente para suprir tal necessidade da mesma. Conforme dito pelo autor, estoque é definido por tudo aquilo que precisa ser armazenado ou estocado em determinados locais de uma organização, pois assim complementa a rotatividade da organização, tornando-a rápida e eficaz. Em organizações mais atípicas poderá adquirir outros significados, como estoque de livros, de dinheiro em banco, de professores, de consultores e assim por diante. Sobre este prisma pode-se definir estoque assim: a. Materiais, mercadorias ou produtos acumulados para utilização posterior, de modo a permitir o atendimento regular das necessidades dos usuários para a continuidade das atividades da empresa, sendo o estoque gerado, consequentemente, pela impossibilidade de prever-se a demanda com exatidão; b. Reserva para ser utilizada em tempo oportuno. As principais funções do estoque são: a. Garantir o abastecimento de materiais á empresa, neutralizando os efeitos de: Demora ou atraso no fornecimento de materiais: Estando sempre atenta a quantidade qualidade dos materiais em estoque. Sazonalidade no suprimento: Verificar o tempo que ta acontecendo, as transformações nos matérias. Riscos de dificuldade no fornecimento: Analisando o tipo de dificuldade encontrada. b. Proporcionar economias de escala: Através da compra ou produção em lotes econômicos; Pela flexibilidade do processo produtivo; PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 67 Pela rapidez e eficiência no atendimento ás necessidades. Controle de estoques O Controle de estoques é o procedimento adotado para registrar, fiscalizar e gerir a entrada e saída de mercadorias e produtos numa, seja numa indústria ou no comércio. O controle de estoque deve ser utilizado tanto para matéria prima, mercadorias produzidas e/ou mercadorias vendidas. O Controle de estoques exerce influência muito grande na rentabilidade da empresa. Os estoques absorvem capital que poderia estar sendo investido de outras maneiras, desviam fundos de outros usos potenciais e tem o mesmo custo de capital que qualquer outro projeto de investimento da empresa. Sendo um importante papel na fase administrativa, pois através desse estoque e que e possível saber o quanto se pode comprar o que comprar para não chegar ao desperdício de matérias ou ate mesmo da falta de material em estoque. Atitudes operacionais envolvendo planejamento e controle de estoques Assegurar o suprimento de matéria prima, material auxiliar, peças e insumos ao processo de fabricação de acordo com as necessidades organizacionais (quantidade, tempo e qualidade desejados); Manter níveis de estoques que otimizem os custos de atendimento da demanda e manutenção de estoques; Identificar e eliminar os materiais obsoletos; Não aceitar erros quanto à condição de falta ou excesso em relação às vendas. Precaver-se quanto a perdas, danos, extravios ou mau uso; Manter as quantidades em relação às necessidades e aos registros; Fornecer informações adequadas ao planejamento de curto, médio e longo prazo, das necessidades de materiais e estoques; Manter os custos em níveis econômicos, levando em conta os volume de vendas, prazos, recursos e seu efeito sobre o custo de venda do produto. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 68 Objetivos da gestão de estoques Excelência no atendimento aos clientes (nível de serviço) Operação de fábrica de baixo custo (operacionais) Investimento mínimo em estoque (financeiros) Estoques: acúmulo de recursos materiais em umsistema de transformação O objetivo do controle de estoque é também financeiro, pois a manutenção de estoques é cara e o gerenciamento do estoque deve permitir que o capital investido seja minimizado. Ao mesmo tempo, não é possível para uma empresa trabalhar sem estoque. Portanto, um bom controle de estoque passa primeiramente pelo planejamento desse estoque. De forma semelhante, os níveis dos estoques estão sujeitos á velocidade da demanda. Se a constância da procura sobre o material for maior que o tempo de ressuprimento, ou estas providências não forem tomadas em tempo oportuno, a fim de evitar a interrupção do fluxo de reabastecimento, teremos a situação de ruptura ou de esvaziamento do seu estoque, com prejuízos visíveis para a produção, manutenção, vendas etc... De acordo com pesquisas realizadas para este artigo, tanto em livros, internet, como para perguntas feitas a proprietários de medias e pequenas empresas, os mesmos citaram em varias falas que no mundo atual, este controle de estoque vem acontecendo do próprio fornecedor ao cliente. Hoje em dia o fornecedor ao oferecer sua mercadoria ao cliente, se preocupa em perguntar a quantidade X, de tal produto que esta sendo comercializado. E o cliente por sua vez, afirmou que a maioria das vezes não informa ao fornecedor, prejudicando o próprio que acabaria recebendo uma força do fornecedor em relação ao controle de seu próprio estoque. Sendo que um dos entrevistados nos citou a empresa de cigarros, SOUZA CRUZ de exemplo. O mesmo salientou que seus pedidos são feitos semanalmente por telefone, e que a atendente da empresa ao entrar em contato e perguntar sobre o pedido da semana, a mesma solicita que seja passado a ela a quantidade exata de cada cigarro existente em estoque para o melhor andamento dos pedidos. Explica o entrevistado que isso e um papel de fundamental importância e evolução do fornecedor para com o cliente, já que isso vem ocorrendo de uns tempos para ca. Razão para a existência dos estoques PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 69 Para Viana (2002) as principais causas que exigem estoque permanente para o imediato atendimento do consumo interno e das vendas nas empresas são: a. Necessidade de continuidade operacional; b. Incerteza da demanda futura ou sua variação ao longo do período de planejamento; c. Disponibilidade imediata do material nos fornecedores e cumprimento dos prazos de entrega. Atender aos clientes na hora certa, com a quantidade certa e requerida, tem sido o objetivo da maioria das empresas. Assim, a rapidez e presteza na distribuição das mercadorias assumem cada vez mais um papel preponderante na obtenção de uma vantagem competitiva duradoura. Custos A necessidade de manter estoques acarreta uma série de custos às empresas. Por isso é normal ouvirmos “Estoque custa dinheiro”. Podemos classificar os custos de manter estoque em três categorias: custos diretamente proporcionais, inversamente proporcionais e independentes. O custo direto ocorre quando os custos crescem com o aumento da quantidade média estocada. O custo inverso são os custos ou fatores de custos que diminuem com aumento do estoque médio, isto é, quanto mais elevados os estoques médios, menores serão tais custos. O custo independente são os que independem do estoque médio mantido pela empresa. Independe da quantidade estocada. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 70 Consumo Viana (2002) diz que consumo é a quantidade de material necessária requerida para o atendimento das necessidades de produção e de comercialização, relacionada a determinada unidade de tempo. Assim, conforme o ritmo em que se processa a utilização pode-se classificar o consumo como regular ou irregular. Como diz o autor, consumo é o material necessário para o atendimento das necessidades de produção e comercialização. Demanda Para Viana (2002) a demanda caracteriza a intenção de consumo e tem o objetivo básico de fazer previsões, levando em consideração dois aspectos relevantes, quais sejam sua evolução histórica e seus afastamentos, que podem ser identificados analisando-se tipos de funções da própria demanda. Conforme o autor demanda e consumo andam juntos, pois, depende da quantidade do consumo para poder analisar a demanda. Fundamentos da Gestão de Estoque Segundo Viana (2002) seu objetivo consiste essencialmente na busca pelo equilíbrio entre estoque e consumo, o que será obtido mediante as seguintes atribuições, regras e critérios: Impedir entrada de materiais desnecessários; Centralizar as informações para que se tenha um melhor acompanhamento e planejamento; Definir parâmetros de cada material; PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 71 Determinar a quantidade de compra para cada material; Analisar e acompanhar a evolução do estoque na empresa; Desenvolver e implantar uma padronização de materiais; Ativar o setor de compras; Decidir sobre a regularização de materiais Realizar estudos frequentes para que materiais obsoletos e inservíveis sejam retirados do estoque. Razões para manter o estoque: Melhorar o nível de serviço; Incentivar economias na produção; Permitir economias de escala nas compras e no transporte; Agir como proteção contra aumento de mercado; Proteger a empresa de incertezas na demanda; Ter o que servir em situação de emergências; Às vezes para baratear o insumo/produto é necessário fazer estoques maiores, baratear custos com transportes e produção. Tipos de estoques: Estoque de Organização São utilizados para manter o processo de produção ou suprimento funcionando continuamente se interrupções. Estoque Consignado É aquele que está em posse de terceiros (clientes, distribuidores ou outros) através de acordo, mas cuja propriedade permanece sendo do fabricante. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 72 Estoque Inativo Estoque de produtos obsoletos ou que não tiveram saída em determinado período (que pode variar de acordo com a determinação do gestor). Estoque de ciclo Esse tipo de estoque é bastante comum em empresas que operam com vários produtos, porém não tem condições de fabricar todos ao mesmo tempo. Pense, por exemplo, em uma fábrica de móveis que fabrica cadeiras, mesas, estantes e armários e não tem estrutura física nem mão de obra para fabricar todos ao mesmo tempo. O gestor da empresa certamente deve programar sua produção de modo a produzir todos os produtos, suprindo a demanda de seus clientes. Podemos concluir assim que o estoque de ciclo existe para que a empresa possa oferecer simultaneamente todos os produtos que fabrica, gerenciando os estoques e a produção. Estoque Máximo Diz respeito à quantidade máxima de produtos armazenados por um determinado período (determinada previamente) até que se faça novo pedido. Estoque Médio Refere-se à metade do estoque normal somado ao estoque de segurança. Este estoque deve ser verificado com mais frequência no caso de produtos perecíveis. Estoque Mínimo Está ligado à menor quantidade de um item em estoque para prevenir uma eventualidade que se deve ao consumo além do previsto ou atraso na entrega de novas mercadorias. Estoque de Proteção É o estoque formado para evitar que a empresa seja “pega de surpresa” e fique desabastecida em caso de greve, aumento abusivo de preços, dentre outraseventualidades. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 73 Estoque Regulador É geralmente utilizado em empresas com diversas filiais. Neste caso, uma das unidades mantém um estoque maior para suprir as eventuais necessidades das outras. Estoque Sazonal ou Antecipado Estoque determinado com antecedência para cobrir uma demanda que foi prevista para o futuro, um pico ou quando a demanda e a capacidade de produção estiverem em desequilíbrio. São os estoque criados para fornecer condições de suprimento quando a capacidade de produção e a demanda estão desequilibradas. Quando estes períodos são previstos, os estoques podem ser incrementados (antecipados) para garantir o suprimento. Este tipo de estoque é formado quando há oscilações previsíveis de demanda, entrega ou produção de um item. Geralmente utilizado quando as variações do fornecimento são relevantes, o estoque de antecipação tem o objetivo de nivelar este tipo de flutuação. O estoque de antecipação ocorre quando as organizações se programam para aumentar a produção antes de um período em que as vendas tendem a aumentar. Nos meses antecedentes a Páscoa, por exemplo, os fabricantes de chocolate contratam mais mão de obra e fabricam muito mais mercadoria do que no restante do ano. Esse produto estocado para uma época específica é o que chamamos de estoque de antecipação Estoque de Segurança (Safety Stock) Este estoque tem o objetivo de garantir a entrega e o suprimento em casos inesperados de grande demanda ou por precaução, caso um determinado lote seja reprovado em um controle de qualidade, por exemplo. Segurança: Além do básico para atender uma eventualidade; São as unidades a mais, mantidas fisicamente disponíveis em um ponto de estocagem, para prever o caso em que a demanda excede as espectativas ou ainda que parte do lote tenha sido reprovado no controle de qualidade ESTOQUE EM TRÂNSITO PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 74 Refere-se aos produtos que estão no caminho, em vias de entrega pelas transportadoras. Diz respeito ao tempo em que as mercadorias permanecem nos veículos de transporte. Trânsito: O conjunto de itens já comprados, mas que até chegar ao estabelecimento já é considerado estoque em trânsito. São os estoques que estão em trânsito entre o ponto de estocagem ou de produção. Quanto maior a distância e menor a velocidade de deslocamento, maior será a quantidade de estoque em trânsito. Avaliação de estoque A maioria das empresas chegam á falência por imobilizar elevadas somas de capital em estoques, faltando-lhes recursos financeiros para capital de giro.Uma atividade importante dentro do conjunto da gestão de estoque é prever o valor do estoque em intervalo de tempo adequado e gerenciá-lo, comparando-o com o planejado, e tomar as devidas ações quando houver desvios de rota. Os fatores que justificam a avaliação de estoque são: a. Assegurar que o capital imobilizado em estoques seja o mínimo possível; b. Assegurar que estejam de acordo com a política da empresa; c. Garantir que a valorização do estoque reflita exatamente seu conteúdo; d. O valor desse capital seja uma ferramenta de tomada de decisão; e. Evitar desperdícios como obsolescência, roubos, extravios etc. Portanto, torna-se imperiosa uma perfeita avaliação financeira do estoque para proporcionar informações exatas e atualizadas das matérias-primas e produtos em estoques sob-responsabilidade da empresa. Função da Gestão de Estoques Uma má gestão no estoque acarretaria em inúmeros prejuízos à empresa. Dentre eles elevação do cancelamento de pedidos, parada de produção por falta de matérias, falta de espaço para armazenamento, quantidades maiores de estoque enquanto a produção permanece constante, e assim vai. Portanto, sua existência em meio ao planejamento do controle de estoque torna-se essencial. A gestão age como protetora do aumento dos preços é quem incentiva as economias na produção e mais, é a gestão quem protege as empresas das incertezas na demanda e no tempo de reabastecimento do estoque. Sendo suas principais funções: Determinar “o que” manter em estoque; PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 75 Determinar quando reabastecer; Determinar quanto requisitar; Acionar o processo de reabastecimento; Receber, estocar e suprir os materiais conforme requerido pelos usuários; Realizar saneamento do estoque As possíveis variáveis da Gestão de Estoque podem direta ou indiretamente afetar a uma Organização. É necessário gerir as tarefas do dia-a-dia, ou seja, o responsável dentro desta organização fica encarregado de controlar as possíveis necessidades dos clientes, a reposição do estoque e assim a saída deste determinado produto. Para estabelecer os níveis desejados de estoques, é imprescindível ter uma noção em relação à previsão das vendas. Dependendo do montante que a empresa programa vender em um determinados período, serão determinados os níveis de estoque, ou seja, o que é necessário manter na empresa para assegurar as vendas programadas. Sistema ABC de Controle de Estoques Conceito de Curva ABC PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 76 Itens têm importância relativa diferente Devem merecer atenção gerencial diferente Curva de Pareto ou curva ABC ou curva 80-20 A Curva ABC ou 80-20, é baseada no teorema do economista Vilfredo Pareto, na Itália, no século XIX, num estudo sobre a renda e riqueza, ele observou uma pequena parcela da população, 20%, que concentrava a maior parte da riqueza, 80%, conforme Pinto (2002). Trata-se de classificação estatística de materiais, baseada no princípio de Pareto, em que se considera a importância dos materiais, baseada nas quantidades utilizadas e no seu valor. Também pode ser utilizada para classificar clientes em relação aos seus volumes de compras ou em relação à lucratividade proporcionada; classificação de produtos da empresa pela lucratividade proporcionada, etc, conforme Pinto (2002). No que diz respeito à análise de clientes, a curva ABC serve para analisar a dependência ou risco em face de um cliente, ou ainda para que tipo de clientes a organização se deve focar. Consiste em ordenar os clientes por ordem decrescente da sua contribuição para a empresa, de modo a se poder segmentar por grau de dependência, de risco ou ainda por outro critério a definir. Segundo Pinto (2002), numa organização, a curva ABC é muito utilizada para a administração de estoques, mas também é usada para a definição de políticas de vendas, para o estabelecimento de prioridades, para a programação de produção, etc. Para a administração de estoques, por exemplo, o administrador a usa como um parâmetro que informa sobre a necessidade de aquisição de itens - mercadorias ou matérias-primas - essenciais para o controle do estoque. Na avaliação dos resultados da curva ABC, percebe-se o giro dos itens no estoque, o nível da lucratividade e o grau de representação no faturamento da organização. Os recursos financeiros investidos na aquisição do estoque poderão ser definidos pela análise e aplicação correta dos dados fornecidos com a curva ABC. (PINTO, 2002, p. 142). ESTUDO DE PARETO (aplicado às empresas) Década de 50, engenheiros da General Eletric começaram a estudar o “efeito da má distribuição da renda” na adm de materiais para os milhares de itens existentes na organização. OBJETIVO DA CLASSIFICAÇÃO ABC Identificaros itens de maior valor de demanda e sobre eles exercer uma gestão bem refinada, especialmente porque representam altos valores de investimentos. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 77 CONSIDERAÇÕES SOBRE A CLASSIFICAÇÃO ABC MATERIAIS “A” São os mais caros e em menor número, portanto devem permanecer em estoque por pouco tempo, no máximo 15 dias MATERIAIS “B” São os materiais de quantidade e valores intermediários, e podem ficar estocados de 30 a 60 dias MATERIAIS “C” São os materiais de pouco valor e de grandes quantidades, portanto podem ficar estocados de 120 a 180 dias ONDE USAR A CURVA ABC? • Gestão de Estoques: política de estoques, lote de compras, definição do estoque mínimo. • Compras/Transportes: desenvolvimento de fornecedores, estratégias e negociação. • Armazenagem: planejamento do inventário, localização e recebimento. • Serviço ao cliente: disponibilidade, diferenciação e redução de custos A Técnica ABC Classicamente uma análise ABC consiste da separação dos itens de estoque em três grupos de acordo com o valor de demanda anual, em se tratando de produtos acabados, ou valor de consumo anual quando se tratarem de produtos em processo ou matérias-primas e insumos. O valor de consumo anual ou valor de demanda anual é determinado multiplicando-se o preço ou custo unitário de cada item pelo seu consumo ou sua demanda anual. (DIAS, 1995) Segundo Dias (1995), como resultado de uma típica classificação ABC surgirão grupos divididos em três classes, como segue: 1. Classe A: Grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com uma atenção bem especial pela administração. 2. Classe B: grupo de itens em situação intermediaria entre as classes A e C. 3. Classe C :Grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção por parte da administração. (DIAS, 1995, p. 86) PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 78 Uma classificação ABC de itens de estoque tida como típica apresenta uma configuração na qual 20% dos itens são considerados A e que estes respondem por 65% do valor de demanda ou consumo anual. Os itens B representam 30% do total de número de itens e 25% do valor de demanda ou consumo anual. Tem-se ainda que os restantes 50% dos itens e 10% do valor de consumo anual serão considerados de classe C. (DIAS, 1995). pequena percentagem de itens é responsável por uma grande percentagem do valor de demanda ou consumo anual, normalmente ocorre. Técnica de montagem da curva ABC Conforme Martins (2006), a construção da curva ABC compreende três fases distintas: 1. Elaboração da tabela mestra 2. Construção do gráfico; 3. Interpretação do gráfico, com identificação plena de percentuais e quantidades de itens envolvidos em cada classe, bem como de sua respectiva faixa de valores. Na tabela anterior observa-se que os materiais estão ordenados por código, o que não interessa, pois pretendemos interpretar o valor deles, motivo pelo qual será necessária a sua transformação: Ordenar o total do consumo por ordem decrescente de valor; Obter o total do consumo acumulado; Determinar as percentagens com relação ao valor total do consumo acumulado. A construção do gráfico Segundo Carvalho (2002), a construção do gráfico obedece às seguintes etapas, com base na tabela mestra: Ordenadas e abscissas - formação do quadrado. Para o eixo das ordenadas, fica reservado o percentual de valores e, para o eixo das abscissas, o percentual de quantidade; Marcação de pontos: os pontos percentuais obtidos na tabela mestra devem ser transpostos para o gráfico no eixo das ordenadas (percentual de valor acumulado); PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 79 Traçado da curva: os pontos marcados devem ser unidos por meio do auxílio de uma curva francesa, delineando-se , assim, o perfil da curva ABC. A representação gráfica demonstrada na figura a seguir, trás o conceito utilizado pelo cálculo da curva ABC. Para a identificação dos itens críticos, devem ser respondidas as seguintes perguntas: Estoques são materiais ou produtos que ficam fisicamente disponíveis pela empresa, até o momento de ingressarem no processo produtivo ou seguirem para a comercialização direta ao consumidor final. Os estoques podem ser de matérias-primas e outros insumos, produtos em processos, produtos acabados disponíveis para a comercialização e todos os demais materiais e insumos que a empresa utiliza e que necessitam estar armazenados nas suas dependências. Podem ser de diversas formas, dependendo do negócio da empresa e de que forma ela executa a sua função. Por exemplo, uma empresa que fabrica determinado produto, irá possuir estoques diferentes de outra empresa que apenas comercializa os seus produtos com o consumidor. Um atacadista irá ter estoques diferentes de um varejista e de um fabricante. Uma empresa agrícola possuirá estoques diferentes em cada nível ou estágio de sua produção. Uma empresa de serviços possuirá estoques de produtos secundários, ou de materiais que não influenciam diretamente no seu negócio. Estoques também mudam em função do porte das empresas, onde empresas grandes irão possuir estoques diferentes de empresas pequenas ou microempresas e assim por diante. Pode-se perceber que os estoques são todos os materiais, sejam de qualquer espécie, que a empresa necessita utilizar na realização de seus negócios empresariais e que ficam armazenados nas dependências da empresa para serem utilizados em momentos específicos. Geralmente, o uso de estoques está atrelado ao consumo dos produtos que a empresa comercializa, onde podem surgir oscilações na demanda desses produtos, e aí então, os produtos que estão em estoques são utilizados. Dessa maneira, a empresa utiliza-se de estoques para se prevenir de incertezas PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 80 que possam ocorrer no tocante à comercialização de seus produtos, evitando arcar com grandes prejuízos pelo não atendimento ao seu cliente pela falta dos produtos no momento em que o mesmo deseja, fato que pode acarretar, inclusive, a perda do cliente. Assim, para evitar esses transtornos, as empresas efetuam previsões da demanda, visando compreender como será a comercialização de seus produtos em determinado período, tendo condições de poder disponibilizar os seus produtos na quantidade certa para o atendimento a esta demanda, evitando que os produtos faltem e não estejam disponíveis aos consumidores. No entanto, na maioria das vezes, as empresas não conseguem prever exatamente como ocorrerá a demanda, pois diversos fatores contribuem para essa previsão. Para evitar-se a falta de mercadorias para o atendimento das necessidades e desejos dos clientes, e mediante a incerteza ou risco na previsão da demanda, as empresas utilizam-se dos estoques, mantendo determinada quantidade de mercadorias, sejam produtos prontos e acabados, sejam produtos em processamento, ou insumos, que podem ser matérias-primas a serem usadas no Processo de fabricação, por exemplo, a fim de se prevenir dessas incertezas. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção Plano Mestre de Produção Plano mestre de produção é provavelmente a etapa mais importante do processo de planejamento. É no momento de sua execução que a capacidade de produção,estoques disponíveis e demandas são compatibilizados. Um Plano Mestre bem elaborado irá proporcionar a tranquilidade necessária para a produção, bem como irá fornecer a vendas uma ferramenta de negociação de prazos, para compras uma PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 81 visibilidade do consumo de material e para a produção uma visibilidade do que se produzir. O Plano Mestre é fundamental para a produção, pois é ele que gera as OPs que serão produzidas. Com as OPs ajustadas à capacidade, fica mais simples ter os componentes e matéria-prima na data de seu uso. Considerando que as datas das OPs podem ser agora consideradas como datas possíveis de serem fabricadas, a credibilidade delas aumenta a ponto de algo fora do planejado, poder ser considerado exceção. Com todos os recursos disponíveis (máquina, homem, equipamentos, ferramentas), apenas eventualidades poderiam impedir que a produção não aconteça conforme o previsto. MRP Os primeiros programas de software, surgidos na década de 50 e começo da década seguinte davam suporte a segmentos isolados da cadeia de suprimentos. As aplicações de maior interesse eram os sistemas de processamento de transações e os procedimentos de suporte de decisão, tais como otimização da gestão e fórmulas para decisões. Na década de 60 criou-se o modelo MRP – Material Requeriment Planning (planejamento necessidades de materiais). O MRP original data dos anos 60, quando as letras queriam dizer Material Requirements Planning, agora chamado de MRP Um ou MRP I. O MRP I permite que as empresas calculem quantos materiais de determinado tipo são necessários e em que momento. Para fazer isso, ele utiliza os pedidos em carteira, assim como uma previsão para os pedidos que a empresa acha que irá receber. O MRP verifica, então, todos os ingredientes ou componentes que são necessários para completar esses pedidos, garantindo que sejam providenciados a tempo. É um sistema que ajuda as empresas a fazerem cálculos de volume e tempo similares a esses, mas numa escala e grau de complexidade muito maiores. Até os anos 60, as empresas sempre tiveram que executar esses cálculos manualmente, de modo a garantir que teriam disponíveis os materiais certos nos momentos necessários. Entretanto, com o advento dos computadores e a aplicação de seu uso nas empresas PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 82 a partir dos anos 60, surgiu a oportunidade de se executarem esses cálculos detalhados e demorados, com o auxílio de um computador, de forma rápida e relativamente fácil. Devido à necessidade de constante melhora nos sistemas de produção industriais tendo como objetivo a diminuição dos custos nestes processos, é que foi constituído o MRP (Material Requirements Planning ) que em português significa planejamento das necessidades de materiais, é um sistema que se constitui com o propósito de se executar de forma computadorizada as necessidades de materiais permitindo com isso, determinar de forma rápida e clara as prioridades das ordens de compra e fabricação. Com o intuito de trazer informações, de forma a contribuir para uma melhor compreensão deste assunto tão importante nos sistemas produtivos das empresas é que o site foi criado, auxiliando de forma direta na aprendizagem e aplicação do MRP. A gestão do estoque de uma empresa deve ser uma tarefa alinhada com todas as áreas do negócio, da produção à venda. Caso contrário, pode gerar atrasos e demora na entrega de produtos. Em tempos nos quais os consumidores têm acesso a inúmeras opções de produtos e serviços, construir uma reputação de atraso na entrega pode ser devastador para a empresa. Para prevenir este tipo de problema e otimizar a gestão do estoque, muitas empresas adotam o MRP. Onde funciona como um sistema de cálculo que prevê a demanda em função das necessidades. Assim, o método é capaz de informar ao empresário a quantidade necessária de matéria-prima ou componentes para se manter no estoque, com o intuito de fazer com que produção não atrase. O MRP é um sistema computadorizado de controle de inventário e produção criado com a intenção de otimizar a gestão do estoque e reduzir custos. Neste sentido, ele precisa estar profundamente ligado ao departamento de vendas para conseguir prevê-las baseado nos pedidos em carteira, mas também deve se comunicar com a entrada de materiais para informar ao gestor quando os níveis estão muito baixos. Em geral, um MRP é alimentado com dados sobre o calendário de produção, a política de lotes mínimos e máximos, o estoque de segurança e a base de clientes recorrentes. Como saída, ele oferece informações sobre o plano diretor de produção, índices de performance e dados para compra de matéria-prima. Desta forma, o MRP é indicado quando a utilização de algum material ou componente é altamente instável durante o ciclo normal da empresa. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 83 Indicado para empresas que possuem uma estrutura de materiais relativamente complexa, que necessitam que um sistema computacional que possa gerar a necessidade de compra de matéria-prima e/ou componentes e que desejam reduzir ao máximo o estoque sem que haja risco de falta de material. A solução é um sistema de planejamento com capacidade finita executado no Plano Mestre de Produção, pois permite reduzir estoques, visualizar problemas futuros, permitindo ações corretivas antes que o problema aconteça. A partir do conhecimento de todos os componentes de um determinado produto e os tempos de obtenção de cada um deles, podemos, com base na visão de futuro das necessidades, calcular o quanto e quando se deve obter de cada item, de forma que não haja falta e nem sobra no suprimento das necessidades da produção. Como conceitos básico pode-se dizer que o MRP tem como objetivo definir as quantidades e momentos em que cada item deve ser produzido ou comprado, a fim de atender o planejamento da produção, e para isso ressalta que as estruturas de produto devem estar perfeitamente definidas assim como os tempos de obtenção ou fabricação, além das informações sobre inventários que deve ser a mais acurada possível. O MRP realiza cálculos por meio da projeção de inventários em função do planejamento da produção. Um dos pontos importantes é o tempo de resposta do sistema, qualquer replanejamento que venha a ser necessário é facilmente visualizado os seus impactos nos inventários, mostrando a viabilidade de tal replanejamento assim como as alterações que serão necessárias para atender os objetivos. O MRP trabalha com as necessidades exatas de cada item, melhorando assim o atendimento aos consumidores, minimizando os estoques em processo e aumentando a eficiência da fábrica, obtendo assim, menores custos e consequentemente alcançando melhores margens de lucro. Mas para tudo isso, é fundamental que sejam estabelecidos corretamente todos os parâmetros do sistema. A parametrização do sistema MRP é uma das atividades mais importantes para o perfeito funcionamento do sistema. É necessário que a empresa mantenha certos dados em arquivo de computador, os quais, quando o programa MRP é rodado, são recuperados, usados e atualizados. Além das informações básicas sobre a estrutura do produto e o lead time de processo ou de fornecedor, deve-se levar em consideração algumas realidade e particularidades das empresas. Como exemplo pode-se citar um fornecedor que não seja 100%confiável, neste caso deve-se optarPPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 84 por um estoque de segurança maior na parametrização, outro caso seria um equipamento que não tem 100% de estabilidade, parametrizando assim o lead time de processo com alguma folga caso ocorra algum problema. Os parâmetros básicos para um perfeito funcionamento do MRP são: § Estrutura do Produto: é a especificação da quantidade de cada item que compõem um produto. § Tempo de Reposição: é o tempo gasto entre a colocação do pedido até o recebimento do material. § Tempo de Fabricação: é o tempo gasto do início até o termino da produção. § Tamanho do lote de fabricação: é a quantidade de fabricação de determinado item de forma que otimize o processo. § Tamanho do lote de reposição: é a quantidade de determinado item que se adquire de cada vez, visando também a otimização de custos. § Estoque mínimo: é a quantidade mínima que deve ser mantida em estoque, seja de matéria-prima ou produto acabado. § Estoque Máximo: é o nível máximo que os estoques devem chegar. Estes parâmetros devem tornar o MRP apto a responder: o que, quanto e quando serão necessários os componentes para cumprir a demanda de produtos finais. Entendendo um pouco mais sobre o MRP: Este sistema possibilita às empresas calcularem os materiais dos diversos tipos que são necessários e em que momento, assegurando os mesmo que sejam providenciados no tempo certo, de modo a que se possa executar os processos de produção. O MRP utiliza como informação de input os pedidos em carteira, assim como a previsão das vendas que provêm da área comercial da empresa. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 85 VANTAGENS E DESVANTAGENS DE ADOTAR O MRP APESAR DE SER UM SISTEMA DE CÁLCULO QUE PERMITE OTIMIZAR O ESTOQUE, REDUZINDO CUSTOS, O MRP POSSUI ALGUMAS DESVANTAGENS QUE DEVEM SER CONSIDERADOS PELA EMPRESA ANTES DE INTRODUZÍ-LO. MESMO QUE FACILITE A COMPRA, ELE NÃO AJUDA A OTIMIZAR OS CUSTOS DE AQUISIÇÃO, PRINCIPALMENTE PORQUE OBRIGA A EMPRESA A COMPRAR QUANTIDADES MENORES MAS DE MANEIRA MAIS FREQUENTE. POR ESTE MESMO MOTIVO, O ESTOQUE DE SEGURANÇA ACABA SENDO MENOR DO QUE O HABITUAL, REDUZINDO A VANTAGEM DE POSSUÍ-LO. Por outro lado, o MRP ajuda a controlar melhor a produção e as encomendas; integra várias áreas funcionais do negócio; cria uma estrutura formalizada de dados e processos e é capaz de simular demandas de compra e venda. Principais benefícios do MRP Redução nos atrasos de entregas, no risco de falta de materiais. Redução de estoques. Minimização de perdas no processo produtivo. Maior flexibilidade na alteração do plano de produção em relação a alteração de demanda. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 86 Redução dos custos fixos de produção e variáveis. Ajuste do horizonte de planejamento. Integração do planejamento da empresa com o dos subfornecedores/terceirizados. Redução de perdas por retrabalho e/ou falha na qualidade. Aumento da produtividade (equipe e equipamentos). Balanceamento de carga/ociosidade, com otimização da gestão sobre a carga de recursos produtivos, viabilizando a oferta ou aquisição adicional de capacidade. Empenho de planejamento às Ordens de Serviço. Aumento da capacidade de atendimento de pedidos por período Algumas das principais características: Leva em conta as datas de validade dos lotes dos materiais na avaliação da disponibilidade para efeito da programação de necessidades. Efetua planejamento via explosão de níveis de estrutura, considerando saldos, estoque de segurança, ordens, reservas e pedidos, de acordo com parâmetros PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 87 estabelecidos pelo planejador. Permite reprogramação com atuação sobre as Ordens de Produção e Necessidade de Compras. Totalmente integrado ao Módulo de Estoque, permite a avaliação da posição do saldo projetado para produtos acabados, intermediários ou das matérias-primas. Oferece, inclusive, consultas para identificação dos movimentos correspondentes às variações previstas para os estoques. Definição de políticas de estoque a partir de quantidades fixas ou período de cobertura. APLICAÇÕES PRÁTICAS O MRP pode ser uma boa estratégia para empresas que dependam de vários fornecedores de matéria-prima para a fabricação dos seus produtos. Este tipo de negócio, em geral, precisa trabalhar com volumes diferentes de estoque para que a produção se mantenha em um nível seguro. Ainda assim, é preciso que a empresa entenda as vantagens e desvantagens de se adotar o MRP. Talvez a otimização do estoque não compense os custos elevados de aquisição dos componentes. Talvez ainda a previsão de produção, dependendo da indústria, seja facilmente prevista, eliminando a necessidade deste tipo de cálculo. Independentemente de tudo isso, cabe aos gestores analisar o seu contexto e tomar a melhor decisão. ELEMENTOS DE UM SISTEMA MRP Lista de material (BOM): é a parte mais difícil e trabalhosa do projeto. Todos os produtos da linha de fabricação devem ser “explodidos” em todos os seus componentes, subcomponentes e peças. Um grande número de empresas, mesmo já atuando no mercado há anos, não dispõe de relação de materiais. Algumas outras dispõem de duas, um para o pessoal de custos e outra para a fabricação e compras. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 88 Controle de estoques: A informação sobre os estoques disponíveis são essenciais para a operação de um sistema MRP. Como o número de empresas que dispõem de sistemas computadorizados de controle de estoques é maior que o das que dispõem de um MRP, os softwares mais usuais tratam as duas coisas como módulos do sistema. Plano mestre: O plano mestre retrata a demanda a ser atendida, já depurada dos fatores externos. Isto é, aquilo que deve ser efetivamente produzido. Por se tratar de uma previsão, contém as incertezas inerentes ao futuro. Isto posto, o sistema MRP deve contemplar as possibilidades de alteração nas demandas previstas. Compras: Um dos produtos do MRP, como já mencionado, é uma relação dos itens que devem ser comprados. A partir dessa listagem o departamento de compras pode atuar. Com o advento das parcerias, é grande o número de empresas que têm seus sistemas interligados, e os pedidos de reabastecimento são feitos diretamente pelo computador. Dinâmica do sistema MRP As informações retiradas dos relatórios pela programação MRP devem apresentar: – Escala de tempo – Identificação do item – Necessidade bruta e suas datas – O estoque disponível – Os recebimentos programados e suas data RESULTADOS DO MRP Portanto o MRP acarretará em mudanças drásticas no planejamento de uma empresa, os benefícios obtidos com o uso desta técnica, superam as desvantagens uma vez que propicia maior controle sobre o estoque, maior precisão nos pedidos de compra e prazos de entrega de um produto. Esses três fatores aliados geram informações mais concretas sobres seus custos e auxiliam o administrador na tomada PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 89 de decisões. Além de permitir ao seu usuário montar este de acordo com as necessidades dos sistemas deprodução da empresa. Exemplo: Componentes da lapiseira – Lista de materiais “Indentada”, usada quando não for possível gerar uma representação gráfica do tipo “arvore do produto”. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 90 Determinação/Explosão das necessidades brutas de materiais, visa auxiliar a identificação do “QUE” e “QUANTO” é necessário, como por exemplo, 1000 lapiseiras: Determinação das necessidades líquidas de materiais: PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 91 MRP - Significa planejamento das necessidades de materiais (material requirement planning ela transforma a previsão de demanda de um determinado produto em uma necessidade de itens para comporem esse mesmo produto). Dessa forma se evita custos operacionais e financeiros oriundos da manutenção dos estoques desnecessários. A estratégia sugerida pela filosofia do MRP II é proporcionar à empresa a capacidade de produzir com custos reduzidos. MRP II Atualmente um conceito mais amplo do MRP e que leva a mesma lógica é o MRPII (manufaturing resources planning), que além das quantidades e momentos de aquisição ou fabricação de cada item, são calculados e planejados os recursos a PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 92 serem utilizados, como a capacidade de máquina, os recursos humanos necessários, os recursos financeiros, etc. Quando se trata de um software baseado em MRP II, é fornecida uma quantidade bem maior de dados sobre o produto, como preço unitário, fornecedores, processo de fabricação, equipamentos, roteiros de fabricação e respectivos centros de custos, mão-de-obra utilizada por categorias profissionais, ferramentas utilizadas e respectivo consumo, alterações no BOM e datas a partir das quais entrarão em vigor, etc. Durante os anos 80 e 90, o sistema e o conceito do planejamento das necessidades de materiais expandiram e foram integrados a outras partes da empresa. Esta versão ampliada do MRP é conhecida atualmente como planejamento dos recursos de manufatura, Manufacturing Resourse Planning ou MRP II. O MRP II permite que as empresas avaliem as aplicações da futura demanda nas áreas financeiras e de engenharia, assim como analisem as aplicações quanto à necessidade de materiais. Oliver Wight, que, juntamente com Joseph Orlicky, é considerado o pai do MRP moderno, descreveu o planejamento dos recursos de manufatura como um plano global para a empresa. Utilizando o exemplo de uma festa, podem-se verificar as diversas implicações da demanda futura. Você pode querer obter um sistema de som mais forte, conseguindo emprestado de um amigo algumas caixas de som; você terá que planejar para garantir que no momento de montar a festa, o equipamento adicional esteja disponível e você sabia o que fazer com ele. De forma similar a festa tem implicações financeiras. Você pode ter que conseguir um aumento de seu cheque especial, com seu gerente ou, temporariamente, ampliar o limite do seu cartão de crédito. Novamente, isto pode requerer algum planejamento antecipado em termos de alguns telefonemas, assim como um cálculo prévio do quanto irá custar sua festa e, consequentemente, de quanto crédito extra você necessita. Tanto as aplicações em termos de finanças, como de equipamentos, podem variar, caso você aumente o número de convidados de 40 para 80. De forma similar, se postergar a festa por um mês, todas suas decisões irão mudar. Empresas de manufatura podem fabricar e vender diferentes variações de produtos finais, para centenas de clientes regulares, assim como para centenas de clientes que só compram ocasionalmente. Muitos desses clientes podem variar sua demanda pelos produtos. As aplicações disso são similares as de preparar 75 festas numa semana, 40 na próxima, 50 na seguinte, todas para diferentes grupos de convidados com diferentes necessidades, que mudam constantemente de idéia sobre o que querem comer e beber. Para garantir que a comida e a bebida certas estejam disponíveis na PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 93 festa certa, no momento correto, e que dinheiro não seja desperdiçados, é necessário planejamento e controle, não apenas de materiais mas também de dinheiro, pessoas e equipamentos. O MRP II ajuda as empresas a planejar estas decisões com antecedência. MRP II - Significa planejamento dos recursos de manufatura ( manufacturing resources planning). Foca ainda o cálculo das necessidades ao planejamento dos demais recursos de manufatura não mais apenas dos recursos materiais. O MRP II é um sistema de planejamento ilimitado, ou seja, não considera as possíveis restrições de capacidade dos recursos. Vantagens do MRP II 1. Redução de estoques; 2. Maior rotação de estoques; 3. Maior consistência nos tempos de entrega ao cliente; 4. Redução nos custos de aquisição de material; 5. Redução nos tempos de mão-de-obra. 6. Ampla base de dados propícia a tecnologia CIM 7. Aplicável a sistemas produtivos com grandes variações de demandas e mix de produtos 8. Feedback dos dados e controles on line abrangendo todas as principais atividades do PCP. Desvantagens do MRP II 1. MRP II baseia-se num pacote de computador grande, complexo, muitas vezes caro, que, em geral, não é fácil de alterar no sentido de adaptá-lo às necessidades da empresa. 2. Um ambiente que utilize MRP II é um ambiente altamente computadorizado. Isto significa que, embora uma quantidade muito grande de dados seja feita disponível, PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 94 estes dados também devem ser informados ao sistema de forma sistemática e exata, já que o sistema depende visceralmente deles para seus procedimentos. Isto demanda que os envolvidos com o uso do sistema sejam bastante disciplinados em seus procedimentos e de entrada de dados. 3. Uso intenso de computadores com volumes de dados muito grande 4. Custo operacional alto 5. Necessita de alta acuracidade dos dados 6. Implementação geralmente complexa 7. Assumir capacidade infinita em todos os centros produtivos Hoje em dia é cada vez maior o número de autores que chamam o MRP II de ERP, sigla de Enterprise Resource Planning, ou seja, planejamento dos recursos da empresa. Critérios competitivos do MRP-II Na filosofia do MRP II a direção é apontada para o objetivo estratégico de redução de custo e melhoria da eficiência através do planejamento e controle dos estoques e a integração informatizada das várias áreas da empresa. A mola mestra do MRP II é a elaboração de um plano capaz de fazer com que os materiais sejam comprados ou fabricados para estarem disponíveis no momento em que efetivamente serão utilizados. ERP O ERP (Enterprise Resource Planning), é um sistema de informação que integra todos os dados e processos de uma organização em um único sistema. A integração pode ser vista sob a perspectiva funcional (sistemas de: finanças, PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 95 contabilidade, recursos humanos, fabricação, marketing, vendas, compras, etc) e sob a perspectiva sistêmica (sistema de processamento de transações, sistemas de informações gerenciais, sistemas de apoio a decisão, etc). Os ERPs em termos gerais, são softwares desenvolvidos para integrar os diversosdepartamentos de uma empresa, possibilitando a automação e armazenamento de todas as informações de negócios. No entanto a grande maioria dos ERP’s disponíveis possuem excelentes módulos de contabilidade, orçamentos e controladoria, mas, infelizmente, não conseguem lidar com a dinâmica do ambiente produtivo e não atendem as necessidades do chão de fábrica. Devido a isso, surgiu a necessidade do desenvolvimento de sistemas que complementassem o ERP e garantissem e completa integração do setor industrial com os demais departamentos de uma organização. Devido à necessidade de reduzir os níveis de estoque, surgiram os primeiros sistemas de MRP (Material Requirements Planning). Estes sistemas ofereciam uma visão integrada dos bens, baseada no inventário disponível e nos períodos de reabastecimento. Nos anos 80, o MRP evoluiu para MRP-II (Manufacturing Resource Planning), que tomava como base, além dos bens, outros recursos essenciais à produção, tais como mão-de-obra, máquinas, etc. Aperfeiçoando ainda mais a solução, foi criado o ERP (Enterprise Resource Planning). Além de permitir a gestão da manufatura, o ERP permitiu controlar toda a empresa, da produção às finanças, integrando e sincronizando todos os departamentos. Graças a esta evolução, hoje é possível documentar e contabilizar todos os processos da empresa, gerando uma base de dados única, sem as redundâncias encontradas nos sistemas anteriores, onde aplicações MRP e financeiras não eram integradas entre si. As informações chegam de maneira mais clara, segura e imediata, o que proporciona um controle maior de todo o negócio, e, principalmente, de seus pontos vulneráveis: custos, controle fiscal e estoques. A indústria automobilística no Japão passou a ter ganhos significativos a partir da gestão adequada de estoques. Após a 2ª Guerra, com o país procurando se recuperar física e economicamente, os recursos materiais e financeiros eram muito escassos. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 96 Dessa forma, para que a indústria automobilística se mantivesse ativa fez-se necessário adotar novos métodos de gestão de recursos materiais e de estoques, evitando que grandes quantidades de peças ficassem em estoque simplesmente esperando o momento de entrarem na linha de montagem. Posteriormente, ao descobrirem o milagre japonês, outras indústrias – inclusive fora do setor automobilístico - procuraram seguir o mesmo modelo de gestão. A verdade é que a gestão de recursos materiais é uma das questões fundamentais para o sucesso de uma indústria, especialmente quando as margens são muito estreitas e a concorrência muito forte. Em situações como essa, é fundamental não apenas controlar os custos mas também melhorar a produtividade e promover a melhor utilização dos recursos materiais disponíveis. Assim, para que as empresas passassem a controlar custos e aumentassem a produtividade era preciso promover uma melhor utilização dos recursos materiais. Assim surgiram sistemas que tinham como objetivo permitir o planejamento de consumo de materiais e diversos insumos destinados à produção, mas sem que houvesse uma integração com outros setores ou departamento dentro da empresa. Inicialmente foram desenvolvidos dois sistemas. MRP – Material Requirements Planning - Planejamento das Necessidades Materiais – Esse sistema levava em consideração aspectos como nível de estoque, tempo de reposição, lotes de fabricação e consumo previsto, entre outras variáveis. MRP II – Manufacturing Resources Planning - Planejamento de Recursos de Manufatura – Por sua vez, o MRP II planejava e organizava a lista de materiais necessários à produção, conhecida como Bill of Material ou BOM. Com o tempo, muitas empresas perceberam a necessidade de integrar os sistemas MRP e MRP II a outras áreas e atividades da empresa, tais como contas a pagar e a receber, contabilidade, finanças, RH, dentre outros. Com isso, seria possível ampliar o planejamento para além do setor de manufatura, verificando não apenas a previsão de consumo de materiais, mas também realizando previsões orçamentárias e de investimentos. Assim, surgiram os sistemas ERP – Enterprise Resource Planning (Planejamento de Recursos da Empresa), que ampliavam as funcionalidades do MRP e MRP II para PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 97 outros setores. Os sistemas ERPs também chamados de sistemas integrados de gestão, agregam vários módulos que atendem necessidades de diversos departamentos e/ou processos de uma empresa. Eles possuem módulos que atendem não somente aos setores e/ou processos produtivos (Planejamento das Necessidades Materiais e Planejamento de Recursos de Manufatura), mas também os serviços contábeis, planejamento e controle financeiro, administração de pessoal incluindo, em diversos casos, soluções específicas para folha de pagamento, contas a pagar e a receber, dentre outros. Um ERP representa uma evolução considerável na informatização de uma empresa, pois ao invés de termos softwares ou soluções operando de maneira isolada, passamos a contar com um sistema integrado, no qual a informação flui de maneira organizada de um departamento e/ou processo para outro. Esses sistemas são módulos de pacotes de software de sistemas de informação que auxiliam na tomada de decisão gerencial, são pacotes padronizados e geralmente provenientes de empresas estrangeiras. Alguns nomes comerciais de sistemas de informações mais conhecidos são; SAP/R-3, BAAN4, Oracle Applications, BPCS, Peoplesoft, JDEdwards e MFG/Pro. Além do custo elevado de implementação e do próprio pacote em si, a forma como é padronizado muitas vezes não correspondem com a real necessidade da empresa. O não atendimento das necessidades por estes pacotes faz com que as empresas optem pela customização que encarece ainda mais o sistema, ou pelo próprio desenvolvimento de sistemas paralelos que descaracteriza o modelo de integração dos sistemas. Lead Time A fim de expandir seus sistemas produtivos e controlar a produção e estoques, muitas empresas estão se voltando à técnicas da ciência administrativa como o Kanban (instrumento de comunicação que auxilia a fabricação correta de produtos, nas quantidades corretas e no tempo correto em qualquer estágio da produção), TRF – Troca Rápida de Ferramenta (método que permite reduzir os tempos de mudança de utensílios, de matérias ou de séries), Poka-Yoke (dispositivos com a finalidade de agir preventivamente de forma a evitar a ocorrência de erros ou falhas mecânicas/humanas), entre outras. Entretanto, toda e qualquer técnica administrativa PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 98 voltada ao acréscimo de valor aos produtos manufaturados ou serviços oferecidos, como as acima citadas, inevitavelmente percorrem por questões inerentes a redução de seu tempo de entrega. Assim, o Lead Time ou tempo de aprovisionamento, mostra- se como um ponto fundamental no estudo e na preparação de ambientes produtivos. O professor Osny Augusto Junior entende o Lead Time como sendo o tempo necessário para um produto percorrer todas as etapas de um processo ou fluxo de valor, do início até o fim. Ainda, o professor arremata o termo tratando-o como “Tempo Porta-a-Porta”. Algumas definições: “Lead Time é uma medida do tempo gasto pelo sistema produtivo para transformar matérias-primas em produtos acabados” (TUBINO Dalvio Ferrar, 1999). “Lead timeou tempo de throughput é o tempo necessário para que um produto evolua da concepção ao lançamento, do pedido à entrega ou da matéria-prima ao cliente e inclui o tempo de processamento e o tempo de fila” (CHRISTOPHER Martin, 1998). “O lead time total é composto pelo tempo dedicado ao processamento de pedidos, à busca de fornecimento e manufatura dos itens e ao transporte dos itens entre os diversos estágios da cadeia de suprimentos” (SIMCHI-LEVI David, KAMINSKY Philip e SIMCHI-LEVI Edith 2003). Gilberto Kosaka, diretor-presidente do jornal São Paulo Shimbun, entende o Lead Time como um componente do planejamento e, por isso, diferencia as práticas do Lead Time em áreas: “(...) na área de Compras, as pessoas envolvidas nos processos deve saber claramente qual é o lead time, o intervalo de tempo para comprar os materiais necessários para a sua produção, desde a emissão do pedido até realmente o material estar a sua disposição para uso. Na produção, o lead time é o intervalo de tempo necessário para que o material passe pela fabricação – do primeiro até o último processo e estar pronto para outra etapa. Ou ainda, o lead time de entrega, intervalo de tempo necessário desde o momento que o cliente adquiriu a mercadoria até realmente ele tê-las em suas mãos”. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 99 Calcular o lead time significa conhecer o intervalo exato entre o recebimento de um pedido e a entrega dele ao cliente Imagine a seguinte situação: você montou uma pequena fábrica, e precisa contratar um gerente de produção. Durante as entrevistas, um dos candidatos dispara a pergunta: “qual é o lead time ideal para a produção?” Você gagueja, desconversa, olha para o alto e diz que ainda não definiu a questão. Então, assim que o candidato sai da sala, o que você faz? Pois bem, o termo vem da Engenharia de Produção. E, se você perguntar a algum amigo engenheiro o que significa, ele provavelmente dirá que lead time se trata “do tempo decorrido entre a chegada de um pedido efetuado por um cliente até que este pedido seja entregue”. Essa é a definição clássica. Mas aqui veremos que a questão do lead time é um pouco mais complexa. Afinal, suponhamos o seguinte: você encontrou o gerente de produção que procurava. Trabalhando a partir dessa definição, o profissional pode acreditar que uma forma de reduzir o lead time seria mantendo altos níveis de estoque. Porém, a verdade é que, tendo o produto em estoque, o gerente estará reduzindo o tempo que o cliente interpreta em relação à sua empresa, mas não o lead time. Este é, na verdade, o tempo que demora para um produto atravessar todas as operações requeridas dentro de uma cadeia de suprimentos. E assim, os estoques consistem, em último caso, em filas que AUMENTAM esse tempo de atravessamento, e NÃO O DIMINUEM. Mas do que se trata, então, lead time? Uma definição mais adequada é a de que o conceito se refere ao tempo do caminho crítico da manufatura – em inglês, manufacturing critical-path time, ou MCT. Guarde essa sigla, pois ela é fundamental para o lead time. De acordo com especialistas, o MCT é a típica quantidade de tempo, em dias corridos, desde a criação da ordem de serviço, passando pelo caminho crítico, até que pelo menos uma peça do pedido seja entregue ao cliente. Outra definição semelhante e precisa é a seguinte: PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 100 LEAD TIME É UMA MEDIDA DE TEMPO GASTO PELO SISTEMA PRODUTIVO PARA TRANSFORMAR MATÉRIAS-PRIMAS EM PRODUTOS ACABADOS. Em suma, é o tempo de aprovisionamento – ou o processo que abrange todos os aspectos na relação entre os fornecedores e o abastecimento de uma empresa. Por isso, trata-se de um termo relacionado à logística também, pois este abastecimento envolve matérias-primas, componentes de produção sobressalentes, módulos, produtos acabados e semiacabados, transporte, linha de montagens e armazéns. As definições de lead time acima, assim, auxiliam o gerente de produção a pensar em todas as etapas que um pedido percorre até chegar ao cliente. Dessa forma, ele consegue elaborar e implantar iniciativas para reduzir o tempo total por meio da eliminação, ou pelo menos alcançar a redução das esperas ao longo do MCT. Por que é importante? A partir do momento em que uma empresa adota técnicas administrativas para melhorar a produtividade (como kanban e poka-yoke, por exemplo), ela deve se dedicar a reduzir o tempo de aprovisionamento ou de entrega. Por isso, o conceito se constitui em uma peça fundamental no bom atendimento aos clientes. E é importante também porque o lead time pode servir ao planejamento da sua empresa. Tomemos, como exemplo, uma área de compras: as pessoas envolvidas nos processos devem saber exatamente qual é o lead time, o intervalo de tempo para comprar os materiais necessários para a produção, desde a emissão do pedido até que o material esteja de fato à disposição para uso. Na produção, o lead time é o intervalo de tempo necessário para que o material passe pela fabricação – do primeiro até o último processo – e esteja pronto para outra etapa. Ou ainda, o lead time de entrega, intervalo de tempo necessário desde o momento que o cliente adquiriu a mercadoria até que ele realmente a tenha em mãos. Como posso calcular um lead time? Este artigo da eHow Brasil traz um passo a passo bastante oportuno. Resumimos abaixo a trajetória para você: PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 101 1 – Para começar, liste todos os produtos exigidos por um trabalho específico. Nessa lista, inclua também os itens necessários para serviços de reparo, instalações. Não se esqueça, claro, das matérias primas utilizadas para obter o produto a ser vendido. 2 – Com a lista em mãos, descubra quanto tempo será necessário para adquirir cada item. Por exemplo, se você encomendar um material que virá de outro estado, então o tempo entre o pedido e o recebimento pode ser de cinco dias, ou mais. Aliás, se o seu fornecedor trabalhar somente em dias úteis, acrescente os dias de final de semana ao tempo de entrega. 3 – Selecione o item com o prazo de entrega mais longo identificado na etapa acima e anote o quanto será necessário esperar para recebê-lo. Se você mantiver um inventário de matéria prima ou produtos necessários para a possível venda, então assuma um lead time de um dia para colocar o item em processo de produção. 4 – Estabeleça o número de dias ou horas necessários para fabricar o produto ou completar o serviço. Por exemplo: sua empresa pode precisar de três dias para produzir um lote de shampoos após receber os materiais necessários para fabricá-los. Não se esqueça de contar os finais de semana e a manutenção ou os atrasos que possam acontecer. E caso você tenha uma máquina avariada que precise ser usada para o serviço, então é preciso acrescentar o tempo necessário para o reparo. E, ainda, caso esteja fornecendo um serviço mas o funcionário responsável não se encontre disponível por três dias, você deve incluir esse período no cálculo do lead time. 5 – Tudo definido? Hora de acrescentar o tempo de espera necessário para receber os produtos para a venda ao cálculo do tempo exigido para fabricar o item ou para conseguir um funcionário para a instalação. Então, o total entre esse dois pontos será o lead time estimado para o trabalho em questão. De forma um tanto resumida, este é o conceito de lead time. O importante é que você esteja sempre atento a ele, de modo que consiga aprimorar cada vez mais aprodutividade da sua empresa. JIT – JUST IN TIME Conceitos e principais objetivos do sistema JIT – Just in Time PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 102 Just in time é um sistema de administração da produção que determina que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata. Pode ser aplicado em qualquer organização, para reduzir estoques e os custos decorrentes. O just in time é o principal pilar do Produção enxuta. Com este sistema, o produto ou matéria prima chega ao local de utilização somente no momento exato em que for necessário. Os produtos somente são fabricados ou entregues a tempo de serem vendidos ou montados. O conceito de just in time está relacionado ao de produção por demanda, onde primeiramente vende-se o produto para depois comprar a matéria prima e posteriormente fabricá-lo ou montá-lo. Nas fábricas onde está implantado o just in time o estoque de matérias primas é mínimo e suficiente para poucas horas de produção. Para que isto seja possível, os fornecedores devem ser treinados, capacitados e conectados para que possam fazer entregas de pequenos lotes na frequência desejada. A redução do número de fornecedores para o mínimo possível é um dos fatores que mais contribui para alcançar os potenciais benefícios da política just in time. Esta redução, gera, porém, vulnerabilidade em eventuais problemas de fornecimento, já que fornecedores alternativos foram excluídos. A melhor maneira de prevenir esta situação é selecionar cuidadosamente os fornecedores e arranjar uma forma de proporcionar credibilidade dos mesmos de modo a assegurar a qualidade e confiabilidade do fornecimento. Definição do conceito JUST IN TIME “Just in time é um sistema que tem por objetivo produzir a quantidade demandada a uma qualidade perfeita, sem excesso e de forma rápida, tranportando o produto para o lugar certo no tempo desejado” (Hall, R. W., 1983). Tudo no tempo certo Esta definição sintetiza muito bem o conceito do JUST IN TIME (também conhecido como JIT) e seu impacto em toda cadeia produtiva. O JIT tem a premissa de alocar a matéria prima, na quantidade e no tempo necessário. Ele está relacionado com a PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 103 produção por demanda, ou seja, a venda do produto ativa e puxa todo processo produtivo. Objetivos do JUST IN TIME Todo esforço investido no JIT tem como objetivo reduzir, ou mesmo eliminar, todo estoque e desperdícios nos diferentes estágios do processo eliminando os custos derivados. Este conceito por sí só leva a um processo de melhoria contínua, pois exige da administração o desenvolvimento de políticas, padronização de processos e elementos que tornam a empresa competitiva. A Figura abaixo exemplifica como os estoques podem ser diminuídos em uma linha de manufatura com a aplicação do Just- in-Time. Demonstração de um processo de manufatura antes e depois do Just in Time. Demonstrando graficamente, podemos ver a redução de estoques com a aplicação do JIT. Gráfico: Exemplo de redução de estoques atingido com o Just in Time Pelo gráfico, observamos que quando reduzimos a quantidade do lote, o inventário reduz drasticamente. A princípio, qualquer pessoa percebe que é uma grande vantagem trabalhar com o JIT. No entanto, não é tão simples assim. Vejamos as vantagens, as desvantagens e os pré-requisitos para que o JIT possa funcionar de forma adequada na empresa. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 104 As Vantagens e Desvantagens A vantagem de utilizar este conceito está na agilidade e na redução de custos que ocorrem em toda cadeia produtiva. Algumas plantas já são estruturadas com células onde são alocados os fornecedores para que eles possam fornecer em pequenas quantidades e em fluxo contínuo. Toda a lógica do sistema contribui para otimizar o espaço utilizado na planta. Podemos relacionar ainda as seguintes vantagens: Vantagens: Rápida conversão dos materiais; Redução do trabalho em processo; Redução de espaço e manuseio; Rápida resposta aos problemas; Redução de agendamentos e rastreamentos; Maior responsabilidade; Melhor qualidade; Menos desperdícios e retrabalhos; Melhor resposta ao mercado; Melhoria de atitude. A principal vantagem dessa prática está na redução de estoques, pois não é necessário disponibilizar um espaço e recursos humanos para tratar deste aspecto. Existe também uma redução significativa dos tempos de preparação, de custos e desperdícios, uma vez que o sistema procura reduzir os gastos dos equipamentos, materiais e mão de obra. Através do sistema JUST IN TIME, há uma melhoria da qualidade do processo produtivo por conta do planejamento e a responsabilidade dos encarregados da produção, sendo que, o único nível aceitável de defeitos é zero, motivando a procura das causas dos problemas e das soluções que eliminem essas mesmas causas. O modelo de produção também aumenta a rapidez de resposta do sistema pela redução dos tempos envolvidos no processo, pois, através da manutenção de níveis de estoque muito baixos (ou nulos), um modelo de produto pode ser mudado sem que se originem muitos componentes obsoletos. DESVANTAGENS De outro lado, as principais desvantagens do JUST IN TIME estão ligadas à flexibilidade do sistema produtivo, no que se refere à variedade dos produtos oferecidos ao mercado e à variação da procura em curto prazo. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 105 Este sistema requer que a procura seja estável em curto prazo para que se consiga um balanceamento adequado dos recursos, possibilitando um fluxo de materiais contínuo e suave. Caso a procura seja muito instável, há a necessidade de manutenção de estoques de produtos acabados a um nível tal que permita que a procura efetivamente sentida pelo sistema produtivo tenha certa estabilidade. Outro fator limitador do JUST IN TIME é que a redução do estoque pode aumentar o risco de interrupção da produção em função de problemas de gestão de mão de obra, como, por exemplo, greves tanto na fábrica como nos fornecedores. A desvantagem é que este conceito não pode ser aplicado em produtos com demanda pouco previsível e com grandes oscilações. Outro ponto é que ele funciona com maior eficiência com pequenos números de fornecedores sendo necessário que os mesmos tenham estabilidade no fornecimento de materiais. JUST IN TIME E KANBAN Para os iniciantes, uma dúvida é comum: “O just in time e o kanban não são as mesmas coisas?”. A resposta é: “Não”, Explicando a resposta: O kanban é uma ferramenta de trabalho utilizada para o controle de produção (muito importante no conceito do just in time). No kanban, são utilizados cartões que controlam o estoque e a produção de forma visual. O just in time é mais do que uma técnica de gestão de produção. No Just in time estão incluídos conceitos de administração de produtividade, gestão de materiais, projeto do produto, gestão de qualidade, recursos humanos e a administração do trabalho. Na prática o que ocorre é os dois conceitos operando em complemento, ou seja, o kanban funcionando de forma conjunta com o just in time. CONDIÇÕES PARA IMPLANTAÇÃO DO JIT Para a implantação do Just in time é necessário que a empresa tome algumas atitudes. Veja abaixo algumas delas: Comprometimento da alta administração; Verificar onde é possível a implementaçãodo Kanban; Realizar o treinamento de funcionários; Investir capital para melhoria de processos; Melhorar a capacidade de medir o desempenho em diversos setores; Facilitar a comunicação entre as áreas; Dominar os processos pertinentes; Garantir eficiência no controle de qualidade PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 106 Estas ações são necessárias pela seguinte razão: Os estoques altos em uma linha de produção escondem determinados problemas como: má concepção de produto, setup longo, layout deficiente, baixa qualidade, máquinas avariadas e fornecedores não confiáveis. Quando a empresa decide implantar o JIT, estes problemas, que antes não eram visíveis, irão aflorar. Por este motivo, o JIT só pode acontecer após: O tempo de setup ser reduzido ou eliminado; A taxa de defeitos referentes a qualidade ser minimizada; Existir prevenção das avarias dos equipamentos; Os prazos de entrega serem mínimos; Existir otimização da dimensão dos lotes; A movimentação e os transportes serem minimizados Critérios competitivos do sistema JIT Basicamente a filosofia estratégica do just-in-time consiste na redução de custos, ou seja, produzir o item certo, na quantidade certa e no tempo certo. A pontualidade não aparece explicitamente como meta , porém se torna claro dentro da filosofia JIT, a estratégia de responder com rapidez e qualidade aos movimentos do mercado, valorizando-se a simplicidade e a racionalidade. Kankan O sistema KANBAN foi desenvolvido na década de 60 pelos engenheiros da Toyota Motors Cia, com objetivo de tornar simples e rápidas as atividades de programação, controle e acompanhamento de sistemas de produção em lotes. Kanban é um termo de origem japonesa e significa literalmente “cartão”ou “sinalização”. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 107 Este é um conceito relacionado com a utilização de cartões (post-it e outros) para indicar o andamento dos fluxos de produção em empresas de fabricação em série. Nesses cartões são colocadas indicações sobre uma determinada tarefa, por exemplo, “para executar”, “em andamento” ou “finalizado”. A utilização de um sistema Kanban permite um controle detalhado de produção com informações sobre quando, quanto e o que produzir. O método Kanban foi inicialmente aplicado em empresas japonesas de fabricação em série e está estreitamente ligado ao conceito de “just in time”. A empresa japonesa de automóveis Toyota foi a responsável pela introdução desse método devido a necessidade de manter um eficaz funcionamento do sistema de produção em série. Exemplos de kanban na prática: As Pirâmides de Prioridades servem para mostrar aos empilhadores e operadores os lotes que são de maior prioridade. Enfim, se trata de um auxilio visual. As Pirâmides também seguem padrões de cores e números, são elas: 1 - Vermelho (Primeira Urgência), 2 - Amarelo (Segunda Urgência) 3 - Verde (Terceira Urgência). Exemplo do quadro de programação: PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 108 Kaizen Kaizen é um termo de origem japonesa, que agrega o significado de "melhoria contínua" nos âmbitos do trabalho, família, pessoal e social. Seu propósito sugere o aprimoramento diário e constante das situações, visando sempre o aumento da produtividade, bem como eliminar os processos desnecessários e desperdícios, tanto de tempo, quanto de itens de produção, no ambiente de trabalho, por exemplo. O foco principal do Kaizen é humanizar as relações e com isso implementar sua produtividade. Sua origem se deu logo após a Segunda Guerra Mundial, na qual o Japão saiu com graves dificuldades econômicas e as leis trabalhistas impostas reforçaram e incentivaram melhores condições de trabalho aos funcionários. Sindicatos de diversas categorias lutaram por acordos nos quais os trabalhadores pudessem garantir bônus e remunerações mais altas. Visto este panorama, o governo do país iniciou um programa de estudos na área da Administração Clássica, cujas ideias eram baseadas em estudos do famoso engenheiro de origem francesa, Jules Henri Fayol. Seu pensamento seguia a linha crítica de aprimoramento constante, o Kaizen, que carregava uma forte influência da filosofia de visa oriental. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 109 O método Kaizen visa o bem do Homem e consequentemente suas ações melhoradas, auxiliam nos processos da empresa, na família e no convívio social. Os conceitos desta filosofia são baseados no mote: "Hoje melhor do que ontem e amanhã melhor do que hoje"; e a metodologia aplicada resulta em aplicações concretas e nítido salto qualitativo, com o aumento da lucratividade e diminuição do custo operacional. A linha de produção da fabricante de carros Toyota é tida como um Case de sucesso, na implantação dos princípios do Kaizen. O Kaizen é regido por dez mandamentos: Todo desperdício deve ser eliminado; Todos os colaboradores devem se engajar no processo de melhoria; O aumento da produtividade deve ser baseado em ações que não demandem investimento financeiro alto; Deve ser aplicado em qualquer local/empresa; As melhorias obtidas devem ser divulgadas, como forma de se ter uma comunicação transparente; As ações devem ser focadas no local de maior necessidade; O Kaizen deve ser direcionado de forma que seu objetivo seja unicamente a melhoria dos processos; A priorização na melhoria das pessoas deve ser mais importante. E por fim: O foco do Kaizen é Aprender na Prática. FIFO PEPS/FIFO – Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (First In, First Out) - Método utilizado geralmente em estoques de giro mediano como produtos não perecíveis, ou até mesmo itens sem vencimento. É a metodologia mais comum utilizada principalmente em indústrias e distribuidores de produtos sem datas de validade. Por exemplo: plásticos injetados, papel e produtos de aço inoxidável. Nesta metodologia, tendo em vista que os produtos têm prazo de validade indeterminado, considera-se a entrada dos lotes de produtos para uso em ordem de chegada. Produtos que entraram primeiro no estoque são utilizados primeiro, o que garante que sempre haverá produtos novos para uso. Uma das formas de uso do PEPS pode ser o uso de etiquetas que indiquem as datas de entrada de produtos, ou até mesmo um controle físico, onde o produto mais antigo é disposto à frente, e o mais recente é colocado atrás, para garantia de uso na ordem correta: primeiro os mais antigos, depois os mais novos. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 110 O sistema FIFO proporciona: Mais rapidez: ele facilita a localização, separação, saídas e entradas de materiais do armazém; Mais organização para empresas de logística: o sistema pode ser empregado na realização de inventário, transporte e estocagem de qualquer tipo de produto; Mais lucro: o FIFO permite reduzir o tamanho do estoque e assim diminuir os custos estruturais, uma vez que cada produto comercializado gera automaticamente um pedido de reposição e mantém um fluxo constante de mercadorias sem a necessidade de depósitos colossais e de muitos equipamentos de apoio; Mais facilidade para precificar: o sistema informa o preço de custo real de cada produto, o que facilita aumentar ou diminuir os preços na hora da venda e evitar prejuízos; Mais compatibilidade na avaliação do estoque: o FIFO é usado pela Receita Federal para avaliar o armazém das empresas e calcular os tributos; Mais controle: a baixa nos produtos que entram e saem do estoque obedece uma fila lógica e é dada de forma sistemática. FIFO e todos os demais sistemas podem ser melhor empregados com o suporte das estantes porta-paletes com tecnologia Easy Toque, que podem ser montadas e desmontadas com facilidade em poucos minutos. O método FIFO, consiste em estipular uma sequência de movimentação dos estoques onde o lote de produtos, sejam insumos, matérias-primas ou demais mercadorias, da forma que o lote que chega primeiro no almoxarifado, ou seja, entra no estoque em uma data antecipada aos demais, esse é o que deve ser comercializado, ou enviado para a produção primeiro. Sendo assim, o lote que entra no estoque antes deve sair do estoque antes também. Dessa forma, mantêm-se sempre os estoques atualizados em relação aos produtos, evitando-se manter no almoxarifado os produtos que estão em processo de envelhecimento, obsolescência ou em tempos de vencimento da data de validade, pois sempre o que chega ao almoxarifado antes também deve, necessariamente, sair do estoque antes. O almoxarife deve ter conhecimentos e hábitos específicos para desenvolver esta PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 111 técnica, sempre procedendo da maneira em que o primeiro lote que entra no almoxarifado é o primeiro produto a ser enviado para o posto seguinte, seja o processo de fabricação ou a venda propriamente dita. Nesse contexto, as técnicas de armazenamento, de arrumação dos estoques e colocação dos produtos nas prateleiras, ou outra forma de organização interna deve privilegiar a forma do FIFO, por exemplo, na arrumação de prateleiras, onde os produtos que entram no estoque primeiro deverão permanecer em primeiro lugar na fila de exposição, ou de saída, a fim de serem os primeiros produtos a serem enviados para a venda ou produção. Se os produtos que chegarem por último forem colocados nas prateleiras logo a frente da exposição, serão os primeiros a serem entregues no momento do consumo, ou da saída, descaracterizando essa técnica. Além desse controle de arranjo dos produtos, faz-se necessário, também, o controle da movimentação, como forma de visualizar-se a situação física e financeira dos mesmos, expondo as quantidades de materiais, das mais diversas formas, como já descrito nesse curso, que estão disponíveis no almoxarifado, além da ocorrência dinâmica do processo de estoques, demonstrando as entradas de produtos nos estoques, através da aquisição com os fornecedores, e as saídas de mercadorias dos estoques, no momento em que estas se dirigem para a produção ou para as vendas. Assim, com o uso desse controle, pode-se perceber como estão os níveis de estoques e os valores financeiros respectivos desses produtos que estão nos estoques, possibilitando realizar análises de custos e investimentos nos estoques e o seu respectivo retorno financeiro, se existir. Neste caso, no método FIFO ou PEPS – , a primeira compra que entrou é a primeira que sai do estoque seguindo a ordem cronológica, que por sua vez torna o saldo do valor em estoque supervalorizado, pois o saldo final é sempre baseado no valor da composição dos últimos lotes comprados, que por sua vez tendem a ser mais caros do que os primeiros que já não constam mais em estoque. FIFO é o método mais comum de negócio de uma indústria que produz conforme a demanda de vendas. Assim podemos dizer que: à medida que as mercadorias são vendidas, damos baixa e expedimos as primeiras compras, ou seja, vendemos primeiro as primeiras unidades fabricadas/produzidas. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 112 Entretanto é muito importante que a demanda por produtos acabados seja conhecida com alto grau de precisão e que tenhamos fornecedores de transportes confiáveis a fim de obter um serviço adequado à demanda, caso contrário tal método não funciona. PVPS/FEFO – (First Expire, First Out) Primeiro que Vence, Primeiro que Sai Nesta metodologia, utilizada para produtos que possuem data de validade, os produtos com prazos mais próximos ao vencimento devem ser os primeiros a serem utilizados, mesmo que suas entradas sejam posteriores à de lotes já em estoque. Para uso do PVPS, que necessita de um controle mais rígido, pode-se considerar planilhas, softwares de controle ou etiquetas coloridas que indiquem o material a ser usado. Pode-se pensar ainda na organização física em prateleiras ou pallets de forma prática e lógica. Dependendo da natureza da organização, estes dois processos podem se mesclar por utilizar produtos tanto com validade determinada quanto indeterminada. Utilize os métodos mais adequados para seu controle e adapte-os à realidade de sua organização de maneira a garantir que os estoques sejam consumidos de maneira adequada ao propósito da organização e garanta sempre a qualidade de seus produtos. Serve para gerenciar o arranjo e expedição de matérias-primas ou mercadorias de um estoque, levando em consideração o seu prazo de validade. Este conceito, por sua natureza é muito utilizado e aplicado nas operações das Indústrias: alimentícias e de bebidas, químicas e farmacêuticas, bem como no agro-negócio. Este conceito também é muito utilizado para o arranjo de mercadorias em redes de varejo, notadamente supermercados, servindo como ponto de atenção para o estímulo de vendas através de promoções, como propósito de manter atualizados os estoques de acordo com os prazos de validade. PCP integrado a Logística, Produtividade e Indicadores de Desempenho. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 113 Muito se fala sobre indicadores de desempenho, metas etc. Porém, como aplicá-los na área industrial, mais especificamente no planejamento e controle da produção (PCP) ou no planejamento, programação e controle da produção (PPCP)? Como a utilização de indicadores de desempenho pode trazer resultados positivos para o seu negócio? São ferramentas de gestão para se realizar a medição e o consequente nível de desempenho e sucesso de uma organização ou de um determinado processo, indicando quão bem os processos dessa empresa estão permitindo que seus objetivos sejam alcançados. Tenho convicção de que para viabilizar o alinhamento dos indicadores à estratégia da empresa e trazer resultados efetivos, além de uma estrutura organizada que relacione os indicadores aos objetivos estratégicos, precisamos também de ferramentas apropriadas para disponibilizar as informações aos usuários tomadores de decisão. Como gosto de citar, sem saber a quem dar os créditos, precisamos transformar dados em informações, informações em conhecimento e conhecimento em ação. Se tivermos um oceano de dados e não conseguimos tomar ações efetivas a partir deles, podemos morrer afogados. Já se tornou um jargão dizer que quem não mede não gerencia, morre. Mas eu vou além e insisto: além de medir, precisamos de uma estrutura organizada e de ferramentas para transformar essas medições em ações. Quanto à estrutura organizada, é interessante que os indicadores estejam alinhados com os objetivos de desempenho, de forma a trazerem a produção e o PCP mais próximos da estratégia. Com isso, podemos ter alguns indicadores para cada objetivo e a sua organização dar foco no objetivo com maior alinhamento estratégico. Utilizando ferramentasapropriadas, esses indicadores podem ser desdobrados de forma a permitirem a ação. Funções do acompanhamento e controle da produção: A Coleta e registro de dados sobre o estágio das atividades programadas. Comparação entre o programado e o executado. Identificação dos desvios. Busca de ações corretivas. Emissão de novas diretrizes com base nas ações corretivas. PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 114 Fornecimento de informações produtivas aos demais setores da empresa (Finanças, Engenharia, Marketing, Recursos Humanos, etc.). Preparação de relatórios de análise de desempenho do sistema produtivo. Exemplos de Indicadores monitorados pelo PCP: 1 – Velocidade => tempo de atravessamento, ou lead time Tomemos por exemplo o indicador “Tempo de atravessamento”. Podemos ter um gráfico da evolução temporal do tempo de atravessamento de uma ordem de produção por produto ou agregado, claro que a forma de exibição deste gráfico vai variar muito entre diferentes indústrias, mas a ideia é podermos enxergar tendências de aumento neste indicador e buscar as causas desses aumentos. Indicador de Lead Time 2 – Custo => tempo de processamento, quantidade de material consumido Podemos citar como exemplo o controle de estoque, tendo como conceito a quantidade em dias que a matéria-prima passa em estoque, sendo ele inicial, intermediário ou final. Indicador de PMPE 3 – Confiabilidade => entregas no prazo, dias de atraso Uma empresa é confiável quando ela cumpre sua palavra, seus acordos ou suas promessas. Quanto maior o índice de cumprimento, mais confiável a empresa vai ser para seus clientes. Para a administração da produção, ser confiável significa entregar o produto com a qualidade exigida pelos clientes na data acordada com o cliente. Essa data acordada na maioria dos casos não pode ter folgas, pois o cliente também exige velocidade. Em muitos casos, a data é imposta pelo cliente e cabe à empresa decidir se vai produzir e entregar na data combinada ou se vai rejeitar o pedido. Indicador de Cumprimento de Entregas. 4 – Qualidade => não conformidades, retrabalhos Menos reparos e termos de garantia significam menos retrabalho e redução no gasto de tempo, esforços e dinheiro. Com isso, o monitoramento de índices de não conformidades e retrabalho ajuda a reduzir a variabilidade do processo, entender as causas dos problemas e trabalhar para melhorar continuamente utilizando conceitos de PDCA . PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 115 Portanto, reunir os objetivos de desempenho mais importantes e relevantes para o atendimento de seus clientes passa a ser o primeiro passo para criar uma estrutura organizada que permita que o PPCP traga resultados para o negócio. O passo seguinte é definir quais indicadores de desempenho podem ser medidos e com isso ajudarem no cumprimento dos objetivos de desempenho citados. Por fim, precisamos encontrar as ferramentas adequadas para trabalharmos com todos esses conceitos de uma forma sistemática e geradora de resultados positivos contínuos. O PDCA como metodologia de avaliação de desempenho. O Brasil avançou, mas as empresas ainda têm dificuldades em reconhecer problemas e saber como lidar com eles. O método Gerencial (método de solução de problemas) é uma alternativa para ajudar a empresa a manter o controle. A metodologia PDCA foi desenvolvida por Walter A. Shewart, na década de 30, e consagrada por William Edward Deming, a partir da década de 50, empregada com sucesso nas empresas japonesas para aumentar a qualidade dos processos (PACHECO et al, 2010). Conhecido também como Ciclo Deming, o PDCA é a sigla das palavras em inglês que designam cada etapa do ciclo: “Plan”, planejar; “Do”, fazer ou executar; “Check”, checar ou verificar; e “Action”, agir de forma corretiva (PACHECO et al, 2010). De acordo com o SEBRAE (2010), o ciclo PDCA é uma ferramenta de qualidade que facilita a tomada de decisões, visando garantir o alcance das metas necessárias à PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 116 sobrevivência das empresas. Embora simples, representa um avanço para o planejamento eficaz e seu ciclo é composto por 4 fases. A primeira fase do ciclo PDCA é o planejamento, em que se estabelecem os objetivos e processos necessários para fornecer resultados de acordo com os requisitos e políticas pré- determinados. Definir as metas a serem alcançadas e o método para alcançar as metas propostas. Começa pela análise do processo, na qual é preciso fazer o levantamento de dados e fatos, a elaboração do fluxo de processos, a identificação dos itens de controle, a análise de causa e efeito, a colocação dos dados sobre itens de controle, a análise dos dados e o estabelecimento dos objetivos. A partir dessas atividades, inicia-se a elaboração dos procedimentos que garantirão a execução dos processos. A próxima etapa é executar, ou seja, implementar as ações necessárias, que incluem executar as tarefas exatamente como foi previsto na etapa de planejamento e coletar dados que serão utilizados na próxima etapa de verificação do processo. Nesta etapa são essenciais a educação e o treinamento no trabalho, e as pessoas envolvidas precisam ser competentes para atingir sucesso. A terceira fase é verificar, monitorar e medir os processos e produtos e relatar os resultados. Deve-se verificar se o executado está conforme o planejado e identificar os desvios. Deve ser contínua a verificação, tanto através de sua observação, quanto do monitoramento dos índices de qualidade e produtividade. Auditorias internas também podem ser utilizadas como forma de verificação. A última fase do ciclo é agir de forma corretiva, ou seja, executar ações para promover melhorias no processo. Durante a verificação, se forem identificados desvios, é necessário definir e implementar soluções que eliminem as suas causas. É possível realizar também um trabalho preventivo, identificando os desvios passíveis de ocorrer no futuro, suas causas e soluções, evitando, assim, futuros problemas. O PDCA é utilizado para controle e melhoria de processos, e é útil para solucionar problemas; permite criar, aprender, copiar e difundir conhecimento. Transforma a empresa numa escola, em que a busca por resultados é paralela à busca do conhecimento. É um método simples, no entanto quem utiliza esse método percebe que, quanto mais se aprofunda o seu uso na empresa, mais se percebe sua complexidade, portanto é uma busca constante de informações e conhecimento (FALCONI, 2009). PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção IPEPC – Prof. Camila Barros Página 117 Após completar todas as etapas, o ciclo deve ser girado sistematicamente, de forma que, a cada volta, haja correções das falhas. Girando continuamente, há constantes melhoras no processo. De acordo com Falconi (2009), o método PDCA permite a participação de todas as pessoas da empresa em seu efetivo gerenciamento (melhoria e estabilização de resultados); a uniformização da linguagem e a melhoria da comunicação; o entendimento do papel de cada um no esforço empresarial; o aprendizado contínuo; a utilização das várias áreas da ciência para a obtenção de resultados; a melhoria da absorção das melhores práticas empresariais. O PDCA pode ser utilizado na realização de toda e qualquer atividade da organização, sendo ideal que todos da organização utilizem esta ferramenta de gestão no dia a dia desuas atividades, pois se trata de um ciclo para análise e melhoria contínua dos processos organizacionais. Bibliografia/Links Recomendados AZEKA, F.; BARRETO, M. C. M.; GODINHO FILHO,M. Identificação dos principais autores em planejamento e controle da produção por meio de um survey mundial com pesquisadores da área. Gestão & Produção, v. 14, ri2 1, p. 83-95, jan./abr. 2007. Planejamento e controle da produção. São Paulo: Atlas, 1981 PORTER, K.; LITTLE, D.; PECK, M.; ROLLINS, R. Manufacturing classifications-relationships with production control systems. Integrated Manufacturing Systems, v. 10, n2 4, p. 189- 198, 1999. PENEDO, M. Planning and scheduling in manufacturing and servires. Springer 2006. SLACK, N. et al.: Administração da Produção. Revisão Técnica Henrique Corrêa; Irineu Gianesi. São Paulo. 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