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1 CORRIDA DO CONHECIMENTO Tecido Plano 2 SUMÁRIO CENTRO DE TECNOLOGIA DA INDÚSTRIA QUÍMICA E TÊXTIL DO SENAI – SENAI CETIQT Sérgio Luiz Souza Motta Diretoria Executiva Fernando Rotta Rodrigues Diretoria de Administração e Finanças Robson Wanka Gerência de Educação Celso Soares Pinto Jr. Coordenação de Educação a distância Rio de Janeiro 2018 3 1. INTRODUÇÃO Há milhares de anos o homem utiliza as fibras naturais como o algodão, o linho e a lã para obter fios e tecidos. Até o início da Revolução Industrial, a tecelagem permaneceu um processo artesanal, mas com a invenção dos primeiros teares mecânicos, no século XVIII, iniciou-se o processo de industrialização desta atividade. O uso de teares mecânicos viabilizou o desenvolvimento e a criação de novos produtos, capazes de suprir a demanda e as exigências de um mercado cada vez mais competitivo. Muitas pessoas julgam que o uso de tecidos se restringe à fabricação de vestuário e decoração, porque essa é forma mais comum em que encontrarmos os produtos têxteis. No entanto, as aplicações em setores como agricultura, transportes, construção civil, medicina, indústria, segurança e esportes, dentre outros, também merecem atenção, pois são ainda pouco exploradas em nosso país. Nesta aula, vamos conhecer o tecido plano e a forma como os fios, que constituem sua matéria-prima, entrelaçam-se e geram estruturas diferenciadas. Estudaremos também as características e aplicações destes tecidos. 2. PRINCIPAIS ESTRUTURAS E APLICAÇÕES Os tecidos planos são caracterizados pelo entrelaçamento perpendicular dos fios de trama e urdume. A camada longitudinal ou vertical que acompanha o comprimento do tecido é formada pelos fios de urdume. A outra camada, disposta na transversal ou na horizontal do tecido, é formada pelos fios de trama. Portanto, podemos definir o tecido plano como um tecido formado pelo cruzamento perpendicular dos fios de urdume com os fios de trama. Observando a estrutura plana (tecido plano) representada na figura abaixo é possível perceber as evoluções existentes entre os fios de trama e urdume. São as diferentes formas de evolução desses fios que irão caracterizar as diversas estruturas (bases de armação) dos tecidos planos. As estruturas básicas dos tecidos planos são: o tafetá (tela), a sarja e o cetim. 4 Estes tecidos são produzidos em teares, que podem ser manuais ou automáticos. Na indústria, são utilizados apenas os teares automáticos, dispostos de forma organizada e padronizada em um setor específico denominado tecelagem plana. Todos os componentes do tear trabalham de forma sincronizada para que o entrelaçamento dos fios de urdume e trama seja feito de forma rápida e eficiente. Os quadros de liços são movimentados para que a cavidade (cala) seja formada, permitindo que a lançadeira com o fio de trama seja inserido entre as duas camadas de fios de urdume. O pente, ao se movimentar para frente, faz com que a trama seja encostada no tecido que está sendo formado. Após essas etapas o tecido é enrolado na parte frontal do tear. Os fios de urdume alimentam o tear através do desenrolamento do rolo de urdume. FIQUE ALERTA A determinação da estrutura de um tecido plano é possível através da utilização de uma lupa. 5 CLASSIFICAÇÃO DOS TECIDOS PLANOS FIQUE ALERTA Para representar o entrelaçamento dos tecidos, é utilizado o papel quadriculado, onde cada coluna vertical do papel representa um fio de urdume e cada coluna horizontal representa uma trama; cada quadriculado do papel representa o cruzamento de um fio de urdume com uma trama; sempre que o fio de urdume passar por cima da trama, temos o ponto tomado, e, quando ele passar por baixo da trama, temos o ponto deixado. 6 2.1 Estruturas fundamentais A classificação técnica dos tecidos planos é um assunto muito importante, tanto para os profissionais que trabalham na linha de desenvolvimento dos tecidos, como para aqueles que estão envolvidos nas demais áreas do setor têxtil. Para podermos classificar os tecidos, precisamos conhecer suas principais estruturas (bases de armação ou entrelaçamentos). Tafetá ou Tela O Tafetá é a menor base de armação e a mais utilizada. É encontrada em uma grande variedade de tecidos, desde o mais leve (transparente) até o mais pesado. Tecidos com base de armação Tafetá não possuem diferenças entre o lado direito e o avesso, a não ser que exista algum tipo de acabamento ou estampa definindo o lado direito. No entrelaçamento de Tafetá, cada fio de urdume passa alternadamente sobre um fio de trama e, logo após, abaixo de outro fio de trama, sendo que esta evolução do fio se repetirá por todo o comprimento do tecido. Esta base é de armação balanceada, o que significa ter no desenho o mesmo número de pontos tomados e deixados. Por definição, dizemos que a repetição deste entrelaçamento é composta por dois fios de urdume e dois fios de trama, como podemos observar na representação técnica do tecido na figura a seguir: São características do tecido plano com base de armação Tafetá: • Alguns destes tecidos apresentam uma construção leve, bem transparente. São feitos com fios de fibras naturais bastante finos e sofrem um acabamento de forma a se obter a máxima transparência. 7 • Outros são de algodão estampados e têm padrões destinados a vestidos, roupas de crianças, pijamas, etc. São os tecidos de algodão mais populares, com larga escala de aplicação na indústria de confecção e vestuário. • Há uma grande quantidade destes tecidos cuja principal característica é um tênue efeito de listras, que vão de uma ourela a outra. Tal efeito é obtido fazendo-se com que o fio de urdume seja bem mais fino do que o de trama. • Os tecidos Tafetá, chamados comercialmente de tricoline, podem ser utilizados em branco, tinto ou estampado, em camisas, vestidos, guarda-pós, aventais, etc. Há também a possibilidade de usarmos fios tintos para obtermos efeitos listrados ou xadrez. • Tecidos de “Crepe”, feitos com fios de torção superior à normal, são de construção leve e transparente. Podem ser de diferentes tipos de fibras, como algodão, lã, raiom ou seda. • As gases cirúrgicas também são tecidos em tafetá com uma construção aberta. Nestes tecidos, os fios tendem a se soltar, caso sejam submetidos a algum tipo de tração. Sarja A sarja caracteriza-se fundamentalmente pela formação de linhas diagonais que vão de um extremo ao outro do tecido. Os tecidos formados com essa base de armação apresentam entrelaçamento desequilibrado, ou seja, o número de pontos tomados é diferente do número de pontos deixados na base da armação, criando os chamados desligamentos – trechos em que os fios não estão fixados na base da armação. Devido a isto, estes entrelaçamentos possuem lados diferentes: um lado é chamado de lado pesado e o outro de lado leve. As faces, além deapresentarem o lado oposto, também apresentam a diagonal contrária. 8 São características do tecido plano com base de armação Sarja: • Muitas vezes, o “lado comercial” do tecido pode ser o avesso técnico. Dependendo do aspecto desejado, o lado onde aparecem as diagonais pode ser considerado como o lado avesso. • Os tecidos de sarja com desligamentos maiores permitem linhas mais salientes que, com o uso, tornam-se mais achatadas. Consequentemente, teremos um tecido mais lustroso. • As diagonais das sarjas podem ser mais acentuadas utilizando-se diferentes tipos de fios e formas de torção. • Com relação às sarjas mais brilhosas, este efeito também pode ser obtido com a utilização de fios de fibras sintéticas, que recebem acabamentos especiais para melhorarem as características de brilho e textura. Um exemplo deste tipo de tecido é o gabardine. • Em comparação com os tecidos de Tafetá, os tecidos de Sarja são um pouco mais variados, pois permitem maiores densidades de fios no tecido. Isto resulta em tecidos mais compactos, fortes, pesados e duráveis que o tafetá. • Na sarja, a maior densidade do urdume ou da trama definirá a face direita do tecido. Quando o urdume predomina, temos a sarja por efeito de urdume, caso contrário, será por efeito de trama. Cetim Da mesma forma que a sarja, o cetim possui diferenças entre os lados direito e avesso, porém a face exposta não exibe diagonais. Os tecidos em cetim produzem uma superfície regular, o que dificulta a visualização do entrelaçamento, em razão dos muitos fios flutuantes no sentido do urdume e/ou da trama. Apesar dos longos NOTAS Crepe - Tecido com aspecto granulado e toque áspero obtido com fios químicos ou naturais com alta torção. Nome derivado da palavra francesa “crepe” que significa crespo Fio retorcido - fio formado pela torção de dois ou mais fios. Fio cardado - fio composto de fibras de comprimentos curto e médio. Fio penteado - fio composto de fibras longas naturais, mais regular e resistente se comparado ao fio cardado, normalmente utilizado na fabricação de fios finos. Ourela – é a parte lateral (direita e esquerda) do tecido plano, formada por uma quantidade de fios de urdume que possui entrelaçamento e densidade diferentes do que ocorre no resto do tecido. Tricoline - tecido de algodão penteado puro ou misto, liso, estampado ou xadrez de peso ligeiramente maior do que a Cambraia, muito usado em camisaria. Lado pesado- lado pesado é aquele que apresenta maior número de pontos tomados na base da armação. Lado leve- lado leve é aquele que apresenta menor número de pontos tomados na base da armação. 9 desligamentos contribuírem para o lustro dos tecidos cetim, essa estrutura é pouco utilizada na confecção de artigos básicos do vestuário, pois possuem baixa resistência ao atrito. Além disso, o uso de fios de filamentos contínuos, também muito comum nestes tecidos, faz com que esses fios flutuantes tenham maior facilidade de aderir ou se enganchar em superfícies rugosas, provocando puxamentos e rupturas. É possível observarmos no comércio varejista vários tipos de entrelaçamentos (bases de armação) em tecidos e produtos confeccionados e, consequentemente, produtos com diferentes aspectos visuais (brilho e cor) e texturas. Para identificarmos as diversas formas de entrelaçamento dos tecidos planos, devemos seguir uma classificação técnica. A classificação técnica é diferenciada da classificação comercial em um tecido. A classificação comercial é baseada mais na aparência do tecido do que no entrelaçamento de seus fios e, justamente pela inexistência de parâmetros técnicos para uma classificação, encontramos diferentes designações comerciais para um mesmo entrelaçamento de fios. Outras estruturas de tecidos planos podem ser formadas a partir das bases de armação fundamentais aqui estudadas. As derivações dessas estruturas visam atribuir aos produtos finais características propícias às suas utilizações, gerando melhor percepção de qualidade ao consumidor. NOTAS Avesso técnico - face contrária à originalmente produzida para ser utilizada. Gabardine - tecido de algodão ou lã puro ou com poliéster, com ligamento sarja, que produz um efeito diagonal acentuado; originário da Espanha significa “proteção climática”. Densidade de fios - número de fios de urdume, ou de trama, existentes em uma determinada unidade de comprimento (cm, m, pol, etc.). Fios flutuantes - fios livres na superfície do tecido em decorrência dos desligamentos 10 Segue abaixo outras estruturas de tecidos planos e suas classificações comerciais: ANARRUGA - Tecido com efeito enrugado ou plissado no urdume ou na trama, conseguido através da utilização de fios com encolhimentos diferentes. ANGORÁ - Nome genérico de tecidos produzidos com fios de pelo da cabra Angorá. Também conhecido como Mohair. ANIAGEM - Tecido grosseiro de juta, sisal ou cânhamo usado para sacaria. ATOALHADO - Tecido obtido por fios em forma de laços que emergem da estrutura básica, dando um efeito felpudo em uma ou ambas as faces. Usado em toalhas de banho, roupões, etc. BAETA - Tecido felpudo feito de lã. BATIK - Tecido estampado que imita o processo artesanal com mesmo nome. BOTONÊ - Tecido fantasia com efeito de coco ralado, produzido com fios fantasia do mesmo nome e que tem pequenas bolotas de fibras enroladas. BOUCLÊ - Tecido com efeito fantasia de laçadas, resultando numa textura crespa, produzido com fio fantasia do mesmo nome. BRIM - Tecido grosso em sarja, geralmente de algodão, usado para confecção de calças, blusões, jaquetas, macacões, etc. BROCADO - Tecido de seda ou filamentos sintéticos entremeados com fios metálicos com desenhos em alto relevo. CAMBRAIA - Tecido de algodão ou linho leve, com ligamento tela, para camisas e blusas finas. A cambraia de lã é um tecido mais pesado em ligamento sarja com fios de cores contrastantes no urdume e na trama, usado para ternos. CAMURÇA - Tecido aveludado de lã feltrada, imitando a camurça natural. CANVAS - Tecido denso de algodão em ligamento tela, usado para calças tipo jeans. CASHMERE - Tecido com estampas de medalhões originário da Índia. CASIMIRA - Tecido de lã ou lã/poliester, usado para a confecção de ternos, saias, tailleurs, etc. CETIM - Tecido de aspecto brilhante e liso, com toque macio, obtido com o ligamento de mesmo nome. O efeito é conseguido a partir do desligamento dos fios de trama no lado direito do tecido. CHALLIS - Tecido produzido com viscose fiada, originário da Índia; significa em Indú de toque agradável. CHAMALOTE - Tecido com efeito de ondas obtidas por meio de calandragem. O mesmo que Moiré. 11 CHAMBRAY - Tecido similar ao índigo (jeans), porém com ligamento tela, de gramatura média. CHENILLE - Tecido felpudo de Algodão, usado para colchas e roupões. CHIFFON - Tecido muito fino e transparente de seda ou de filamentos químicos bem torcidos para confecções femininas. Nome originário do francês, que significa trapo. CHINTZ - Tecido de algodão brilhante por calandragem, muito usado em tapeçaria e estofamento. CHITA - Tecido leve de algodão cardado, geralmente estampado em várias cores. CHITÃO - Tecido chita mais grosseiro. CIRÊ - Tecido com superfície brilhante, resultado de acabamento por calandragem. Conhecido também como Laquê ou Glacê. COTELÊ - Tecidoforte originário da Inglaterra, com estrias (costelas) verticais. Refere- se também ao tecido de veludo com o mesmo efeito (corduroy). CREPE - Tecido com aspecto granulado e toque áspero obtido com fios químicos ou naturais com alta torção. Nome derivado da palavra francesa crêpe que significa crespo. CREPOM - Tecido crepe de algodão com aspecto plissado ou ondulado no sentido do urdume. CRETONE - Tecido fechado de algodão com ligamento tela, usado para lençóis e fronhas. DENIM - Tecido pesado de algodão cru ou com fios de urdume tintos em índigo e fios de trama brancos em sarja muito usado para calças Jeans. Denim deriva da cidade francesa Nimes, que em inglês significa Brim. DEVORÊ - Tecido que apresenta desenhos com efeitos de transparência, produzido a partir de um tecido com fio celulósico binado com um fio de filamentos sintéticos, estampado com produto corrosivo que destrói a fibra celulósica. DIAGONAL - Tecido em ligamento sarja com riscas diagonais bem nítidas. DOUBLE-FACE - Tecido com faces reversíveis, podendo ser usado tanto pelo direito como pelo avesso. Pode-se chamar também pelo nome em português dupla-face. EMBORRACHADO - Tecido com aplicação de resina, apresentando um aspecto de cobertura de borracha. ENTRETELA - Tecido de algodão endurecido com goma, usado para forros, cós, etc. ESCOCÊS - Tecido originário da Escócia, em sarja ou tela xadrez de cores variadas. Também conhecido como Tartan. ETAMINE - Tecido leve de lã, também conhecido como lãzinha. 12 FELTRO - Tecido de fibra de lã produzido por feltragem e empastamento, usado para agasalhos, bolsas, chapéus, etc. FIL A FIL - Tecido com listras verticais muito finas causadas pelo uso de um fio de cor e um fio branco intercaladamente tanto no urdume como na trama na trama FLAMÊ - Tecido produzido com o fio fantasia de mesmo nome, que apresenta pontos mais grossos e pontos mais finos. FLANELA - Tecido de algodão ou lã, geralmente xadrez de ligamento sarja, acabamento escovado. FLOCADO - Tecido de algodão fino como Cambraia, estampado com flocos de fibras curtas de rayon que são aderidos com cola. FUSTÃO - Tecido pesado de algodão com ligamento reps, formando estrias no sentido do urdume. Originário do Egito, conhecido como Fustan. GABARDINE - Tecido de algodão ou lã puros ou com poliéster, com ligamento sarja, que produz um efeito diagonal acentuado. Originário da Espanha, significa “proteção climática”. GOUFRÊ - Tecido calandrado a quente com cilindros cravados para obter efeitos de relevos. GAZE - Tecido bem leve e aberto de algodão cardado, com armação tela, usado atualmente em bandagens, ataduras e outros fins hospitalares. Também conhecido como bandagem. GORGURÃO - Tecido encorpado, de algodão, viscose, seda e outros fios mistos, que apresentam um efeito canelado geralmente no sentido da trama, muito usado para calças e estofamento HELANCA - Tecido elástico para calças e bermudas, produzido com fio de poliamida texturizado por falsa torção geralmente colocado na trama. Nome derivado de marca registrada do fio texturizado. JACQUARD - Tecido cujo nome deriva de Joseph Marie Jacquard, o francês que inventou o aparelho que possibilita ligamentos praticamente independentes para cada fio de urdume, resultando em desenhos grandes, detalhados e com grande combinação de cores, muito utilizado em decorações. JAVANESA - Tecido em ligamento tela, com fio de filamento de viscose no urdume e fio de viscose fiado na trama, muito usado em moda feminina JEANS - Antigo nome inglês do fustão em Sarja, também conhecido como Brim ou Denim. 13 LAMÊ - Tecido brilhante originário da França, fabricado com fio de seda ou de filamentos químicos, usado para moda feminina e carnaval. LINGERIE - Tecido de seda ou de filamentos químicos, usado em roupas íntimas femininas e também em blusas e vestidos. LYCRA - Nome genérico de vários tecidos elásticos produzidos com fios contendo elastano. MAQUINETADO - Nome genérico de diversos tecidos com ligamentos trabalhados de grande rapport, produzidos em teares com Maquineta. MARQUISETTE - Tecido de cortina leve e transparente. MICROFIBRA - Nome genérico dado aos tecidos de poliamida ou poliéster, obtido a partir de fi os com filamentos individuais muito finos. MATELASSÊ - Tecido com efeito em alto relevo, dando uma aparência de acolchoado. Normalmente emprega-se uma trama especial de enchimento, que dá o toque fofo característico. MOIRÉ - Tecido com efeito de ondas obtidas por meio de calandragem. MORIM - Tecido de algodão cardado, de construção leve, muito usado para forro. MUSSELINE - Tecido originário da Turquia, muito leve e transparente, produzido com fio de seda ou de filamentos químicos, com alta torção. NYLON - Nome genérico de vários tecidos produzidos com fios de poliamida. OXFORD - Tecido originário de Oxford, Inglaterra, de algodão, com ligamento tela, e com densidade idêntica de urdume e trama. PATCHWORK - Tecido resultante da emenda de pequenos retalhos de vários tipos, com cores e estampas contrastantes, de aspecto similar à “colcha de retalhos”. PANAMÁ - Tecido brilhante, de lã puro ou misto, com ligamento Panamá, originário do país de mesmo nome. Muito usado para roupas externas masculinas. PELE DE PÊSSEGO - Tecido produzido geralmente com poliamida, cuja face sofreu uma escovagem, imitando a maciez da casca do pêssego. PELÚCIA - Tecido de veludo felpudo, com pelugem de fibras químicas muito compridas, imitando o pelo de animais. PERCAL - Tecido leve de algodão puro ou misto, com ligamento tela, muito usado para lençóis. Originário da Pérsia (pargalati). PLISSADO - Tecido sintético ou misto, que foi submetido a formação de vincos pelo calor, resultando em efeito característico. Conhecido também como Plissê, nome francês. 14 POPELINE - Antigamente chamado Papeline, ou tecido do Papa e fabricado em Avignon na França. É uma tela de algodão puro ou misto, de peso médio, muito usada na confecção de calças e bermudas. RISCA DE GIZ - Tecido com listras finas, geralmente de cores claras sobre fundo escuro. SARJA - Tecido de lã, algodão ou mistos, com ligamento sarja, apresentando estrias no sentido diagonal. TAFETÁ - Tecido muito antigo, tem esse nome originado na palavra persa Taftan, com ligamento tafetá ou tela, geralmente feito com fios de seda ou filamentos químicos. TERGAL - Nome genérico de tecido produzido com fios puros ou mistos de poliéster da marca Tergal. TRICOLINE - Tecido de algodão penteado puro ou misto, liso, estampado ou xadrez de peso ligeiramente maior do que a Cambraia, muito usado em camisaria. TRICOTINE - Nome derivado da palavra tricot, é um tecido tipo gabardine de lã, usado para ternos. VELUDO - Tecido de algodão, viscose ou acetato, com pelos cortados, formando um superfície suave e macia que pode ser lisa ou formando canaletas (cotelê ou corduroy). VOILE - Conhecido também com o nome aportuguesado Voal. Muito parecido com a Musseline, é produzido com fios muito finos altamente torcidos e com baixa densidade, resultando numa aparência fluida, leve e transparente. Muito usado para cortinas. XADREZ - Nome genérico dado a tecidos das mais variadas matérias primas que apresentam motivos xadrezes por estampagem ou por utilização de fios tintos. NOTAS Filamento contínuo - Estrutura alongada, caracterizada por ser contínua, podendo ser de origem animal (seda) ou não natural (artificiais ou sintéticas), destinada a fabricação de fios têxteis. Desligamentos - nomenclatura utilizada quandoo fio de trama passa sobre dois ou mais fios de urdume gerando poucos pontos de amarração na base do tecido 15 REFERÊNCIAS AGUIAR NETO, P. P. Fibras têxteis. Rio de Janeiro: SENAI/CETIQT, 1996. v.1 e 2. ALBRECHT, W.; FUCHS, H.; KITTELMANN, W. Nonwoven fabrics: raw materials, manufacture, applications, characteristics, testing processes. Weinheim: WILEY-VCH, 2003. ARAÚJO, M.; CASTRO, E. M. M. Manual de engenharia têxtil. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1986. v.2. BRUNO, F.S. Tecelagem: conceitos e princípios. Rio de Janeiro: SENAI/DN, 1992. HOLLEN, N.; SADDLER, L. A. L. Textiles. 5. ed. 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