Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
– ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO CLIENTE IDOSO - parte 2 Doença de Alzheimer e Educação em saúde para o cliente e familiares 1.1 O IDOSO E A DOENÇA DE ALZHEIMER: A Doença de Alzheimer é chamada algumas vezes de demência degenerativa primária ou demência senil do tipo Alzheimer (DSTA). Responde pelo menos 50% de todas as demências apresentadas pelo idoso. É uma doença neurológica degenerativa, progressiva e irreversível. A Doença de Alzheimer não é exclusiva da pessoa idosa, embora a idade avançada seja considerada um fator de risco. Seu início pode acontecer aos 40 e/ou 50 anos, sendo chamada de demência pré-senil. Fisiopatologia alterações são de ordem neuropatológicas e bioquímicas específicas Tal lesão ocorre principalmente no córtex cerebral, resultando em diminuição do tamanho do cérebro, e as alterações são observadas em menor grau no parênquima cerebral normal dos adultos idosos. As células mais afetadas são as que usam o neurotransmissor acetilcolina. A acetilcolina participa especificamente do processamento da memória - Alterações Neuropatológicas: O exame neuropatológico é até hoje o único método diagnóstico definitivo para a Doença de Alzheimer (DA). O exame macroscópico do cérebro na DA revela atrofia que, embora seja difusa, não é uniforme, mostrando–se mais proeminente nas regiões frontais, temporais e parietais, afetando sobretudo as áreas corticais associativas. As alterações microscópicas incluem perda neuronal e degeneração sináptica intensa e afeta principalmente as estruturas límbicas e os córtices associativos, com relativa preservação das áreas corticais primárias (motora, somatosensitiva e visual). A DA caracteriza-se pela presença de duas lesões principais, as placas senis e os emaranhados neurofibrilares. - Quadro Clínico e Evolução da DA: A evolução da Doença de Alzheimer acontece diferentemente em cada indivíduo. É uma doença crônica e, na maioria das vezes, de caráter irreversível, que tem progressão variada: de 2 a 20 anos. Na maioria dos casos leva de oito a dez anos. Atualmente não existe cura para a doença. Os tratamentos são feitos com o objetivo de retardar ao máximo a evolução da doença e de garantir uma qualidade de vida satisfatória tanto para o paciente como para sua família. A evolução da doença pode variar bastante de pessoa para pessoa. De um modo geral, os pacientes passam pelos seguintes estágios: 1º - Estágio (2 a 4 anos): Nesta fase, o que mais chama a atenção são as alterações da memória que se manifestam, inicialmente, como esquecimento freqüente por parte do idoso em saber onde estão as coisas que ele costuma guardar; a verificação repetidas vezes de uma tarefa feita; a demora, mais do que o tempo normal, para executar uma atividade rotineira (como vestir-se, ir ao banheiro, comer entre outras). Ocorrem também episódios de desorientação no tempo e no espaço (data, ano, lugar onde mora, hora, dia ou noite). 2º - Estágio (Fase intermediária entre 3 a 5 anos): há o agravamento, a piora dos sintomas apresentados na fase inicial e, além disso, há o aparecimento de novas dificuldades como de expressão na fala e na escrita, na compreensão do que está escrito ou do que é dito. Há também a perda da capacidade de executar movimentos adequados para realizar tarefas simples como sentar-se e depois deitar-se, levantar e começar a andar. Acentua-se o esquecimento e o idoso começa a perder a capacidade de reconhecer nomes e funções de objetos (como garfo, lápis, toalha, pente). Começa a não reconhecer as pessoas, reclama de roubo de objetos, repete frases ou palavras sem interrupção. Faz coisas sem sentido aparente. Tem dificuldade para dizer o que quer, o que sente, e não consegue entender direto o que lhe é pedido ou explicado. O nível de dependência do idoso para realizar suas atividades de vida diária começa, portanto, a aumentar e passa a ficar dependente de outra pessoa para realizar hábitos rotineiros 3º Estágio (Fase Final de 1 a 3 anos após a fase anterior): Agravamento acentuado, o idoso não reconhece mais as pessoas do seu convívio diário e, às vezes, não reconhece mais a sua própria imagem refletida no espelho. Quase não tem mais iniciativa. Tem dificuldade de movimentar-se, de caminhar. Pode não conseguir mais controlar a eliminação de urina ou de fezes, tendo que usar fraldas. Neste estágio, acaba ficando no leito (terminal), onde o idoso é incapaz de comunicar-se e não consegue mais, mastigar ou engolir, sendo necessário, em alguns casos o uso de sonda nasogástrica ou mesmo de gastrostomia sob avaliação de uma junta interdisciplinar de profissionais. Avaliação Diagnóstica: sintomas clínicos, eletroencefalografia (EEG), tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM) o exame do líquido cefalorraquidiano (LCR) e do sangue podem excluir ou sustentar o diagnóstico. As alterações no EEG nem sempre são específicas. A TC e a RM são muito úteis para excluir hematoma, tumores cerebrais, derrame e atrofia, mas não são confiáveis para a definição do diagnóstico definitivo da DA. É possível excluir infecções e às alterações químicas através do exame de sangue e do LCR, porém os achados não são específicos o suficiente para firmar o diagnóstico - Intervenções de Enfermagem: -Suporte da função cognitiva; -Promovendo a segurança física; -Reduzindo a ansiedade e agitação; -Melhorando a comunicação; -Promovendo a independência nas atividades de autocuidado; -Providenciando a socialização e as necessidades de privacidade; -Providenciando a nutrição adequada; -Providenciando o equilíbrio entre a atividade e o repouso; -Apoio e orientação aos familiares Portanto é importante atentar e promover: 1- Individualidade: conhecer e levar em consideração a história da pessoa; 2- Independência: mesmo que custe três vezes mais o tempo para auxiliar o paciente a vestir-se, deve-se estimular cada oportunidade para o autocuidado; 3- Liberdade: enfermagem deve atentar para que, em nome da eficiência e segurança, não sejam impostas restrições muito severas à liberdade a ponto da qualidade de vida tornar-se mínima; 4- Dignidade: estes pacientes devem ser respeitados como um adulto, incluindo o cuidado com a roupa, penteado, uso do nome, privacidade e confidencialidade. Observações Relevantes: Há certos pontos da avaliação de enfermagem que merecem destaque durante a anamnese por se tratar de itens que fundamentarão qualquer tomada de decisão em relação ao diagnóstico de enfermagem e a conseqüente prescrição de cuidados de enfermagem para o caso específico do paciente com DA. Tais pontos são: Avaliação das atividades da vida diária; Avaliação das atividades instrumentais da vida diária; Avaliação dos déficits sensoriais; Avaliação das condições psico-comportamentais; Avaliação da situação familiar e suportes sociais disponíveis.
Compartilhar