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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO __º JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE NITERÓI DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. ENRICO, brasileiro, solteiro, engenheiro, Rg nº 000000000 e inscrita sob o CPF nº 000.111.222.-33, rua dos Girassóis, 877 na cidade de Niterói - RJ, por meio de seus procuradores signatários, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, oferecer QUEIXA-CRIME Ação que move contra HELENA, brasileira, solteira, dentista, Rg nº 111111111 e inscrita sob o CPF nº 111.222.333-44, rua dos Girassóis, 877 na cidade de Niterói - RJ, pelos motivos a seguir expostos: DOS FATOS: Enrico, ora querelante, planejou festejar seu aniversário, que ocorrera no dia 19 de dezembro de 2014, em uma conhecida churrascaria localizada nesta cidade. Desta forma, cnvidou seus amigos por meio de uma rede social, “FACEBOOK”. Ocorre excelência que Helena, ora querelada, sua ex-namorada e vizinha, faz parte de seus adicionados na referida rede social do querelante, meio pelo qual a querelada soube da comemoração do aniversário. Por motivos estranhos ao conhecimento de Enrico e com vontade explicita de ofende-lo, Helena, por meio de seu computador, publicou a seguinte mensagem no perfil de Enrico: “ele trabalha todo dia embriagado! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo”. Enrico, que estava em seu apartamento na companhia de seus amigos Carlos, Miguel e Ramirez, conectado à rede social por meio de seu tablet, abalou-se ao ver a referida mensagem altamente ofensiva postada em sua página do facebook. Desta forma, a repercussão desta mensagem causou um enorme abalo emocional em Enrico, de tal modo que, de tão constrangido pela situação ocorrida, cancelou sua festa de aniversário. Por tamanho dano à sua honra, o querelante instaurou inquérito policial para maiores averiguações. DO DIREITO: Esta ação deve prosperar, com fundamento legal no artigo 30 do Código de Processo Penal e no artigo 100, parágrafo 2º do Código Penal. Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada. Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) [...] § 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo Desta forma, cumprindo todos os requisitos de admissibilidade. Quanto ao objeto da ação, dispõe o artigo. 139º, caput, do Código Penal: “Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo a sua reputação: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 ano, e multa. ” De acordo com o referido artigo, a simples imputação de fato, verídico ou não, que venha a causar danos em relação a honra do sujeito a quem o fato diz respeito, constitui crime de pequeno potencial ofensivo, ou seja, crimes em que a pena máxima, em abstrato, não ultrapasse 2 anos, estabelecendo-se, assim, o Juizado Especial Criminal competente para julgar esta ação, conforme disposto na Lei 9099/95 em seu artigo 61. “Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.” Analisando-se o caso em tela, não resta dúvidas de que a querelada, por meio de mensagem ofensiva enviada através do FACEBOOK, abalou a honra e o respeito do querelante, acusando-lhe de ter praticado atos que desabonaram sua própria imagem. O Código Penal dispõe, ainda, em seu artigo 141, inciso III:
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