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Caderno 1ª prova | Direitos Fundamentais (Geovane Peixoto)

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Marília Mattos 
maridmij@gmail.com 
1 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS 
Docente: Geovane Peixoto 
 
Data da avaliação 1: 10 de setembro 
Data da avaliação 2: 12 de novembro 
Anotações | 1ª prova 
 
 
 Os conceitos, na área de humanidade, sofrem uma interferência direta 
de dois fatores: tempo e espaço. O conceito de Direitos Fundamentais, 
então, difere no tempo e espaço; 
o Conjunto de Direitos que garantem, asseguram, para os seres 
humanos a sua dignidade; 
 Direito fundamental: Constituição 
 Direitos humanos: tratados universais 
 
 
 Expressões utilizadas 
o Direitos Naturais: retorno ao jusnaturalismo. O homem possui 
um conjunto de direitos que lhe são natos. Esses direitos não 
podem depender de uma legislação, de um governo, de nada. 
São direitos que pertencem à essência do ser humano. Eles são 
essencialmente subjetivos, então não há uma certeza sobre eles 
e não há um método para identificá-los; 
o Direitos Morais: esses direitos são os valores morais mais 
relevantes para assegurar a dignidade do ser humano; 
 A partir de então, há um grande lapso temporal e devido à 
influência do iluminismo e do renascimento na França, 
surge uma briga para que haja um verdadeiro 
reconhecimento desses Direitos. 
o Liberdades Fundamentais: a expressão designa um conjunto de 
direitos considerados como essenciais para a liberdade do ser 
humano, como a proteção do Direito à vida, à privacidade, à 
propriedade, etc. Essas liberdades saem do plano metafísico para 
os textos jurídicos legais, saindo do jusnaturalismo para entrar no 
positivismo jurídico. A Magna Carta (1215) foi o documento que 
primeiro expressou os Direitos Humanos, apesar de não ter tido 
uma pretensão universal, pois não lutou pela expansão desses 
direitos. A Declaração Universal dos Direitos do Homem e do 
Cidadão na França (1789) passou a agir de forma mundial por um 
processo de expansão a partir dessa declaração. A força do 
Código Napoleônico (1804) revela, na França, a importância da 
ordem para o progresso do Direito; 
o Direitos civis: foi um conceito utilizado pelos norte-americanos 
nos Estados Unidos. Um conjunto de direitos que dão ao ser 
 Marília Mattos 
maridmij@gmail.com 
2 
 
humano a condição de participar ativamente da vida do Estado 
(direitos políticos) e os demais que tem como finalidade assegurar 
a dignidade do ser humano (direitos civis). Os que não são 
direitos políticos, são direitos civis. Com o fim da II Guerra, houve 
uma sensibilização em nível mundial da necessidade da defesa 
dos direitos e percebeu-se que esse Direito não deveria estar 
condicionado ao direito positivado de um Estado ou outro, mas 
sim deveria estar previsto em pactos de nível internacional. 
Surge, então, a Declaração Universal dos Direitos Humanos 
(1948) da ONU. 
o Direitos fundamentais: conjunto de bens e valores essenciais 
para garantir e assegurar a dignidade do ser humano positivados 
em uma Constituição. Os Direitos Humanos, por sua vez, são 
positivados em tratados internacionais; 
 
o As ações penais de duplo grau de jurisdição não garantem 
recurso. Existe no Brasil, hoje, uma falsa ideia de que o Supremo 
tem posicionamentos indiscutíveis, e é preciso acabar com esse 
pensamento. 
 
 
 Teoria dualista: distinção entre os direitos humanos e os direitos 
fundamentais exatamente por conta da fonte normativa; 
 
 
 Até Constituição Federal de 1988 
o O STF considera que os tratados de direito internacional que 
versam sobre direitos humanos são normas infraconstitucionais, 
portanto, abaixo da Constituição; 
 
 
 CF/88 
o Art. 5º parágrafo 2º: cláusula de abertura das normas ou dos 
direitos fundamentais; 
 Os direitos e garantias expressos nessa Constituição não 
exclui outros decorrentes dos princípios ou dos tratados 
internacionais que a República Federativa do Brasil seja 
parte; 
 É um artigo direcionado ao Poder Judiciário, pois o Poder 
Legislativo, quando quiser realizar mudanças na 
Constituição, as realiza por meio de Emendas 
Constitucionais. O Poder Judiciário pode realizar 
mudanças, desde que respeite as três condições abaixo: 
 Regime constitucional: substituição pela ideia de 
sistema constitucional; 
 Princípios; 
 Tratados internacionais que a República Federativa 
do Brasil faça parte; 
 
 Marília Mattos 
maridmij@gmail.com 
3 
 
o Os tratados assinados pelo Brasil são normas constitucionais, 
independentemente de estarem inseridas na Constituição; 
o Entretanto, o Supremo, mesmo após a CF88, continua tratando 
os tratados como normas infraconstitucionais. O Supremo 
Tribunal Federal não aceitou no primeiro momento o status de 
norma constitucional dos tratados internacionais porque ele 
enxerga a Constituição brasileira como constituição formal (para 
uma norma ser constitucional, independente se o seu conteúdo é 
constitucional, pois o conteúdo não é relevante), ou seja, para 
que uma norma seja constitucional tem um procedimento formal, 
deve passar pelas fases da constituição dessas normas. O 
Supremo desconsidera a norma constitucional e continua dizendo 
que para uma norma ser constitucional, ela precisa passar por um 
procedimento que faz com que ela vire constitucional. 
 Ex: caso do depositário infiel. A Constituição diz que é 
proibida a prisão por dívida, exceto nos casos de dívida de 
pensão alimentícia e do depositário infiel. Tendo em vista 
isso, o Supremo considerava constitucional a prisão do 
depositário infiel. Entretanto, o Brasil assinou o tratado de 
São José da Costa Rica (pacto interamericano de direitos 
humanos) que proibia a prisão do depositário infiel; 
 Art 5º, § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre 
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos 
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às 
emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma 
deste parágrafo): 
 O Supremo volta a afirmar a Constituição brasileira 
como uma Constituição formal. Entretanto, as 
emendas são com efeito “daqui pra frente”, 
deixando de lado aqueles tratados de antes dessa 
Emenda; 
 
 É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que 
seja a modalidade de depósito. [Tese definida no RE 
466.343, rel. min. Cezar Peluso, P, j. 3-12-2008, DJE 104 
de 5-6-2009,Tema 60.] 
o Com essa súmula, o Supremo cria uma nova 
categoria: supralegais. A relevância pratica disso 
é que o Supremo, então, se dá ao luxo de, em 
relação aqueles tratados antes de 2004, 
chancelar todas as questões discutidas nesses 
tratados. 
 Processos julgados anteriormente à Emenda 45/2004: 
os tratados internacionais têm status de supra 
legalidade, ou seja, acima das leis e abaixo da 
Constituição; 
 Marília Mattos 
maridmij@gmail.com 
4 
 
 Processos julgados após a Emenda 45/2004: os 
tratados internacionais têm status constitucionais, pois 
seriam aprovados como emendas constitucionais; 
 
 
 
 
 Gerações dos direitos fundamentais 
o O termo geração não é um termo considerado adequado pelos 
estudiosos. Isso porque as dimensões dos direitos fundamentais 
coexistem dentro do ordenamento jurídico, não existindo 
hierarquia entre eles; 
o Liberdade, igualdade e fraternidade; 
 
 
o Primeira dimensão 
 Liberdade; 
 Constitucionalismo do direito constitucional: tentar limitar o 
poder, fazendo com que a atuação do Estado se dê de 
forma limitada; 
 São direitos que tem a ver com liberdade e são direitos 
subjetivos naquela sociedade; 
 Ex: liberdade, privacidade e diversos outros direitos que 
fazem parte dessa dimensão; 
 Tem muito a ver com a época do liberalismo, pois é a 
saída do Estado absolutista para que o indivíduotenha os 
anseios de garantir mais liberdade e mais direitos de 
liberdade; 
 A Constituição garante que as liberdades sejam 
respeitadas, pois são de suma importância no Estado 
Democrático de Direito; 
 A crise do liberalismo mostrou a passagem do estado 
liberal para o estado de bem-estar social; 
 
 
o Segunda dimensão 
 Igualdade; 
 Veio com o Estado de bem-estar social; 
 É o Estado positivo, que provém as liberdades e interfere 
na vida social; 
 As políticas públicas no Brasil são escassas e precárias; 
 
 
o Terceira dimensão 
 Fraternidade; 
 Direitos que serão exercidos coletivamente, seja na 
maneira dos direitos coletivos ou direitos difusos; 
 Marília Mattos 
maridmij@gmail.com 
5 
 
 Coletivos: onde se pode dizer quais são os sujeitos que 
fazem parte, pois atingem um determinado grupo; 
 Difusos: atinge a todos e não é possível discernir quais são 
os atingidos; 
 O Direito do Consumidor em tese é um direito difuso, mas 
dentro do direito do consumidor temos direitos que são 
exercidos coletivamente por um grupo de indivíduos que 
podem exercer esses Direitos; 
 Nos direitos de terceira dimensão, o que é necessário não 
é entender quais são os direitos coletivos e difusos, mas 
sim compreender que nesse momento a proteção jurídica 
passa a atender além da individualidade, atendendo à 
coletividade. 
 
 
 
o Eficácia dos direitos fundamentais 
 Art. 5º, parágrafo 1º: as normas definidoras dos direitos e 
garantias fundamentais tem aplicação imediata; 
 Norma de eficácia plena: aplicabilidade imediata. A norma 
que está ali pronta para ser aplicada no ordenamento 
jurídico; 
 Norma de eficácia contida: Maria Helena Diniz não 
considera essa como a melhor definição. Seria uma norma 
de eficácia contida, está ali mas pode ser modificada por 
outra lei, por outra norma constitucional; 
 Norma de eficácia limitada: normas onde há a precisão de 
uma norma constitucional de ter outra norma 
complementando essa lei; 
 O problema seria como dar eficácia a esses direitos 
fundamentais. 
 Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão: é 
regulamentada pela lei 9.868/99 e versa sobre 
quando se impõe dever ao poder público 
 Mandado de injunção: é impetrado sempre que a 
norma regulamentadora torna inviável o exercício 
dos direitos e liberdades constitucionais, como 
prerrogativas inerentes à cidadania, à sociedade, 
etc; 
 
o Caso Luth 
 Abriu uma campanha contra um cineasta e a produtora 
queria impedir que Luth postasse essa campanha. Em 
primeiro grau, o cineasta ganhou. Luth recorreu afirmando 
que ele estaria apenas exercendo a sua liberdade de 
expressão. Na época, essas liberdades individuais só 
 Marília Mattos 
maridmij@gmail.com 
6 
 
poderiam ser exercidas em face do Estado, ou seja, do 
poder público. Os direitos de primeira dimensão serviam 
para limitar o poder estatal. Então esse argumento era 
inovador, pois argumentava um direito de primeira 
dimensão (liberdade de expressão) em relação à um 
particular. Há, então, um paradigma, uma demanda que o 
tribunal concede além da eficácia vertical (poder público – 
individuo) e de uma eficácia horizontal (indivíduo particular 
– indivíduo particular). A partir de então, os direitos 
fundamentais puderam ser exercidos erga omnes, tanto 
em relação aos particulares quanto em relação ao Estado; 
 
 Dimensão objetiva: não há um direito de Luth de fazer 
campanha falando mal e criticando outro sujeito. A questão 
aqui é uma dimensão objetiva. No caso Luth, temos 
valores jurídicos e objetivos dentro de uma Constituição 
que podem ser arguíveis dentro do caso concreto. Essa 
dimensão traz, justamente, a mudança de que não só o 
sujeito vai poder arguir o seu direito subjetivo à 
determinada coisa. O valor, nesse caso, era o valor da 
liberdade de expressão e esse valor é constitucionalmente 
garantido, não sendo mais um direito subjetivo, mas sim 
um valor constitucional de ser livre para se expressar. Isso 
tem muito a ver com a forca normativa da Constituição, 
pois ela pode com esses valores ser aplicada ao caso 
concreto sem necessitar de nenhuma outra lei; 
 “A primeira ideia foi a de que a garantia constitucional de 
direitos individuais não é simplesmente uma garantia dos 
clássicos direitos defensivos do cidadão contra o Estado. 
Os direitos constitucionais incorporam, para citar a Corte 
Constitucional Federal, ‘ao mesmo tempo uma ordem 
objetiva de valores’. Mais tarde a Corte fala simplesmente 
de ‘princípios que são expressos pelos direitos 
constitucionais’. Assumindo essa linha de raciocínio, pode-
se de dizer que a primeira ideia básica da decisão do 
caso Lüth era a afirmação de que os valores ou 
princípios dos direitos constitucionais aplicam-se não 
somente à relação entre o cidadão e o Estado, muito além 
disso, à ‘todas as áreas do Direito’. É precisamente graças 
a essa aplicabilidade ampla que os direitos constitucionais 
exercem um “efeito irradiante” sobre todo o sistema 
jurídico. Os direitos constitucionais tornam-se onipresentes 
(unbiquitous). A terceira ideia encontra-se implícita na 
estrutura mesma dos valores e princípios. Valores e 
princípios tendem a colidir. Uma colisão de princípios só 
pode ser resolvida pelo balanceamento. A grande lição da 
decisão do caso Lüth, talvez a mais importante para o 
trabalho jurídico cotidiano, afirma, portanto, que: “Um 
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‘balanceamento de interesses’ torna-se 
necessário”” (extraído do texto “Direitos Fundamentais, 
Balanceamento e Racionalidade“). 
 
 
 O direito subjetivo é um direito pessoal, do indivíduo, que 
pode ser delimitado. Por exemplo, o direito à vida; 
 O direito objetivo não possui a tangibilidade do direito 
subjetivo. Eles são interpretados com valores, só sendo 
plausíveis no caso concreto; 
 
 
o Nova hermenêutica constitucional 
 Deve-se começar analisando os fatos e não a norma;

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