Buscar

Gabarito AP1 Patrimonio Cultural 2018.1 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH 
Licenciatura em História - EAD 
UNIRIO/CEDERJ 
 
GABARITO 
PRIMEIRA AVALIAÇÃO PRESENCIAL 2018-1 
DISCIPLINA: PATRIMÔNIO CULTURAL 
COORDENAÇÃO: MÁRCIA CHUVA 
QUESTÃO	1	(2,0)	
O	 conceito	 de	 patrimônio	 cultural	 deriva,	 de	 um	 lado,	 da	 noção	 de	 monumento	
histórico	 e,	 de	 outro	 lado,	 da	 prática	 do	 colecionismo.	 Apoiando-se	 no	 material	
didático,	 descreva	 as	 origens	 da	 noção	 de	 patrimônio,	 considerando	 as	 diferenças	
entre	essas	duas	origens.	
Resposta:	
Temos	 duas	 origens	 para	 a	 noção	 de	 patrimônio	 como	 a	
entendemos	 hoje,	 uma	 relacionada	 a	 monumentos	 históricos,	 outra	 à	
prática	 de	 guarda	 de	 objetos.	 As	 duas	 aproximam-se,	 embora	 de	 forma	
diferenciada	na	 relação	de	 distanciamento	 com	o	 passado	 e	 na	 busca	 de	
construção	 de	 identidades	 nacionais.	 A	 segunda	 origem	 reside	 na	 prática	
de	 montar	 coleções.	 Esta	 prática,	 que	 ficou	 conhecida	 pelo	 termo	
colecionismo	baseia-se	na	 ideia	de	que	determinados	bens,	mesmo	 tendo	
perdido	seu	valor	de	uso,	ganhavam	ou	mantinham	de	alguma	forma	um	
significado.	 Estas	 ações	 colecionistas,	 a	 partir	 do	 século	 XIX,	 se	
desenvolveram	 no	 sentido	 de	 reunir	 bens	 que	 representassem	
determinadas	nações,	especialmente	na	 forma	de	bibliotecas	e	museus,	o	
que	as	 torna	mais	 próximas	da	 concepção	 contemporânea	de	patrimônio	
cultural.	
	
	
QUESTÃO	2	(4,0)	
O	Decreto-lei	25/1937	criou	o	 tombamento	como	principal	 instrumento	de	proteção	
do	patrimônio	histórico	e	artístico	nacional	no	Brasil.		
a) Apresente	as	principais	características	desse	 instrumento	e	seus	efeitos	sobre	
os	bens	culturais	por	ele	protegidos.	
b) Descreva	o	perfil	 dos	bens	protegidos	pelo	 tombamento,	 em	nível	 federal	no	
Brasil,	até	os	anos	1960,	tal	como	trabalhado	por	Silvana	Rubino	em	O	mapa	do	
Brasil	 Passado	 (publicado	 na	 Revista	 do	 Patrimônio	 Histórico	 e	 Artístico	
Nacional,	n.	24,	1996).	
Resposta:	
O	Decreto-Lei	25	de	1937,	em	vigor	até	hoje,	institui	o	instrumento	do	
tombamento	 e	 foi	 utilizado	 pelas	 instâncias	 de	 poder	 como	 principal	
instrumento	 legal	 de	 proteção	 do	 patrimônio	 cultural	 no	 Brasil.	 Ele	 dá	 ao	
Estado	 a	 tutela	 do	 Patrimônio	 Histórico	 e	 Artístico	 Nacional,	 impõe	 limites	 à	
propriedade	 privada	 ou	 pública,	 proibindo	 sua	 demolição	 ou	 reforma	 sem	 as	
devidas	 autorizações.	 Sua	 ação	 sobre	 a	 propriedade	 é	 limitada	 permitindo	
ainda	a	comercialização.	Exige	a	 integridade	e	conservação	do	bem	tombado,	
mas	 impõe	 ao	 Estado	 também	 responsabilidades,	 dando	 poder	 de	 polícia	
administrativa	 para	 fiscalizar	 os	 bens.	 Este	 direito	 baseia-se	 no	 princípio	 do	
"interesse	coletivo".	
Silvana	Rubino	afirma	que	os	tombamentos	realizados	pelo	SPHAN	nas	
primeiras	 décadas	 de	 atuação	 podem	 ser	 lidos	 como	 uma	 busca	 de	
“descobrimento”	 do	 Brasil.	 Institui-se,	 neste	 sentido,	 uma	 específica	
perspectiva	de	patrimônio	que	se	tornou	hegemônica,	sendo	o	tombamento	o	
principal	 instrumento.	 Naquele	 momento,	 a	 tarefa	 de	 criar	 uma	 instituição	
moderna,	 com	 técnicos	 profissionais,	 colocou-se	 como	 um	 desafio	 de	 definir	
objetivamente	 um	 sentido	 para	 a	 definição	 do	 passado	 no	 Brasil.	 As	 raízes	
portuguesas	 coloniais	 foram	 privilegiadas	 e	 uma	 noção	 de	 patrimônio	
fortemente	 marcada	 pela	 arquitetura	 ganhou	 destaque.	 Notabilizou-se	 a	
expressão	 “pedra	 e	 cal”	 para	 caracterizar	 este	 momento	 do	 processo	 de	
preservação	do	patrimônio	no	Brasil,	na	representação	de	uma	nacionalidade.	
Este	momento,	 também	 visto	 como	 de	 institucionalização	 da	 preservação	 do	
patrimônio	 cultural	 no	 Brasil,	 foi	 fortemente	 influenciado	 pelo	 contexto	 de	
modernização	da	década	de	1920	e	pela	concepção	de	modernidade	de	então,	
de	intelectuais	que	buscavam	entender	o	Brasil.	Buscava-se	uma	feição	própria	
para	o	Brasil	em	oposição	às	 influências	estrangeiras	dominantes	na	primeira	
República.	 O	 grupo	 de	 intelectuais	 que	 atuou	 no	 SPHAN,	 inicialmente	 esteve	
ligado	 ao	 modernismo	 no	 campo	 literário	 e	 arquitetônico,	 como	 Mário	 de	
Andrade	e	Lucio	Costa,	e	por	isso	eram	eles	não	apenas	zeladores	do	passado	
cultural	mas	também	construtores	de	formas	revolucionárias	nas	artes.	
	
QUESTÃO	3	(4,0)	
Com	base	no	artigo	Base	para	novas	políticas	de	patrimônio	de	Maria	Cecília	Londres	
Fonseca	 e	no	material	 didático,	 estabeleça	uma	 relação	entre	 a	 noção	de	 referência	
cultural	e	a	noção	de	patrimônio	imaterial,	para:		
a) Apontar	os	diferentes	momentos	em	que	as	categorias	de	“referência	cultural”	
e	 “patrimônio	 imaterial”	 foram	 introduzidas	 no	 campo	 das	 políticas	 de	
patrimônio	no	Brasil.	
b) Descreva	 as	 duas	 categorias,	 indicando	 pelo	 menos	 dois	 aspectos	 que	 as	
distinguem.	
Resposta: 
A	noção	de	 referência	 cultural	 forjada	pelo	Centro	Nacional	 de	Referência	
Cultural	coloca	em	foco	os	novos	sujeitos	de	atribuição	de	valor	de	patrimônio,	
incluindo	 aqueles	 para	 os	 quais	 as	 práticas	 culturais,	 eram	 referência	 de	
identidade	e	pertencimento.	Essa	noção,	posteriormente	vai	 impactar	a	criação	
do	instrumento	de	registro,	que	foi	instituído	pelo	Decreto-Lei	3551/2000,	para	a	
salvaguarda	dos	bens	culturais	de	natureza	imaterial.		
Maria	Cecília	Londres	Fonseca	aponta	o	momento	em	que	surgiram	críticas	
à	concepção	 tradicional	de	patrimônio	cultural,	ao	mesmo	tempo	em	que	uma	
nova	visão	 sobre	as	práticas	 culturais	 se	delineava.	 Segundo	a	autora,	no	 final	
dos	 anos	 setenta,	 a	 principal	 crítica	 pautava-se	 na	 impossibilidade	 do	
instrumento	 do	 tombamento	 dar	 conta	 da	 amplitude	 de	 visões	 e	 interesses	
relativos	aos	bens	culturais.	A	noção	de	referência	cultural,	que	surge	no	Brasil	
no	 mesmo	 período,	 começa	 a	 impactar	 no	 sentido	 de	 aproximar	 as	 ações	 de	
patrimonialização	no	Brasil	das	novas	reflexões	sobre	a	cultura	 já	presentes	na	
antropologia	 e	 na	 história.	 O	 conceito	 também	 está	 relacionado	 à	 política	
cultural	 implementada	por	Aloísio	Magalhães	que	buscava	o	 fortalecimento	do	
diálogo	entre	o	patrimônio	cultural	e	o	desenvolvimento.		
Pode-se	dizer,	portanto,	que	o	caminho	para	a	definição	dos	 instrumentos	
para	a	salvaguarda	do	patrimônio	imaterial	no	Brasil	não	se	inicia	apenas	com	o	
Decreto	3551	de	2000.	Diversas	ações	podem	ser	entendidas	como	precursoras	
desta	tentativa	de	salvaguarda	de	bens	de	natureza	imaterial.	Além	dos	projetos	
desenvolvidos	no	Centro	Nacional	de	Referência	Cultural,	a	ampliação	das	lutas	
pela	 redemocratização	 do	 país	 então	 em	 curso,	 culminou	 com	 a	 Constituição	
Brasileira	de	1988,	que	prevê	a	obrigação	do	Estado	na	proteção	do	patrimônio	
cultural	 brasileiro	 tangível	 e	 intangível.	 Estavam	 abertas	 as	 possibilidades	 de	
alargamento	 do	 conceito	 de	 patrimônio,	 inclusive	 em	 termos	 legislativos.	 A	
constituição	 tratou	 dos	 “direitos	 culturais”,	 com	 a	 valorização	 do	 direito	 à	
memória	dos	diferentes	grupos	e	com	o	incentivo	à	proteção	de	bens	associados	
às	mais	diversas	identidades	culturais.

Continue navegando