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1 Gabrielle Nunes QUADROS DEMÊNCIAIS NOS IDOSOS OBJETIVOS 1- Elucidar as principais demências do idoso; 2- Entender como funciona os testes de Minimental e RAVLT; 3- Entender o funcionamento e a importância do NASF (explicar o papel de cada profissional); 4- Conhecer o estatuto do Idoso; 5- Explicar o funcionamento dos cuidados paliativos; 6- Associar a deficiência de vitamina B12 com a demência; INTRODUÇÃO ÀS DEMÊNCIAS CONCEITO A demência é uma síndrome caracterizada pelo comprometimento cognitivo persistente e progressivo com diminuição significativa de funcionalidade e alteração em, pelo menos, dois domínios cognitivos. ▪ Prejuízo cognitivo progressivo, em 2 ou mais domínios cognitivos, que interferem na funcionalidade QUAIS SÃO OS DOMÍNIOS COGNITIVOS? Visuo-espacial, memória, cognição social, linguagem, pensamento abstrato, atenção, praxia, personalidade; LINGUAGEM Diminuição da fluência verbal; substituição de sílabas e fonemas; alterações na capacidade de escrita; sempre levar em consideração o grau da escolaridade; ▪ Analisar: Sintaxe, nomeação de objetos, gramática, capacidade de escrita e reprodução de desenhos; Uma opção é solicitar que o paciente desenhe algo, reproduza um objeto ou faça uma mimica para avaliar os distúrbios práxicos. MEMÓRIA/ APRENDIZAGEM De maneira geral o principal comprometimento de memória está relacionado à dificuldade de memorização ainda em estágios iniciais, então há comprometimento na amnésia anterógrada. Com o avanço dos danos cerebrais há também comprometimento da memória remota. ▪ Memória anterógrada: Paciente: “sou viúva”; mas o seu marido está vivo; ▪ Memória recente: Paciente “Não fui ao mercado ontem1”; na verdade foi e fez a feira; ▪ Memória imediata: Não consegue repetir as 5 cinco palavra do Minimental ▪ Memória autobiográfica: Não se reconhece; FUNÇÃO EXECUTIVA São alteradas quando já não há um planejamento adequado das atividades, o paciente sente dificuldade em organizar seus horários e afazeres domésticos como o horário do jantar, por exemplo. ▪ Perde a capacidade de flexibilidade mental e de reorganização: esquecer a hora de jantar, por exemplo. ATENÇÃO COMPLEXA É evidenciada pela concentração em uma atividade cotidiana como cozinhar ou estudar e que pode ser facilmente alterada no avanço da demência. A atenção pode ser sustentada, dividida ou seletiva e estabelece nossa capacidade de realizar uma tarefa e aprendizado. PERCEPTOMOTOR Capacidade de se localizar no tempo e no espaço; percepção motora e visual; As agnosias definem dificuldade em reconhecer um elemento e pode acontecer, por exemplo, com a orientação topográfica. Esse é um ponto de preocupação e, por muitas vezes, destaca a atenção dos familiares porque o paciente pode se perder em ruas pelas quais passou a vida inteira, no caminho do trabalho, ou ao levar um neto na escola. COGNIÇÃO SOCIAL Caracterizada pela percepção de si e do outro, pela forma como processamos as informações e entendemos o funcionamento social, por exemplo. 2 Gabrielle Nunes Alterações importantes nas emoções, por exemplo, perda de empatia configuram diminuição da cognição social. PREVALÊNCIA: A prevalência, após os 60 anos, dobra a cada 5 anos de idade; após 85 anos: 25-45% dos idosos da comunidade terão quadros demenciais; ETIOLOGIA DEMÊNCIA COM COMPROMETIMENTO ESTRUTURAL DO SNC DEMÊNCIAS PRIMÁRIAS (NEURODEGENERATIVAS) - Alzheiemr - Corpúsculo de Lewy frontotemporal (DFT) - Parkinson - Huntiggton DEMÊNCIAS SECUNDÁRIAS - Doença cerebrovascular - Tumores - HPN (hidrocefalia de pressão normal) - Infecções DEMÊNCIA SEM O COMPROMETIMENTO DO SNC (CAUSAS TÓXICO-METABÓLICAS) - Hipotireoidismo - Abuso de drogas - Insuf. Renal - Insf. Hepática - Insuf. Cardíaca - Def. vitamina B12 CAUSAS REVERSÍVEIS ▪ D: drugs (medicamentos e álcool) ▪ E: Emotional depression (depressão) ▪ M: metabolic (ex. hipotireoidismo) ▪ E: Eyes and ears declining (sensorial) ▪ N: Normal pressure hydrpcephalus (hidrocefalia) ▪ T: Tumor or other space-occupying lesion (tumores) ▪ I: Infection (infecção) ▪ A: Anemia (deficiência de B12 ou Folato) Apesar de serem incomuns (2% das causas de demência), as causas reversíveis devem ser pesquisadas, devido ao seu potencial benefício para o paciente CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DSM-5 PARA TRANSTORNO NEUROCOGNITIVO MAIOR A. Evidências de declínio cognitivo importante a partir de nível anterior de desempenho em um ou mais domínios cognitivos (atenção complexa, função executiva, aprendizagem e memória, linguagem, perceptomotor ou cognição social), com base em: o Preocupação do indivíduo, de um informante com conhecimento ou do clínico de que há declínio significativo na função cognitiva; o Prejuízo substancial no desempenho cognitivo, de preferência documentado por teste neuropsicológico padronizado ou, em sua falta, por outra investigação clínica quantificada. B. Os déficits cognitivos interferem na independência em atividades da vida diária (i.e., no mínimo, necessita de assistência em atividades instrumentais complexas da vida diária, tais como pagamento de contas ou controle medicamentoso). - Prejuízo funcional C. Os déficits cognitivos não ocorrem exclusivamente no contexto de delirium. D. Os déficits cognitivos não são mais bem explicados por outro transtorno mental (p. ex., transtorno depressivo maior, esquizofrenia). - Excluir delirium e doenças psiquiátricas OBS: O diagnóstico é CLÍNICO (Anamnese + avaliação cognitiva) 3 Gabrielle Nunes EXAMES CLÍNICOS ABORDAGEM INICIAL • Qual idade o quadro foi instalado? Modo de instalação? Progressão? • História familiar • Fatores de risco cardiovasculares, AVC, depressão, medicamentos, álcool, quadro agudo EXAMES COMPLEMENTARES RASTREIO DE DEMÊNCIA REVERSÍVEL: (1) Laboratorial: hemograma e VHS; bioquímica geral ((eletrólitos, Na, K+, Ca+), função renal);; função tireoidiana; vitamina B12; VDRL, FTA-ABs; HIV; OUTROS: TC crânio ou RM; bateria neuropsicológica (avaliação por neuropsicólogo); LCR; EEG; SPECT ou PET CT; NEUROIMAGEM: Com o objetivo de descartar causas secundária e identificar os padrões anatômicos, funcionais e moleculares próprios de cada doença; ▪ Ex: atrofia da área medialtemporal e alterações no consumo de glicose (PET CT), característico de pacientes com Alzheimer; TESTES COGNITIVOS MINI EXAME DO ESTADO MENTAL (MEEM): é utilizado para avaliar a função cognitiva, é um teste rápido e de fácil aplicação, não requerendo material específico. PONTOS AVALIADOS ORIENTAÇÃO TEMPORAL (5 pontos) Hora aproximada/ dia da semana/dia do mês/mês /ano ORIENTAÇÃO ESPACIAL (5 pontos) Local/endereço/bairro ou andar/ cidade/ estado REGISTRO (3 pontos) Repetir: carro/vaso/tijolo ATENÇÃO E CÁLCULO (5 pontos) 100-7=93-7=86-7=79-7=72-7=65 EVOCAÇÃO (5 pontos) Três objetos anteriores REPETIR (1 ponto) “Nem aqui, nem ali, nem lá” COMANDO DE ESTÁGIOS (3 pontos) Pegue essa folha de papel com a mão direita, dobre-a ao meio e coloque-a no chão (não repetir ou ajudar) ESCREVER UMA FASE COMPLETA (1ponto) Escrever uma frase com sentido (início, meio e fim) LER E EXECUTAR (1 ponto) Feche os olhos COPIAR DESENHO (1ponto) Copiar dos pentágonos com inserção de ângulos. A avaliação se dá pela soma dos pontos, sendo que existe variação pelo nível de escolaridade, veja como é realizado no Brasil: • Analfabetos: - 18 pontos • 1-3 anos de escolaridade: -21 pontos • anos de escolaridade: -24 pontos • >8 anos de escolaridade: - 26 pontos. Montreal Cognitive Assessment (MoCA): é um instrumento de rastreio cognitivo considerado mais sensível que o MEEM aos estádios mais ligeiros de declínio nomeadamente ao Défice Cognitivo Ligeiro (DCL). É um teste mais complexo, com diversos comandos como: seguir postas, desenhar cubos e relógios, nomear animais não comumente vistos no dia a dia, testede atenção, memória, linguagem, abstração, evocação de memória tardia e perguntas de evocação. BATERIA BREVE de RASTREIO COGNITIVO: Teste de aplicação rápida, em torno de 7 minutos e consta em: 1- Identificação de nomeação de 10 figuras apresentadas em uma folha de papel. Após retirada solicite a nomeação dos objetos. Refere--se à memória incidental. 2- Mostra a folha novamente e retira algumas vezes solicitando que o paciente relembre os objetos. Refere-se à memória imediata. 4 Gabrielle Nunes 3- Oferta mais uma vez a folha e evoca. Aprendizado. 4- Após um intervalo de cinco minutos é solicitado que o paciente fale nome de animais por exemplo, para avaliar a fluência verbal. 5- Solicite o desenho de um relógio marcando a hora exata (2:45). Neste caso, os desenhos estão relacionados a capacidade cognitiva, sendo que podem existir pequenos erros até completa deformidade e incapacidade de desenhar o objeto solicitado. 6- Solicite a evocação das figuras nas folhas após 5 minutos. Refere a memória recente. Por fim, o paciente recebe uma folha com 20 desenhos, sendo que os 10 anteriormente apresentados també constam desenhados e o paciente deve informar quais estavam anteriormente. Para isso há uma folha de respostas. Atente-se que cada entrega da folha deve durar 30 segundos nas mãos do paciente e a retirada consta em 60 segundos. TESTE DE APRENDIZAGEM AUDITIVO-VERBAL DE REY (RAVLT): tem por objetivo avaliar os processos de memória declarativa episódica e fornecer informações sobre as medidas de aprendizagem audito-verbal, índices de interferência e de retenção de informações e memória de reconhecimento. ▪ Teste realizado em aproximadamente 40 minutos: lista de palavras que deverão ser repetidas pelo paciente em inúmeros tempos até que o paciente aprenda todas; ▪ LINK: https://www.youtube.com/watch?v=WKtPa6q_Idk TESTES FUNCIONAIS AIVID – ESCALA DE LAWTON ABVD – ESCALA DE KATZ - Gerenciar finanças - Lidar com transporte (dirigir ou transporte público) - Fazer compras - Preparar refeições - Usar telefone e aparelhos de comunicação - Gerenciar medicações - Manutenção das tarefas domésticas de casa - Alimentar-se - Ir ao banheiro - Escolher a roupa - Arrumar-se e manter a higiene pessoal - Manter-se continente - Vestir-se - Tomar banho - Andas e transferir (cama para a cadeira de rodas, por exemplo) HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS Declínio cognitivo subjetivo (comprometimento cognitivo leve) > Demência: leve, moderada ou grave. DECLÍNIO COGNITIVO SUBJEITO: Clinicamente, os pacientes ou familiares percebem perdas sutis de domínio cognitivos, por exemplo, capacidade intelectual para aprender ou ensinar algo percebido facilmente em pacientes com maior escolaridade. No entanto, não há alteração nos testes aplicados. DECLÍNIO COGNITIVO LEVE: Caracteriza-se pela queixa de alteração cognitiva, especialmente de memória, e são evidenciadas alterações leves nos testes neuropsicológicos. Contudo, essas alterações ainda não afetam a funcionalidade e por isso determinam o comprometimento cognitivo leve. DEMÊNCIA: A graduação da demência é realizada pelo comprometimento funcional. ▪ Leve: ainda não há alteração funcional ou se existir está relacionado a atividades instrumentais; ▪ Moderada: perda importante de atividades instrumentais e atividades básicas moderadamente afetadas. ▪ Grave: perda da capacidade de realizar atividades básicas. https://www.youtube.com/watch?v=WKtPa6q_Idk 5 Gabrielle Nunes DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS As doenças neurodegenerativas do SNC são transtornos caracterizados pela degeneração celular de subconjuntos de neurô- nios que tipicamente estão relacionados por função em vez de localização física no cérebro. Muitos desses transtornos estão associados ao acúmulo de proteínas anormais que servem como marcos histológicos de transtornos específicos. DOENÇA DE ALZHEIMER É a causa mais comum de demência na população idosa: 60-80% dos casos. • 1ºFASE: início insidioso de prejuízo da função intelectual superior e alterações de humor e comportamento; • 2ª FASE: desorientação, perda de memória e afasia, achados que são indicativos de disfunção cortical grave; • 3ºFASE: ao longo de mais 5-10 anos o paciente se torna profundamente incapacitado, mudo e imóvel; Em nível celular, a doença de Alzheimer é caracterizada por uma perda progressiva de neurônios corticais, relacionada com a deposição de proteínas anormais, principalmente no córtex entorrinal, hipocampo e córtex cingulado posterior. FISIOPATOLOGIA Um peptídeo chamado beta amiloide, ou Abeta, se acumula no cérebro com o passar do tempo, iniciando uma cadeia de eventos que resulta na doença de Alzheimer. Ab é criado quando a proteína transmembrana chamada proteína precursora de amiloide (PPA) é clivada sequencialmente pelas seguintes enzimas: conversora de b-amiloide e y-secretase. QUADRO GENÉTICO: As mutações na PPA ou nos componentes da y-secretase (presenilina 1 ou presenilina 2) levam a doença de Alzheimer familiar ao aumentar a frequência em que o Ab é gerado. Enquanto grandes depósitos de Ab são uma característica da doença de Alzheimer em estágio final, pequenos agregados de Ab também podem ser patogênicos, já que eles alteram a neurotransmissão e são tóxicos para os neurônios e terminações sinápticas. Grandes depósitos na forma de placas também levam à morte neuronal, disparam uma resposta inflamatória 6 Gabrielle Nunes local que pode resultar em mais lesão celular e podem causar alteração na comunicação de região para região através de efeitos mecânicos sobre os axônios e dendritos. Além de mudança na função colinérgica e de outros neurotransmissores ocasionando prejuízo no processo de informações neuronais. INTRACELULAR: A presença do Ab também leva à HIPERFOSFORILAÇÃO DA PROTEÍNA TAU de ligação ao microtúbulo neuronal. Esse nível maior de fosforilação faz com que a tau seja redistribuída dos axônios para os dendritos e corpos celulares, onde se agrega em emaranhados que também contribuem para a disfunção neuronal e a morte celular. ▪ Placas neuríticas de beta-amiloide + emaranhados neurofibrilares de proteína tau + atrofia cortical (lobos temporais), alargamentos dos sulcos cerebrais, aumento ventricular compensatório FATORES DE RISCO FATORES PROTETORES - Idade avançada - Grupo genético ApoE4, SORL1, PSEN1 e PSEN2 - Doenças vasculares - Doenças metabólicas - Tabagismo - Sedentarismo - Elementos sociodemográficos - Atividade física regular - Estímulo intelectual/escolaridade - Dieta rica em antioxidantes - Uso de estatinas - Uso de anti-inflamatórios durante a vida QUADRO CLÍNICO São evidentes as alterações cognitivas envolvendo memória, linguagem, praxia, gnosia e função executiva. Dentre esses, a memória costuma ser o principal elemento alterado com esquecimentos cotidianos como uma panela no fogão ou um número de celular que antes havia gravado na memória. Manifestações não cognitivas como sintomas comportamentais e sintomas psicológicos também podem estar em associação, por exemplo, a depressão, ansiedade, apatia e irritabilidade. ESTÁGIO 1 Amiloide assintomática: traços de amilóide no PET SCAN; redução de beta amilóide no LCR; ESTÁGIO 2 Amiloidose + sinais de neurodegeneração: Disfunção neuronal em exames de neuroimagem funcional; Aumento de proteína TAU no LCR; Atrofia hipocampal na RMN; ESTÁGIO 03 Amiloidose + neurodegeneração + declínio cognitivo: mudança na cognição basal; Desempenho ruim em tarefas mais complexas; AVALIAÇÃO PELO TEMPO DE INSTALAÇÃO: Nos primeiros anos (1-3 anos) é denominada fase leve; 2 a 8 anos caracteriza a fase moderada e 6 a 12 anos a fase grave já com comprometimento avançado com funcionalidade prejudicada. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Diagnóstico clínico + RNM com atrofia hipocampal + PT SCAM alterada ou não; Dentre os mais utilizados são anticolinesterásicose memantina. A estimulação cognitiva é o principal aspecto do tratamento, pois favorece o retardamento da perda de funcionalidade. ▪ Ver filmes ▪ Leitura ▪ Conversa ▪ Contas 7 Gabrielle Nunes DEGENERAÇÃO LOBAR FRONTOTEMPORAL (DFT) É um quadro que tem o componente hereditário. As mutações genéticas ocorrem no cromossomo 17q21-22, no gene tau, e representam tubulopatias, pois as anormalidades estão na proteína tau ligante do microtúbulo. Há uma atrofia cerebral assimétrica predominantemente na região frontotemporal que caracteriza o quadro clínico peculiar. Esses transtornos compartilham características clínicas (deterioração progressiva da fala e alterações de personalidade) decorrentes da degeneração e atrofia dos lobos temporal e frontal; ▪ São sintomas neuropsiquiátricos + alterações de linguagem; SÍNDROMES CLÍNICAS: quando o lobo frontal carrega o maior fardo da doença, as alterações comportamentais costumam predominar, enquanto, quando a doença começa no lobo temporal, os problemas de linguagem muitas vezes são a queixa apresentada. Esses sintomas precedem os distúrbios de memória que podem auxiliar na sua distinção da doença de Alzheimer com base clínica. ▪ VARIANTE COMPORTAMENTAL: alterações em comportamento social e personalidade com sintomas de impulsividade, desinibição e negligenciamento com a higiene corporal. ▪ AFASIA PROGRESSIVA PRIMÁRIA: ocorre degeneração progressiva da linguagem pela atrofia assimétrica anterolateral do lobo temporal cerebral. Há redução da fluência e compreensão da linguagem. ▪ DEMÊNCIA SEMÂNTICA: é um subtipo de afasia progressiva primária e ocorre quando há grave comprometimento do lobo esquerdo cerebral. Há fluência na fala, contudo, com desorganização de significado. DIAGNÓSTICO: ocorre de maneira geral como nas outras demências, com avaliação clínica ampliada e alguns sintomas são bastante sugestivos da DFT, como a desinibição e comprometimento importante da linguagem. Tomografia computadorizada e ressonância magnética são indicados para determinar o local e extensão dos danos cerebrais. TRATAMENTO: realizado com inibidores da receptação de serotonina (IRSS), trazodona e antipsicóticos. FISIOPATOLOGIA: atrofia do cérebro que afeta predominantemente os lobos frontal e temporal DEMÊNCIA POR CORPÚSCULO DE LEWY A Doença de Lewy afeta indivíduos prioritariamente após os 75 anos e é caracterizada pela perda progressiva das funções cognitivas em decorrência da formação dos “corpos de Lewy”. QUADRO CLÍNICO: Tem como principais sinais e sintomas a dificuldade de atenção, concentração e perda progressiva da memória, além da dificuldade de avaliar distâncias o que ocasiona traumas por quedas constantemente. Além disso, podem coexistir sintomas como tremores e rigidez semelhantes a doença de Parkinson, flutuação do estado mental e alucinações visuais. ▪ A perda de memória vem depois da perda da atenção e do estado de alerta, disfunção viuoespacial, distúrbio do sono REM (viver seus sonhos) ▪ Quadros flutuantes na cognição nos estágios iniciais: ora/ dias lúcido e no outro confuso ▪ Sintomas psicóticos são mais comuns e alucinações, geralmente visuais, podem ser bastante complexas e bizarras (vultos de crianças ou animais). ▪ Há sintomas de parkinsonismo associado – tremores, rigidez e instabilidade postural. ▪ Sensibilidade a neurolépticos FISIOPATOLOGIA: Formação dos corpúsculos de LEWY no córtex: inclusões individuais ou múltiplas, intracitoplasmáticas, eosinofílicas, redondas a alongadas, que muitas vezes têm um núcleo denso envolto por halo pálido. Assim como, acúmulo de alfa-sinucleina intraneuronal TRATAMENTO: ocorre com as medidas de apoio e prevenção de acidentes como, por exemplo, melhorando a iluminação dos ambientes na casa, organizando horários de alimentação e ciclo-sono vigília, retirada de tapetes e móveis que sejam propícios a quedas. Tratamento medicamentoso: anticolinesterásicos, p/ distúrbios de sono REM usar clonazepam, p/ parkinsonismo utilizar levodopa, evitar os neuroléptico. DEMENCIA NA DOENÇA DE PARKINSON: Corpúsculos de LEWY: inclusões individuais ou múltiplas, intracitoplasmáticas, eosinofílicas, redondas a alongadas, que muitas vezes têm um núcleo denso envolto por halo pálido. 8 Gabrielle Nunes DOENÇAS SECUNDÁRIAS DISTÚRBIO NEUROCOGNITVO VASCULAR A Demência Vascular (DV) é a forma de demência secundária mais prevalente e a segunda entre todas as demências. Sua causa direta é a doença cerebrovascular e é representada por um grupo heterogêneo de subtipos relacionando aspectos clínicos e de neuroimagem. A demência vascular é a perda da função mental devido à destruição do tecido cerebral, pois seu suprimento de sangue está reduzido ou bloqueado; ▪ Caracterizada por declínio cognitivo global e persistente; FATORES DE RISCO Hipertensão arterial; diabetes; aterosclerose; fibrilação atrial; dislipidemias; tabagismo; AVCs prévios; FISIOPATOLOGIA Múltiplas imagens de isquemia corticais e subcorticais e/ou lesões de microangiopatia/gliose na substância branca subcortical QUADRO CLÍNICO Inicio pode ser insidioso ou agudo; progressão gradual ou em degraus; quadro clínico variável, conforme localização do evento vascular TRATAMENTO Controlar fatores de risco cardiovasculares; cogitar anticolinesterásicos e memantina; antidepressivos; ETIOLOGIA Pode ser secundária à hipoperfusão cerebral aguda ou crônica ou a eventos hemorrágicos ou isquêmicos, ou seja, é resultado de lesões vasculares a nível de encéfalo. Entre as causas isquêmicas, a DV pode ocorrer devido a um: INFARTO ÚNICO DE GRANDES VASOS (DV CORTICAL Exemplo: como em um infarto extenso secundário à oclusão da artéria cerebral média; DEMÊNCIA POR MÚLTIPLOS INFARTOS Ocorrem infartos cerebrais múltiplos, envolvendo áreas corticais e subcorticais, com início abrupto, progressão rápida, sinais piramidais, hemiparesia, perda hemi-sensorial, déficits neuropsicológicos e prejuízo de memória. INFARTOS LACUNARES SECUNDÁRIOS À DOENÇA DE PEQUENOS VASOS (DV SUBCORTICAL São muito observados na substância branca do encéfalo do idoso, há sintomas como prejuízo de memória, função executiva anormal, retardo psicomotor, euforia, psicose, hemiparesia, dentre outros. A DOENÇA DE BINSWANGER é conhecida pela afecção com múltiplos infartos na substância branca frontal gerando sinais pseudobulbares, abulia, alterações do comportamento, sinais piramidais bilaterais, distúrbios de memória e de atenção, retardo psicomotor, distúrbios de marcha, incontinência urinária e parkinsonismo. INFARTO ÚNICO EM ÁREA ESTRATÉGICA COMO NO TÁLAMO, HIPOCAMPO OU GÂNGLIOS DA BASE Deve-se a danos em áreas funcionalmente importantes, sendo a sintomatologia definida de acordo com a área lesada. ▪ Giro angular apresentam-se com afasia aguda, alexia com agrafia, distúrbios de memória, desorientação espacial, agnosia e discalculia. ▪ Artéria cerebral posterior apresenta amnésia, agitação psicomotora, alucinações visuais, confusão, agnosia e déficits visuais ▪ Artéria cerebral anterior percebem-se abulia, afasia motora transcortical, prejuízo de memória, dispraxia, hemiparesia contra-lateral, perda hemi-sensorial em extremidades inferiores e incontinência de esfíncteres. HIPOPERFUSÃO É uma síndrome de isquemia cerebral decorrente de insuficiência cardíaca e de hipotensão. Hipoperfusão aguda (ex. encefalopatia anóxica após parada) ou crônica (ex. IC grave ou hipotensão postural). A área mais sensível à hipoperfusão encontra-se entre os territórios das artérias cerebrais média e posterior. Ocorre afasia transcortical, prejuízo de memória, apraxia e déficits visoconstrutivos. DEMÊNCIA HEMORRÁGICA Ocorre por hematomas subdurais crônicos, hematoma intracerebral ou hemorragia subaracnóidea. 9 Gabrielle Nunes São elencados três critérios diagnósticos: 1- diagnóstico de demência; 2)Evidência da presença de doença cerebrovascular, demonstrada pelahistória, pelo exame clínico ou pelos exames de neuroimagem; 3) a demência e a doença cerebrovascular precisam estar relacionadas. DEMÊNCIA POR QUEDA NA VITAMINA B12 A vitamina B12 é um dos principais elementos para manutenção e funcionamento cerebral. Deficiência dessa vitamina ocasiona desordem na síntese de neurotransmissores e consequentes déficits no processamento de informações cerebrais. Os sintomas gerais incluem anemia, fraqueza muscular, desordens da coordenação motora e equilíbrio, parestesias e espasmos. Com o surgimento de confusão mental, déficits de memória e dificuldade em executar atividades diárias deve-se suspeitar de demência. Os impactos da queda de B12 podem ser revertidos? Em alguns casos que há o problema na absorção da vitamina B12, é possível fazer a suplementação vitamínica. Já, em outros processos, é preciso regular a alimentação – como uma dieta vegana que não contenha a B12. E, por fim, vale destacar: o tratamento com a vitamina deve ser iniciado aos primeiros sinais do problema, impedindo que as doenças se tornem irreversíveis. ROBBINS: a déficits neurológicos associados a alterações na medula espinhal, chamados coletivamente de degeneração combinada subaguda da medula espinhal. Como o nome indica, os tratos ascendente e descendente da medula espinhal são afetados. Os sintomas se desenvolvem ao longo de semanas. Os primeiros sinais clínicos costumam incluir ligeira ataxia e entorpecimento e formigamento das extremidades inferiores, que podem evoluir para fraqueza espasmódica das extremidades inferiores; algumas vezes segue-se até mesmo paraplegia completa. A terapia de reposição vitamínica imediata produz melhora clínica; no entanto, se a paraplegia tiver se desenvolvido, a recuperação é ruim. DELIRIUM CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DO DSM-5 A. Perturbação da atenção (i.e., capacidade reduzida para direcionar, focalizar, manter e mudar a atenção) e da consciência (menor orientação para o ambiente). B. A perturbação se desenvolve em um período breve de tempo (normalmente de horas a poucos dias), representa uma mudança da atenção e da consciência basais e tende a oscilar quanto à gravidade ao longo de um dia. C. Perturbação adicional na cognição (p. ex., déficit de memória, desorientação, linguagem, capacidade visuoespacial ou percepção). D. As perturbações dos Critérios A e C não são mais bem explicadas por outro transtorno neurocognitivo preexistente, estabelecido ou em desenvolvimento e não ocorrem no contexto de um nível gravemente diminuído de estimulação, como no coma. E. Há evidências a partir da história, do exame físico ou de achados laboratoriais de que a perturbação é uma consequência fisiológica direta de outra condição médica, intoxicação ou abstinência de substância (i.e., devido a uma droga de abuso ou a um medicamento), de exposição a uma toxina ou de que ela se deva a múltiplas etiologias. COMPARANDO OS TERMOS DEMÊNCIA Alterações: memória, habilidade visoespacial, cognição, distúrbios do humor, alterações na personalidade e comportamento, linguagem. ▪ É uma diminuição, lenta e progressiva, da função mental; DELIRIUM Síndrome cerebral orgânica sem etiologia específica, caracterizada por estado confusional agudo; acomete principalmente idosos hospitalizados; é uma urgência médica; ▪ É caracterizado por uma incapacidade de prestar atenção, desorientação, incapacidade de pensar com clareza e flutuações do nível de alerta. Fatores de risco: polipatologia, febre, infecção, distúrbiometabólico, fratura, demência, distúrbio sensorial, múltiplas drogas, etc. 10 Gabrielle Nunes DEPRESSÃO Prazer diminuído na vida; perda de peso; insônia; agitação motora; retardo psicomotor; fadiga; culpa inadequada ou sentimento de inutilidade; diminuição na capacidade de pensar, concentra-se ou tomar decisões; pensamento recorrentes de morte; • Depressão maior • Distimia • Distúrbio bipolar CASOS CLÍNICOS DEMÊNCIA LEVE: Paciente Maria Arcanja, 73 anos, casada, católica, professora aposentada, natural e procedente de Salvador (BA). QP: Consulta de rotina na unidade básica de saúde. HMA: Paciente refere que há quatro meses tem sentido dificuldade para organizar as contas e pagamentos, inclusive, no mês passado não pagou as contas de luz e água, mas disse aos filhos que estavam pagas. Conta que neste último não conseguiu mais fazer a feira sozinha, precisando voltar pra casa e pedir ajuda a filha mais velha. Não sabe explicar exatamente qual foi à dificuldade encontrada. Queixa-se também de esquecer todo os números telefônicos que tinha em mente há alguns esses. Sem alteração de linguagem, ou perceptomotora. Nos testes aplicados perdeu pontos nas AIVDs, sem comprometimento de ABVDS. ▪ Alterações apenas em atividade instrumentais DEMÊNCIA GRAVE: Paciente Francisco Ambrósio, 85 anos, viúvo, evangélico, ex-carpinteiro, natural e procedente de Niterói (RJ). QP: Neto afirma que o avô não consegue se alimentar sozinho há dois meses e não toma banho sozinho há desde o último mês. HMA. Neto de seu Francisco conta que no último mês o avô já não quer tomar banho e quando tenta realizar não consegue mais, pois passa sabonete antes de ligar o chuveiro e se molhar, ou apenas olha a água cair e não consegue executar o ato em si. Também não quer que ninguém o ajude, brigando e utilizando com palavras agressivas. Além disso, não consegue se alimentar porque deixa todo alimento cair na mesa ou não aceita mais o que lhe oferecem. Esquece constantemente o nome dos filhos e fugiu de casa na última semana, sendo encontrado por vizinhos sem saber explicar onde morava ou quem é. Você aplica os testes e seu Francisco não realizada mais nenhuma atividade instrumental, além disso, realiza poucas atividades básicas de vida diária, com limitação grave na maioria. ▪ Alterações nas atividades instrumentais e nas atividades básicas ESTATUTO DO IDOSO LEI NO 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003. DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DO IDOSO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Art. 2o O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. Art. 4o Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei. DOS ALIMENTOS: ▪ Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil. ▪ Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores. DO DIREITO À SAÚDE: http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.741-2003?OpenDocument 11 Gabrielle Nunes Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos. § 1o A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio de: I – cadastramento da população idosa em base territorial; II – atendimento geriátricoe gerontológico em ambulatórios; III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e gerontologia social; IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano e rural; V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das seqüelas decorrentes do agravo da saúde. § 2o Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação. PONTOS IMPORTANTES: ▪ Estabelece as garantias de prioridade; ▪ É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso. ▪ Determina direitos à liberdade inerentes a pessoa humana LINK: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm NÚCLEO AMPLIADO DE SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF) MODALIDADES Para que serve: aumentar a resolutividade e a qualidade da Atenção Básica, ampliando o repertório de ações da Atenção Básica, a capacidade de cuidado de cada profissional e o acesso da população a ofertas mais abrangentes e próximas das suas necessidades. MODALIDADE I Vinculada a, no mínimo, 5 (cinco) e a, no máximo, 9 (nove) equipes de Saúde da Família (eSF) ou equipes de Atenção Básica para populações específicas (Consultórios na Rua, equipes ribeirinhas e fluviais) MODALIDADE II Vinculada a, no mínimo, 3 (três) e a, no máximo, 4 (quatro) eSF e/ou equipes de Atenção Básica para populações específicas (Consultórios na Rua, equipes ribeirinhas e fluviais). MODALIDADE III Vinculada a, no mínimo, 1 (uma) e a, no máximo, 2 (duas) eSF e/ou equipes de Atenção Básica para populações específicas (Consultórios na Rua, equipes ribeirinhas e fluviais), agregando-se de modo específico ao processo de trabalho delas, configurando-se como uma equipe ampliada. O NASF deve ser constituído por uma equipe na qual profissionais de diferentes áreas de conhecimento atuem em conjunto com os das eSF, compartilhando e apoiando as práticas em saúde nos territórios sob responsabilidade das equipes . Tal composição deve ser definida pelos próprios gestores municipais e eSF, mediante critérios de prioridades identificadas a partir das necessidades locais e da disponibilidade de profissionais de cada uma das diferentes ocupações. A composição de cada um dos NASF será definida pelos gestores municipais e equipes Saúde da Família e deve considerar os critérios de prioridade identificados a partir dos dados epidemiológicos, das necessidades do território e das equipes de saúde que serão apoiadas. Para efeito de repasse de recurso federal, poderão compor os NASF: profissional/professor de educação física, nutricionista, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, farmacêutico, assistente social, psicólogo, fonoaudiólogo, médico psiquiatra, médico ginecologista, médico pediatra, médico acupunturista, médico homeopata, médico ginecologista/obstetra, médico geriatra, médico internista (clínica médica), médico do trabalho, médico veterinário, profissional com formação em arte e educação (arte educador) e profissional de saúde sanitarista. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm 12 Gabrielle Nunes LINK: ▪ http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0548_04_04_2013.html ▪ http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0562_04_04_2013.html ▪ https://aps.saude.gov.br/ape/nasf/perguntasfrequentes/ CUIDADOS PALIATIVOS CONCEITOS PALIAR: tornar menos intenso; abrandar, amenizar, atenuar; Cuidados Paliativos consistem no atendimento ativo e multidisciplinar de pacientes, cuja doença não responde ao tratamento curativo, por isso têm a finalidade de controlar possíveis dores físicas e outros sintomas, até contornar problemas sociais, psicológicos e espirituais. ▪ Demências, insuficiência cardíaca, enfisema pulmonar e a doença renal crônica também podem ser doenças com indicações de cuidados paliativos, mas principalmente pacientes oncológicos e doenças crônicas em estágio avançado; ▪ Indicações: são indicados para todos os pacientes (e familiares) com doença ameaçadora da continuidade da vida por qualquer diagnóstico, com qualquer prognóstico, seja qual for a idade, e a qualquer momento da doença em que eles tenham expectativas ou necessidades não atendidas. OBS: Os cuidados paliativos não devem ser iniciados apenas na fase terminal da doença, : devem estar disponíveis para pacientes e seus familiares durante todo o processo de doença ameaçadora à continuidade da vida e também no transcurso do luto. EQUIPE: são prestados mais efetivamente por uma equipe interdisciplinar, p. ex., médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, capelães e voluntários que sejam competentes e habilidosos em todos os aspectos do processo de cuidar relacionados à sua área de atuação. OBJETIVO: oferecer a melhor assistência, controle dos sintomas, alívio da dor, conforto e acolhimento ao paciente e sua família, desta forma garantindo mais qualidade de vida, ao invés de simplesmente esperar a terminalidade e finitude. CUIDADOS PALIATIVOS AUXILIAM PACIENTES E FAMILIARES A: Lidar com questões físicas, psicológicas, sociais, espirituais e de ordem prática, com seus medos, suas expectativas, necessidades e esperanças; Preparar-se para a autodeterminação no manejo do processo de morrer e do final da vida; Lidar com as perdas durante a doença e o período de luto; Alcançar o seu potencial máximo, mesmo diante da adversidade. LOCAL DO CUIDADO: Pacientes e familiares necessitam de acesso a Cuidados Paliativos em cada um dos ambientes em que estejam recebendo cuidados. Se o paciente precisa ser transferido de um ambiente para outro, é importante garantir a continuidade do cuidado, para que se mantenha respeitada a abordagem paliativa. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0548_04_04_2013.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0562_04_04_2013.html https://aps.saude.gov.br/ape/nasf/perguntasfrequentes/ 13 Gabrielle Nunes INFORMAÇÕES ESSENCIAIS I. Uma pessoa tem indicação de cuidados paliativos na terceira idade quando existe declínio funcional, falência orgânica ou síndrome de fragilidade. Esses são sinais que indicam a dependência total ou parcial do idoso para a maior parte das atividades diárias. II. Embora não cure, os cuidados paliativos têm como objetivo aliviar a dor ou qualquer outro sintoma invasivo da doença, oferecendo o suporte que o paciente idoso precisa. III. Devem ser iniciados no momento do diagnóstico da doença, pois ao longo do tratamento assumem uma importância cada vez maior. IV. Os cuidados são multidisciplinares, por isso, além de profissionais especializados envolvem também o apoio dos familiares. V. A essência dos cuidados paliativos consiste em permitir que o idoso e seus familiares possam viver com mais conforto e da melhor maneira LINK: https://sbgg.org.br/wp-content/uploads/2015/05/vamos-falar-de-cuidados-paliativos-vers--o-online.pdf; https://sbgg.org.br/wp-content/uploads/2015/05/vamos-falar-de-cuidados-paliativos-vers--o-online.pdf
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