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CHARLES BONETTI & ADRIAN RIBARIC – NO PRELO
Pós-moderno. 
Desde pelo menos a década de 1980, o debate moderno-pós-moderno tem marcado o pensamento contemporâneo em praticamente todos os campos da produção teórica:A arquitetura, filosofia, artes, política etc, inclusive pela diversidade de posicionamentos políticos e teóricos que tentam definir os contornos desta polêmica.
Jameson, um dos primeiros pensadores que usaram a conceito de pós-modernidade, assinala, no entanto, que devemos tentar encontrar pro traz da variedade e antagonismos, os elementos que dão unidade a esta multiplicidade de vozes que, ao descrever o que é a pós-modernidade acabam iluminando a própria idéia de modernidade.
O moderno se estendia desde posições radicais e anárquicas como as de Reich, Gaudí e o Movimento Dadá, por exemplo, até fascismo Futurista, o real-socialismo e a pop-art de Andy Warhol e Jean Michel Basquiat. Do mesmo modo, a idéia de pós-modernidade (após o moderno), abriga inumeráveis definições. Pensamento sistêmico, complexo, holístico, ecológico, exotérico e esotérico são alguns dos nomes de sistemas de idéias que tem em comum a tentativa de superar o paradigma ético, estético e ideológico da modernidade.
Não há um momento ou data específica para o surgimento do pensamento pós-moderno. Como já vimos, a crítica à modernidade a acompanha desde o nascimento. A pós-modernidade é uma atitude de desencanto com as utopias da modernidade. Kafka (1883 – 1924), este grande literato do absurdo, de certa forma denuncia o absurdo da vida moderna, apresentando o Homem como um ser atônito e impotente, um inseto enredado em uma teia burocrática impessoal e irracional. [2: KAFKA, F. A metamorfose, São Paulo: Companhia das Letras, 1997. Trad. Modesto Carone. O processo. Rio de Janeiro. O Globo; São Paulo: Folha de São Paulo. 2003.]
Irracionalidade, dispersão e incertezas, também estão presentes na reorganização do sistema financeiro global que dirige os fluxos de capital desprezando arraigadas noções de tempo e espaço, e atinge tal especialização que se torna incompreensível apara a maioria das pessoas.
Como vimos anteriormente, a reestruturação pós-fordista, determinada por novas tecnologias, novos métodos de gestão da produção, novas formas de utilização da força de trabalho e novos modos de regulação estatal, fundamentam a acumulação flexível de capitais, na qual a produção, troca e circulação de mercadorias estão mundializadas. O turn-over da produção e do consumo é extremamente veloz; (produção flexível: pequenos lotes, variedade de tipos de produto e sem estoques), e redução do tempo de consumo; A dispersão: geográfica da produção, que determina a transformação na estrutura ocupacional do trabalho, terceirização e desaterritorialização. Cada vez mais instituições e empresas procuram adquirir a mercadoria mais valorizada da economia pós-moderna, a informação operacional e tecnológica. 
A arquitetura pós-moderna, por exemplo, fez-se desse desencanto no qual seus elementos lúdicos, ecletismo, contextualismo e revivalismos, a cópia de estilos expressam a falência da utopia de transformar o mundo através de um projeto universal de cultura e racionalidade que a cultura ocidental ensaiava na ciência, na filosofia, na arte, e nas demais disciplinas.
Esta arquitetura se formula a partir da experiência de novos materiais e espaços de caráter espetacular, o paradigma shopping-center: espaços limpos e sofisticados, elementos metálicos, paredes brancas, transparências e ênfase nos detalhes técnicos, no design dos objetos e mobiliário. A desconstrução presente em obras de Tschumi, Eisenman, Gehry, Hadid, Himmelblau ou Liebeskind, por exemplo, retoma a discussão ética e crítica mais larga ao logocentrismo ocidental, presente nos novos paradigmas das ciências naturais e humanas.
Nos estudos de História, a pós-modernidade pode ser percebida na introdução de Historiadores marxistas e de Historiadores das Mentalidades na análise do passado humano, valendo-se os primeiros dos preceitos do materialismo histórico e dialético e os demais da junção de outras disciplinas como a antropologia para o entendimento de temas clássicos da historiografia.
Em relação aos marxistas, um bom exemplo é Perry Anderson que, ao estudar a antiguidade, mas principalmente a transição da antiguidade para o modo-de-produção feudal e as linhagens do estado Absolutista, demonstrou quão frutífera é a abordagem dos conflitos sociais, estruturas sociais, e da economia numa percepção marxista, revelando contextos históricos que passavam despercebidos pela História Tradicional.[3: ANDERSON, P. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. Porto.Afrontamento, 1982.]
“A despeito das mutações das últimas décadas, a grande massa da obra histórica séria do século XX foi escrita por historiadores estranhos ao Marxismo. O materialismo histórico não é uma ciência acabada; nem todos aqueles que o particaram forma de idêntica envergadura. Há muitos outros nos quais os contributos não-marxistas são superiores em qualidade e quantidade; e há talvez ainda mais em que não existe qualquer intervenção marxista”.
(ANDERSON, P. Passagens da antiguidade ao Feudalismo (1982:7).
Como exemplo de uma abordagem das Mentalidades, Tzvetan Todorov, em seu livro A Conquista da América, uniu a história e a antropologia ao discutir um dos temas mais relevantes da pós-modernidade, a questão do outro.
“Quero falar da descoberta que o eu faz do outro. O assunto é imenso. Mal acabamos de formulá-lo em linhas gerais já o vemos subdividir-se em categorias e direções múltiplas, infinitas. Podem-se descobrir os outros em si mesmo, e perceber que não se é uma substância homogênea, e radicalmente diferente de tudo o que não é si meso; eu é um outro. Mas cada um dos outros é um eu também, sujeito como eu. Somente meu ponto de vista, segundo o qual todos estão lá e eu estou só aqui, pode realmente separá-los e distingui-los de mim. Posso conceber os outros como uma abstração, como uma instância da configuração psíquica de todo indivíduo, como o Outro, outro ou outrem em relação a mim.”.
(TODOROV, T. A Conquista da América. 1999:3).
Repertório 2. Novas subjetividades e os estudos culturais; 
Em A ordem do discurso , aula inaugural no Collège de France, ministrada há quase exatamente 30 anos –, Michel Foucault apresenta os procedimentos de exclusão e controle que têm por função esconjurar os poderes e os perigos do discurso, considerado enquanto enunciado definidor das diversas disciplinas que justificam o estado atual das coisas. As disciplinas integram os princípios de classificação, ordenamento e distribuição que dominam os discursos e se definem pela produção incessante de novos enunciados e proposições. consideradas verdadeiras, porque proferidas [4: A ordem do discurso. Lisboa, Relógio D’Água, 1997. p. 7-8]
Anos antes, em A História da Loucura, ele havia demonstrado que a constituição da loucura em doença mental no final do século XVIII, através do discurso da ciência médica, formaliza a separação entre loucura e razão. A linguagem da psiquiatria é um monólogo da razão sobre a loucura. A razão fala e faz calar a não razão.
Foucault se propõe a realizar a arqueologia deste silêncio, examinando a cultura ocidental desde a Idade Média a história da relação com esta coisa que imprecisamente, ainda chama de demência e desrazão.
Nesse sentido, rejeita dois recursos tradicionais de se fazer História: o estético e o psicológico. O primeiro privilegia a História das idéias fundada em analogias que são estabelecidas pelo historiador que no plano cronológico (gênesis, parentesco), quer no espírito da época, enquanto o outro busca interpretar os fatos procurando as razões secretas e sua lógica subjacente.
Seu procedimento metodológico consiste na análise sobre o campo dos discursos que historicamente constituíram determinados saberes considerados “científicos” (Arqueologia), e elucidar a configuração dos saberes, seu surgimento, funcionamento e desaparecimento, mostrando seu vínculoa modos de exercício do poder (Genealogia).
Sua pesquisa, além da sua importância filosófica e metodológica, desmascara a verdade científica enquanto único discurso autorizado a falar em nome da verdade e do real. A verdade é, na verdade, uma entre muitas verdades que lutam pela sua hegemonia. Nesse sentido, mesmo que não fosse sua intenção, o pensamento de Foucault, abre as portas para o desenvolvimento de posições relativitas na historiografia através dos estudos culturais.
Os pressupostos fundamentais dos Estudos Culturais orbitam em trono da importãnica dos meios de comunicaçãosão a análise da ação da mídia, sobre as estruturas sociais e o contexto histórico como fatores essenciais para a compreensão da ação desses meios. Ocorre o deslocamento do sentido de cultura da sua tradição elitista para as práticas cotidianas.
O enfase na compreensão dos processos culturais presentes bas prática cotidianas se fundamenta na concepção praxiológica de cultura, e não em seus produtos como nas concepções mais concervadoras e até elitistas. Cultura é produção e intercâmbio de sentidos, e não capital cognitivo recebido dos antepassados. Região de conflitos acerca do sentido; onde ocorrem os enfrentamentos entre modos de vida diferentes àqueles tolerados pelo poder.
As dinâmicas comunicativas adquirem, nesta perspectiva, papel decisivo, particularmente o processo de recepção: complexo processo social que envolve atividade contínua de apropriações e reelaborações de conteúdos por parte de grupos sociais particulares revelando as interdependências com o texto e o contexto.
Pierre Bourdieu, uma das mais importantes contribuições da sociologia contemporânea, baseou sua teoria nas formas simbólicas e no estudo da ação efetiva da comunicação que pautam as ações humanas, pois estas envolvem o uso de diversas linguagens e determinam as estruturas sociais, as legitimam e através delas agem sobre o real.
Uma de suas maiores contribuições foi a criação da noção de campo e de hábitos para designar esferas autônomas da vida social, que são historicamente constituídas e que possuem relações sociais e de produção próprias, além de uma sistema hierárquico, de dominação e de produção particular.
Essa noção de campo rompe com a visão supervalorizada da economia como determinante das relações sociais, amplamente divulgada pela visão marxista, propondo o conceito de instâncias que formam a sociedade e que são simultaneamente autônomas e interdependentes, numa relação de poder e concorrência.
Mafesoli, ao estudar a sociedade contemporânea, centrou-se na constituição e funcionamento de novas comunidades urbanas, nas novas formas de viver junto, propondo que o "tribalismo" (Mafesoli, 1987) ou o "neotribalismo" (idem), seja considerado um novo paradigma para a investigação da sociedade, em substituição do individualismo burguês. 
A humanidade vive um "período empático", no qual a indiferenciação dos indivíduos em um "sujeito coletivo" que ele denominou de "neo-tribalismo" (ibdem). “Comunidade emocional" as tribos urbanas são concebidas como uma espécie der resistência ao modelo de organização racional típico da sociedade moderno.
Contra a solidão individual experiencializar o estar junto é promover o sentimento de segurança e identidade como uma possibilidade de experiência estética. Fugazes, frágeis e transitórias experiências, estas "condensações instantâneas" (ibdem) embora objeto de forte envolvimento emocional, não são capazes de propor um objetivo concreto, fragilizando protanto, as relações sociais estabelecidas pelos indivíduos dentro da tribo. São formas de socialização que criticam as maneiras tradicionais de associações e as instituições.
Repertório 3. Complexidade e sociedade planetária; 
A partir dos anos 80 do século passado, a configuração de novos paradigmas científicos vem sinalizando para perspectivas sistêmicas, ecológicas e complexas da condição humana, de perspectivas universalistas.
Estas perspectivas partem do pressuposto que as distinções entre as ciências da natureza e da sociedade, assim como as oposições natureza – cultura, sujeito – objeto, matéria – espírito, são descabidas e cercearam o ato de conhecer.
Essa “ciência nova” imaginada por pensadores como Bateson, Maturana, Bohn, Gould, Morin, Capra entre muitos outros, descarta dogmas, leis e certezas para operar nas idéias de uma complexidade de um real incerto e impreciso. Para tanto, o real deve ser concebido como sistema caótico e refratário às tentativas da lógica cartesiana em capturá-lo.
Não podemos esquecer que o conhecimento científico foi construído por experimentadores, místicos e alquimistas. A vitória do determinismo acabou definitivamente com o diálogo entre cientistas, humanistas e o pensamento tradicional, instaurando a hegemonia da razão como unificador do conhecimento, da ética e da cultura.
De uma maneira geral as teorias da complexidade nasceram com o desenvolvimento da física quântica e da teoria da relatividade. Desde então, tanto matéria como cosmos deixaram de serem entendidos como estruturas lógicas e harmônicas. Além disso, o desenvolvimento da ecologia propiciou a expansão do pensamento sistêmico, no qual a realidade é percebida enquanto organização, isto é, um sistema de relações interdependentes.
Um ecossistema é composto por elos de uma mesma cadeia, de um fluxo dinâmico de matéria, energia e informação. A alteração de um dos elos, altera todo o sistema em proporções inconcebíveis. A partir de então, natureza e humanidade não podem ser mais compreendidos separadamente e de maneira mecanicista.
A contemporaneidade coloca pela primeira vez a perspectiva da destruição planetária em função das guerras, fome, do colapso dos recursos naturais e da mudança climática desastrosa, cujos efeitos já se fazem sentir.
Neste contexto, a civilização situa-se numa escala mundial. Qualquer fenômeno de ordem natural ou social que acontece em qualquer parte do globo é sentido por todos. Crises econômicas, tsunamis, golpes-de-estado, desflorestamento, crescimento populacional, o crescimento econômico de países e regiões sub-desenvolvidas assumem proporções planetárias.
É neste contexto planetário que as ciências sociais desenvolveram novas formas de investigação científica, instrumentalizando o conhecimento e a ação humana no enfrentamento desta nova realidade. É neste contexto que Fritjof Capra lançou no final da década de 1970 o livro O Tao da Física, no qual traçava paralelos existentes entre as mais antigas tradições místicas de diversas culturas com as novíssimas descobertas da física do século XX. 
O trabalho mais impactante e que sintetizava os atuais desafios foi o livro O ponto de Mutação, no qual relaciona todas as crises do século XX como multifacetas de um mesmo problema, um problema de percepção da realidade:
“Tal como a crise da física na década de 20, ela deriva do fato de estarmos tentando aplicar os conceitos de uma visão de mundo obsolata – a visão de mundo mecanicista da ciência cartesiana-newtoniana – a uma realidade que já não pode ser entendida em função desses conceitos. Vivemos hoje num mundo globalmente interligado, no qual os fenômenos biológicos, psicológicos, sociais e ambientais são todos interdependentes. Para descrever esse mundo apropriadamente, necessitamos de uma perspectiva ecológica que a visão de mundo cartesiana não nos oferece.
(CAPRA, F. O ponto de mutação, 1982:14).
Segundo Capra, as limitações da visão de mundo cartesiana e do sistema de valores estão afetando a nossa saúde individual e social. Tal visão limitada, fez com que eclodisse nos anos 60 e 70, movimentos sociais que criticavam esta visão de mundo e que caminhavam na mesma direção, a fim de construir uma nova visão da realidade, uma visão sistêmica da vida, numa perspectiva holística da sociedade, unindo enfoques ocidental e oriental, reforçando uma perspectiva feminista e ecológica que é, segundo o autor, é espiritual em essência.
Para Capra, pela primeira vez na História, existe a real possibilidade de destruiçãoda raça humana e de toda a vida do planeta. A superpopulação e a tecnologia industrial estão matando o meio-ambiente. Para ele, o esgotamento energético e dos recursos naturais, assim como as convulsões sociais são problemas do nosso tempo e são sistêmicos, interligados e interdependentes que só podem ser compreendidos e solucionados através de uma mudança de paradigma.
“Essa nova visão inclui a emergente visão sistêmica de vida, mente, consciência e evolução; a correspondente abordagem holística da saúde e da cura; a integração dos enfoques ocidental e oriental da psicologia e da psicoterapia; uma nova estrutura conceitual para a economia e a tecnologia; e uma perspectiva ecológica e feminista, que é espiritual em sua natureza essencial e acarretará profundas mudanças em nossas estruturas sociais e políticas”.
(CAPRA, F. Idem:14-15).
Nessa mesma direção, aparece a obra de Edgar Morin, filósofo francês que investe na sistematização da complexidade como perspectiva unificadora do conhecimento do mundo, do homem e da cultura.
Na década de 70, publica O enigma do Homem, apresentando as bases de uma nova antropologia biossociopsicológica. A partir dos resultados mais recentes da Arqueologia, da Etologia, da Etnologia e da Economia, Morin apresenta a História da humanidade como um processo de morfogênese impreciso e permeado pelo acaso.
O cérebro humano é um sistema que contêm todas as estruturas cognitivas das espécies vivas: o cerebelo, estrutura primitiva herdado dos répteis, concentra as atividades ligadas à agressividade, à sobrevivência (instinto de sobrevivência) e sexualidade, o sistema límbico, oriundo dos mamíferos, é responsável pelas relações de afetividade características das relações mãe-filhos, no córtex, estrutura recente na evolução, são realizadas operações lógicas, sistema superdimensionado no Homo sapiens sapiens, nossa espécie. Como não há hierarquia entre estes sistemas neurológicos, não podemos afirmar que estamos livres do domínio dos instintos ou mesmo da afetividade, ao contrário, o que existe na verdade é uma espécie de inter-relação entre estas instâncias que determinam o comportamento individual e coletivo dos homens.
Amor, paixão e razão. Este é o destino do Homo sapiens-demens, condenado a viver a loucura da razão e a razão da loucura. Esta perspectiva permite, por exemplo, compreender o comportamento de operadores do mercado de capitais, descrito muitas vezes como de uma manada. 
Durante as décadas de 1980 e 1990 e 2000, Morin empreende a compilação dos avanços científicos em todas as áreas do conhecimento para elaborar os seus seis Métodos, nos quais partindo da compreensão dos fenômenos da formação e comportamento da matéria, chega as estruturas formadores da cultura e do conhecimento. Superar os desafios da época contemporânea só será possível se a sociedade planetária promover uma reforma do conhecimento. Esta é proposta que ele elabora em livros como Sete saberes necessários à educação do futuro, Terra-Pátria e Política de civilização,por exemplo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
ANDERSON, P. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. Porto.Afrontamento, 1982.
BOURDIEU, P. A economia das trocas simbólicas. São Paulo : Perspectiva, 1974..
______ O poder simbólico. Rio de Janeiro : Bertrand Brasil, 1989.
______. O campo econômico : a dimensão simbólica da dominação. Campinas : Papirus, 2000.
_____ . A produção da crença : contribuição para uma economia dos bens simbólicos. São Paulo : Zouk, 2002.
CAPRA, F. O ponto de mutação: a ciência, a sociedade e a cultura emergente. SP. Cultrix, 1982
_____ .O Tao da Física. SP. Cultrix, 2000.
FOUCAULT, M. A ordem do discurso. Lisboa, Relógio D’Água, 1997.
JAMESON (1984). Pós-Modernismo - a lógica cultural do capitalismo tardio. São Paulo, Ática, 1996.
MAFESOLI, M..(s/d). O Tempo das Tribos - O Declínio do Individualismo nas Socidades de Massa. Rio de janeiro, Forense, 1987.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Tradução de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2000.
 O método, vol. 3. O conhecimento do conhecimento. Sulina; Rio Grande do Sul 1999
_____O método, vol.4. As idéias, seu habitat, sua vida, seus costumes, sua organização; Sulina; Rio Grande do Sul. 1997
_____O método. A natureza da natureza. Publicações Europa-América 1997
_____O paradigma perdido. Publicações Europa-América. 1991
TODOROV, T. A conquista da América: a questão do outro. São Paulo. Martins Fontes, 1999.

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