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Coluna prestes - Resumo

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A Coluna Prestes, sua relação com Foz do Iguaçu e influências posteriores
Andreza Sant’ana
Rafaella Alparone
O Governo de Arthur Bernardes, que iniciou-se em 1922 dentro da República Oligárquica (mais conhecida como República do Café com Leite, em que São Paulo e Minas Gerais disputavam as eleições com candidatos de seus estados, com apoio de outros estados do Brasil) contou com o apoio da maioria dos fazendeiros mineiros e paulistas. Arthur Bernardes, de origem mineira, seria o próximo responsável por manter os interesses das elites cafeeiras. Porém, dentro dessas eleições, ocorreram várias discordâncias geradas com oligarquias de outros estados. O candidato que, teoricamente, venceria Arthur Bernardes nessas eleições, seria Nilo Peçanha, de origem fluminense.
A oposição à Arthur Bernardes defendia a moralização das eleições, o que atraiu um grande contingente para seu eleitorado. Dentro desses episódios, um que chamou a atenção foi a publicação de uma carta falsa em um jornal de grande influência no ano de 1921, carta na qual Arthur Bernardes dirigia injurias aos militares. Mesmo que a carta tenha sido, comprovadamente falsa, os ânimos de vários membros das instituições ficaram acirrados e Artur Bernardes fez inimigos dentro 
Mesmo com toda essa agitação dos militares e no meio urbano, Artur Bernardes conseguiu vencer as eleições e assim manter os interesses oligárquicos. Porém, os militares ainda não tinham esquecido o episódio das cartas. Então, reagiram à eleição no Forte de Copacabana, o primeiro levante oficial do movimento tenentista.
O Movimento Tenentista, teve seu primeiro ato oficialmente com o levante dos militares no 18 do Forte de Copacabana, teve a intenção de mostrar a inconformidade das classes médias urbanas, foi contra o conservadorismo presente na cultura política do país e também, era tendencioso às políticas republicanas liberais. Entre outros pontos, reivindicavam uma reforma constitucional e que o processo eleitoral fosse feito com uso do voto secreto (o voto na época, era de cabresto, do tipo que votavam apenas pessoas com renda elevada) e criticavam a fraude e a corrupção. Também reivindicavam a liberdade dos meios de comunicação, maior rigidez no poder executivo, maior autonomia das autoridades judiciais e moralização do poder legislativo.
Nos anos seguintes após o 18 do Forte, vieram mais revoluções, e especialmente uma que aconteceu no Rio Grande do Sul em 1923, contra Borges de Medeiros e outra em São Paulo, em 1924. Após essas três revoltas terem sido abafadas violentamente por forças governamentais, elas decidiram se juntar, dando origem então à famosa guerrilha, Coluna Prestes.
Após a revolução de 1924, os revoltosos paulistas deixaram a cidade de São Paulo e vieram em direção ao oeste paranaense. Eles marcharam por toda a região e chegaram a Catanduvas, que até hoje conta com artefatos das trincheiras e objetos utilizados pelos revoltosos, já que a cidade tornou-se um cenário de guerra, com quase 1000 mortos. Também marcharam por Guaíra, antes mesmo de chegar até Catanduvas, onde o Coronel Cândido Rondon reprimiu seus movimentos e eles foram obrigados a se retirar.
“Eles chegaram primeiro em Guaíra e depois seguiram para Catanduvas, um ponto estratégico”, relata o historiador Aimoré Índio Arantes. Esse local seria estratégico, pois possuía um telégrafo que ajudava com a comunicação com as tropas de Prestes, no Rio Grande do Sul.
Em outubro de 1924, o coronel Luiz Carlos Prestes liderou um grupo de rebeldes na região do Rio Grande do Sul. Saindo da cidade de Santo Ângelo foi para São Luís Gonzaga, onde ficou por dois meses aguardando munições do Paraná que não chegaram. Aos poucos, mais pessoas vindas de várias partes da região se juntaram ao grupo aumentando sua formação. Em dezembro do mesmo ano, 14 mil homens, sob o comando do governo, marchavam sobre São Luís Gonzaga. Formavam o chamado “anel de ferro”, com o qual se pretendia adotar a “guerra de posição” acampando em torno da cidade para estrangular os rebeldes, que eram homens armados precariamente e quase sem munição. A “guerra de posição” era a única tática que os militares brasileiros conheciam e que consistia em ocupar posições, abrindo trincheiras e permanecendo na defensiva, à espera do inimigo. Ou, então, quando as posições inimigas eram localizadas, definia-se o “objetivo geográfico” para onde se deveria marchar, com a meta de cercar o adversário.
Neste momento, Prestes, assessorado por Portela, põe então em prática a “guerra de movimento”, uma espécie de luta de guerrilhas que foi uma novidade para o Exército brasileiro. Com o rompimento do anel de ferro pelos rebeldes deu-se a primeira grande vitória da nova tática militar planejada por Prestes. Assim, Prestes avançou com sua recém-formada e vitoriosa Coluna marchando até Foz do Iguaçu, no sudoeste do Paraná. Em 12 de abril de 1925, na cidade de Foz do Iguaçu. As tropas de Prestes demoraram para atingir o Paraná por várias barreiras, como lutas e dificuldades geográficas. Porém, chegaram a Santa Helena e lá, sim, a Coluna consolidou-se completamente, mesmo que vários membros tenham sido presos e perdidos em batalhas. 
“Foi nessa localidade que as tropas que estavam em Foz do Iguaçu, formadas por gaúchos e paulistas, realmente unificaram as forças”, explica o historiador Aimoré Índio Arantes. Logo, se deu o encontro histórico das tropas gaúchas com os companheiros de São Paulo, remanescentes da revolução paulista de 1924, juntando-se e formando o contingente rebelde chamado de Coluna Miguel Costa-Prestes, com 1 500 combatentes incluindo cerca de 50 mulheres, que tinham por objetivo percorrer o interior do país e conscientizar a população contra as injustiças sociais promovidas pelo governo republicano. Foram 25 000 km percorridos por dois anos e meio, as baixas somam em torno de 750 pessoas devido à cólera, à impossibilidade de prosseguir por causa do cansaço e dos poucos cavalos que tinham, e ainda poucos guerrilheiros que morreram em combate. 
Os soldados não dispunham de um bom armamento e não contavam com uma base que garantisse o abastecimento das tropas, por isso a sobrevivência da Coluna dependia de um grande espírito revolucionário de abdicação e companheirismo. Como relata Anita, filha de Prestes, no trecho: “Prestes transformou a tropa rebelde num exército em que vigorava a disciplina militar e, ao mesmo tempo, era estimulada a iniciativa dos soldados. Sem a participação ativa de cada soldado seria impossível garantir a sobrevivência de uma força armada tão diferente: não havia pagamento de qualquer espécie, ou vantagens de qualquer tipo, e se exigia, para permanecer em suas fileiras, um grande espírito de sacrifício e muita disposição de luta. A Coluna não poderia se transformar num exército revolucionário, movido por um ideal libertário, se não incutisse em seus combatentes uma atitude de respeito e solidariedade em relação ao povo com que mantinha contato. Qualquer arbitrariedade era punida com grande rigor.” (PRESTES, 2009)
Depois de percorrer tantos quilômetros, a Coluna Prestes, no total, teve duração de dois anos e três meses, percorrendo 13 estados – Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais. A Coluna Prestes nunca foi derrotada, porém combateu forças muitas vezes superiores em armas e homens e também apoio logístico, tendo enfrentado ao todo mais de 53 batalhas com os principais comandantes do exército na época. Esses mesmos comandantes não conseguiram destituir a Coluna, mas sofreram grandes consequências: pesadas perdas e sérios reveses impostos por rebeldes durante a marcha. A Coluna conseguiu vencer 18 generais.
Os rebeldes participantes da Coluna foram um dos responsáveis por acabar com a Primeira República. Além disso, a marcha da Coluna e o impacto causado em Prestes pela situação miserável em que viviam nas populações carentes pelo Brasil, acabou levando o apelido de Cavaleiro da Esperança, e se transformou,mais tarde, na principal liderança do movimento comunista do Brasil, depois da vigência da Era Vargas, em 1930.
Referência bibliográfica:
PRESTES, Anita. A Coluna Preste: epopéia brasileira. Jornal Sem Terra, ed. 293, jun. 2009. Disponível em: <http://antigo.mst.org.br/book/export/html/1>. Acesso em: 11 de jul. 2016.

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