Buscar

Trabalho polifenóis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Introdução
Os compostos fenólicos constituem um grande grupo de moléculas dispersas na natureza e produzidas como resultado do metabolismo secundário das plantas, atuando desde a cor e polinização das plantas, até a defesa contra agressores (fungos, herbívoros), protecção contra condições climáticas, indução de genes envolvidos em processos de simbiose, ou ainda propriedades fisiológicas (suporte e desenvolvimento) (BALDE et al., 1990; SCALBERT, 1991; HASLAM, 1998)
Os polifenóis, ou compostos fenólicos, pertencem a um grande e heterogêneo grupo denominado fitoquímicos, que estão presentes alimentos de origem vegetal e cujas principais fontes são frutas e bebidas derivadas de plantas, como sucos de frutas, chá, café e vinho tinto; legumes, cereais, chocolate e leguminosas secas. Estima-se que a ingestão de polifenóis na dieta é de aproximadamente 1 g / dia, a qual é superior à de outras classes de fitoquímicos e antioxidantes presentes na dieta. (OVASKAINEN et al., 2008; SCALBERT, JOHNSON, SALTMARSH, 2005).
Os compostos fenólicos pertencem a uma classe de substâncias químicas que podem ser de estruturas simples e complexas, derivadas dos aminoácidos fenilalanina e da tirosina, e que possuem em sua estrutura química pelo menos um anel aromático com um ou mais grupamentos hidroxilas (-OH) (ROSSA, 2013). A diversidade estrutural dos polifenóis estende-se desde simples ácidos hidroxibenzóicos e hidroxicinâmicos de um fenol até grandes macromoléculas poliméricas como proantocianidinas e elagitaninos. Um grupo essencial de compostos fenólicos são os flavonoides, que compreendem classes estruturais como flavonóis, flavonas, flavanóis, flavanonas, antocianidinas e isoflavonas) (OVASKAINEN et al., 2008; SCALBERT, JOHNSON, SALTMARSH, 2005).
A estrutura química dos polifenóis afeta suas propriedades biológicas, como biodisponibilidade, atividade antioxidante e interações específicas com receptores celulares e enzimas (SCARBERT, WILLIAMSON, 2000). A absorção e o metabolismo dos compostos fenólicos são determinados inicialmente pela sua estrutura química, a qual depende de fatores como o grau de glicosilação ou acilação, de sua estrutura básica (anel benzênico ou derivados de flavona), da possível conjugação com outros compostos fenólicos, da massa molecular, do grau de polimerização e da solubilidade (BRAVO, 1998).
Os compostos fenólico dividem-se em flavonoides (antocianinas, flavonóis, e isoflavonas) e não flavonoides (ácidos fenólicos) (ROSSA, 2013). Os principais grupos de polifenóis são os ácidos fenólicos, como ácido clorogênico, presente no café; estilbenos, como o resveratrol, presente nas uvas e vinho; as cumarinas, como as fura nocumarinas do aipo; as ligninas, como as lignanas da linhaça; e os flavonóides. Este último grupo é o maior e mais estudado, possuindo mais de 5.000 compostos identificados, e tem como principais alimentos-fonte frutas e hortaliças, chás, cacau, soja, dentre outros (FALLER, FIALHO, 2009).
O crescente interesse pelo estudo dos polifenóis ocorre em razão dos efeitos benéficos que estes propiciam à saúde, como uma potente atividade antioxidante na prevenção de reações oxidativas e de formação de radicais livres, bem como na proteção contra danos ao DNA das células (WOLLGAST, ANKLAN, 2000a). Outros efeitos positivos para a saúde incluem as propriedades anti-inflamatória, anticarcinogênica, antiaterogênica, antitrombótica, antimicrobiana, analgésica e vasodilatadora, comprovadas em estudos científicos (WOLLGAST e ANKLAN, 2000b). Presume-se que os polifenóis estão relacionados à prevenção de várias doenças degenerativas, como cânceres e doenças cardiovasculares. Esse papel atribuído aos polifenóis é fortalecido pela identificação de seus possíveis mecanismos de ação, a saber:
Todos os polifenóis são agentes redutores. Sendo assim, eles são capazes de eliminar os radicais livres, participar na regeneração de outros antioxidantes, como a vitamina E, e proteger os constituintes das células contra o dano oxidativo (SCALBERT et al., 2002).
Alguns polifenóis mostram efeitos específicos. Os fitoestrogênios isoestrônicos, por exemplo, estão associados a um menor risco de doenças dependentes de hormônios (ADLERCREUTZ, MAZUR, 1997).
Os efeitos protetores dos polifenóis contra doenças gerou grande interesse da indústria de suplementos alimentares e nutricionais em relação à promoção e desenvolvimento de produtos ricos em polifenóis. Por outro lado, ainda não é possível avaliar os efeitos benéficos individuais e sociais que o aumento da ingestão de polifenóis pode ter para a população em geral ou para determinados grupos em risco. Além disso, deve-se considerar que o aumento significativo no consumo de polifenóis, como em muitos outros fitonutrientes, pode não ser isento de riscos (SCALBERT, JOHNSON, SALTMARSH, 2005).
Absorção e biodisponibilidade de polifenóis
A absorção e o metabolismo dos compostos fenólicos são determinados inicialmente pela sua estrutura química, a qual depende de fatores como o grau de glicosilação ou acilação, de sua estrutura básica (anel benzênico ou derivados de flavona), da possível conjugação com outros compostos fenólicos, da massa molecular, do grau de polimerização e da solubilidade (BRAVO, 1998). A estrutura química dos polifenóis afeta suas propriedades biológicas, como biodisponibilidade, atividade antioxidante e interações específicas com receptores celulares e enzimas (SCARBERT, WILLIAMSON, 2000).
A maioria dos polifenóis da dieta é metabolizada pela microbiota antes da absorção, sendo apenas uma pequena quantidade absorvida diretamente do trato gastrointestinal superior (SELMA, ESPIN, TOMAS-BARBERAN, 2009). As bactérias do intestino modulam os polifenóis por vários mecanismos, incluindo hidrólise, clivagem do anel, redução, descarboxilação e desmetilação. O metabolismo microbiano é um pré-requisito para a absorção e também modula a atividade biológica dos compostos. Os efeitos sistêmicos dos polifenóis da dieta dependem em grande parte da ação sinérgica que os polifenóis podem exercer após a entrada na circulação, e são afetados por outros constituintes presentes na dieta, bem como fatores endógenos (LILA, 2007; LIU, 2003).
As propriedades biológicas dos polifenóis dependem da sua biodisponibilidade. A estrutura química dos polifenóis determina sua taxa e extensão de absorção intestinal, e a natureza dos metabólitos circulantes no plasma sanguíneo (TAPIERO, 2002).
Para a maioria dos flavonoides absorvidos no intestino delgado, a concentração plasmática diminui rapidamente (período de meia-vida de eliminação de 1-2 h). O período de meia-vida de eliminação da quercetina é muito maior (24 h), provavelmente devido à sua afinidade particularmente alta pela albumina plasmática. Flavonóis, isoflavonas, flavonóides e antocianinas são geralmente glicosilados, o que influencia nas propriedades químicas, físicas e biológicas do polifenol. Para flavonóides glicosilados, a remoção do açúcar por enzimas (glicosidases) e, conseqüentemente, pela porção hidrofílica geralmente será necessária para a difusão passiva através da borda em escova do intestino delgado. As atividades da glicosidase podem ocorrer no próprio alimento (endógeno ou adicionado durante o processamento) ou nas células da mucosa gastrointestinal ou podem ser secretadas pela microflora do cólon (TAPIERO, 2002).
.
Referências Bibliográficas
ADLERCREUTZ, Herman; MAZUR, Witold. Phyto-oestrogens and Western diseases. Annals of medicine, v. 29, n. 2, p. 95-120, 1997.
WOLLGAST, J.; ANKLAM, E. Review on polyphenols in Theobroma cacao: changes in composition during the manufacture of chocolate and methodology for identification and quantification. Food Research International, Essex, v. 33, n. 6, p. 423-447, 2000a.
WOLLGAST, J.; ANKLAN, E. Polyphenols in chocolate: is there a contribution to human health? Food Research International, Essex, v. 33, n. 6, p. 449-459, 2000b.
SCALBERT, Augustin et al. Absorption and metabolism of polyphenols in the gut and impacton health. Biomedicine & Pharmacotherapy, v. 56, n. 6, p. 276-282, 2002.
FALLER, Ana Luísa Kremer; FIALHO, Eliane. Polyphenol availability in fruits and vegetables consumed in Brazil. Revista de Saúde Pública, v. 43, n. 2, p. 211-218, 2009.
ROSSA, U. B. Produtividade e compostos foliares de erva-mate sob efeitos de luminosidade e fertilização. 2013, 208f. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal)– Universidade Federal do Paraná, Curitiba
Ovaskainen, M.L.; Torronen, R.; Koponen, J.M.; Sinkko, H.; Hellstrom, J.; Reinivuo, H.; Mattila, P. Dietary intake and major food sources of polyphenols in Finnish adults. J. Nutr. 2008, 138, 562–566
SCALBERT, Augustin; JOHNSON, Ian T.; SALTMARSH, Mike. Polyphenols: antioxidants and beyond–. The American journal of clinical nutrition, v. 81, n. 1, p. 215S-217S, 2005.
SCALBERT, Augustin et al. Absorption and metabolism of polyphenols in the gut and impact on health. Biomedicine & Pharmacotherapy, v. 56, n. 6, p. 276-282, 2002.
BRAVO, L. Polyphenols: chemistry, dietary sources, metabolism and nutritional significance. Nutrition Reviews, New York, v. 56, n. 11, p. 317-333, 1998.
SCALBERT, Augustin; WILLIAMSON, Gary. Dietary intake and bioavailability of polyphenols. The Journal of nutrition, v. 130, n. 8, p. 2073S-2085S, 2000.
Selma, M.V.; Espin, J.C.; Tomas-Barberan, F.A. Interaction between phenolics and gut microbiota: role in human health. J. Agric. Food Chem. 2009, 57, 6485–6501. 
Lila, M.A. From beans to berries and beyond: Teamwork between plant chemicals for protection of optimal human health. Ann. NY Acad. Sci. 2007, 1114, 372–380. 
TAPIERO, H. et al. Polyphenols: do they play a role in the prevention of human pathologies?. Biomedicine & pharmacotherapy, v. 56, n. 4, p. 200-207, 2002
Liu, R.H. Health benefits of fruit and vegetables are from additive and synergistic combinations of phytochemicals. Am. J. Clin. Nutr. 2003, 78, 517S–520S.

Continue navegando

Outros materiais