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Petição para análise

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XXXXXXXXXXXXXXXXX
Advogada
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VOCATIVO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XXª VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE XXXXXXXX.
 “O afeto merece ser visto como uma realidade digna de tutela.”
Dra. Maria Berenice Dias - Des. TJRS 
	APRESENTAÇÃO DA REQUERENTE
	T.S.D., brasileira, casada, psicóloga, portadora do R.G. nº xxxxx-x, inscrita no C.P.F.(MF) sob nº xxxxxxxxxxx-xx, residente e domiciliada à rua XXXXXXXXXXXX, nº XXX, Bloco X, apto. X, XXXXXXX, vem, com todo acatamento, por sua advogada, conforme demonstra o incluso instrumento de mandato (doc.1), perante V. Exa., propor a presente
PROPOSTA
AÇÃO DE SEPARAÇÃO JUDICIAL LITIGIOSA
APRESENTAÇÃO DO RÉU
em face de D.L.D., brasileiro, casado, engenheiro, residente e domiciliado à rua xxxxxxxxxxx, nº xx, Bloco x, apto x, xxxxxxxx, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: 
APRESENTAÇÃO DAS PARTES
	A requerente é casada com o requerido desde 17 de abril de 1995, sob o regime de comunhão parcial de bens, conforme comprova a certidão de casamento em anexo (doc. 4). 
	O casal não tem filhos, mas possuem os seguintes bens abaixo elencados, que foram adquiridos na constância do casamento, além daqueles que guarnecem a residência do casal e os de objetos de uso pessoal. São eles: 		
a) um apartamento situado na rua xxxxxxxxxxxxxx, nº xx, Bloco x, apto x, em xxxxxxx, que, embora adquirido na constância do casamento, desde já deve ser ressalvado, conforme a seguir será demonstrado através dos documentos juntados aos autos, foi conseguido mediante recursos provenientes da herança deixada pelo pai da requerente, valendo hoje aproximadamente R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) - doc.5;
b) um automóvel marca Wolkvagen, modelo “Gol”, ano 2000, identificado pelas placas DCD0000, no valor de R$ 000, que é de uso exclusivo da requerente (doc.6) e
c) um outro veículo marca Fiat, modelo Uno, ano 2001, identificado pelas placas DEF0000, no valor de R$ 000, de uso exclusivo do requerido (doc.7). 
	NARRAÇÃO DOS FATOS
	Sucede que desde o início do mês de novembro/2010, a requerente passou a observar, até chegar à conclusão, com a própria confirmação do réu, que este vem assumindo conduta desonrosa e gravemente violadora dos deveres conjugais, conforme ficará claramente provado a seguir.
	O casal, durante os mais de 10 anos de casamento, sempre foi um modelo, uma união de referência para todos os amigos e parentes que com eles conviviam. Até o feriado de 12 de outubro deste ano, nada de errado parecia ocorrer, além das “briguinhas corriqueiras” que normalmente surgem em qualquer relacionamento. Todavia, dias após retornarem de uma viagem de 7 dias para Cancun, a requerente passou a notar um comportamento estranho por parte do requerido, posto que ele passou a dizer com maior frequência, que a relação de ambos não estava boa, e que ele não sabia mais se gostava realmente dela ou não.
	Inconformada com as palavras do marido, a todo momento, ela tentava buscar explicações com ele para tal, a fim de sempre preservar seu casamento. E ele com isso, dizia que estava “sufocando-o”. Como as saídas do réu passaram a ser mais frequentes, ela passou a telefonar aos locais que ele dizia estar, porém não o encontrava.
	Há anexado aos autos um bilhete por ele deixado a ela em 05/04/2010 (doc.8), que deixa bem claro que ele não queria que ela o vigiasse, e que com isso, permitisse que ele levasse a vida dele, até resolver o que seria melhor a ambos.
	Os dias foram se passando e as desconfianças da requerente aumentando, posto que como ele nunca teve um comportamento assim desde que se casaram, agora algo estava de estranho no seu casamento. Indo verificar mais a fundo, resolveu vasculhar o carro do réu e para sua surpresa, encontrou um “kit” completo, que está anexado a estes autos (doc. 9), do “Motel xxxxxxxxx”.
	Indagando ao mesmo o que seria aquilo, ele afirmou que um amigo que o teria dado. Por ser absurda a desculpa, a requerente ainda com expectativas de reatar com seu marido, propôs a ele para que esquecessem tudo aquilo, e voltassem à vida normal que sempre tiveram. Porém, as coisas desta data adiante, só pioraram.
	As saídas do réu da residência do casal passaram a ser mais constantes e os retornos, cada dia mais tarde. Até um telefonema anônimo a requerente recebeu em sua residência, onde lhe disseram que seu marido estaria saindo com uma funcionária da empresa “xxxxxxxx” onde trabalha, passando inclusive, o nome completo da mesma (xxxxxxxxx). Diante desses fatos, ela indagando-o a respeito, ele acabou confirmando que estava sim, saindo com uma colega de trabalho, mas se arrependera e precisava de um tempo para pensar no relacionamento deles.
	Verificando, posteriormente, a fatura do cartão de crédito dele quando chegou, a requerente notou dois débitos de igual valor, R$ 48,00 (quarenta e oito reais), nos dias 07 e 15 de novembro (doc.10). Após ligar na central dos cartões Bradesco, obteve somente a informação do endereço de onde foi gasto aquele dinheiro: Avenida xxxxxxxxxxx, nº xxxxxx, xxxxxxxx – xxxxxx/xxx. E este local nada mais é do que o “Motel xxxxxxxxx”.
	Além destes valores, tem um outro débito de R$ 22,70 (vinte e dois reais e setenta centavos), que é proveniente do parque “xxxxxxxxx”. Neste dia 17.11, logo em seguida a um feriado, o réu disse à requerente que iria trabalhar, fazer “horas extras”. Todavia, como V. Exa. pode notar, ele não esteve somente trabalhando neste dia, se é que chegou a comparecer à empresa por algum motivo...
	Observando ainda sua conta telefônica do mês de novembro/2011 (doc.11), constatou, após verificação do número, uma ligação no celular nº xxxx-xxxx, que quem atendeu se identificou com o mesmo nome daquele passado a ela, via telefonema anônimo, como a suposta “amante” de seu cônjuge. Este telefonema foi feito em horário que a requerente já havia saído de sua residência para trabalhar, e coincide com uma das datas da fatura do cartão de crédito, gasto no local designado como “xxxxxxxxx” (Motel xxxxxxxx).
	
	FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
	Diante de tantas evidências e situações vexatórias pelas quais a requerente está tendo que passar, agora faz-se necessário formalizar esta separação, posto que não é justo ela ter que ver diariamente seu marido se arrumar e sair sem dar a ela satisfações de onde está indo. Certamente, por diversas vezes ela tentou reconstruir seu casamento, mas agora, isto não é mais possível.
	As discussões do casal, quando eles se encontram em casa têm sido constantes e por este motivo, a separação faz-se necessária.
	Com relação aos bens adquiridos na constância do casamento, precisamos esclarecer que o imóvel que residem foi quitado, após apenas algumas parcelas pagas com rendimento de ambos, pela requerente exclusivamente, quando recebeu sua parte na herança de seu pai. Como podemos notar dos documentos juntados, foi exatamente a quantia que recebeu, que usou totalmente para pagar o apartamento (docs. ****). Com isso, não é justo que um dinheiro que ela recebeu por doação de seu pai, seja repassado ao seu cônjuge, via meação, devido ao regime de bens pelo qual se casaram, após tudo que a requerente está passando, que não provocou em momento algum e mais, fez de tudo para que não acabasse da forma que está acabando.
	Assim têm decidido, reiteradamente, nossos Tribunais, em face de casos semelhantes a este relatado, qual seja: 
“Concubinato. Pedido de sua dissolução. Direito de partilhar bens (meação). Comunhão limitada ou parcial. Em tal regime, comunicam-se os bens adquiridos na constância do matrimônio. Mas são excluídos da comunhão, os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que sobrevierem, na constância do matrimônio, por doação ou por sucessão. Não é legítimonem legal tenha o concubinato tratamento diverso. E de lhe ser dado tratamento igual ao do casamento, uma vez aplicado o regime da comunhão limitada ou parcial, donde deverem ser excluídos da comunhão, portanto não sujeitos à meação, os bens que como tais foram herdados. Cód. Civil, art. 269, inc. I. Recurso especial conhecido e provido em parte.” (STJ - 3ª Turma - REsp. nº 58357/RS - Min. Nilson Naves - j. em 05.12.1995) - grifos nossos 
“Considera-se sub-rogado e, portanto, incomunicável, o bem adquirido com a transferência de outro bem, ou com o produto da venda de bem particular do consorte.” (TJRS - 7ª Câm. - Apel. nº 596020669 - Rel. Des. Ulderico Ceccato - j. em 22.05.1996) 
	O fator culpa, presente neste caso pelas atitudes do réu, deve ser também avaliado, posto não ser correto este se beneficiar de um imóvel que teve pequena participação quando da sua aquisição e mais, em nada lutou para conservar como seu lar, senão vejamos: 
“Separação Judicial. Culpa. Partilha de bens. Sentença correta quando reconheceu a culpa do cônjuge varão em separação judicial. Critérios sentenciais adequados no respeitante a compensações patrimoniais.” (TJRS - 8ª Câm. - Apel. Cível nº 595150194 - Rel. Des. Sérgio Gischkow Pereira - j. em 15.08.1996) - grifos nossos 
	Diante disso, claro está que este imóvel não deverá entrar na partilha de bens do casal mas, caso isto venha a ocorrer, requer sejam compensados ou mesmo restituídos a ela, os valores já pagos com a herança deixada pelo seu pai. Com relação aos demais bens, incluindo os do interior da residência, este serão oportunamente partilhados e os de uso pessoal, o réu já retirou do lar comum os que lhe pertencia, ao sair de casa. 
	Ante todo o exposto, a requerente propõe a presente ação, com suporte no artigo 5º da Lei nº 6.515/77, uma vez que as ações praticadas pelo réu tornam insuportável a prosseguimento da vida em comum. Ainda em tempo, como já mencionado, o casal não tem filhos, os bens serão oportunamente partilhados, e mais, a requerente por ter meios próprios de subsistência, uma vez que é apta para trabalhar, exercendo profissão remunerada, renuncia expressamente o direito a alimentos. 
PROTESTO
	Requer a Vossa Excelência que o réu seja citado para os termos da ação no endereço fornecido no frontispício desta inicial, com as faculdades do art. 172, § 2º do Código de Processo Civil, sob pena de revelia e que, uma vez provados os fatos relatados e articulados, seja a ação julgada TOTALMENTE PROCEDENTE, decretando-se a separação judicial, por culpa do réu, além de responder pelo pagamento das despesas processuais e de honorários advocatícios nos termos do artigo 20, § 4º do Código de Processo Civil. 
	Requer ainda que seja intimado o membro do Ministério Público para participar dessa ação, além de ser designada a audiência inicial de conciliação.
	Ainda em tempo, a requerente manifesta sua opção pela volta ao nome de solteira (T.S.), circunstância que haverá de ser consignada no futuro mandado de averbação da sentença no Registro Civil.
	A autora protesta pela produção de todos os meios de prova em direito admitidos, sem exceção, notadamente pelo depoimento pessoal do réu, o que desde já requer, sob pena de confesso.
O VALOR DA CAUSA
				Atribui-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais).
					Termos em que, 
					P. Deferimento.
				xxxxxxxxxx, xxxxx de dezembro de xxxxxx.
 XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX 
Advogada - OAB/SP nº XXXXX.XX 
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