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WEB AULA 01 ( DIREITO EMPRESARIAL II) Caso concreto Fernando emitiu um título de crédito em favor de Renata, o qual circulou através de diversos endossos até o atual portador. Após o prazo de vencimento, o portador decidiu executar um dos endossantes, tendo em vista que o título não foi pago pelo devedor original. Todavia, ao ser executado, o endossante alegou em sua defesa que não poderia ser executado, haja vista que recebeu o título de um menor, o qual não teria capacidade civil, e o que tornaria nula a cadeia de endossos. Diante dessa situação hipotética, pergunta- se a)Tem fundamento a defesa apresentada pelo endossante? R: Não, pois ao lançar sua assinatura o endossante vincula sua obrigação de pagar como garantidor, sendo que as obrigações são autônomas e independentes. b) Qual o princípio que pode ser aplicado no caso em tela? R: Principio da autonomia; aplicáveis a espécie os princípios da autonomia com relação as demais independentemente da situação do obrigado e o da inoponibilidade das exações pessoais ,cuja relação pessoal com qualquer dos obrigados não pode ser alegada como defesa (artigo 7 e 17 LUG 57663/1966). DOUTRINA Fábio Ulhoa Coelho define o princípio da autonomia como sendo: “Pelo princípio da autonomia das obrigações cambiais, os vícios que comprometem a validade de uma relação jurídica, documentada em título de crédito, não se estendem às demais relações abrangidas no mesmo documento.” (COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial, volume 1: direito de empresa. 18º ed. São Paulo: Saraiva, 2014. Pág. 449). O autor Ricardo Negrão ao tratar do assunto aduz: “A autonomia é a característica dos títulos de crédito que garante a independência obrigacional das relações jurídicas subjacentes, simultâneas ou sobrejacentes à sua criação e circulação e impede que eventual vício em uma relação se comunique às demais ou invalide a obrigação literal inscrita na cártula.” (NEGRÃO, Ricardo. Manual de Direito Comercial e de Empresa, volume 2: Títulos de Crédito e Contratos Empresariais. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014. Pág. 40). O princípio da autonomia se desdobra em dois outros subprincípios, o da abstração e o da inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé. De forma didática o autor Ricardo Negrão aduz: “Por força da ABSTRAÇÃO as obrigações mantêm-se independentes umas das outras e, por decorrência da INOPONIBILIDADE das exceções pessoais, os devedores não podem alegar vícios e defeitos de suas relações jurídicas contra o portador de boa-fé que não participou do negócio jurídico do qual resultou a dívida que lhes é exigida.” (NEGRÃO, Ricardo. Manual de Direito Comercial e de Empresa, volume 2: Títulos de Crédito e Contratos Empresariais. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014. Pág. 42). JURISPRUDÊNCIA Tribunal de Justiça de Minas Gerais Número do 1.0145.15.011391-1/001 Númeração 0113911- Relator: Des.(a) Cabral da Silva Relator do Acordão: Des.(a) Cabral da Silva Data do Julgamento: 26/09/2017 Data da Publicação: 06/10/2017 EMENTA: CHEQUE. CIRCULAÇÃO. EXCEÇÕES PESSOAIS. TERCEIRO DE BOA FÉ. INOPONIBILIDADE. Se o cheque foi colocado em circulação, tendo em vista o principio da autonomia e da abstração, e sendo e portador terceiro de boa-fé, as exceções pessoais originárias do negócio jurídico que ensejou a sua emissão são inoponíveis, sendo devido o pagamento da cártula. APELAÇÃO CÍVEL Nº. 1.0145.15.011391-1/001 - COMARCA DE JUIZ DE FORA - APELANTE(S): CLINICA VESTHA MEDICINA E CIRURGIA ESTETICA LTDA - APELADO(A)(S): PEDRO HENRIQUE CARVALHO VASCONCELOS. A C Ó R D Ã O Vistos etc., acorda, em Turma, a 10ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, em NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO. DES. ÁLVARES CABRAL DA SILVA RELATOR. DES. ÁLVARES CABRAL DA SILVA (RELATOR) QUESTÃO OBJETIVA 1: São princípios gerais dos títulos de crédito: a) literalidade, forma e causa. b) forma, causa e abstração. c) negociabilidade, anterioridade e literalidade. d) modelo, cártula e autonomia e) cartularidade, literalidade e autonomia QUESTÃO OBJETIVA 2: Quanto à classificação dos títulos de crédito, é incorreto afirmar: a) Quanto ao modelo, os títulos podem ser classificados como livres (letra de câmbio e nota promissória) e vinculados (cheque e duplicata). b) quanto à estrutura, os títulos se classificam como ordem de pagamento ou promessa de pagamento. c) como exemplo de ordem de pagamento, temos a letra de câmbio, e como promessa de pagamento a nota promissória. d) quanto às hipóteses de emissão, os títulos de créditos podem ser classificados em causais e não causais. e) todos os títulos de crédito existentes no Brasil podem ser considerados não causais, visto que não dependem de causa específica para serem emitidos.