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MICROECONOMIA MICRO PARA ADM* PROFA. MARIA ISABEL BUSATO *Adaptação Pindyck e Slides J.Paranhos AULA 13 6. Tecnologia, Função de produção de curto e longo prazo Tecnologia Função de produção de curto e longo prazo Produto Médio e Produto Marginal Isoquantas Bibliografia: PINDYCK, Robert e RUBINFELD, Daniel. Microeconomia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. (6ª. edição) (Capítulo 6) 2 TEORIA DA FIRMA Abordaremos o lado da oferta de mercado. A teoria da empresa trata: Do modo pelo qual uma firma toma decisões de produção minimizadoras de custo Do modo pelo qual os custos de produção variam com o nível de produção De características da oferta de mercado De problemas das atividades produtivas em geral 3 TEORIA DA FIRMA Três etapas da decisão de otimização da empresa: 1. Tecnologia de produção: como os insumos (trabalho, capital e matéria- prima) podem ser transformados em produção. Uma empresa pode gerar determinado nível de produção usando diferentes combinações de insumos, assim como, os consumidores atingem determinado nível de satisfação com diferentes combinações de bens. 2. Restrições de custos: as empresas precisam levar em conta o preço do trabalho, do capital e de outros insumos. A empresa se preocupa com seus custos de produção e busca minimizá-los. 3. Escolha de insumos: conforme sua tecnologia de produção e o preço do trabalho e outros insumos, a empresa precisará decidir quanto de cada insumo usar. 4 TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO Processo produtivo: combinação e transformação de insumos ou fatores de produção em produtos Fatores de produção: insumos que entram no processo produtivo (trabalho, capital e matéria-prima). Função de produção: Indica o maior nível de produção que uma firma pode atingir para cada possível combinação de insumos, dado o estado da tecnologia. Descreve o que é tecnicamente viável quando a empresa opera eficientemente, ou seja, quando utiliza cada combinação de insumos da forma mais eficaz possível. Inicialmente consideraremos somente dois insumos, capital (K) e trabalho (L). A quantidade produzida pela empresa será indicada por q. Logo, q = F (K,L). Essa função depende do estado da tecnologia. 5 TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO CURTO PRAZO X LONGO PRAZO Curto prazo: período que as quantidades de um ou mais fatores de produção não podem ser modificadas. Pelo menos um dos insumos é fixo. Insumo fixo: fator de produção que não pode variar. Longo prazo: tempo necessário para que todos os insumos de produção possam se tornar variáveis. 6 PRODUÇÃO DE CURTO PRAZO COM UM INSUMO VARIÁVEL (TRABALHO) 7 Quantidade Quantidade Produto Produto Produto de trabalho (L) de capital (K) total (Q) médio marginal 0 10 0 --- --- 1 10 10 10 10 2 10 30 15 20 3 10 60 20 30 4 10 80 20 20 5 10 95 19 15 6 10 108 18 13 7 10 112 16 4 8 10 112 14 0 9 10 108 12 -4 10 10 100 10 -8 PRODUÇÃO DE CURTO PRAZO COM UM INSUMO VARIÁVEL (TRABALHO) 8 À medida que aumenta o número de trabalhadores, o produto (q) aumenta, atinge um máximo e, então, decresce. O produto médio do trabalho (PM) inicialmente aumenta e depois diminui. Produto médio: produto obtido por unidade de insumo adicional (Q/L). É o produto por trabalhador, mede a produtividade da força de trabalho da empresa PM = Produto / Trabalho = Q / L O produto marginal do trabalho (PMg) aumenta rapidamente no início, depois diminui e se torna negativo. Produto marginal: produto adicional gerado ao acrescentar uma unidade a um determinado insumo (Q/L). É o produto de um trabalhador adicional. PMg = Produto / Trabalho = Q / L PRODUÇÃO DE CURTO PRAZO COM UM INSUMO VARIÁVEL (TRABALHO) 9 Quando PMg > PM, PM é crescente Quando PMg < PM, PM é decrescente Quando PMg = PM, PM encontra-se no seu nível máximo Quando PMg = 0, PT encontra- se no seu nível máximo Quando a PMg < 0, PT é decrescente. Há redução na quantidade total quando mais uma unidade do insumo é incluída (Q será negativo se L aumentar). PRODUÇÃO DE CURTO PRAZO COM UM INSUMO VARIÁVEL (TRABALHO) 10 Lei dos rendimentos marginais decrescentes: À medida que o uso de determinado insumo aumenta, chega-se a um ponto em que as quantidades adicionais de produto obtidas tornam-se menores (ou seja, o PMg diminui). Quando a quantidade utilizada do insumo trabalho é pequena, o PMg é grande em decorrência da maior especialização. Quando a quantidade utilizada do insumo trabalho é grande, o PMg decresce em decorrência de ineficiências. Não significa que o produto marginal é negativo, apenas que ele é decrescente. Supõe-se que a qualidade do insumo variável e a tecnologia sejam constantes. PRODUÇÃO DE CURTO PRAZO COM UM INSUMO VARIÁVEL (TRABALHO) 11 Efeito dos avanços tecnológicos: A produtividade do trabalho pode aumentar à medida que ocorram melhoramentos tecnológicos, mesmo que cada processo produtivo seja caracterizado por rendimentos decrescentes do trabalho. (exemplo: fertilizantes agrícolas, maquinário para colheita ou aragem da terra) PRODUÇÃO DE LONGO PRAZO COM DOIS INSUMOS VARIÁVEIS (TRABALHO E CAPITAL): Trabalho Capital 1 2 3 4 5 1 20 40 55 65 75 2 40 60 75 85 90 3 55 75 90 100 105 4 65 85 100 110 115 5 75 90 105 115 120 12 Cada valor da tabela corresponde ao volume máximo de produção (tecnicamente eficiente) que pode ser obtido por determinado período com cada combinação de trabalho e capital utilizada ao longo desse período. O aumento da quantidade de trabalho, para uma quantidade fixa de capital, aumenta a produção. Assim como, o aumento da quantidade de trabalho, para uma quantidade fixa de trabalho, aumenta a produção. A produção aumentará até alcançar níveis de produtividade decrescentes. PRODUÇÃO DE LONGO PRAZO COM DOIS INSUMOS VARIÁVEIS (TRABALHO E CAPITAL): Trabalho Capital 1 2 3 4 5 1 20 40 55 65 75 2 40 60 75 85 90 3 55 75 90 100 105 4 65 85 100 110 115 5 75 90 105 115 120 13 Os níveis de produção iguais com combinações diferentes de capital e trabalho fazem parte de uma mesma isoquanta. Isoquantas: curva que representa todas as combinações de dois insumos (capital e trabalho) que geram a mesma produção ISOQUANTAS Mapa de isoquantas: gráfico no qual são combinadas diversas isoquantas, usado para descrever uma função de produção. Cada isoquanta está associada a um nível diferente de produção, e o nível de produção aumenta à medida que nos movemos para cima e para a direita na figura. Rendimentos Marginais Decrescentes: A quantidade adicional produzida é menor a cada insumo a mais utilizado na produção. Se fixarmos o capital em 3 unidades, veremos que a produção com uma unidade de trabalho é 55, com duas 75 (+20) e com 3 unidades de trabalho é 90 (+15). AULA 14 6. Tecnologia, Função de produção de curto e longo prazo Tecnologia Função de produção de curto e longo prazo Produto Médio e Produto Marginal Isoquantas Taxa Marginal de Substituição Técnica Rendimentos de Escala Bibliografia: PINDYCK, Robert e RUBINFELD, Daniel. Microeconomia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. (6ª. edição) (Capítulo 6) 15 TAXA MARGINAL DE SUBSTITUIÇÃO TÉCNICA (TMST) Substituições entre insumos: a inclinação de cada isoquanta indica o volume de cada insumo que pode ser substituído por determinada quantidade do outro, mantendo-se a produção constante. Taxa Marginal de Substituição Técnica (TMST): quantidade na qual um insumo pode ser reduzido quandouma unidade adicional de outro insumo é utilizada, mantendo-se o produto constante. Utiliza-se o módulo do valor, que será sempre negativo. TMST (L, K) = - K / L (para um nível q constante) 16 TMST TMSTa = -2 TMSTb = -1 TMSTc = -2/3 TMST d = - 1/3 À medida que quantidades maiores de L substituem K, o trabalho se torna cada vez menos produtivo, e o capital, relativamente mais produtivo. Logo, a taxa de troca entre os dois insumos diminui. 17 TMST E PRODUTIVIDADE MARGINAL TMST decrescente: decorre de rendimentos decrescentes e implica em curvas de indiferença convexas. A TMST decrescente informa-nos que a produtividade que qualquer unidade de insumo possa ter é limitada. À medida que se adiciona uma quantidade cada vez maior de trabalho ao processo produtivo, em substituição ao capital, a produtividade da mão-de-obra cai. Da mesma forma, quando uma quantidade maior de capital é adicionada, em substituição ao trabalho, a produtividade do capital apresenta redução. A produção necessita de uma combinação equilibrada de ambos os insumos. A variação na produção resultante de uma variação na quantidade de trabalho é dada por: (PMgL) (L) A variação na produção resultante de uma variação na quantidade de capital é dada por: (PMgK) (K) (PMgL) (L) + (PMgK) (K) = 0 PMgL / PMgK = - K / L = TMST (L, K) (Capítulo 7) 18 TMST: CASOS ESPECIAIS Insumos substitutos perfeitos: numa mesma isoquanta a mesma quantidade produzida é conseguida com a combinação de insumos do ponto A (intensivo em capital), do C (intensivo em trabalho) e do B (proporções parecidas de trabalho e capital). Seria possível qualquer nível de substituição. A TMST é constante ao longo de toda a isoquanta. Ex: pedágio – podem ser cobrados por pessoas (intensivo em trabalho) ou por máquinas (intensivo em capital). 19 TMST: CASOS ESPECIAIS Proporções fixas: insumos complementares perfeitos, impossível qualquer substituição entre os insumos. Cada nível de produção exige uma combinação específica de trabalho e capital. Níveis maiores de produção ocorrerão apenas quando houver acréscimo tanto de trabalho quanto de capital. Ex: trabalhador e britadeira. 20 RENDIMENTOS CRESCENTES DE ESCALA Rendimentos de escala: medição da relação entre a escala (tamanho) de uma empresa e sua produção. 1. Rendimentos crescentes de escala: a produção cresce mais do que o dobro quando há duplicação dos insumos Produção maior associada a custo mais baixo (automóveis) Uma empresa é mais eficiente do que muitas empresas (utilidades) As isoquantas situam-se cada vez mais próximas Uma grande empresa produzindo é mais vantajoso que várias pequenas empresas. Ex: energia elétrica 21 RENDIMENTOS CONSTANTES DE ESCALA Rendimentos de escala: medição da relação entre a escala (tamanho) de uma empresa e sua produção. 2. Rendimentos constantes de escala: a produção dobra quando há duplicação dos insumos O tamanho não afeta a produtividade Grande número de produtores As isoquantas são espaçadas igualmente Ex: duas fábricas produzirão exatamente o dobro da produção 22 RENDIMENTOS DECRESCENTES DE ESCALA Medição da relação entre a escala (tamanho) de uma empresa e sua produção. 3. Rendimentos decrescentes de escala: a produção aumenta menos que o dobro quando há duplicação dos insumos Eficiência decrescente à medida que aumenta o tamanho da empresa Redução da capacidade administrativa As isoquantas situam-se cada vez mais afastadas Ex: frequentemente ligada a problemas crescentes de coordenação de tarefas e da preservação de um bom canal de comunicação entre administradores e funcionários 23 EXERCÍCIOS 1. (Livro p. 179 n. 2) Suponhamos que um fabricante de cadeiras esteja produzindo no curto prazo (com uma fábrica e equipamentos preexistentes). Conforme o número de funcionários, o fabricante observou os seguintes níveis de produção. a) Calcule o produto marginal e o produto médio do trabalho para essa função de produção b) Essa função de produção apresenta rendimentos decrescentes de escala para o trabalho? Explique c) Explique, de acordo com sua opinião, qual poderia ser a razão de o produto marginal do trabalho se tornar negativo. número de cadeiras número de funcionários 1 10 2 18 3 24 4 28 5 30 6 28 7 25