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Resumo Hermenêutica Jurídica 1

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1) O que é Hermenêutica Jurídica? 
É parte da ciência jurídica que tem por objeto o estudo e a sistematização dos 
processos, que devem ser utilizados para que a interpretação (fixar uma 
determinada relação jurídica, mediante a percepção clara e exata da norma 
estabelecida pelo legislador) se realize, de modo que o seu escopo seja alcançado 
da melhor maneira. 
 
2) Qual a diferença entre interpretar e aplicar o direito? 
A hermenêutica pode ser considerada a arte de interpretar as leis, estabelecendo 
princípios e conceitos, que buscam formar uma teoria adaptada ao ato de interpretar. Já 
a interpretação é de alcance mais prático, pois, pode-se dizer, que se presta 
exclusivamente a entender o real sentido e significado das expressões contidas nos 
textos da lei, e, para que isso seja possível, é necessária a utilização dos preceitos da 
hermenêutica. Ou seja, a interpretação consiste em aplicar as regras, que a 
hermenêutica perquire e ordena, para o bom entendimento dos textos legais. 
 
3) Quem interpreta, quem aplica e como aplicar o direito? 
Qualquer um pode interpretar os códigos, porém nem todo mundo que interpreta, 
aplica. Quem pode aplicar no Estado brasileiro são os agentes do Estado e pessoas 
físicas delegadas. Se aplica através do enquadramento de um caso concreto em 
uma norma jurídica adequada. 
 
4) Como se classifica a interpretação/aplicação do Direito em relação ao agente? 
I. Pública: é prolatada pelos órgãos do Poder Público, quer do Legislativo, 
Executivo, Judiciário. 
❖ Autêntica: é oriunda do próprio órgão fautor da lei. ex: o significado de 
“casa” presente no Código penal 
❖ Judicial: é realizada pelos órgãos do Poder Judiciário. ex: 
jurisprudência 
❖ Administrativa: é realizada por órgãos do Poder Público que não são 
detentores do Poder Legislativo nem do Judiciário. 
a) Regulamentar: a que se destina ao traçado de normas 
gerais, como a grande massa dos decretos, portarias 
etc., em relação a certas prescrições das leis 
ordinárias. ex: decretos e portarias 
b) Casuística: a que se orienta no sentido de esclarecer 
dúvidas especiais. ex: A lei do feminicídio em caso de 
transexual 
II. Privada: ​que é levada a efeito pelos particulares, especialmente pelos 
técnicos da matéria de que a lei trata, também é denominada de 
interpretação doutrinária​. ex: obras científicas 
 
5) Como se classifica a interpretação/aplicação do Direito à extensão dos 
resultados da norma? 
I. Declarativa: ​é aquela cujo enunciado coincide, na sua amplitude, com aquele 
que, à primeira vista, parece conter-se nas expressões do dispositivo. ex: 
Administrativo 
II. Extensiva: aquela que, tendo deduzido a mens legislatoris dentro de limites 
moderados e cientificamente plausíveis, adapta essa intenção do fautor da 
norma às novas exigências da realidade social. Ex: Direitos Fundamentais 
III. Restritiva: aquela cujo resultado leva a afirmar que o legislador, ao exarar a 
norma, usou de expressões aparentemente mais amplas que o seu 
pensamento. ex: Penal/Tributário 
 
6) Como se classifica a interpretação/aplicação do Direito à natureza ou método 
de interpretação realizado? 
I. Gramatical: ​que toma como ponto de partida o exame do significado e 
alcance de cada uma das palavras do preceito legal; 
II. Lógica: ​que leva em consideração o sentido das diversas orações e locuções 
do texto legal, esclarecendo a conexão entre os mesmos; 
III. Histórica: que indaga as condições de meio e o momento da elaboração da 
norma legal, bem assim das causas preteridas da solução dada pelo 
legislador. 
❖ Remota: dirigida ao origo legis, isto é, às origens da lei; 
❖ Próxima: se dirige ao occasio legis, sendo necessário fazer uso de 
outras ciências afins, como a sociologia, a economia e a política, para 
atingir seu objetivo; 
IV. Sistemática: ​com relação à própria lei a que o dispositivo pertence ou com 
relação ao sistema geral do direito em vigor, buscando descobrir a mens 
legislatoris (o pensamento, a vontade, a intenção do legislador) da norma 
jurídica. 
 
 
Códigos 
Uma palavra é um código forte se seu significado corresponder a um fenômeno 
determinado (Exemplo: Agravo de Instrumento é um tipo único de Recurso); será código 
fraco se seu significado referir-se a mais de um fenômeno (Exemplo: Tributo é um conceito 
que pode referir-se a várias coisas, como contribuição, imposto, taxa). 
 
 
1. Código: estrutura capaz de ordenar, para um item qualquer, dentro de um 
campo limitado, outro que lhe seja complementar. 
2. Código Forte: possui rigor, o qual estreita o espaço de manobra do 
destinatário, pois dele se exige um comportamento estrito. 
3. Código Fraco: como o receptor tem como tendência ganhar espaço, este 
amplia sua possibilidade de comportamento decodificando a prescrição para 
um código fraco; o qual é pouco rigoroso e flexível. 
 
 
Tipos de Interpretação 
I. Especificadora: “Uma interpretação especificadora parte do pressuposto de que o 
sentido da norma cabe na letra de seu enunciado. Tendo em vista a criação de 
condições para que os conflitos sejam decidíveis com um mínimo de perturbação 
social (questão de decidibilidade), a hermenêutica vê- se pragmaticamente 
dominada por um princípio de economia de pensamento. Postula, assim, que para 
elucidar o conteúdo da norma não é necessário sempre ir até o fim de suas 
possibilidades significativas, mas até o ponto em que os problemas pareçam 
razoavelmente decidíveis. Era esse, provavelmente, o propósito de um famoso 
aforismo jurídico, hoje menos citado, segundo o qual “in claris cessat interpretatio”. 
II. Restritiva: A que subordina os termos da lei ao que ela realmente exprime; limita o 
alcance das palavras contidas na norma em seu real sentido, procura restringir o 
texto que foge aos limites desejados pelo legislador. Subordina os termos da lei à 
esfera do pensamento que o legislador realmente desejou exprimir. Com efeito, por 
vezes a linguagem da lei diz mais do que o pretendido: “lex scripta minus voluit”. A 
interpretação restritiva limita, então o alcance das palavras da lei ao seu sentido real. 
● Decodifica uma mensagem codificada num código fraco por meio de um 
código forte. 
● Aplicada nos direitos fundamentais e normas excepcionais. 
III. Extensiva: Trata-se de um modo de interpretação que amplia o sentido da norma 
para além do contido em sua letra. quando o texto diz menos do que pretendia o 
legislador, “lex minus dixit quam voluit”; não expressando sua vontade na extensão 
que desejara. 
 
● Existem duas situações: 
○ 1ª Quando a norma diz menos do que deveria dizer. A extensão vai 
até o sentido literal da norma. 
○ 2ª Quando há lacunas na lei. A extensão vai além do sentido literal da 
norma. 
● Decodifica uma mensagem codificada num código forte para um código 
fraco. 
 
A Imprecisão da linguagem Jurídica: Vagueza, ambiguidade e sofismas 
1. Imprecisão​: não é resultado da carência de informação sobre o significado das 
palavras utilizadas num enunciado, mas depende do uso das regras de formação do 
sentido. Ela é sempre uma questão de grau, umtermo pode ser mais ou menos 
preciso, mas a dificuldade possível de determinar o seu sentido estará sempre 
presente. 
a. Sintática: combinação dos signos 
b. Semântica: sentido dos signos 
c. Pragmático: o contexto 
 
● Vagueza: o campo denotativo da palavra ou enunciado é indeterminado e não 
sabemos quais as situações são por ele abrangidas. 
● Ambiguidade: o campo conotativo da palavra ou enunciado é indeterminado e não 
sabemos que qualidades devem manifestar a situação para merecer o uso do termo. 
 
 ​Redefinição 
1. Redefinição direta: quando o intérprete explicitamente propõe um novo critério para 
a significação do termo. 
2. Redefinição indireta: quando a significação do texto permanece inalterada, mas o 
intérprete, pela alteração do contexto, altera o resultado da relação entre o caso 
concreto e o texto normativo, naqueles casos em que não seria persuasivo propor 
uma redefinição direta. 
 
Indeterminação para Kelsen 
a. Relativa indeterminação do ato de aplicação do Direito: A relação entre um 
escalão superior e outro inferior da ordem jurídica – Constituição e Lei, Lei e 
Sentença, e.g. – é uma relação de determinação ou vinculação: a norma 
superior estabelece o processo de produção da norma inferior e, 
eventualmente, seu conteúdo ou ato de execução a realizar. 
Todavia, a determinação nunca é completa: a norma superior não pode 
vincular em todas as direções o ato através do qual é aplicada. Há de restar 
uma margem de livre apreciação: a norma superior, em relação à norma 
inferior, tem o caráter de um quadro ou moldura a preencher por esse ato. 
Até uma ordem pormenorizada tem de deixar ao órgão que a cumpre ou a 
executa uma pluralidade de determinações a fazer. Exemplo: o órgão A emite 
comando para que órgão B prenda o indivíduo C; é o órgão B que decidirá, 
por critério próprio (em vista de fatores externos que o órgão A não poderia 
prever), quando, como e onde realizará a ordem de prisão. 
 
b. Indeterminação intencional do ato de aplicação do Direito: ​Todo ato jurídico, 
seja ele de criação jurídica ou de pura execução, é, em parte, determinado 
pelo direito e, em parte, indeterminado. Tal indeterminação pode respeitar 
tanto ao fato condicionante como à conseqüência condicionada. A 
indeterminação pode mesmo vir da intenção do órgão que estabeleceu a 
norma a aplicar. 
O estabelecimento ou fixação da norma geral superior opera-se sob o 
pressuposto de que a norma individual inferior, resultado de sua aplicação, 
continua o processo de determinação que constitui o sentido da seriação 
escalonada do ordenamento jurídico. Exemplo: uma lei de sanidade, para 
evitar alastramento de epidemia, determina que os indivíduos observem 
certas disposições sob pena de prisão ou multa; as disposições serão 
prescritas pela autoridade administrativa de acordo com a doença e será o 
juiz quem decidirá pela aplicação da pena ou multa, bem como suas 
respectivas ponderações. 
 
c. Indeterminação não-intencional do ato de aplicação do Direito: ​A 
indeterminação do ato jurídico também pode ser não intencional, 
conseqüência da própria estrutura da norma. Uma situação ocorre quando o 
sentido verbal da norma abriga uma pluralidade de significações; a segunda 
situação, reconhecida pela jurisprudência, se dá quando o aplicador da 
norma presume que há discrepância, total ou parcial, entre o sentido verbal 
da norma ou contrato e a vontade do legislador ou contratantes. O aplicador 
deverá investigar a norma ou contrato a partir de outras fontes que não a 
expressão verbal nos pontos em que a expressão não corresponde às suas 
significações possíveis. 
Outra situação de indeterminação do ato jurídico é verificada quando duas 
normas que pretendem valer simultaneamente – encontram-se na mesma lei, 
por exemplo – contradizem-se total ou parcialmente. 
 
d. O direito a aplicar como uma moldura dentro da qual há várias possibilidades 
de aplicação: O direito que será aplicado formará uma moldura dentro da 
qual existem diversas possibilidades de aplicação: é conforme o direito todo 
ato que se mantenha dentro da moldura, preenchendo-a em qualquer sentido 
possível. 
Como interpretação é a fixação por via cognoscitiva do sentido do objeto a 
interpretar, o resultado da interpretação jurídica é a fixação da moldura que 
representa o direito a interpretar e o conhecimento das possibilidades que 
existem dentro da moldura. Assim, a interpretação de uma lei não conduz 
necessariamente a uma única solução, mas possivelmente a várias soluções 
de igual valor, apesar de apenas uma se tornar direito positivo no ato do 
aplicador do direito. Dizer que uma sentença é fundada em lei significa que 
ela se contém na moldura que a lei representa – ela não é “a norma 
individual”, mas “uma das normas individuais” que podem ser produzidas 
dentro da moldura da norma geral. 
 
e. Os chamados métodos de interpretação: Todo método de interpretação até 
então elaborado conduz a um resultado possível, nunca a um único correto. 
Tem o mesmo valor, do ponto de vista do direito positivo, privilegiar o teor 
verbal ou a vontade do legislador. É inútil tentar fundamentar juridicamente 
uma, com exclusão da outra. 
Que a interpretação do “argumentum a contrario” e da “analogia” são 
destituídos de valor resulta já do fato de que ambos conduzem a resultados 
opostos e não há critério que justifique a utilização de um ou outro. Também 
o “princípio da apreciação dos interesses” é apenas uma formulação, e não 
solução, do problema. Não fornece critério objetivo através do qual se possa 
comparar os interesses contrapostos e, por conseguinte, dirimir o conflito. Tal 
critério não pode ser retirado do dispositivo, da lei ou do ordenamento 
jurídico, como pretende a teoria da “Ponderação de Interesses”. A 
necessidade da interpretação resulta do fato da norma ou sistema de normas 
deixarem possibilidades em aberto, de não conterem ainda a decisão sobre 
qual dos interesses vale mais, mas deixarem a decisão sobre a posição 
relativa dos interesses a um ato de produção normativa subseqüente, como 
uma sentença, por exemplo. 
 
 
Sofismas ou Falácias 
São raciocínios que pretendem demonstrar como verdadeiros argumentos que são 
logicamente inválidos. 
● Conclusão irrelevante: As premissas não sustentam a conclusão, que não decorre 
logicamente daquelas, ou não está com elas relacionada. 
● Petição de princípio: Quando o orador pressupõe como certo exatamente aquilo que 
deveria demonstrar. 
● Círculo vicioso: O ponto de partida (a premissa) e a conclusão são apoiados um no 
outro, formando um círculo entre duas afirmações não demonstradas. 
● Falsa causa: Atribui causalidade àquilo que que é mera sucessão. 
● Causa comum: Quando dois fatos relacionados entre si são tomados como sendo 
um causa do outro, sem considerar que ambos são efeitos de um terceiro fato. 
● Generalização apressada/indução viciosa: Consiste na generalização apressada em 
se atribuir ao todo o que é próprio da parte, em considerar como regra a exceção.● Acidente: Aplica-se uma conclusão baseada em regras gerais, sem levar em 
consideração as exceções a que essa regra não se aplica. 
● Ad hominem: O argumento que repele a tese-idéia argumento de outro com base em 
qualidades ou condições especiais dessa pessoa, sem considerar a validade ou a 
invalidade do seu argumento. Ataca-se o homem e não a idéia.

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