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P R O F . M . K A O R O S . S A N T O S / k a o r o s a n @ g m a i l . c o m Página 1 BIBLIOGRAFIA DA TEORIA PEDAGÓGICA GERAL PROFESSORES PEB-II – SP 2010 QUADROS-RESUMOS SEPARADOS POR TEMÁTICAS: A- AVALIAÇÃO: 01 HOFFMANN; 02 VASCONCELLOS; 03 ZABALA. B- EDUCAÇÃO: 04 ASSMANN; 05 DELORS et.al.; 06 HARGREAVES; 07 CASTRO. C- FORMAÇAÕ DOCENTE: 08 CONTRERAS; 09 PERRENOUD; 10 TARDIF. D- APRENDIZAGEM/ALUNO/CONTEÚDO: 11 COLL et. al.; 12 LERNER; 13 MARZANO&PICKERING&POLLOCK; 14 CHRISPINO; 15 BEAUDOIN &TAYLOR. P R O F . M . K A O R O S . S A N T O S / k a o r o s a n @ g m a i l . c o m Página 2 BIBLIOGRAFIA 01 HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto Alegre: Mediação, 2001. TEMÁTICA A AVALIAÇÃO AFIRMAÇÕES E CONCEITOS Avaliação é chegar a um objetivo, avançar sempre, servir para a promoção de série, com educação digna e universal. Não se muda primeiro a escola e a sociedade para se mudar a avaliação. Deve-se superar a avaliação classificatória, por uma ação consciente e reflexiva, sobre o objeto, as situações e o diálogo. A avaliação mediadora: ação pedagógica reflexiva que visa uma melhor avaliação, com o objetivo de observar continuamente o desenvolvimento educacional e não apenas o registro de desempenho. As finalidades da avaliação devem nortear as metodologias. Regimes seriados oferecem dificuldades para a passagem de ano, já os não-seriados focam na aprendizagem e não no produto. Estudos paralelos são integrantes da avaliação mediadora, onde caminham de acordo com o ritmo dos alunos (paralelo é entendido como o contínuo nas escolas). Os Conselhos de Classe julgam o aluno e se baseiam no passado, a ação deve ser direcionada para o futuro, com caráter interativo e reflexivo (significa apoiar, sugerir provocações significativas). A atividade ética deve basear-se nos valores (políticos e sociais). Deve existir a participação familiar, mas as dificuldades dos alunos não devem ser dirigidas a família, os pais devem dialogar com a escola (que precisa promover esta ação). A educação inclusiva deve oferecer condições de aprendizagem de acordo com características e possibilidades, quem precisa se adequar aos alunos são os professores e a escola. Na avaliação não há limite de tempos fixos, o aprendiz determina o tempo da aprendizagem, deve-se respeitar isto. A avaliação mediadora busca significados na investigação das características dos alunos; o conhecimento é não linear e infinito, é difícil escolher conteúdos e tempos. As respostas dos alunos possuem muitas variações, por tentativas de acertos, por ensaio de erros (são indicações de progresso). Interdisciplinaridade e transdisciplinaridade são inerentes ao conhecimento. É necessário prestar atenção nas concepções prévias, diversificação dos procedimentos, promover a estruturação do pensamento para objetivar idéias e consolidar conceitos e noções desenvolvidas. A avaliação está ligada ao planejamento pedagógico. Professor: pergunte mais! Respostas ajudam a conhecer os alunos. O processo sócio interativo é apoiado por Piaget e Vygotsky. Para Vygotsky reconstrução é criar e recriar significados; Piaget e Vygotsky afirmaram que a linguagem é a mediação do pensamento e a interação social resulta em aprendizagem. A avaliação é um processo dinâmico e espiralado acompanhada da construção do conhecimento, a dinâmica do processo avaliativo é ao mesmo tempo individual e coletiva. A avaliação mediadora deve mobilizar e favorecer a experiência e a expressão, gerando novas possibilidades. Não se deve avaliar tarefas coletivas com valores individuais. O educador precisa mobilizar para a aprendizagem. Conhecer as concepções prévias dos alunos exige investigação. É importante acompanhar o aluno em ação-reflexão-ação (como é o interesse dos alunos e sua interação com os colegas?). Professor/aluno: reflexão sobre os graus diferenciados de compreensão no diálogo educativo, o professor deve passar experiência por variados recursos. Notas não devem ser definitivas e as tarefas devem ser gradativas e articuladas. A avaliação mediadora é mais exigente para todos; o que o aluno mostra não é seu pensamento, mas sua expressão que pode se desenvolver se bem orientada. Avaliação deve também respeitar as diferentes expressões. Os registros na avaliação mediadora possuem instrumentos comuns, o que importa é a clareza para os alunos e a reflexão para os docentes (são válidos: dossiês, metodologias para as múltiplas expressões, tarefas, etc.) O registro do professor nunca deve ser genérico, nem basear-se na realização de tarefas ou organização de cadernos e materiais. P R O F . M . K A O R O S . S A N T O S / k a o r o s a n @ g m a i l . c o m Página 3 BIBLIOGRAFIA 02 . VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação da Aprendizagem: práticas de mudança: por uma praxis transformadora.São Paulo: Libertad, 2003 TEMÁTICA A AVALIAÇÃO AFIRMAÇÕES E CONCEITOS A preocupação principal é mudar a prática do professor. Mudança é criar possibilidades, não fazer uma e outra coisa, é construir uma verdadeira práxis transformadora. A discussão da avaliação não deve ser separada do projeto político pedagógico. Os objetivos são: o fortalecimento (valorização de práticas inovadoras), o avanço (criar novas práticas) e a crítica (não ficar vulnerável a presença e influencia da avaliação tradicional) Como? Com a criação de um novo plano de ação do sujeito; para mudar a avaliação é necessário mudar seus elementos entre outras coisas. Avaliações & relações: Avaliação (intencionalidade, forma e conteúdo) / Relações (prática pedagógica, instituição e sistema). Intencionalidade: o que o professor atribui a avaliação cotidiana (finalidade/objetivo). Deve-se enfatizar na avaliação a mudança de postura superando a indesejável ênfase seletiva. A formação humana se dá pelo conhecimento, baseado no interpessoal e na coletividade. Atividades não-significativas resultam em alienação da sociedade, com sujeitos passivos e acríticos. A avaliação deve ser uma mediação para a qualificação da prática escolar. O professor deve mobilizar o aluno para o estudo e a avaliação não deve ser usada como arma (devido à situação precária da educação, a avaliação tradicional alivia, direcionando a culpa para alguém (sujeito/família), além de ser usada para o controle disciplinar. O professor precisa centrar-se na pedagogia e não na nota! O professor deve conhecer a realidade, ter clareza nos objetivos, fazer mediações significativas, agir de acordo com o planejado e avaliar sua prática. A mudança avaliativa não deve se restringir ao professor, mas articulada com a escola, o sistema de ensino e a sociedade, a transformação na educação é coletiva. O projeto político pedagógico é muito importante e deve ter uma sistematização nunca definida, com planejamento participativo, que define a ação educativa a ser realizada. O professor é uma figura essencial na mudança da condição do sujeito, caminhando da cultura da reprovação ou mera aprovação para uma práxis transformadora (ensino de qualidade democrático para todos). A avaliação deve abranger: aluno, grupos, professor, equipe docente, processo de ensino e forma de avaliação. Divisão da avaliação para o aperfeiçoamento da prática educativa: inicial (diagnóstica), reguladora (como cada aluno aprende) e integradora (percurso do aluno- informe global). P R O F . M . K A O R O S . S A N T O S / k a o r o s a n @ g m a i l . c o m Página 4 BIBLIOGRAFIA 03 ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar.Porto Alegre: Artmed, 1998. TEMÁTICA A AVALIAÇÃO AFIRMAÇÕES E CONCEITOS A atuação profissional deve levar em conta o pensamento prático, com capacidade reflexiva embasada em meios teóricos. O uso de recursos didáticos como atividade/tarefas devem ser ampliadas para seqüências didáticas. Variações metodológicas em aula: uso de seqüência didática; o papel do professor/aluno; a organização em sala. Gestão do espaço e tempo, organização dos conteúdos, materiais dos currículos e sentido e papel na avaliação. Os conteúdos são distintos: conceituais (o que saber), procedimentais (o que fazer) e atitudinais (como se deve ser - normas e valores). As sequências de conteúdos são conjuntos ordenados de atividades articuladas para um objetivo, com conteúdo concreto. A interação em sala caracteriza o papel do professor/aluno, a influência do construtivismo para a aprendizagem, prevê um planejamento flexível e favorece a interação entre os alunos. Os agrupamentos possuem prós e contras, enquadra a escola como grande grupo e em sala podem ser móveis e flexíveis. Os conteúdos: devem possuir uma gestão para aprendizagem, estimular o protagonismo do aluno e ser organizado por disciplinas. Relações de disciplinas: Multidisciplinaridade (conteúdos expostos por matérias independentes), Interdisciplinaridade (interação entre disciplinas) e Transdisciplinaridade (interação global). Materiais didáticos e outros recursos: o educador deve ter referência para a tomada de decisões, no planejamento e na avaliação. As formas de aplicação: intervenção (planejamento, aula, grupo, classe, etc.) intencionalidade (orientar, exemplificar, etc.), organização (integradoras, conteúdos e procedimentos) e suporte (materiais: quadro, papel, cadernos, livros, etc.). O conteúdo atitudinal não precisa de suportes (somente vídeos e textos). Confecção dos materiais curriculares: devem-se buscar critérios e referências (slide: não em excesso; filmes; informática: interação aluno/programa para simulações técnicas, auxiliando para formação de conceitos). Materiais diversificados facilitam a elaboração de propostas singulares, a pertinência depende do uso. P R O F . M . K A O R O S . S A N T O S / k a o r o s a n @ g m a i l . c o m Página 5 BIBLIOGRAFIA 04 ASSMANN, Hugo. Metáforas novas para reencantar a educação: epistemologia e didática. Piracicaba: Unimep, 2001 TEMÁTICA B EDUCAÇÃO AFIRMAÇÕES E CONCEITOS Devem caminhar juntos: o processo educacional, a melhoria pedagógica e o compromisso social. Nem sempre uma boa aula resulta em boa aprendizagem. A escola deve promover um clima de vivências personalizadas do aprender a aprender, e a flexibilidade é fundamental para isso, além de propiciar uma ética social democrática. Não atente para o processo de memorização, mas na emergência de ensinar, sendo a memória um processo dinâmico. Para reencantar a educação é necessária a união entre a sensibilidade social e a eficiência pedagógica. O educador deve ter o compromisso ético- político da excelência pedagógica, colaborando para um clima esperançador no contexto escolar. Deve-se buscar a ligação entre pós-modernismo/pós-modernidade e didática. O pós-modernismo valoriza a razão lúdica (é um convite a relaxar, não se levar tão a sério), ele denuncia as fissuras da racionalidade moderna e á a tentativa de reintroduzia a lógica obscura nas práticas culturais. O desafio da educação é unir capacitação eficaz com formação solidária, tarefa difícil, pois o mercado competitivo se volta para a demanda da eficiência (capacidade competitiva). Nas décadas passadas buscou-se o aumento quantitativo da oferta escolar, com êxito (baseado no jargão: educação para todos), agora a direção se desloca para o qualitativo (que faltou na fase anterior). A expansão escolar exigia modernização (nos aspectos de base em competências flexíveis e multiadaptáveis, e na concentração no eixo científico/técnico, que diz comandar os ajustes para o desenvolvimento econômico). Cobra-se a ligação entre a escola de capacitação básica e flexível mediante um mercado de trabalho cada vez mais exigente, onde se destacam a cidadania competitiva e a criatividade produtiva (futuramente ninguém sobreviverá a competitividade, sem uma educação fundamental que proporcione instrumentos para a realização das necessidades básicas de aprendizagem). O discurso sobre qualidade educacional está exilado no campo da significação e será difícil libertá-lo para outros sentidos. O foco central do processo pedagógico deve estar nas experiências do prazer em se estar conhecendo e nas experiências vividas, que façam sentido para vida das pessoas. Nas reflexões sobre qualidade educacional, as questões são: Como criar melhores condições de aprendizagem e contextos mais significativos? Como criar relações cognitivas e interações biopsicoenergéticas de sentir-se aprendendo? Atualmente se expressa uma estarrecedora lógica de exclusão do mundo, cidadania deve significar acesso real aos direitos e cumprimento dos deveres. Não há cidadania sem a satisfação das necessidades correspondentes a dignidade humana estendida a todos (cidadania básica e existência humana digna diretamente ligadas ao emprego). A vida se constrói perante processo de aprendizagem. Os docentes devem estar atentos as formas complexas que assumem na vida dos alunos. Acredita-se que reformas curriculares do ensino universitário podem contribuir para a formação dos profissionais. P R O F . M . K A O R O S . S A N T O S / k a o r o s a n @ g m a i l . c o m Página 6 BIBLIOGRAFIA 05 DELORS, Jacques et al. Educação: um tesouro a descobrir.Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ue000009.pdf> Acesso em: 26 jan. 2010. TEMÁTICA B EDUCAÇÃO AFIRMAÇÕES E CONCEITOS Hoje nossas vidas se encontram num cenário mundial, a globalização cria incertezas que tornam hesitantes as soluções dos problemas globais. A comunicação universal traz informações rigorosas e atualizadas dispostas em escala global (até em tempo real); isto transformou as relações internacionais, que aceleram a mundialização. Os aspectos negativos são que os sistemas de informações são caros e de difícil acesso e estão sob domínio de grandes potências ou da iniciativa privada (impondo um poder cultural e político sobre populações despreparadas). A queda do socialismo originou um mundo mais complexo e inseguro (o poder totalitário apresenta-se frágil, mas com efeitos persistentes). O declínio do Estado Nacional e o aumento de nacionalismos fazem a paz parecer menos impossível do que na Guerra Fria. A falta de clareza sobre o futuro liga-se as diferenças no mundo e tensões entre o local e o global, evidenciando o desequilíbrio entre países pobres e ricos, e ricos e pobres em cada país, como também o uso descontrolado dos recursos naturais (degradando o meio ambiente). A rápida transformação da sociedade humana provocou a mundialização e as buscas por variadas raízes particulares. O mundo moderno deixa o indivíduo confuso, alterando suas referências habituais (reforçam esta situação: o medo de catástrofes e conflitos e o desemprego perante a impotência da mundialização, que acolhem poucos). Muitas vezes os governantes sucumbem às imposições da globalização, agindo em sentido inverso as exigências das comunidades. A coesão humana é igual a objetivos comuns, ao longo dos tempos os laços materiais e espirituais se desenvolveram e formaram a memória individual e coletiva (herança cultural), base para o sentimento de pertencer a uma comunidade e solidariedade. O objetivo da educação é criar vínculos sociais originados de experiências comuns, baseado no desenvolvimento humano nadimensão social. O confronto entre relações sociais e educação deve fazer da diversidade um fator positivo de compreensão mútua para dar meios para uma cidadania consciente e ativa nas sociedades democráticas. Fenômenos surgem como a desigualdade social, fruto de fraturas profundas entre grupos sociais em países desenvolvidos e em desenvolvimento (resultado do êxodo rural, desmembramento familiar, urbanização desordenada, rupturas das solidariedades de vizinhança, favorecendo a marginalização).A crise do mundo é moral, acompanhada da violência e criminalidade.Nação e democracia são fundamentos da coesão nas sociedades modernas.Educar é lutar contra exclusões(fator de coesão, levando em conta a diversidade). Aptidões e gostos pessoais diversos advindos desde o nascimento geram características diferentes nas crianças, que não retiram vantagens dos recursos educativos comuns (deve-se respeitar o pluralismo, abrangendo grupos autóctones e grupos migrantes, encontrando equilíbrio). Deve-se promover uma educação intercultural para a coesão e a paz. E que os sistemas educativos não levem as situações de exclusão das práticas seletivas, baseadas em resultados escolares, prejudicando jovens desfavorecidos. No último século ocorreu um desenvolvimento econômico elevado, resultado dos avanços da ciência e educação, mas este modelo se confronta com as desigualdades, gerando custos humanos e ecológicos, e assim levando a educação a uma visão mais ampla: o desenvolvimento humano. Mudaram muito o estilo de vida e consumo, explicados pela disfunção dos mercados e desigualdades do sistema político mundial (que valoriza a inteligência e a inovação). Logo a procura por educação com fins econômicos não parou de crescer, mas o desenvolvimento puramente econômico não garante o desenvolvimento humano. O desemprego atual está ligado ao desenvolvimento tecnológico (exige-se mais horas trabalhadas, desvalorizando o estatuto social e provocando o aumento na natalidade). O desemprego ameaça a estabilidade dos países em desenvolvimento, como custos sociais, ameaçando a solidariedade nacional. O progresso técnico é mais rápido do que a capacidade de imaginar soluções para os novos problemas. Educar é oferecer os mapas do caminho de um mundo complexo e a bússola que permita navegar nele. Os pilares do conhecimento: aprender a conhecer (instrumentos da compreensão), aprender a fazer (agir no meio envolvente), aprender a viver (cooperação social), aprender a ser (integra os três precedentes). No ensino formal se orienta para aprender a conhecer e em menor escala a aprender a fazer, os outros pilares dependem dos prolongamentos destes. A memória deve ser treinada desde a infância. O processo de aprendizagem do conhecimento nunca está acabado, e pode ganhar com a experiência e unindo-se com a do trabalho. Educação básica bem sucedida é aquela que possibilita aprender para toda vida. Desafio da educação: aprendermos a viver juntos (supervalorizamos a qualidade de nosso grupo e temos preconceitos em relação aos outros). Atualmente damos prioridade à competição e ao sucesso individual, que gera guerra econômica e tensões entre ricos e pobres, divide nações e acentua rivalidades históricas. A educação deve levar as pessoas a ter consciência das semelhanças e da interdependência entre todos do planeta. Nos projetos motivadores e fora do habitual os conflitos se reduzem ou desaparecem (ex: prática esportiva). Educar é contribuir para o desenvolvimento total da pessoa, para ser o quanto possível dona de seu próprio destino. A educação está presente ao longo de nossa vida, exigindo atualização contínua. Aumenta-se a possibilidade de aprender por sociedades externas à escola e a qualificação é substituída pela competência evolutiva e adaptação. A família é o 1º lugar de qualquer educação. Em todos os níveis de escolaridade, são os sistemas educativos que fornecem a capacidade de continuar a aprender. Desafio: acesso universal a educação básica de qualidade contínua, para que todos saibam compreender o mundo em que vivem. No ensino secundário de acordo com o desejo e aptidão, o aluno deve decidir os caminhos para o sucesso, e a escola deve diversificar os percursos para a diversidade de talentos. Sistema de alternância: dar aos adolescentes meios para enfrentar realidades sociais e profissionais para o conhecimento de fraquezas e potencialidades, favorecendo o amadurecimento pessoal. P R O F . M . K A O R O S . S A N T O S / k a o r o s a n @ g m a i l . c o m Página 7 BIBLIOGRAFIA 06 HARGREAVES, Andy. O ensino na sociedade do conhecimento: educação na era da insegurança. Porto Alegre: Artmed,2003. TEMÁTICA B EDUCAÇÃO AFIRMAÇÕES E CONCEITOS Livro baseado em pesquisas realizadas nos EUA e Canadá, com enfoque na natureza, impacto da aprendizagem e desenvolvimento profissional. Atualmente uma reforma educacional ampla é interessante, pois políticas, práticas e pesquisa caminham juntas e tentam um intercâmbio. Considera-se a sociedade atual como a sociedade do conhecimento, onde se estimulam a criatividade e a inventividade, logo as escolas deverão focar o processo de ensino/aprendizagem nestas características. O professor deve gerar habilidades e capacidades necessárias ao trabalho, relacionado à construção e inovação contínua para a prosperidade econômica e deve lutar contra males da sociedade, como a desigualdade social. Na Revolução Industrial o trabalho migrou do campo para a cidade, resultando em superpopulação e miséria urbana, mas direcionando recursos para instituição da vida e do espaço público (escolas, bibliotecas, parques, etc.) e para a iniciativa privada (aumentando despesas dos consumidores e governo, além da especulação nos mercados de ações), colocando em risco instituições, como a educação. Deveríamos obter o máximo e investir nos professores, pois preparam as crianças para a sociedade. Mas o salário está se reduzindo e a profissão sendo desvalorizada.Logo após a 2ª Guerra Mundial, houve uma grande demanda por professores, existia um orgulho em exercer a profissão e um grande reconhecimento(com autonomia, elevados salários e status). Pouco se inovou daquele tempo até hoje(ainda vemos ações tradicionais). Países pobres não desfrutaram da riqueza econômica mundial, a ajuda foi encaminhada para a ampliação da alfabetização, educação básica e ensino médio(para o desenvolvimento econômico), porém os recursos foram limitados, resultando em baixos salários e desqualificação docente.Na década de 90 observou-se em muitos países o esgotamento de muitos professores, que tinham em média 40 anos, inclusive no Japão.Atualmente conhecimento, criatividade e inventividade são ligados a tudo.Deve-se ensinar para a inventividade, aliando a esfera técnico/científica e educacional ampliada e formas complexas de informação e conhecimento numa economia baseada em serviços, além de transformar empresas para promoverem a inovação. Ensino para além da sociedade do conhecimento: significa desenvolver valores e emoções, ressaltar a aprendizagem emocional na mesma medida da cognitiva, com compromissos perante a coletividade, cultivar uma identidade cosmopolita, com tolerância as diferenças e responsabilidade com grupos excluídos. Os professores devem se comprometer com a aprendizagem profissional, ter um grupo de trabalho para longo prazo e ensinar em diferentes contexto e países. A sociedade do conhecimento é do entretenimento, onde o consumidor é o centro. Ensinar para além do conhecimento é resgatar e reabilitar o ensino como vocação sagrada, com uma missão social atrativa. O fim da inventividade: a reforma até agora realizada não preparou as pessoas para a economia e nem para a vida pública para além dela. Padrões Curriculares são vulneráveisa uma padronização insensível a realidade, degradando a graduação e gerando o fracasso e a frustração docente. A sociedade do conhecimento prepara para a prosperidade econômica, mas restringe a interações de grupos ao mundo do trabalho em equipes temporárias, direciona o desejo das pessoas para o consumismo/entretenimento, distanciando as interações sociais. Ensinar estritamente para além da sociedade do conhecimento favorece a solidariedade, desenvolve o caráter e constrói a identidade cosmopolita, mas desprepara para a economia, favorecendo a exclusão. Professores e outros devem se dedicar para unir o ensinamento para a sociedade do conhecimento e para além dela. Melhoras com metas em disciplinas, com enfoques exagerados na alfabetização e cálculos reduzem a relação interdisciplinar. Reforma padronizada gera professores padronizados e monitorados, causando insatisfação e perda da autonomia, flexibilidade, criatividade... os professores lutam solitários e vão perdendo o amor pela docência. Escola da sociedade do conhecimento: promove equipes envolvidas nas suas diretrizes, utiliza tecnologias para a aprendizagem e envolve os pais. Análises feitas fora dos países da América do Norte mostraram que as escolas que passaram por um sistema educacional padronizado, necessitaram ir além para atrair professores e manter profissionais capacitados. Escolas de países pobres sofrem intervenções microgestadas na alfabetização e aritmética, desenvolvendo o modelo de seitas de treinamento para o desempenho, dando apoio para ações prescritivas em áreas básicas do currículo, demandando benevolência profissional. Quando se vai além da padronização, pode- se aparecer o risco de um sistema de divisão no desenvolvimento profissional, privilegiando bens sucedidos por participarem da comunidade profissional, enquanto pobres são submetidos ao treinamento de desempenho sectário. Deve-se: oferecer a todos a comunidade profissional, dando fim à pobreza educacional e social retrógrada; fortalecer os relacionamentos; trabalhar com pais e sindicatos e reconhecer diferenças entre professores e escolas, para desenvolverem caminhos distintos de desenvolvimento. P R O F . M . K A O R O S . S A N T O S / k a o r o s a n @ g m a i l . c o m Página 8 BIBLIOGRAFIA 07 CASTRO, Maria Helena Guimarães de. Sistemas Nacionais de Avaliação e de Informações Educacionais. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v.14, n. 1, p.121-128, 2000. Disponível em: <http://www.seade.gov.br/produtos/spp/v14n01/v14n01-13.pdf> Acesso em: 26 jan. 2010. TEMÁTICA B EDUCAÇÃO AFIRMAÇÕES E CONCEITOS A estruturação de Sistemas Nacionais de Avaliação e de Informação possui papel estratégico na reformas educacionais em países como o Brasil. Estes sistemas são ferramentas para o planejamento, monitoramento e acompanhamento das políticas públicas para a tomada de decisões. Podem-se observar os avanços das reformas, quais são os acertos e correções a serem feitas e observar a transparência das informações (de acordo com a democracia: ampla disseminação de resultados e permanente prestação de contas a sociedade). Além do desenho de cenários, contribuindo para novas políticas e programas, reagindo às tendências de mudanças observadas. Para isso os sistemas precisam de bases de dados atualizados e confiáveis, metodologicamente estruturados em mecanismos ágeis e precisos para divulgação. Este artigo discute estes sistemas, que se iniciou em 1995, sob a coordenação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Estrutura do Sistema e seus componentes: o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb); o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Exame Nacional de Cursos (ENC), conhecido como “Provão”. Bases complementares de informação: Centro de Informações e Biblioteca em Educação (Cibec), que é um núcleo de informações educacionais, com ênfase na avaliação e estatística fornecidas pelo Inep, instituições nacionais e internacionais, permitindo a disseminação virtual e local. Os censos educacionais permitem o acompanhamento do setor educacional, abrangendo o Censo Escolar, o Censo do Ensino Superior e o Levantamento sobre Financiamento e Gasto da Educação, além dos Censos Especiais não periódicos, como o Censo do Professor. O Censo Escolar, de âmbito nacional, faz o levantamento de informações da Educação Básica (Educação infantil, ensino fundamenta e médio) e modalidades (ensino regular, educação especial e de jovens e adultos). É realizado em todas as unidades escolares públicas e privadas, com questionário padrão. Por este senso o Inep atualiza o Cadastro Nacional de Escolas, com informações de matrícula, movimento e rendimento dos alunos, além de informações das áreas técnica/administrativa e docente (por atuação e grau de formação). Censo do Ensino Superior: realizado pelo Inep com dados de matrículas de concluintes, inscrições nos vestibulares, ingresso por curso e área. Ainda com dados sobre as características dos professores. Anualmente com os resultados do Censo é publicada a Sinopse Estatística do Ensino Superior (graduação). A partir do Censo 2000, o questionário passou a abranger a pós-graduação. Todas as informações estão sendo vinculadas ao Sistema Integrado de Informação da Educação Superior (Sied-Sup), que possui objetivos como a criação de uma base única de informações, simplificação de processos, garantia de transparência, base para autorização de cursos e credenciamentos e geração de dados atuais e anuais apresentados pelas instituições por meio de censo e catálogo de cursos. O Cadastro Nacional de Instituições de Ensino Superior é atualizado com informações do Censo do Ensino Superior, do Diário Oficial da União, do Conselho Nacional de Educação e Conselhos Estaduais. Censos Especiais: realizados para o aprimoramento e preenchimento de lacunas. O Inep realiza estes levantamentos com a ajuda de outras instituições. Em 1997 realizou o primeiro Censo do Professor com amplitude nacional (índice de alcance expressivo de 90% dos docentes). O MEC demandou a realização desta pesquisa para se informar dos salários dos professores, relacionado com o nível de escolarização e tempo de serviço para orientar a implantação do Fundef. Este senso revelou profundas desigualdades regionais, tanto na qualificação quanto na remuneração. A realização de censos especiais permitirá incorporações ao sistema de informações educacionais de novas variáveis, completando o mapa da educação brasileira. Avaliações Educacionais: o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), O Exame Nacional de Cursos (ENC – “provão”); e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Por meio destes instrumentos o MEC assume as indicações da LDB, que estabelece a avaliação de rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior para a melhoria da qualidade e assegurar o processo nacional de avaliação das instituições de ensino superior. O Enem procura avaliar o desenvolvimento de competências e habilidades que se espera que o aluno apresente no final da escolaridade básica. Oferecendo uma avaliação individual para o prosseguimento dos estudos ou para inserção no mercado de trabalho, por isso o exame é voluntário. O ENC (provão) é obrigatório por lei para todos os estudantes que estão concluindo os cursos de graduação (avaliados anualmente). A classificação é de acordo com escala de cinco faixas de conceito (A, B, C, D e E), desde 1999 recebe-se as médias de alunos por faixa de desempenho. Este novo formato mostra a evolução média padronizada de cada curso e ainda o percentual desta evolução em comparação com o desempenho no exame anterior. Isto estimula a melhoria, a atualização, reestruturação do projeto pedagógico, a prática docente e a oferta de trabalho. Provocandoalterações na avaliação curricular de desempenho de alunos, com enfoque nas habilidades e competências durante a trajetória acadêmica. O Saeb fornece informações sobre o desempenho da educação básica no país, com objetivos de monitorar a qualidade, mostrar informações e a visão transparente das condições e processos de ensino. Os dados são levantados a cada dois anos, investigando o desempenho dos alunos, fatores socioeconômicos e contextuais (escola, gestão, professor e aluno). Desde 1995 é nacional, pode abranger as instituições públicas e privadas, sendo de caráter voluntário. Avalia as séries associadas ao final de cada ciclo: a 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e a 3ª série do ensino médio. Também são aplicados questionários a uma amostra de professores e diretores. Utiliza-se no Saeb grande quantidade de questões, para conferir maior validade curricular e contemplar amplitude maior de conteúdos e habilidades. Esta avaliação revela a distância entre o currículo proposto e o currículo ensinado. O Cibec apresenta os seguintes produtos: o Perfil Municipal da Educação Básica (PMBE), um aplicativo que informa sobre a situação socioeconômica e educacional brasileira, com informações de diversas instituições sobre grande número de municípios; o ProLEI é um aplicativo que possui toda a legislação federal, publicadas a partir de 1996 após a LDB, legislações anteriores podem ser visualizadas desde que de acordo com as norma em vigor. Este instrumento permite a pesquisa rápida e fácil, com a possibilidade de relacionar e correlacionar duas ou mais normas, identificando conexões entre elas. O Cibec ainda possui a Biblioteca Virtual da Educação (BVE), com um catálogo de links para um grande número de sites educacionais brasileiros e internacionais, com enfoque na avaliação e estatística educacional; a Bibliografia Brasileira de Educação (BBE) reúne artigos, estudos, ensaios e livros em diferentes temas da educação; e o Thesaurus Brasileiro de Educação – Brased é um mecanismo de localização de documentos e indexação, ferramenta ideal para bibliotecas. Desde a década de 90 o Brasil realizou progressos notáveis na avaliação e produção de informação educional, atualmente o país conta com um sistema moderno que possibilita monitorar as políticas e diagnosticar deficiências no ensino. Divulgar estas informações ajuda a qualificar a demanda, desencadeando uma dinâmica de transformação onde a sociedade torna-se o principal agente. P R O F . M . K A O R O S . S A N T O S / k a o r o s a n @ g m a i l . c o m Página 9 BIBLIOGRAFIA 08 CONTRERAS, José. A autonomia de professores. São Paulo: Cortez, 2002. TEMÁTICA C FORMAÇÃO DOCENTE AFIRMAÇÕES E CONCEITOS O objetivo deste trabalho é compreender o exercício da docência. Ocorre uma preocupação com a apropriação indiscriminada, banalizada e generalizada dos termos profissionalização e autonomia de professores. Autonomia perdida: o professor passa por um processo de proletarização. Modelos de professores: é buscada a autonomia profissional do docente (modelos: especialista técnico, profissional reflexivo e intelectual crítico). A autonomia e seu contexto: visão global do que se deve entender por autonomia do professor. Proletarização do professor: nas últimas décadas o professor vem tendo uma substituição progressiva de fatores que levam a perda de sua autonomia (proletarização); podendo levar a passagem dela para uma supervisão externa ao seu trabalho, levando o docente um papel de consumidor de pacotes de processos educativos (produzidos por especialistas fora da realidade escolar); o professor é destituído do seu papel singular no processo educativo. O conceito profissionalidade (desenvolvimento contínuo de competências necessárias a profissão) deve dar lugar ao termo profissionalismo (resgata o contexto das funções inerentes ao trabalho docente). A educação deve envolver a participação da sociedade nas decisões sobre o ensino. Aspectos da profissionalidade docente: obrigação moral, compromisso com a comunidade e competência profissional. Autonomia: construção permanente, no qual se equilibram muitos elementos, sendo descrita e justificada, mas não reduzida a uma definição auto-explicativa. Vem do processo democrático, que se constrói em conjunto com o social. O ensino obsoleto e estático não promove o progresso profissional. Deve ocorrer a descentralização dos currículos de forma democrática, em vista da real melhoria do ensino, e não troca de responsabilidades (que pode ser acompanhada com falsa autonomia docente). A escola não pode ser pautada em técnicas pré- determinadas, porque o processo educativo não é mensurável e previsível. O professor será autônomo quando a escola for e quando ambos forem idealizadores das práticas educativas, e não baseadas em receitas mágicas prescritas por especialistas. Esta obra destina-se ao entendimento da autonomia professoral para melhorar o processo educativo, onde o professor é fundamental. P R O F . M . K A O R O S . S A N T O S / k a o r o s a n @ g m a i l . c o m Página 10 BIBLIOGRAFIA 09 PERRENOUD, Philippe. 10 novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000. TEMÁTICA C FORMAÇÃO DOCENTE AFIRMAÇÕES E CONCEITOS A sociedade muda rápido, por isso deve-se preparar os docentes para a prática reflexiva (inovação/cooperação). Os eixos da renovação escolar são: individualizar e diversificar com ciclo de aprendizagem, diferenciar pedagogias, usar a avaliação formativa, conduzir projetos, trabalhar em equipe, ter o aluno com o centro da ação pedagógica, trabalhar com métodos ativos, promover problemas abertos a desafios, desenvolver competências e multiplicar conhecimentos (educar para cidadania). Competências: I- GESTÃO DAS SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM: dominar os conteúdos, com objetivos na aprendizagem, bem elaborados e com planejamento, ter a análise e avaliação estruturadas. Partir do conhecimento prévio do aluno, trabalhar a partir dos erros, aprender é recriar a compreensão do mundo e não memorizar! Planeje as seqüências didáticas; Promova o prazer em se aprender com pesquisas e projetos! II- ADMINISTRAR A PROGRESSÃO DE APRENDIZAGEM: elaborar situações-problemas para reflexão, desafios e conflitos, direcionando o aluno para a Zona de Desenvolvimento Proximal-ZDP (Vygotsky). Nas situações de aprendizagens cumulativas e formativas observar e avaliar! ; Faça análises constantes sobre competências (em favor dos alunos). III- DIVERSIFICAÇÃO: apóie alunos com dificuldades, promova a cooperação, a experiência individual é construída, não passada! E é treinada pela experiência e reflexão dela. IV- ENVOLVER NA APRENDIZAGEM: provoque o desejo em aprender, deve existir a relação saber e auto-avaliação, negociar sobre o respeito e o direito de aprender. Diversifique as atividades! Valorize o pessoal (cada aluno). V-EQUIPE: nos projetos, deve- se administrar os problemas gerais. VI- CONVOCAR A COMUNIDADE ESCOLAR: envolva todos, com domínio de competências para trabalhar em ciclos de aprendizagem (administração escolar). VII- ENVOLVER OS PAIS: promovendo debates, entrevistas e diálogos. VIII- USAR TECNOLOGIAS NOVAS: não ignore o progresso atual, use as ferramentas disponíveis (que são muito variadas). IX- DILEMAS E DEVERES ÉTICOS DA PROFISSÃO: a escola deve facilitar a aprendizagem, motive valores, princípios, identidade moral e cívica, etc. Cidadania é para o presente e não somente para o futuro. Combata a violência e os preconceitos em todas as suas formas. Promova a responsabilidade e justiça!Analise a relação pedagógica, a autoridade e a comunidade. X- ADMINISTRAÇÃO DA FORMAÇÃO CONTÍNUA: seja o seu próprio agente de formação, participandoda formação dos colegas. Considerações Finais: Busque a formação e atualização contínua, aumente os níveis de reflexão individual e coletiva, busque um ensino de qualidade para todos. P R O F . M . K A O R O S . S A N T O S / k a o r o s a n @ g m a i l . c o m Página 11 BIBLIOGRAFIA 10 TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002. TEMÁTICA C FORMAÇÃO DOCENTE AFIRMAÇÕES E CONCEITOS Com embasamento em variadas e distintas teorias, o livro se divide em dois temas centrais: o saber dos professores em seu trabalho e o saber dos professores em sua formação. O objetivo é entender que conhecimentos alicerçam o trabalho/formação dos docentes no ensino fundamental e médio. O processo metodológico foi baseado em questionamentos a professores sobre os saberes utilizados no trabalho cotidiano. Os saberes não são somente processos mentais, mas também um saber social, manifestado nas relações professor/aluno. O autor inova ao afirmar que o conhecimento do professor advém de várias estâncias, como família, escola de formação, cultura pessoal, universidade, dos colegas, dos cursos de formação continuada, etc. O professor é um ser personalizado, se constrói ao longo da vida e da carreira. A concepção de amplitude de saberes promove o entendimento da atuação profissional individual e coletiva na escola. Na construção de um projeto político pedagógico, cada professor insere sua individualidade, ampliando possibilidades e novos saberes. Considerar o conhecimento do trabalho do docente, seus saberes cotidianos; desconstruindo a idéia tradicional de que os professores são apenas transmissores de saberes. Deve-se unir a pesquisa ao ensino. Valorizar os professores e promover a formação continuada. O docente precisa repensar a própria formação acadêmica. As escolas são lugares de formação, inovação, experiência e desenvolvimento profissional, como também de pesquisa e reflexão crítica. O saber docente é plural, vindo da universidade, dos saberes das disciplinas, da escola e das experiências (trabalho cotidiano), exigindo do docente preparação para manipular saberes para sua prática. Mobilização de saberes: movimento, construção, renovação contínua, valorização de todos os saberes, ressaltando a intenção da totalidade de ser professor. O conhecimento não é construído fora da prática, pelo trabalho o homem modifica a si mesmo, as suas relações e busca a transformação de sua própria situação e da coletividade da qual pertence. Compreensão do trabalho docente: compara-se com o trabalho industrial, onde de não existe uma visão do geral, o trabalho é uma técnica,com tarefas de acordo com a necessidade, a indústria avalia como medida e não se compara com o processo educativo. P R O F . M . K A O R O S . S A N T O S / k a o r o s a n @ g m a i l . c o m Página 12 BIBLIOGRAFIA 11 COLL, César et al. O construtivismo na sala de aula. São Paulo: Ática, 2006. TEMÁTICA D APRENDIZAGEM/ALUNO/CONTEÚDO AFIRMAÇÕES E CONCEITOS Construtivismo não é receita, deve-se refletir a prática levando em conta os agentes educativos. Educação de qualidade não é só responsabilidade do professor, mas sim da direção, do material didático coletivo, da formação continuada e da participação dos pais. A escola é de atitude social e socializadora, onde são construídos o conhecimento individual e a interação social. Aprender é representar a realidade a partir da experiência e dos conhecimentos prévios; não é somente acumulação de conhecimentos, mas criação de significados próprios. O trabalho do professor no construtivismo é baseado na coletividade nos projetos didáticos e rotinas profissionais. Interesse e necessidade de saber movem a aprendizagem. Ao construir significados pessoais, criam-se o conceito que você tem de si mesmo (autoconceito) e a estima (autoestima) para o equilíbrio pessoal, que vão influenciar na construção do conhecimento e na relação social. Precisa-se entender como os alunos encaram os estudos, podendo classificar este enfrentamento em: enfoque profundo (quando existe interesse pelo que é estudado, articulando-se os conhecimentos prévios e experiências) e enfoque superficial (onde as tarefas são realizadas satisfatoriamente, levando em conta somente os direcionamentos do professor, algo não desejado). A visão de mundo do professor e sua auto-imagem influenciam seu trabalho e a relação com os alunos. Os aprendizes caracterizam representações do professor, entender estas relações é fundamental para motivar a construção do conhecimento, que deve basear-se na confiança e respeito mútuo. Nos conhecimentos prévios dos alunos e em suas experiências pessoais é que se constroem e reconstroem novos significados. Aspectos globais a serem observados: disposição e capacidade para a realização de tarefas. Os conhecimentos prévios são representações pessoais da realidade (que são parciais e particulares), entender os aspectos globais ajudam para um ensino coerente (deve-se conhecer o que se possui para construir o novo). A natureza ativa e construtiva do conhecimento ( afirmações sobre a aprendizagem): A- aprender (segundo professores tradicionais) é conhecer as respostas corretas para reforço positivo, onde os alunos são receptores passivos B- aprender é adquirir somente conhecimento relevantes, selecionados pelo professor (conhecimento é cópia e não significação pessoal). C- na aprendizagem construtivista o aluno é o centro do processo educativo (que aprende a aprender), auxiliar esta competência é função do docente Para isso é necessário planejar intencionalmente as atividades didáticas, com diferentes dimensões do saber: procedimental (como fazer), conceitual (o que é) e atitudinal (o que se espera que se faça com o conhecimento). Ensinar é criar zonas de desenvolvimento proximal – ZDP e nelas intervir: ensinar é ajudar na aprendizagem. Ajuda ajustada - AA: a construção do conhecimento deve-se ajustar ao processo de construção, considerando-se os conhecimentos prévios (promovendo desafios). A ZDP (Vygotsky): interações sociais originam aprendizagem e desenvolvimento humano. A ZDP é uma ajuda realizada por outros para a realização de determinada tarefa, sem a qual a pessoa que aprende não realizaria a tarefa individualmente. Para os dois conceitos (AA e ZDP) indicam-se: atividades significativas, participação de todos em diferentes atividades e níveis, trabalhar relações efetivas/emocionais, ajustar atividades, promover o aprofundamento autônomo de conhecimentos, relacionar saberes prévios aos novos conteúdos, usar linguagem clara e objetiva e trabalhar(contextualizar) a experiência. Enfoques didáticos: tudo que é trabalhado carece do determinante ideológico, que dá base para o trabalho docente. Levar em conta a natureza conceitual, atitudinal e procedimental é importante. A aprendizagem no construtivismo é a construção pessoal com o auxílio de outras pessoas para a realização autônoma. Seqüências didáticas também auxiliam na prática educativa. A avaliação deve entender os elementos afetivos e relacionais, os resultados devem ter caráter sempre parcial (pela complexidade e diversificação). Avaliações privilegiadas consideram a dinâmica dos processos de construção do saber. A avaliação deve estabelecer uma conexão com o planejamento didático e o currículo escolar. P R O F . M . K A O R O S . S A N T O S / k a o r o s a n @ g m a i l . c o m Página 13 BIBLIOGRAFIA 12 LERNER, Délia. Ler e escrever na escola: o real, o possível, o necessário. Porto Alegre: Artmed, 2002. TEMÁTICA D APRENDIZAGEM/ALUNO/CONTEÚDO AFIRMAÇÕES E CONCEITOS O objetivo éformar alunos praticantes da cultura escrita e direcionar as práticas de leitura e escrita como práticas sociais. Precisamos formar uma comunidade de leitores e escritores. É preciso mudar o processo de democratização do saber e a função de reproduzir a ordem social estabelecida. As funções de ler e escrever na escola são diferentes fora dela (não há função social real). Aprendizagem significativa é igual à interação entre propósitos didáticos e comunicativos de aspectos compreensíveis da avaliação. Os conhecimento e estratégias que as crianças podem ou não realizar são determinados pelos direitos e deveres entre professores e alunos. O aluno pouco pode se auto-avaliar na correção de sua leitura e escrita porque o professor faz isto em sua avaliação. O possível é unir propósitos da escola aos propósitos educativos da formação de leitores e escritores, dando condições didáticas favoráveis a uma versão escolar mais próxima da versão social dessas práticas. É necessário elaborar um projeto curricular, articular objetivos didáticos e comunicativos (projetos de produção/interpretação) e compartilhar a função avaliadora. Para transformar o ensino de leitura e escrita é preciso de práticas mais significativas. Devem-se formar praticantes de leitura e escrita e não apenas decifradores. Precisa-se de leitores com opinião própria, pessoas que busquem os diversos caminhos que a leitura oferece, para serem solidários e admirarem a qualidade literária. Formar escritores (que saibam informar-se por escrito, com os demais e com si mesmo). Ter padrão de língua compatível com o tipo de posição social. Que as crianças trabalhem com escritos diversificados que circulam na sociedade. Que a escrita deixe de ser objeto de avaliação para se tornar de ensino. Que escrever seja um instrumento de raciocínio para organizar o conhecimento. O desafio é combater a discriminação e unir esforços para a alfabetização de todos os alunos, para o crescimento pessoal. A tensão contraditória entre a rotina repetitiva e a moda é um obstáculo para a mudança. A capacitação qualitativa do docente e da escola promoverá a verdadeira mudança. Será preciso estudar mecanismos que impedem práticas sociais da leitura e escrita. Contrato didático: é a responsabilidade de professores e alunos com o processo de ensino/aprendizagem. Os objetivos devem ser por ciclos para diminuir a fragmentação do saber; deve-se dar maior importância aos objetivos mais gerais do que os específicos; evitar correspondências termo a termo de objetivos e atividades. Apropriação e desenvolvimento da escrita devem se unir. A escola é o ambiente da comunidade leitora e escritora, que precisa considerar o conhecimento didático. Os documentos curriculares devem aliar o ensino com a possibilidade de a pessoa atribuir sentido a esse saber; não devem caracterizar documentos prescritivos. Objetiva-se formar cidadãos da cultura escrita, que deve ter um propósito, que nasce interpolada nas relações sociais. Ler e escrever são conteúdo e não tarefas. Comportamento leitor: explanar, recomendar, discutir, etc. Comportamento escritor: planejar, revisar, textualizar. A unidade escolar precisa mostrar a leitura em suas diferentes funções. A leitura é um objetivo didático e comunicativo, para o aluno usar no futuro, em situações não-didáticas e de sua perspectiva... Como trabalhar isto? Através de projetos que articulem a aprendizagem a função real para os alunos. Ler é: definir um problema prático, informar assuntos interessantes, escrever ou produzir texto, buscar informações específicas, escolher gêneros literários, etc. Tempo/conteúdo/atividade: é preciso ter flexibilidade na duração das situações didáticas. Práticas sociais de leitura e escrita são mais eficazes: nos projetos, atividades habituais, seqüências de atividades e situações independentes (ocasionais ou sistematizadas). Avaliar é fundamental, mas evite a pressão. O professor é exemplo e deve orientar (dicas, indicações). É possível ler na escola se houver qualidade na gestão do tempo didático, conciliar avaliação com prioridades de ensino e organizar as responsabilidades de alunos e docentes com relação à leitura. Formando leitores autônomos, com uma leitura significativa que interaja com pais, professores e alunos. Capacitação dos professores: conhecimentos didáticos específicos e reflexão sobre a prática. Saber didático: produto da relação entre o ensino e aprendizagem, com investigação rigorosa do funcionamento das situações didáticas. Registros feitos pelos professores são fundamentais ao conhecimento didático, quando o objeto de reflexão pode levar a mudança. P R O F . M . K A O R O S . S A N T O S / k a o r o s a n @ g m a i l . c o m Página 14 BIBLIOGRAFIA 13 MARZANO, Robert J.; PICKERING, Debra J.; POLLOCK, Jane E. O ensino que funciona: estratégias baseadas em evidências para melhorar o desempenho dos alunos. Porto Alegre: Artmed, 2008. TEMÁTICA D APRENDIZAGEM/ALUNO/CONTEÚDO AFIRMAÇÕES E CONCEITOS Defende-se que o fator de aprendizagem do aluno é o professor, citando Sanders et. al.(1994) que afirma que mudar o professor ajuda mais a educação e que docentes eficazes são bons em todos os níveis. Marzano e outros atestam que seus estudos foram baseados em pesquisas, mostrando os resultados a seguir. Identificação de semelhanças e diferenças (centro da aprendizagem): destacam-se quatro generalizações, I- Identificação explícita de semelhanças e diferenças, II- Identificação independente, III- Representação gráfica ou simbólica de semelhanças e diferenças e IV- Identificação de semelhanças e diferenças de várias maneiras. Atividades eficazes nesta questão são baseadas em: A - Semelhanças e diferenças entre coisas e idéias (por alunos ou com o professor), B- Agrupamento de acordo com semelhanças nas características, C- Criação de metáforas (itens conectados por um relacionamento abstrato [Ex: O amor é uma rosa]) e D- Criação de analogias (ajudam a entender como coisas aparentemente diferentes são semelhantes [Ex: Comparação entre funções de células e cidades]). Resumo e Anotações: resumir é eliminar, substituir e manter coisas. Deve-se eliminar o desnecessário, o redundante e trocar termos genéricos por específicos; selecionar uma sentença principal ou inventá-la, o professor deve ensinar como se faz um resumo. Estruturas de resumos: narrativa (comum na ficção, com personagens, ambientes, evento inicial, etc.); tema-restrição-ilustração (visto em material expositivo); de definição (descrição de conceitos, com tema, conjunto, características gerais, etc.); argumentação (defende uma declaração, com apoio, evidência, etc.); estrutura do problema e solução ( levam a um problema e direcionam para uma ou mais soluções) e da conversa ( diálogo com saudações, perguntas e discussão). Ensino recíproco: I- pedir que o aluno resuma texto lido com dicas do professor, II- questionar os alunos sobre o texto; III- esclarecer pontos confusos e IV- prever o que ocorrerá durante a leitura. Anotações: anotar está ligado a resumir; generalizações orientam sobre anotações, anotar palavra por palavra não é eficaz; anotações são trabalhos em andamento e guiam para o estudo. Quanto mais o aluno anota melhor é o seu desempenho. Proporcione reconhecimento: nem sempre recompensas são negativas, podem ser eficazes para atingir padrão de desempenho. Premiar aluno por ter feito determinada tarefa não melhora a motivação, o reconhecimento simbólico é melhor. Lição de casa e prática: a quantidade deve ser diferente nos diferentes níveis (Ensino fundamental e médio). Os pais devem se envolver o mínimo possível. Os objetivos da lição de casa são: prática (treinar atividade para que se tenha familiaridade) e elaboração (prepararo aluno para novo conteúdo). Professor: a lição de casa deve ser comentada, conceituada e anotada, a comunicação deve ser clara para evitar conflitos (famíliaXprofessorXaluno) , deve ainda ter objetivo e resultado para proporcionar feedback (resposta a estímulos). Teorias relacionadas a prática: para ser hábil é preciso ter uma boa quantidade de prática específica. Representações não-lingüísticas (modelos, gráficos, desenhos, etc.): auxiliam a lembrar do conhecimento. Aprendizagem cooperativa: a sensação de trabalho coletivo promove ajuda e comemoração do sucesso, responsabilidade geral, relação eficiente e reflexão para melhoria. A estrutura: organização em grupo com base em competência, homo e heterogeneidade. Os grupos devem ser pequenos e as ações devem ser sistematizadas. Os critérios são: idade, habilidade, interesse, etc. Objetivos e feedbacks: objetivos são direções para a aprendizagem a curto, médio e longo prazo. Induzem ao enfoque, mas não devem ser muito específicos. Os alunos devem personalizar os objetivos do professor (devem ser flexíveis). O feedback é a melhor maneira de conhecer o desempenho, pode ser corretivo(explicar ao aluno, é oportuno após atividade), específico a um critério e os alunos também podem verificar o seus feedbacks .O feedback pode ser feito de roteiros gerais para uma resposta de determinada habilidade ou saber. Gerar e testar hipóteses: o pensamento dedutivo usa uma regra geral para a previsão futura, já o pensamento indutivo parte da extração de novas conclusões com base em informações. Professores: pedir para que os alunos expliquem suas hipóteses (de preferência por escrito). Teste de hipóteses: I- propósito do sistema, II- descrição das partes que se afetam, III- formulação de hipóteses, IV- teste. Resolução de problemas: I- identificar objetivo, II- verificar diferentes soluções, III- Experimentar; IV- Explicar ou testar hipóteses. Investigação histórica: I- descrição de evento histórico, II- investigar o que é e o que não é sabido, III- ter critério hipotético. Invenção: descreva, verifique padrões específicos, formule hipótese e crie a invenção. Investigação experimental: descrição, aplicação de teoria e regras observadas, geração de hipóteses, experimentação e resultado (verificação de hipótese correta). Tomada de decisão: Descrição de decisões e alternativas, identificação de critérios, avaliação, atribuição de pontuação, escolha de alternativa com pontuação mais elevada e determinar se é preciso mudar pontuações. Pistas: dar pistas ajudam os aluno a usar o que já sabem sobre o tema. Elas devem se concentrar no que é essencial; perguntas de nível superior geram aprendizagens mais profundas, esperar antes de aceitar as respostas dos alunos aumentam profundidades das respostas, as perguntas são mais efetivas quando baseada em uma experiência de aprendizagem. Pistas explícitas que completam informações resultam em análise crítica. Organizadores avançados: materiais introdutórios que embasam o que se sabe e o que se precisa saber. Pistas e perguntas nos organizadores avançados: focar em perguntas fundamentais, de nível superior. Organizadores avançados são mais úteis quando organizados e provocam resultados distintos. Tipos de organizadores avançados: expositivos (descrevem conteúdos), narrativos (em forma de histórias), e skimming (passar os olhos): ler o texto superficialmente, lendo algumas frases e reconhecendo palavras e expressões que são dicas sobre o texto, não se precisando ler o conteúdo na íntegra. P R O F . M . K A O R O S . S A N T O S / k a o r o s a n @ g m a i l . c o m Página 15 BIBLIOGRAFIA 14 CHRISPINO, Álvaro. Gestão do conflito escolar: da classificação dos conflitos aos modelos de mediação. Ensaio: aval.pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 15, n. 54, p. 11-28, jan./mar. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v15n54/a02v1554.pdf>. Acesso em: 26 jan. 2010 TEMÁTICA D APRENDIZAGEM/ALUNO/CONTEÚDO AFIRMAÇÕES E CONCEITOS O trabalho mostra a importância que o jovem atribui a educação, à escola e ao professor e a preocupação com a violência. Com discussão dos conceitos de conflito e conflito escolar, apresentando inúmeras classificações para embasar o entendimento da problemática. Os episódios violentos são assuntos de grande repercussão nos debates sobre a educação brasileira. Os bons docentes vêm deixando a profissão devido à desvalorização generalizada da classe, devido à ineficácia dos sistemas de gestão e recursos reduzidos. É citada uma pesquisa do IBOPE, com o título: O jovem, a sociedade e a ética, com opiniões de jovens entre 14 e 18 anos, com os seguintes resultados: identifica-se a violência como o maior problema da sociedade atual; as instituições consideradas mais importantes são a família e a escola; os professores e as escolas lideram o índice de confiança; os jovens desejam limites próprios à juventude e ainda julgam que a disciplina rígida, a criatividade e o diálogo constituem características de uma boa escola. Conflito: opinião divergente ou modo diferente de interpretar algum acontecimento. Conflitos existem na infância, na adolescência e continuam na vida adulta, como o conflito intrapessoal (ir/não ir, fazer/não fazer) e o interpessoal (brigas de vizinho, separação familiar). O conflito é inerente a vida em sociedade e se origina das diferenças de interesse, desejos e aspirações. Só percebemos os conflitos quando notamos suas manifestações violentas. Mas se ocorreram ações violentas, já existiam divergências, que não sabíamos ou que não fomos preparados para identificar. Quando vemos estas manifestações, tratamos de coibir, não levando em conta que problemas mal resolvidos se repetem. No universo escolar ocorrem divergências de opinião entre todos os atores, sendo uma causa objetiva de conflitos, outra causa é dificuldade de comunicação (de estabelecer o diálogo). A massificação da educação garantiu grande acesso a educação, porém trouxe alunos com perfis que a escola não estava preparada para absorver. O conjunto de diferenças causa conflitos, quando não trabalhados geram violência (considerada por este trabalho a causa principal da violência escolar). Ocorre conflito entre professores e alunos, pois possuem valores e ações diferentes ao mesmo ato. Quanto mais diversificados os perfis de professores e alunos maiores serão as possibilidade de conflitos. É um mito dizer que o conflito é ruim, pois este começa a ser encarado como uma manifestação natural e assim necessária as relações sociais. O conflito é inevitável, não se pode acabar com seus motivos, porque traz vantagens como: regulador de relações, promovedor da empatia, de reconhecimento das diferenças, identificação com posições, identificação de percepções diferentes, racionaliza estratégias de competência e cooperação e mostra que a controvérsia é uma chance de crescimento e amadurecimento social. Outro mito é que o conflito está sendo superado, ele é uma amostra democrática que o garante e o sustenta. A ordem e o conflito resultam das interações humanas, a ordem é uma normatização do conflito. Nem sempre nos damos conta da existência do conflito devida a sua regulação. Classificação dos conflitos: classificar é dar sentido e costuma ter hierarquia, estabelecendo relações de pertencimento. Cita-se More (1998), onde classifica os conflitos em: estruturais (padrões, distribuição, autoridade e fatores), de valor (critérios diferentes, objetivos, estilo de vida, ideologia e religião), de relacionamento (emoções, percepções, comunicações dificultosas, comportamento negativo), de interesse (competições e interesses) e quanto aos dados (relativos a informações, pontos de vista, interpretações e avaliações). Mostra-se ainda concepções de Deutsch (apud MARTINEZZAMPA, 2004) classificando os conflitos em seis tipos: verídicos, contingentes (que dependem de circunstâncias), descentralizados, mal distribuídos, latentes(origem não se exterioriza) e falsos(má interpretação/percepção equivocada). Além da caracterização de conflitos de Redorta (2004): de recursos escassos; de poder; de auto-estima; de valores (crenças), de estrutura (soluções de longo prazo, além da possibilidade pessoal); de identidade; de norma; expectativas (não se cumpriu o que se esperava dos outros); de inadaptação (mudanças que causam tensões); de informação (que se entendeu de forma errada); de interesse (contrários aos dos outros); de atribuição (não assumir a culpa); de relações pessoais (desentendimentos); de inibição (soluções dependem dos outros) e de legitimação (quando o outro não está autorizado a atuar). As escolas podem encarar o conflito como um instrumento de crescimento ou um problema grave que deve ser abafado. Considera-se que os conflitos identificados pelos professores como importantes e freqüentes são aqueles que ocorrem entre seus colegas e diretores, e em segundo os conflitos entre alunos. Conflitos educacionais ou entre a comunidade educacional, segundo Martinez Zampa (2005): da pluralidade de pertencimento (docentes de diferentes escolas e níveis de ensino); do projeto institucional (com diferentes posições); do projeto educativo (com divergências); de autoridade formal e funcional (quando não há coincidência entre a autoridade formal (diretor) e da autoridade funcional (líder institucional). São citados inúmeros conflitos entre docentes, alunos e docentes, entre alunos, como também entre país, professores e gestores. Ocorre ainda a classificação de Nebot (2000) que divide os conflitos escolares em organizacionais (setoriais, salário e tipo de instituição); culturais(comunitários, raciais e identidades); pedagógicos (gestão do ensino) e de atores (grupos, familiares e individuais).Tecnologia social: capacidade da escola perceber o conflito e de reagir positivamente a ele. Mediação de conflito: participantes têm o auxílio de uma pessoa imparcial(mediador) que apresenta as questões em disputa para desenvolver opções e considerar alternativas para um acordo. Esta ação induz a tolerância, responsabilidade e iniciativa individual que pode contribuir para uma nova ordem social. A escola que nega o conflito poderá lidar com a violência e a instituição que valoriza o conflito aprendendo a trabalhar com ele, privilegia o diálogo e ouve as diferenças para melhor decidir. Pedir disciplina sem ensiná-la é ilógico.Discutir a mediação de conflito é valido.O autor cita várias vantagens em utilizar a mediação de conflito e ainda afirma que não há receita na mediação. Para finalizar expõe uma série de questões reflexivas sobre a mediação de conflito e ainda os motivos para realizá-la, como valorização do tempo, aprendizado de estratégias úteis, redução de estresse, aplicação com familiares e amigos, prevenção de drogas e satisfação em contribuir pela paz no mundo. P R O F . M . K A O R O S . S A N T O S / k a o r o s a n @ g m a i l . c o m Página 16 BIBLIOGRAFIA 15 BEAUDOIN, M.-N.; TAYLOR, M. Bullying e desrespeito: como acabar com essa cultura na escola. Porto Alegre: Artmed, 2006. TEMÁTICA D APRENDIZAGEM/ALUNO/CONTEÚDO AFIRMAÇÕES E CONCEITOS Bullying: formas de intimidações diretas ou indiretas, desde simples gozações até atos violentos, gerados pela incapacidade de lidar com a diferença. A obra é dividida em duas partes: I- Fundamentos teóricos e novas perspectivas para a investigação da questão do bullying e do desrespeito; II- Exemplos eficientes para contornar os efeitos dessas práticas. Ainda existe um complemento que contém cartas de professores e relatos de experiências com o bullying e o desrespeito. Para entender estes aspectos é preciso uma análise do contexto cultural e psíquicos que fazem com que o sujeito venha a desenvolver estas práticas. Incentivos a competições no ambiente escolar influenciam problemas relacionados ao desrespeito. Nas escolas dos sistemas capitalistas os alunos são vistos como produtos que podem ser constantemente melhorados para gerar maior produtividade, esta condição pode favorecer o aparecimento da prática do bullying. A cultura não se modifica de uma só vez, as práticas inovadoras devem proporcionar aos alunos uma reflexão sobre mudanças. Educadores: antes da rotulagem sobre alunos adequados e inadequados, deve-se atentar para a transformação sobre a percepção dos fatos, entendendo o contexto dos problemas considerados fora do padrão. A habilidade docente se encontra na formulação de perguntas úteis e a compaixão é olhar para a boa intenção, onde o indivíduo possa adotar ações mais respeitosas. Uma boa colaboração é diminuir o desequilíbrio de poder entre professores e alunos. E examinar as influências culturais que o indivíduo sofre em determinada circunstância. Exteriorização: problemas e ações indesejadas surgem de uma série de condições, que necessita da exteriorização para uma percepção do problema, diferenciando da identidade pessoal. Para evitar o bullying é necessário falar em respeito, pois o indivíduo pode saber o que é e não vivenciá-lo. Os educadores devem promover experiências respeitosas para que sejam significativas para a vida dos alunos. Para que as mudanças permaneçam é preciso entender os vários “eus” que formam uma pessoa e ainda compreender que a personalidade se forma nas experiências sociais. Evitar as práticas do bullying é promover a preferência pela identidade do “eu positivo”. O reconhecimento, a gratidão e a admiração tornam o ambiente escolar um local menos susceptível ao desrespeito. Professores: incentivem a colaboração e evitem a concorrência! Além de reservar um momento para a auto-reflexão. Escola: deve permitir o envolvimento da comunidade, valorizar as diferenças, mostrando que elas trazem aspectos positivos às experiências coletivas, devendo-se evitar as praticas adultistas (poder extremo dos adultos sobre as crianças). Enfatiza-se os projetos que envolvam atividades de diversão e expressão para um ambiente respeitoso e acolhedor. Trabalhando com os envolvidos no bullying: analisar o ambiente familiar, escolar e social. Reforçando o entendimento do contexto em que se encontra o sujeito e como este se vê nele. Se o educador promover a discussão das diferenças, sem que se imponha como o dono do poder e saber, o desrespeito e o bullying tenderão ao desaparecimento. P R O F . M . K A O R O S . S A N T O S / k a o r o s a n @ g m a i l . c o m Página 17 CONSIDERAÇÕES FINAIS Estes quadros são frutos da análise de resumos com extensões e complexidades variadas, onde se buscou atentar para as afirmações e conceitos. Podendo servir de complementação para os estudos das teorias ou base para uma visão propedêutica. Toda vez que se resume, corre-se o risco da exposição a generalizações, que podem não mostrar com clareza os objetivos dos autores, logo se algum colega identificar esta possibilidade favor informar para correção e atualização. É prudente observar que as idéias sintetizadas podem muitas vezes não ter ligação e mesmo assim estarem unidas na mesma linha (por questão do layout da tabela), atenção na interpretação. Por fim, tenho apenas que desejar bom concurso a todos, porque boa sorte são para aqueles que não se prepararam. Minha intenção é de somar nessa classe dividida. Espero ter ajudado. M. Kaoro ESTÁ AUTORIZADO O USO DESTE CONTEÚDO SEM FINS ECONÔMINOS
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