Buscar

ESCOLAS DE GINÁSTICA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

GINÁSTICA I 
PROF. M Sc. RONALDO MACIEL 
 
 
ESCOLAS DE GINÁSTICA: INFLUÊNCIAS E INFLUENCIADORES 
 
 
 O movimento ginástico europeu exerceu grande influência para que a prática 
de exercícios físicos fosse admitida como um instrumento educativo. Os principais 
objetivos deste movimento voltavam-se para o desenvolvimento pedagógico, higiênico 
e militar do indivíduo, visando a preparação dos jovens para a própria vida e para 
aprestação de serviços a sociedade (SIGOLI, DE ROSE JR., 2004). Assim, os 
métodos ginásticos surgiram na Europa no século XIX em diferentes regiões e 
entendendo/executando os exercícios de maneiras diferentes. Os quatro primeiros 
países que sistematizaram de uma forma mais efetiva esse ensino originaram as 
chamadas grandes escolas da ginástica no mundo: Alemanha, Suécia, França e 
Inglaterra (FIGUEIREDO, FELINTO E MOURA, 2014). 
 
 Escola Alemã de Ginástica: O movimento Alemão de ginástica foi fortemente 
influenciado pelos ideais do iluminismo, período em que a educação física fazia parte 
efetivamente da educação dos jovens. Quitzau (2015) relata que a ginástica foi 
instituída para combater o “estatismo” em que vivia a população alemã, por excesso 
de comodidade e pela imobilidade proveniente do crescimento urbano ocorrido no 
período, sendo um instrumento para sua recuperação moral e física. Guths Muths, 
Badow e Friedrich Jahn foram os principais influenciadores da criação da escola 
alemã. 
 A escola Sueca de ginástica teve como grande influenciador Per Henrik 
Ling, que foi além das propostas vigentes na época e sugeriu a divisão da ginástica 
em quatro vertentes: militar, médica, pedagógica e estética. Essa metodologia 
repercutiu favoravelmente dentro e fora da Europa. Carvalho e Correia (2015) 
sustentam que esta escola foi pautada por uma alta credibilidade científica, o que a 
tornava mais sistematizada; serviu como instrumento de organização e afirmação de 
grupos profissionais, como os médicos e os militares; e consolidou a figura do 
professor de educação física como membro atuante da classe docente. 
 A escola Francesa de ginástica foi criada por Francisco Amoros em 1850 e 
foi a primeira a entrar no ambiente escolar, sendo de prática obrigatória nas escolas 
consideradas normais. Amoros entendia que havia a divisão em quatro tipos de 
ginástica na França: Civil ou industrial; militar; médica e funambulesca, cada uma 
delas com características próprias (SIGOLI, DE ROSE JR., 2004). 
Já a escola Inglesa apresentou características próprias e diferentes das 
demais. Novas formas de relações sociais foram desenvolvidas, como o fato de que 
algumas entidades particulares que eram beneficentes se tornavam responsáveis pela 
educação dos “pobres”. A escola Inglesa era a mais intimamente relacionada aos 
jogos, atividades atléticas e ao esporte, o que a tornou a principal na regulamentação 
dos jogos populares, culminando no surgimento do chamado esporte moderno 
(RUBIO, 2002; SIGOLI, DE ROSE JR., 2004). 
Um importante componente da nossa Cultura Corporal, citado como tal no PCN 
(Parâmetros Curriculares Nacionais ), a Ginástica em seus primórdios foi considerada 
como o próprio significado da Educação Física. Sua origem no Brasil está diretamente 
ligada às Instituições Militares. Marinha, Exército e Polícia Militar foram responsáveis 
pela sua sistematização inicial que, ao longo da história, ampliou o seu acervo de 
expressões e objetivos sobre a motricidade humana. A história da educação física 
institucionalizada no Brasil começa no período imperial, não coincidentemente, junto 
com a dos militares. 
Magalhães (2005), afirma que a sistematização dos conhecimentos da 
ginástica se deu a partir de 1808, quando a família real chegou ao Brasil e fundou as 
primeiras instituições públicas, sendo uma delas a academia militar real, que passou a 
preparar os militares brasileiros e sofreu grande influência da metodologia alemã de 
ginástica, que chegou ao Brasil por volta de 1860. 
Anteriormente, no Brasil Colônia, a prática de atividades físicas era restrita às 
atividades de origem indígena, como: o arco e flecha; a natação; a canoagem; as 
corridas a pé, marchas e touradas entre os índios e os primeiro colonizadores 
(COSTA, PERELLI, MATARUNA-DOS-SANTOS, 2016). 
A ginástica contemporânea foi construída principalmente a partir dos modelos 
dos métodos ginásticos europeus do século XIX. A partir do século XX, a 
competitividade passou a ser sua maior característica, além dos objetivos estéticos, 
que ganharam notoriedade especialmente a partir das décadas de 1980 e 1990, com o 
surgimento em massa de academias de ginástica (OLIVEIRA, 2007). 
 
GINÁSTICA NOS DIAS ATUAIS 
 
Nos dias atuais, a Ginástica está presente em, pelo menos, cinco campos 
distintos: 
Ginásticas de Condicionamento e Desenvolvimento Motor- caracterizam-se pela 
busca da manutenção da condição física e a prevenção de saúde. Atualmente também 
estão muito relacionadas com o culto ao corpo 
Ginásticas de Competição- são aquelas que envolvem eventos competitivos 
seguindo, assim, regras pré-estabelecidas internacionalmente 
Ginásticas de Conscientização Corporal- Consistem em técnicas alternativas que 
objetivam fornecer soluções para problemas de saúde e posturais através de uma 
visão integral do ser humano. 
Ginásticas Fisioterápicas- Estão diretamente relacionadas à prevenção e ao 
tratamento de doenças. 
Ginásticas de Demonstração- esse tipo de ginástica possui como principais 
elementos o prazer pela sua prática, a criatividade e a integração entre as pessoas. 
Essa vertente tem como sua principal representante a Ginástica Para Todos. 
(COSTA, PERELLI, MATARUNA-DOS-SANTOS, 2016; OLIVEIRA e NUNOMURA, 
2012). 
 
Mas, a ginástica vive um paradoxo, entre ser uma prática elitizada ou 
verdadeiramente acessível a todos. Entendemos ser necessário e urgente 
desmistificarmos a ginástica como algo exclusivo para as classes de elites, e sim 
promover possibilidades de ser uma atividade vinculada ao lazer da população de uma 
forma geral, o que Oliveira, (2007) denomina de Ginástica para Todos, ou seja, uma 
prática capaz de democratizar o acesso à cultura corporal, especialmente no contexto 
do lazer, atendendo aquilo que prega a CBG (Confederação Brasileira de Ginástica), 
que diz que a promoção do lazer por meio de sua prática é uma das finalidades desta 
modalidade. 
Magalhães (2005) diz que é necessário a organização de metodologias de 
ensino que sejam, ao mesmo tempo, solidárias, cooperativas e participativas. E que 
esta prática pedagógica seja difundida para todos, já a partir do contexto escolar. A 
esse respeito, Figueiredo, Felinto e Moura (2014) afirmam que a ginástica vem 
perdendo seu espaço nas aulas de educação física, sendo substituída por outras 
opções, notadamente, pelos desportos. 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
CARVALHO, Luís Miguel; CORREIA, Antônio Carlos. A recepção da ginástica Sueca 
em Portugal nas primeiras décadas do século XX: conformidades e dissensões 
culturais e políticas. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 2015. 
COSTA, Marcelo Gomes; PERELLI, João Marcos; MATARUNA-DOS-SANTOS, 
Leonardo. História da ginástica no Brasil: da concepção e influência militar aos 
nossos dias. Navigator, 2016. 
FIGUEIREDO, Sara Maria Teles; FELINTO, Thiago Tavares; MOURA, Marla Maria 
Moraes. A ginástica no contexto escolar: da evolução histórica a prática atual. 
Editorarealize.com.br, 2014, acesso em 04/04/2018. 
MAGALHÃES, Carlos Henrique Ferreira. Breve histórico da educação física e suas 
tendências atuais a partir da identificação de algumas tendências de ideais e 
idéias de tendências. Revista da Educação Física – UEM, 2005. 
OLIVEIRA, Nara Rejane Cruz. Ginástica para todos: Perspectivas no contexto dolazer. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, 2007. 
OLIVEIRA, Maurício Santos; NUNOMURA, Myriam. A produção histórica em 
ginástica e a constituição desse campo de conhecimento na atualidade. 
Conexões: revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP, 2012. 
QUITZAU, Evelise Amgartem. Da ginástica para a juventude a ginástica alemã: 
observações acerca dos primeiros manuais alemães de ginástica. Revista 
Brasileira de Ciências do Esporte, 2015. 
RUBIO, Katia. Do olimpo ao pós-olimpísmo: elementos para uma reflexão sobre o 
esporte atual. Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, 2002. 
SIGOLI, Mário André; DE ROSE JÚNIOR. A história do uso político do esporte. 
Revista Brasileira de ciências e movimento, 2004.

Continue navegando