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ATIVIDADE FÍSICA TURBINA O CÉREBRO – EM QUALQUER FASE DA VIDA Professora Andrea Palmerston Muniz ◦ Além de ajudar a prevenir encrencas lá na frente, os exercícios deixam nossos neurônios mais capacitados para responder aos desafios do dia a dia. 06/04/2020 Mexer o corpo fortalece tanto a massa muscular quanto a cinzenta. ◦ Raciocínio mais rápido do que os piques de Usain Bolt. Memória mais precisa do que os arremessos de Oscar Schmidt, o Mão Santa do basquete brasileiro… Pode escolher a analogia esportiva de sua preferência para ilustrar a seguinte notícia: mexer o corpo fortalece tanto a massa muscular quanto a cinzenta. ◦ As revisões científicas apontam que a prática diminui o risco de comprometimento cognitivo leve em 35% e o de Alzheimer em 51%”, contextualiza Andrea Camaz Deslandes, profissional de educação física e coordenadora do Laboratório de Neurociência do Exercício da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. “Mas não se trata apenas de prevenir doenças, embora isso já seja valioso. Hoje sabemos que a atividade física aprimora também o funcionamento de um cérebro considerado saudável”, arremata. 06/04/2020 https://saude.abril.com.br/tudo-sobre/atividade-fisica https://saude.abril.com.br/tudo-sobre/cerebro Demência X Atividades Física ◦ Dito de outra maneira, as células nervosas – assim como o bíceps ou a musculatura da coxa – ganham potência ao serem estimuladas por uma vida movimentada. Em uma análise de oito estudos com voluntários acima de 40 anos, pesquisadores da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, concluíram que o fato de a pessoa não gastar o dia inteiro sentada já está associado a uma melhor performance em testes cognitivos (e a uma probabilidade reduzida de demência). 06/04/2020 https://www.ubc.ca/ https://saude.abril.com.br/medicina/esclerose-multipla-e-relacionada-a-maior-risco-de-demencia/ 06/04/2020 “Com base no achado, sugerimos que todos os adultos deveriam evitar o excesso de comportamentos sedentários”, afirma a neurocientista Teresa Liu-Ambrose, orientadora do levantamento. Segundo ela, singelas medidas bombariam as nossas faculdades mentais. São elas: 1. levantar-se da cadeira a cada 30 minutos para dar alguns passos, 2. valorizar as atividades leves, como subir escadas ou ir até a mesa do colega em vez de enviar Watzap, 3. Checar se não é possível cumprir determinadas tarefas em pé ou mesmo andando – já pensou em uma reunião itinerante? Que tipo de exercício? ◦ Mas Teresa e seus colegas não se deram por satisfeitos. Após investigar o efeito de um cotidiano menos parado, eles se debruçaram sobre os exercícios físicos estruturados – aqueles em que a gente reserva tempo na agenda para fazer. A partir de outra revisão de artigos, concluíram que tanto modalidades aeróbicas (caminhada, bicicleta…) quanto a musculação conferem destreza à cabeça. E, apesar de as primeiras parecerem ligeiramente mais eficazes, a combinação das duas trouxe melhores resultados. ◦ “Ainda é cedo para determinarmos um protocolo de exercícios”, pondera Andrea. Atualmente, os experts estão correndo para definir a intensidade e a frequência ideais. Fora isso, será que certos esportes se mostram mais benéficos do que outros? ◦ Especula-se, só para citar um caso, que práticas que exigem reflexo rápido, improviso e uma maior interação com o meio – futebol, vôlei, caratê, tênis… – incitariam mais os neurônios em comparação com bicicleta ergométrica ou esteira, por exemplo. “Essas questões são importantes, porém o indivíduo precisa, antes de tudo, de liberdade para optar pelo que lhe agrada e se encaixa no seu calendário. 06/04/2020 https://saude.abril.com.br/bem-estar/simulador-de-caminhada-faca-o-treino-aerobico-em-casa-e-emagreca/ https://saude.abril.com.br/tudo-sobre/musculacao 06/04/2020 Vantagens para todas as idades ◦ Não é porque aqueles estudos canadenses se concentraram em participantes com 40 anos ou mais que as virtudes de abandonar o sofá serão perceptíveis somente nessa faixa etária. Em 2003, a educadora física Hanna Karen Moreira Antunes, hoje coordenadora do Curso de Educação Física da Universidade Federal de São Paulo, avaliou o desempenho cognitivo de vários adolescentes. ◦ “Os que se exercitavam bastante no ambiente escolar alcançavam as maiores pontuações”, lembra. Mais recentemente, Andrea Deslandes começou a verificar o impacto de aulas de capoeira na performance de crianças de 6 a 12 anos. De lá pra cá, ela e seus colegas de laboratório revelaram que o contato com essa arte marcial tipicamente brasileira contribuiu para notas mais altas na escola. “Os estudos mostram vantagens da infância à terceira idade“, assegura a expert carioca. 06/04/2020 https://saude.abril.com.br/tudo-sobre/adolescentes https://saude.abril.com.br/tudo-sobre/envelhecimento Exercícios X Alimentação ◦ A segunda parte dessa afirmação condiz com um experimento feito em Caeté, uma cidade de 40 mil habitantes do interior de Minas Gerais. Coordenados pelo neurologista Paulo Caramelli, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais registraram ao longo do tempo o estilo de vida e a saúde mental de 639 idosos. ◦ Das diversas análises que estão pipocando a partir desse trabalho, uma, ainda em fase preliminar, voltou-se para os senhores que envelhecem especialmente bem – apesar de estarem na casa dos 80 anos, eles possuem uma memória comparável a de pessoas duas décadas mais jovens. ◦ “Percebemos que esse grupo tendia a fazer mais atividade física do que os outros”, relata Caramelli. O estudo, cabe ressaltar, não permite cravar uma relação de causa e efeito, entre outras coisas porque esse pessoal também comia mais vegetais in natura. “É possível que a combinação de hábitos saudáveis tenha contribuído para os dados encontrados”, avalia Caramelli. 06/04/2020 https://saude.abril.com.br/tv-saude/entrevistas/novidades-sobre-alzheimer-e-epilepsia-direto-de-um-congresso/ ◦ Numa pesquisa ainda não publicada, Hanna Karen recrutou voluntários entre 18 e 25 anos e os submeteu a diferentes tipos de treinamento (de moderados e longos a curtos e estafantes). ◦ Com base em testes cognitivos realizados antes, logo após a prática e meia hora depois, ela observou que todos ficaram, digamos, mais espertos em comparação com quem permanecia imóvel. ◦ “Me surpreendeu o fato de que até os exercícios bem cansativos trouxeram benefícios”, conta a educadora física. E, aqui, pedimos um momento da sua atenção para o depoimento pessoal de um especialista: “Nos dias em que treino, tenho a impressão de alcançar um nível de alerta bem maior”, diz Caramelli. “Já ouvi muitos pacientes com histórico de Alzheimer na família dizerem o mesmo”. 06/04/2020 https://saude.abril.com.br/tudo-sobre/alzheimer Alzheimer: entenda como a doença prejudica o cérebro e quais seus sintomas ◦ A doença se apresenta como demência, ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais. Quando diagnosticada no início, é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família. ◦ Seu nome oficial refere-se ao médico Alois Alzheimer, o primeiro a descrever a doença, em 1906. Ele estudou e publicou o caso da sua paciente Auguste Deter, uma mulher saudável que, aos 51 anos, desenvolveu um quadro de perda progressiva de memória, desorientação, distúrbio de linguagem (com dificuldade para compreender e se expressar), tornando-se incapaz de cuidar de si. Após o falecimento de Auguste, aos 55 anos, o Dr. Alzheimer examinou seu cérebro e descreveu as alterações que hoje são conhecidas como características da doença. 06/04/2020 Alzheimer – alterações cerebrais ◦ Não se sabe por que a Doença de Alzheimer ocorre, mas são conhecidas algumas lesões cerebrais características dessa doença. ◦ As duas principais alterações que se apresentam são as placas senis decorrentes do depósitode proteína beta-amiloide, anormalmente produzida, e os emaranhados neuro fibrilares, frutos da hiper fosforilação da proteína tau. Outra alteração observada é a redução do número das células nervosas (neurônios) e das ligações entre elas (sinapses), com redução progressiva do volume cerebral. ◦ Estudos recentes demonstram que essas alterações cerebrais já estariam instaladas antes do aparecimento de sintomas demenciais. Por isso, quando aparecem as manifestações clínicas que permitem o estabelecimento do diagnóstico, diz-se que teve início a fase demencial da doença. 06/04/2020 Alzheimer – alterações cerebrais ◦ As perdas neuronais não acontecem de maneira homogênea. As áreas comumente mais atingidas são as de células nervosas (neurônios) responsáveis pela memória e pelas funções executivas que envolvem planejamento e execução de funções complexas. ◦ Outras áreas tendem a ser atingidas, posteriormente, ampliando as perdas. ◦ A cada quatro segundos uma pessoa é diagnosticada com demência no mundo, e o número de novos casos aumenta conforme as pessoas vivem mais. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, o Alzheimer afeta cerca de 33% da população com mais de 85 anos. Mulheres recebem mais esse diagnóstico que os homens, em parte porque elas têm uma expectativa de vida mais alta. Embora não existam dados consolidados no país, estima-se que temos 1,2 milhão de brasileiros com a doença atualmente. Em 2050, a estimativa é que esse número chegue a 4 ou 5 milhões. 06/04/2020 ◦ Em 1906, um psiquiatra alemão chamado Alois Alzheimer publicou o relato de caso de uma paciente saudável que, aos 51 anos, passou a apresentar perda progressiva de memória, alterações de comportamento, desorientação e dificuldade para se comunicar e entender o que os outros queriam dizer. Após a morte da paciente, o médico realizou uma autópsia e descobriu lesões cerebrais características.... 06/04/2020 06/04/2020 Aqui temos outra imagem para comparar como a enorme perda de células altera todo o cérebro na doença de Alzheimer em estágio avançado. Este slide mostra uma "corte" transversal pela metade do cérebro entre os ouvidos. No cérebro com Alzheimer: O córtex encolhe, danificando as regiões envolvidas com os pensamentos, planos e lembranças. Esse encolhimento é principalmente grave no hipocampo, uma região do córtex que exerce papel importante na formação de novas lembranças. Os ventrículos (espaços preenchidos por fluido dentro do cérebro) ficam maiores. Não é a única que gera demência ◦ A doença que leva o nome do médico alemão virou sinônimo de demência, um quadro caracterizado pelo declínio lento e progressivo das funções cognitivas, ou seja, memória, atenção, linguagem e orientação, e que afeta uma parcela das pessoas ao envelhecer. ◦ O Alzheimer não é a única doença capaz de levar à condição, mas estima- se que seja responsável por 60% a 80% dos casos de demência. ◦ É importante lembrar que as demências não são naturais do envelhecimento. Todo mundo passa a esquecer de coisas a partir de uma certa idade, e pode demorar mais para processar informações. ◦ No entanto, muita gente chega aos 90 anos com total lucidez e independência. 06/04/2020 ◦ O que acontece no cérebro Para realizar qualquer função regida pelo nosso cérebro, como pensar, falar, aprender, memorizar e planejar, entre centenas de outras, é preciso que as células nervosas --os neurônios -- enviem sinais umas para as outras. Essa comunicação se dá por impulsos elétricos e substâncias químicas que atravessam as sinapses, pequenos espaços que existem entre as células. ◦ Nos indivíduos com Alzheimer, certas alterações tóxicas fazem com que os neurônios deixem de se comunicar e morram. Os cientistas acreditam que existem dois principais fatores por trás do processo e que envolvem duas proteínas diferentes. ◦ Os cientistas acreditam que existem dois principais fatores por trás do processo e que envolvem duas proteínas diferentes: Beta-amiloide Começa a se acumular e, junto com células mortas, forma depósitos entre os neurônios conhecidos como placas senis. Tau Forma emaranhados neuro fibrilares dentro das células nervosas. 06/04/2020 06/04/2020 Alzheimer O que está por trás desse acúmulo anormal de proteínas ainda é algo em estudo. Outras alterações também parecem interferir no processo, como problemas vasculares que impedem o aporte adequado de sangue e nutrientes, como a glicose, para o cérebro, além da existência de um processo inflamatório crônico, uma vez que as células responsáveis pela "faxina" local, como as gliais e os astrócitos, são impedidas de cumprir sua função O acúmulo de proteínas beta- amiloide e tau no cérebro prejudica a comunicação entre os neurônios. Primeiros sintomas ◦ A perda de neurônios, a terceira principal característica do Alzheimer, além do acúmulo de beta-amiloide e de tau, leva o cérebro a encolher, literalmente, em algumas áreas. A primeira região afetada é o hipocampo, responsável pela memória e o aprendizado. Nossas lembranças mais importantes são consolidadas em outra parte do cérebro, e não são implicadas tão cedo. Mas a formação de novas memórias é comprometida. Pequenos esquecimentos e falta de concentração costumam ser os primeiros sintomas para a maior parte das pessoas com Alzheimer Dificuldades para resolver problemas ou atividades antes apreciadas. ◦ Dificuldades para resolver problemas ou atividades antes apreciadas também podem se destacar no início, e podem ser interpretadas como ansiedade, desinteresse ou depressão. 06/04/2020 10 sinais de alerta 1. Problema de memória que chega a afetar as atividades e o trabalho 2. Dificuldade para realizar tarefas habituais 3. Dificuldade para se comunicar (as palavras às vezes "fogem") 4. Desorientação no tempo e no espaço 5. Diminuição da capacidade de juízo e de crítica 6. Dificuldade de raciocínio 7. Colocar coisas no lugar errado, muito frequentemente 8. Alterações frequentes do humor e do comportamento 9. Mudanças na personalidade 10.Perda de iniciativa para fazer as coisas 06/04/2020 Evolução ◦ Com o passar do tempo, os depósitos se espalham para mais partes do cérebro e afetam outras funções mentais, como linguagem, orientação espacial, pensamento lógico e regulação das emoções, entre outras. Na fase mais avançada, os prejuízos motores se iniciam, e a pessoa tem dificuldade para ficar de pé, caminhar, engolir, controlar o esfíncter etc., tornando-se totalmente dependente. ◦ O Alzheimer em si não mata; suas complicações é que são fatais, como a pneumonia. ◦ Diferentes estágios . ◦ Para planejar os cuidados e tratamentos, os especialistas costumam dividir a doença em três: leve, moderada e avançada. ◦ Mas, para cada paciente, os sintomas evoluem de uma maneira, por isso a descrição abaixo é apenas uma referência. 06/04/2020 ◦ FASE LEVE : ◦ Perda de memória leve (é possível viver com relativa independência apesar dos prejuízos) / Dificuldades de concentração e raciocínio / Desorientação (a pessoa pode se esquecer do caminho de casa)/ Alterações de humor e comportamento (apatia, irritabilidade, depressão, ansiedade. ◦ FASE MODERADA: ◦ Problemas de memória mais graves (é preciso que a pessoa tenha supervisão) /Dificuldades de raciocínio, juízo e crítica / Dificuldades de comunicação mais acentuadas / Desorientação mais grave (a pessoa pode se perder mesmo dentro de casa) / Distúrbios de sono (tendência a trocar a noite pelo dia) / Alterações de comportamento (agitação, inquietação e às vezes agressividade) /Alucinações e delírios podem ocorrer. 06/04/2020 ◦ FASE AVANÇADA E TERMINAL É necessária supervisão contínua, com auxílio a alimentação, banho, trocas etc. Incapacidade de se comunicar Dificuldades para engolir Perda de equilíbrio Dificuldades de locomoção Incontinência urinária e fecal Dificuldade para entender o que acontece ao redor Perda de memória grave (a pessoa deixa de reconhecer as pessoas)Confinamento em cama ou cadeira de rodas. ◦ Fatores de risco ◦ Ainda não há certezas sobre as causas do Alzheimer, mas alguns fatores parecem aumentar a predisposição à doença ou acelerar sua evolução, como: ◦ Idade: É o principal fator de risco para o Alzheimer. A partir dos 65 anos de idade, o risco dobra a cada cinco anos. ◦ Genética: casos de Alzheimer familiar (quando vários integrantes da mesma família possuem a doença) têm início precoce, bem antes dos 50 anos. ◦ Sexo : O diagnóstico é mais frequente entre as mulheres, provavelmente porque elas vivem mais. 06/04/2020 ◦ Genética: Alguns genes estão envolvidos no risco de Alzheimer, mas a hipótese mais aceita hoje é de que a causa é multifatorial. Embora indivíduos com histórico familiar tenham um risco mais alto de desenvolver a doença no futuro, apenas 10% de todos os casos são considerados geneticamente determinados (Alzheimer familiar). ◦ Existe teste genético para identificar mutações associadas ao risco elevado da doença (em especial o alelo E4 do gene APOE, no cromossomo 19). ◦ Mas há pessoas com essa variante que nunca desenvolvem o problema, por isso o teste só é recomendado para auxiliar no diagnóstico ou para fins de pesquisa. ◦ Escolaridade Indivíduos com menor nível de escolaridade ou que tenham Doenças crônicas e estilo de vida Pressão alta, obesidade, sedentarismo, dieta insalubre, tabagismo, colesterol alto e diabetes --os mesmos fatores associados a infarto e derrame -- elevam o risco de Alzheimer e outros tipos de demência. Traumatismos Alguns estudos (mas não todos) indicam uma relação entre o histórico de traumas no crânio e encéfalo e o risco mais alto de Alzheimer. 06/04/2020 Alzheimer - Diagnóstico ◦ Estudos e mitos Por causar tanto impacto e não contar, ainda, com um tratamento eficaz, o Alzheimer é alvo de pesquisas no mundo inteiro. ◦ É raro que o próprio paciente procure ajuda, ou porque não reconhece os sintomas ou por sentir vergonha deles. ◦ Como muita gente acredita que esquecimentos e mudanças de comportamento fazem parte do envelhecimento normal, não é incomum que as famílias demorem para buscar ajuda especializada de um neurologista ou geriatra. ◦ Um diagnóstico 100% preciso só é possível após a morte, com exame detalhado do tecido cerebral, mas os neurologistas solicitam sempre uma série de testes e exames para descartar outras possíveis causas de demência (que requerem outros tipos de tratamento), ou mesmo a sobreposição de fatores. 06/04/2020 Diagnóstico ◦ Podem ser solicitados exames de sangue e de imagem, como tomografia ou ressonância magnética, além da análise do líquido cefalorraquidiano --que pode detectar a presença de tau se houver perda de neurônios. Além de uma avaliação neuropsicológica. ◦ Comprometimento cognitivo leve ou Alzheimer? ◦ Hoje em dia se admite a existência de um quadro mais leve de perda de memória denominado Comprometimento Cognitivo Leve (CLL). ◦ Segundo neurologistas, é caracterizado por problemas de memória, mas ainda sem prejuízos muito graves à vida do indivíduo. A distinção existe porque, ainda que o CLL possa se configurar como o estágio inicial de Alzheimer ou de outros tipos de demência, também pode ser deflagrado por outras causas, como problemas de sono, depressão, ansiedade, problemas hormonais ou metabólicos. Assim, nem todos os pacientes com esse diagnóstico têm ou vão evoluir para um quadro demencial. 06/04/2020 Outras Causas ◦ Outras possíveis causas de demência : 1. Demência vascular: provocada por pequenos derrames. 2. Demência com corpos de Lewy: caracterizada por alterações específicas, envolve sintomas de Parkinson, alucinações visuais e oscilação dos sintomas. 3. Demência por Parkinson: uma parcela dos pacientes com essa doença pode ter quadros demenciais. 4. Demência frontotemporal: caracterizada por uma redução das regiões frontal e temporal do cérebro, envolve alterações de comportamento, como desinibição, comentários sexuais inadequados, impulsividade, perda da capacidade de julgamento e oscilação do humor, entre outros. 5. Doenças que podem sintomas demenciais ou agravar a demência: traumas no crânio, problemas de tireoide, deficiência de vitamina B12, neuro sífilis, demência relacionada ao vírus HIV, doenças causadas por príons, hematoma subdural, hidrocefalia de pressão normal, encefalite, intoxicação por metais pesados, tumores no cérebro, transtornos psiquiátricos e o uso de determinados medicamentos podem gerar sintomas parecidos com o do Alzheimer e devem ser tratados adequadamente. 06/04/2020 Tratamento: ◦ Não há cura para o Alzheimer. ◦ Os tratamentos têm como objetivo adiar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente. ◦ No estágio inicial, porém, é possível que haja uma melhora dos sintomas. ◦ Estimulação mental e física -Evidências mostram que a estimulação cognitiva (por exemplo, com jogos, desafios mentais, resgate de histórias etc.), social (com atividades em grupo, convívio familiar) e física (exercícios, caminhadas, dança etc.) ajudam muito na manutenção das habilidades, além de melhorar o bem- estar dos pacientes. ◦ Aprender estratégias para compensar dificuldades do dia a dia, como ter um calendário a mão, também ajuda a manter a independência e, consequentemente, a autoestima. ◦ Nas fases mais avançadas, são necessárias intervenções específicas, como estímulo à locomoção e deglutição. 06/04/2020 Por dentro do cérebro malhado ◦ Aquela história de que o número de neurônios não muda na fase adulta é balela. E as aulas de ginástica são prova disso. “Elas fazem aumentar a quantidade de células nervosas no cérebro“, atesta Sonia Brucki, neurologista da Universidade de São Paulo. ◦ Além disso, essas unidades passam a receber um aporte sanguíneo extra e ganham ramificações para se comunicarem com eficácia. ◦ São mudanças que ajudam a explicar o fato de o sedentarismo ser o terceiro maior fator de risco passível de intervenção para demências, atrás apenas do nível educacional baixo e do tabagismo. ◦ Também não dá para desvalorizarmos os benefícios comportamentais das modalidades esportivas. Disciplina, concentração, resiliência e trabalho em equipe estão entre os valores que auxiliam a sobrepujar desafios mentais. “Só não vale achar que uma corrida substitui a leitura”, brinca Hanna Karen. Não há recorde mundial que garanta, sem um bocado de estudo, uma cabeça realmente ativa. 06/04/2020 Habilidades mais aprimoradas pela atividade física 1. Controle i inibitório É a capacidade de segurar ímpetos irracionais e a de ignorar estímulos irrelevantes enquanto dedicamos atenção ao que interessa. 2. Flexibilidade cognitiva Se uma estratégia não está dando certo ou se surgiu um imprevisto, você consegue se adaptar e resolver o desafio. 3. Memória Em primeiro lugar, suar a camisa reforça a memória de trabalho, ou a competência em recorrer a informações já registradas quando elas são vitais para uma tarefa qualquer – você entende o fim do livro porque o começo dele está fresquinho na cabeça. Isso sem contar que ajuda a armazenar lembranças de curto e, em menor escala, de longo prazo. 06/04/2020 Treino para os neurônios ◦ De que maneira o esforço físico repercute na massa cinzenta ◦ 1. Mexer o corpo eleva a produção de uma molécula batizada de fator neuro trófico derivado do cérebro, conhecido pela sigla em inglês BDNF. ◦ 2. O BDNF promove a multiplicação de neurônios e a ramificação dos axônios, facilitando a passagem e o armazenamento de informações. ◦ 3. Outra substância produzida em maior escala ao suarmos a camisa atende pelo nome de fator de crescimento endotelial vascular, ou VEGF. ◦ 4. Como no resto do corpo, o VEGF fomenta a criação de vasos na cabeça. Eles, então, abastecem as células nervosas com sangue suficiente para atuarem a pleno vapor. 06/04/2020Praticar exercícios físicos me deixa mais inteligente? ◦ Sim. Em alguns estudos, descobriu-se que a prática de exercícios produz novos neurônios e aumenta a atividade cerebral. ◦ Portanto, sentar-se por horas e horas em uma cadeira, estudando, parece não ser a única receita para ficar “mais inteligente”: o exercício também pode ajudar. As atividades aeróbicas (correr, caminhar, andar de bicicleta, nadar) são eficientes no aumento do fluxo sanguíneo cerebral e na produção das substâncias químicas que regulam o sistema neurotransmissor. Os neurônios existentes se tornam capazes de fazer mais conexões e outros novos nascem (aquela história de que paramos de produzir células neurais na infância não é verdade). ◦ Com a atividade física, novos neurônios surgem especialmente no hipocampo. Ao caminhar ou correr, não melhoramos apenas o funcionamento dos sistemas muscular, respiratório e cardíaco, mas também a cognição, especialmente a memória e a aprendizagem. Essa é a conclusão de pelo menos dois estudos, cujos títulos originais são Aerobic exercise improves hippocampal function and increases BDNF in the serum of young adult males e Exercise Induces Hippocampal BDNF through a PGC-1α/FNDC5 Pathway. 06/04/2020 Apenas exercícios leves produzem benefícios para o cérebro? ◦ Não. Qualquer tipo de exercício é potencialmente benéfico para o sistema nervoso. ◦ Sabe-se que sua prática faz você se sentir mentalmente mais alerta em qualquer idade, mas alguns estudos procuraram identificar se é necessário seguir algum programa de treinamento específico para melhorar a função cognitiva. Nessa linha, uma pesquisa canadense realizada na Universidade de Geriatria de Montreal (UGM), instituição afiliada à Universidade de Montreal, comparou os efeitos de diferentes métodos de treinamento sobre as funções cognitivas de pessoas com idades entre 62-84 anos. Dois grupos receberam um programa de treinamento de força e aeróbico de alta intensidade, enquanto que o terceiro grupo realizou tarefas que visavam atividades motoras brutas (coordenação, equilíbrio, jogos de bola, tarefa locomotiva e flexibilidade). ◦ Enquanto a aeróbica e a musculação foram os únicos exercícios que levaram a melhorias do condicionamento físico geral após 10 semanas, os três grupos apresentaram melhora equivalente do desempenho cognitivo. A notícia é excelente para pessoas sedentárias já que o terceiro grupo realizou atividades que podem ser facilmente conduzidas em casa, sem a necessidade de ter que se matricular em uma academia. ◦ Segundo o autor principal do estudo, o Dr. Nicolas Berryman, por muito tempo acreditou-se que somente o exercício aeróbico poderia melhorar funções executivas. Mais recentemente, a ciência tem mostrado que o treinamento de força também leva a resultados positivos. Isso sugere que atividades estruturadas que visam melhorar as habilidades motoras brutas também podem melhorar as funções cerebrais que declinam à medida em que envelhecemos. Os idosos têm então a oportunidade de melhorar a sua saúde física e cognitiva e novas estratégias para atingir esse objetivo podem agora ser utilizadas. 06/04/2020 Como o exercício físico previne e trata a depressão? ◦ Durante a prática de exercícios físicos, principalmente os aeróbicos, o cérebro é estimulado a produzir diversos neurotransmissores que podem interferir positivamente nas funções límbicas, ou emocionais, através da atuação do sistema nervoso simpático. ◦ O aumento central da serotonina, por exemplo, pode inibir a formação de memórias relacionadas ao medo e atenuar respostas a eventos ameaçadores relacionados aos sintomas da depressão. ◦ Alguns remédios antidepressivos, como aqueles que inibem a recaptação de serotonina nas sinapses, proporcionam justamente tal efeito ao aumentar as taxas desta substância no cérebro. ◦ Outro neurotransmissor também associado positivamente ao exercício físico é a dopamina, relacionada ao desempenho motor, à motivação locomotora e à modulação emocional. 06/04/2020 A atividade física diminui a dor? ◦ Em alguns casos, sim. Obviamente que problemas ósseos, articulares e/ou musculares específicos eventualmente requerem repouso e nos impedem de praticar atividades físicas regulares. ◦ Entretanto, alguns casos de dor crônica, de dores tensionais relacionadas ao estresse e de transtornos relacionados à percepção dolorosa podem sim ser beneficiados com tais práticas. Pode ser possível literalmente nesses casos exercitarmos a felicidade. ◦ Um fator importante a ser considerado aqui é o estímulo à produção de endorfinas. ◦ Quando nos exercitamos, o nosso organismo libera essas substâncias, capazes de interagir com receptores cerebrais e reduzir a percepção dolorosa. De maneira geral, as endorfinas atuam como analgésicos endógenos e também têm propriedades sedativas, sendo produzidas no cérebro, medula e muitas outras partes do organismo. Outros benefícios proporcionados por essa elevação central de endorfinas são o alívio do estresse, o desenvolvimento da autoestima e melhorias na qualidade do sono. ◦ O processo de liberação de endorfinas ocorre aproximadamente 30 minutos após o início da atividade física. De maneira similar à morfina, elas proporcionam uma sensação de bem-estar, por vezes referida como euforia. Pessoas que praticam atividade física com regularidade costumam apresentar, segundo diversas pesquisas, uma visão mais otimista em relação à vida. 06/04/2020 A prática de exercícios pode trazer alguma desvantagem para o cérebro? ◦ Sim. Toda regra tem sua exceção. Alguns tipos de dores de cabeça – cefaleias – podem ser agravados com a prática de exercícios físicos. Quem já teve alguma crise de enxaqueca sabe do que estamos falando. A dor é intensificada, o que leva a pessoa a preferir ambientes mais escuros e silenciosos. ◦ Outro exemplo de possíveis danos ao cérebro advindos da prática de determinados exercícios físicos foi publicado recentemente por alguns portais tradicionais de notícias. The Telegraph, por exemplo, alerta para o surgimento de uma ‘epidemia silenciosa de demência’ causada pelos micro traumas cerebrais ao longo de anos de esporte de contato praticados por esportistas profissionais, em especial os pugilistas e os jogadores de futebol americano e rúgbi, alvos mais frequentes dos estudos. Mesmo traumas leves cranianos podem aumentar o risco para alguns tipos de demências, especialmente a Encefalopatia Traumática Crônica (ETC). ◦ Portanto, não há dúvidas de que os benefícios cognitivos e afetivos relacionados à prática regular de atividades físicas superam em muito os riscos e as desvantagens. Resta ao praticante buscar uma orientação médica prévia e, se possível, ser acompanhado regularmente por um educador físico. 06/04/2020 06/04/2020
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