A importância da Música na educação infantil

Prévia do material em texto

FACULDADES INTEGRADAS DO VALE DO IVAÍ
ELISÂNGELA CRISTINA BARBAROTE DOS SANTOS 
ROSÂNGELA DA SILVA ASSUNÇÃO
ROZÂNIA PEREIRA DA SILVA
VIVIANE BERALDO DOS ANJOS DE LIMA
A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
ITAUNA DO SUL - PR
2018
ELISÂNGELA CRISTINA BARBAROTE DOS SANTOS 
ROSÂNGELA DA SILVA ASSUNÇÃO
ROZÂNIA PEREIRA DA SILVA
VIVIANE BERALDO DOS ANJOS DE LIMA
A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Monografia apresentada ao curso de Artes, Educação e Musicalismo do ESAP – Instituto de Estudos Avançados e Pós-Graduação e UNIVALE – Faculdades Integradas do Vale do Ivaí, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista.
Orientadora: Prof ª MS Carla Alessandra Reis Leite Montanhev
ITAUNA DO SUL
2018
ELISÂNGELA CRISTINA BARBAROTE DOS SANTOS 
ROSÂNGELA DA SILVA ASSUNÇÃO
ROZÂNIA PEREIRA DA SILVA
VIVIANE BERALDO DOS ANJOS DE LIMA
A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Monografia apresentada ao curso de Arte, Educação e Musicalismo do ESAP – Instituto de Estudos Avançados e Pós-Graduação e UNIVALE – Faculdades Integradas do Vale do Ivaí, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista.
 COMISSÃO ORGANIZADORA ______________
 Nota
	
____________________________________
Professor Avaliador
____________________________________
Secretaria
____________________________________
Secretaria
ITAÚNA DO SUL, ____de______________de________
AGRADECIMENTOS
	
A Deus, por ter-nos dado força e sabedoria para aprender e perseverança durante nossa caminhada. Dedicamos ainda à nossa família, pelo apoio durante esta jornada.
RESUMO
Esta monografia tem por finalidade discutir a importância da música na educação Infantil e como ela pode influenciar diretamente no ensino e aprendizagem das crianças. A música se faz presente desde o nascimento, onde a criança convive, ou deveria conviver, em ambientes repletos de estímulos sonoros, para que possam reagir manifestando sons que aos poucos são construídos em um repertório que lhes permitem a comunicação. Será discutido a música como ferramenta pedagógica na Educação Infantil e como deve ser inserida como eixo de trabalho em diversas atividades pedagógicas. O objetivo da pesquisa foi analisar as contribuições que o ensino da música pode oferecer como instrumento de auxilio desenvolvimento das crianças. Na fundamentação teórica buscou-se um conhecimento mais aprofundado da história da música, que já existe desde a pré-história. Diante das pesquisas relatamos um dos problemas relacionados ao tema escolhido, que é a ausência da música nas rotinas escolares, principalmente na Educação Infantil, onde a música não é trabalhada com frequência como deveria. A pesquisa teve como base o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, (Brasil 1998), do MEC, onde relata como deve ser o trabalho com a música na Educação Infantil. Durante a pesquisa observamos a rotina de um Centro de Educação Infantil para que possa servir como exemplo prático e real, destacando as músicas exploradas pelas professoras e algumas atividades onde a música é trabalhada na rotina das crianças. Diante da observação realizada, conclui-se que a música poderia ser um pouco mais explorada na Educação Infantil, não só as musiquinhas/cantigas de rotina, como as de “bom dia” na entrada e para a hora do lanche, mas o uso da música nas atividades gerais de rotina, tendo como elemento principal o Projeto Político Pedagógico da instituição, pois ele é essencial na organização dos trabalhos pedagógicos a serem desenvolvidos em sala de aula. 
Palavras-chave: Música. Aprendizagem. Infantil.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO……………………………………………………………...............06
1. História da Música........................................................................................08
2. A Importância da Música na Educação Infantil..............................................11
2.1 A prática da Música na Educação Infantil....................................................16
2.2 Atividades realizadas com Música na rotina escolar...................................19
2.3 Sugestões de atividades com Música.........................................................22
3. A Música Segundo o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil................................................................................................................27
CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................28
Aexos................................................................................................................30
REFERÊNCIAS.................................................................................................31
INTRODUÇÃO
	
A presença da música na vida das pessoal é indiscutível. Ela se faz presente desde de as antiguidades e tem feito parte da história da humanidade. No Brasil, a música está muito presente nas manifestações religiosas e em todas as classes sociais, apresentando uma linguagem muito diversificada de acordo com cada região e cultura.
As instituições escolares são muito influentes na vida das crianças, principalmente, a Educação Infantil, uma fase onde tudo se inicia e onde cria-se raízes para o resto da vida auxiliando na formação de um consenso ideológico, onde a criança leva como bagagem para toda sua vida. Daí, então, a importância de se trabalhar com música na Educação Infantil, onde a ludicidade tem que estar presente nas rotinas para que as crianças aprendam brincando e o mais importante que estejam gostando daquilo que faz. A música tem esse poder, de dar prazer e envolver as crianças num mundo imaginário e real ao mesmo tempo.
	Quando se trabalha com música na Educação infantil, o professor está influenciando diretamente o desenvolvimento no ensino e aprendizagem das crianças. Quando ele tem o conhecimento da importância da música e os seus benefícios na vida de seus alunos, jamais deixa de colocar em prática o seu uso em sala de aula, pois a música tem essa influência, de facilitar o processo de aprendizagem infantil.	
	Sendo assim, o estudo tem como objetivo refletir sobre a influência da música no processo de aprendizagem e o papel do professor. 
A pesquisa foi basicamente bibliográfica, realizada através de livros, dissertações, sites da internet relacionado ao assunto em pauta, observação em instituição de Educação Infantil, com conversa formal com professoras da área, buscando informações de como acontece o trabalho com a música, quais as dificuldades e como poderiam melhorar. 
Por fim, a pesquisa irá relatar os escritos nos Referencial Curricular Nacional Para Educação Infantil, RCNEI (Brasil, 1998), do MEC, onde traz que o trabalho com a música nas classes de Educação Infantil tem como objetivo brincar com a música explorando elementos para se expressar, interagir com os outros e ampliar seu conhecimento.
Na educação infantil existem inúmeras possibilidades de se trabalhar a música e os benefícios que ela pode oferecer. Os materiais podem ser diversos, não necessariamente é preciso dispor de materiais caros. Isso evidencia que um trabalho criativo e competente colaborará com a criança para desenvolver sua criatividade, socialização, expressão e também serve como estímulo para o aluno da educação infantil aprender mais e de forma contextualizada.
Este trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica, de método monográfico, com total auxílio de livros, textos e trabalhos que tratam do tema, onde as informações colhidas poderão dar subsídios no sentido de se orientar os trabalhos que serão desenvolvidos.1.HISTÓRIA DA MÚSICA
Desde o início da história, o homem interage com as pessoas usando linguagens como a escrita, a fala, o corpo, a plástica e a música. A música tem um carácter ritualístico. Existe música para adormecer, para dançar, para exaltar, para chorar mortos, para a lua etc. Em muitas culturas, a música segue costumes, além de estar intensamente presente no cotidiano: rádio, TV, brincadeiras e no contexto familiar. Mas não podemos definir exatamente quando a música surgiu, pois ao longo da história inúmeros gêneros e estilos musicais foram produzidos. 
A história da música vem de muito longe e sempre esteve presente desde as antiguidades em diversos tipos de povos. A palavra música tem sua origem na mitologia grega e o seu significado é “a arte das musas”. Também pode ser definida como “arte e ciência de combinar harmoniosamente os sons”. Na antiguidade, a música era utilizada com a finalidade de reverenciar Deus, sendo classificada como Divina (religiosa). 
Há 4000 anos antes de Cristo, já apareciam, em esculturas, as primeiras provas da existência musical. Mas a história da música inicia-se no período mais rico da Grécia. A teoria musical dos gregos ainda é fundamental para o estudo da nossa arte. Porém, a música praticada naquele período desconhecia a polifonia (combinação simultânea de várias melodias independentes). Esta só vai surgir depois da invasão dos bárbaros, quando as civilizações grega e romana desaparecerem e se dá o início da Idade Média. Mesmo assim, a união de diversas vozes e das diferentes melodias independentes precisou de muitos séculos para desconstruir a rigidez e a desorganização.
Foi a partir dos séculos XV e XVI que a música apresentou toda a perfeição técnica e virtuosismo no desenvolvimento artístico. Hoje, pode-se dizer que a origem da música se divide em duas partes: a primeira, na expressão de sentimentos por meio da voz humana, que seria a raiz da música vocal, e a segunda seria o conjunto de duas ou mais vozes, ou seja, a origem da música instrumental.
A música foi direcionada ao ensino escolar, somente depois do romantismo, pois ainda estava muito ligada a igreja, tanto católica romana como protestante de Martinho Lutero, ou era apresentada em teatros ou grandes concertos que eram comuns nos vários impérios europeus daquela época, sempre ligada ou a assuntos políticos ou assuntos religiosos.
No Brasil, a música se formou a partir da mistura de elementos europeus, africanos e indígenas, trazidos por colonizadores portugueses, escravos e os padres jesuítas que usavam a música em cultos religiosos e para atrair atenção à fé cristã. As primeiras manifestações musicais a receberem registros históricos foram as dos padres jesuítas, que naquele momento, queriam aumentar os fiéis de suas igrejas do que promover educação ou outro tipo de manifestações artísticas por meio da música. França (1953,p.7), mostra esse contexto histórico em sua obra A Música no Brasil :
O coral Gregoriano mágico instrumento de conversão de que se utilizou o jesuíta José de Anchieta, aquela magnífica figura de evangelizador. E com ele os jesuítas Aspicuelta Navarro e Manuel de Nóbrega. Este dizia que: „com a música e a harmonia, atrevo-me a atrair para mim todos os indígenas da América‟.
	A partir do século XVII, a música popular passou a ganhar força no Brasil, principalmente com uma dança africana chamada lundo ou landu, descrita por Mario de Andrade (1980). As valsas, polcas, tangos e outras manifestações musicais estrangeiras. Em relação a este assunto, Almeida (1926, p.108) relata que.
Queremos dizer que, na nossa música popular, é fácil distinguir as origens rítmicas, embora não se conservem exatas e essenciais. Um mundo de influências e interferências, o clima, o caldeamento do sangue, o cultivo e as condições de vida de lugar a lugar, tudo isso, que a arte popular reflete, refrangendo no prisma de suas intenções fez com que os cantares fossem variando dia por dia, contornando-se, modificando-se, mas sem perder o caráter básico e definitivo do ritmo.
	
	A formação da música popular brasileira, deve-se boa parte aos africanos que foram trazidos para o Brasil como escravos. O contato com o povo africano enriqueceu grande parte rítmica da música no Brasil levando a alcançar uma grande riqueza musical. Os europeus também chegaram no Brasil com o fim da escravidão em 1888, chegando com diversos ritmos como exemplo a mazurca, que com o tempo foi abrasileirada e transformada em maxixe, mais tarde o samba, ritmo mais famoso do Brasil.
	Só em 1854, foi regulamentada o ensino da música no Brasil, mesmo os professores ainda não tendo formação, eles adquiram a música aos poucos em sala de aula para controlar seus alunos e somente no século XX, essa visão de se trabalhar a educação musical e os aspectos culturais dos alunos foram aparecendo, junto a evolução da Educação Infantil como instituição educativa.
	A Educação Infantil tinha a ideia somente de cuidar das crianças, apenas com a nova LDBEN (BRASIL, 1996) instituída como lei nº9.394, se contemplaria o ensino de artes no se Art.26, da seguinte forma: “componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma que promova desenvolvimento cultural dos alunos”. Então, a partir desse momento, a música passa a ser uma linguagem possível na Educação Infantil.
	Em 1988, foi publicado pelo Ministério da educação (MEC) o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil – RCNEI (BRASIL, 1998). Com esse documento, as orientações metodológicas para o ensino da música na Educação Infantil está centrado em novas visões como a experimentação, que tem como fins musicais a interpretação, improvisação e a composição, ainda abrange a percepção tanto do silêncio quanto dos sons, e estruturas da organização musical. O documento da ênfase à presença da música na Educação Infantil, trazendo orientações, objetivos e conteúdos a serem trabalhados em sala de aula.
A música, segundo a teoria musical, é formada de três elementos principais: o ritmo, a harmonia e a melodia. Esses três elementos são a base e o fundamento de toda expressão musical. O ritmo é o mais importante dos três, pois é o único elemento que pode existir independente dos outros. A harmonia, segundo elemento mais importante, é responsável pelo desenvolvimento da arte musical. Enquanto a melodia, por sua vez, é a primeira e imediata expressão de capacidades musicais, já que se desenvolve a partir da língua, da acentuação das palavras e forma uma sucessão de notas características que, por vezes, resulta num padrão rítmico e harmônico reconhecível.
O que resulta da junção da melodia, harmonia e ritmo são as consonâncias e as dissonâncias. Porém, as definições de dissonâncias e consonâncias variam de cultura para cultura. Um exemplo é a comparação da música ocidental com a oriental. Quando um ocidental escuta uma música oriental parece incompreensível, pois não está acostumado com o tipo de melodia organizada pela música oriental. Isso quer dizer que as consonâncias e as dissonâncias dependem de cada povo, pois cada um tem os próprios gostos, costumes e subjetividades. E a música nada mais é do que a expressão dos sentimentos por meio dos sons artisticamente combinados.
A ciência tem feito descobertas onde comprova que a música também possui um grande poder curativo, através dela o indivíduo se sente estimulado, calmo, alegre, triste ou até mesmo pode ser curado de algum mau. Assim a música pode possuir uma profunda ligação com nossos sentimentos. 
2. A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Aprender música significa integrar experiências que envolvam a vivência, a percepção e a reflexão, encaminhando-as para níveis cada vez mais elaborados, de modo a garantir à criança a possibilidade de vivenciar e refletir sobre questões musicais, num exercício sensível e expressivo que também oferece condições para o desenvolvimento de habilidades, de formulação de hipóteses e de elaboração de conceitos.A linguagem musical é excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, autoestima e autoconhecimento, além de poderoso meio de integração social. A música tem grande força educativa, por isso se torna simples e agradável ensinar às crianças através do canto.
Na Educação Infantil, a música se apresenta de diversas formas em várias situações, como nos momentos de chegada, hora do lanche, nas comemorações escolares como danças, nas recreações e festividades em geral, tudo isso traduzido em canções, que geralmente são acompanhadas de gestos corporais, imitados pelas crianças de forma mecânica. Também está presente na vida das crianças em suas relações com o mundo, na interação com a família, na televisão e tudo que a rodeia no dia a dia, formando um repertório inicial no seu universo sonoro.
As crianças, na educação Infantil, entram em contato com a cultura musical desde muito cedo, começando assim a aprender suas tradições musicais. Esse contato é um ponto de partida para o processo de musicalização, quando a criança ouve uma música, aprende uma canção, brinca de roda ou confecciona brinquedos rítmicos, são despertadas, estimuladas e conseguem desenvolver o gosto pela atividade musical.
O professor/educador de Educação infantil deve ter a música inserida em seu dia a dia, pois a música consegue influenciar e adquirir ótimos resultados em relação ao comportamento das crianças. A música pode acalmar, colocar ordem, assim como animar a sala diante de rotinas e desestímulos. Mas é preciso considerar os conhecimentos que a criança tem sobre a música, tomando isso como ponto de partida, deixando a criança mostrar o que ela já conhece sobre músicas e principalmente qual a sua cultura.
O professor precisa conhecer a cultura e o meio social de seus alunos, pois ao sugerir alguma música com seus alunos, como exemplo na hora da oração da manhã é preciso estar atento que cada aluno tem sua própria religião, é necessário então tomar um certo cuidado, pois nem todos são da mesma religião. Assim, pode usar como alternativa, deixar que cada dia uma criança fizesse a oração de “seu jeito” e sugerisse uma canção ou um louvor.
Ao ensinar música, o professor precisa ter sensibilidade para perceber como pode estar ajudando seus alunos em sala de aula, considerando o que as crianças querem e gostam de trabalhar, mas que esteja relacionado com o que o professor planejou. Essa percepção se dá através de diálogo e de observação por parte da professora, a qual precisa estar atenta e conhecer a cultura e personalidade de seus alunos.
O propósito da música, entre muitos outros é favorecer e colaborar no desenvolvimento das crianças, de modo que não seja atividades mecânicas e sem produtividade, mas que satisfaça a necessidade que cada criança tem em aprender. Para isso é necessário que as atividades sejam planejadas e contextualizadas, de acordo com o Projeto Político Pedagógico da instituição e com o RCNEI, explorando nessas atividades as múltiplas possibilidades que a música tem em seu ensino, como explica Loureiro (2003, pg.141):
Atenção especial deveria ser dispensada ao ensino de música no nível da educação básica, principalmente na educação infantil e no ensino fundamental, pois é nessa etapa que o indivíduo estabelece e pode ser assegurada sua relação com o conhecimento, operando-o no nível cognitivo, de sensibilidade e de formação da personalidade. 
	Para que o professor consiga bons resultados no desenvolvimento de seus alunos, ele precisa trabalhar de tal forma que a música seja significativa e atinja seus objetivos. As atividades envolvendo músicas são infinitas, como exemplo temos os exercícios de pulsação, parâmetros sonoros, canto, parlendas (as crianças amam parlendas), brincadeiras cantadas, sonorização de histórias (também são fascinantes). Na Educação Infantil, é interessante buscar um trabalho que permita o aluno a experimentar sensações e sentimentos como a tristeza, alegria, e que ele venha a expressar esses sentimentos através da manipulação dos instrumentos musicais que lhes serão colocados a disposição pelo professor.
	É importante que ao trabalhar a música na educação Infantil, o professor proponha brincadeiras onde os alunos descrevam sons, que emitem em suas rotinas como: quando escovam os dentes, comem, ao início de contação de histórias, final da aula ou sempre que houver alguma atividade, como exemplo reproduzir sons de animais, de carros, de tudo que as próprias crianças possam também sugerir no momento da atividade. Assim, o trabalho pode ser realizado diante de ações do cotidiano, dando base para desenvolver muito a criatividade e atenção das crianças.
	O professor precisa ser um mediador, onde orienta seus alunos nas atividades com a música, abrindo espaço para a criatividade, imaginação e para que a criança “se solte”. Pois a música tem esse propósito, de levar as crianças a se desenvolverem através de suas letras, do som e do ritmo. Mas para que aconteça total envolvimento da criança com a música é necessário o estímulo do professor e o seu próprio envolvimento com a música a qual está levando para seus alunos. 
	Para que o ensino da música na Educação Infantil tenha uma devida relação com a prática pedagógica, ela deve ser usada como uma ferramenta educacional, sendo explorada em diferentes possibilidades nos vários momentos da aula. Lembrando que trabalhar a música na Educação Infantil não é apenas se restringir no aspecto musical, mas também aos aspectos cognitivo motor para que aconteça a promoção ao desenvolvimento da criança em um todo. Esse trabalho com a música, deve ter como objetivo respeitar a individualidade, o contexto social, econômico, cultural, étnico e religioso, entendendo que a criança é um ser único e tem suas próprias características. 
	A música deve ser vista como uma “arma” pedagógica, por ser uma importante forma de comunicação. Ela deixa o ambiente mais agradável e automaticamente envolve as crianças nas atividades sugeridas em sala. Pois, ao realizar atividades que trabalham com gestos, dança e sons, estimula-se a criatividade, como também ajuda a criança a observar muitas coisas, como exemplo ganham noção de altura e podem observar seu próprio corpo em movimento. 
As instituições escolares enfrentam certas dificuldades em relação as músicas apresentadas para as crianças, pois a influência musical na criança é algo que tem que ser repensado e planejado. Hoje, com os diversos tipos e estilos musicais, a maioria totalmente adulto, acaba influenciando as crianças que ao ouvir se expressam globalmente da maneira que observam no dia a dia como os outros agem e se movimentam. É frequente encontrar crianças muito pequenas dançando e cantando funks, com letras indevidas e sem sentido algum para uma criança. Essas culturas, esses tipos de músicas, podem dificultar o trabalho do professor, mas não podem inibir, mesmo assim ele deve seguir seu planejamento e apresentar músicas que sejam ricas de cultura e favoreçam em sua aprendizagem, pois ainda existem repertórios com boas obras musicais.
A música ainda é colocada para as crianças na educação Infantil de modo repetitivo, usada nas questões de formação de hábitos, atitudes e comportamentos. Esse hábito vem de longos tempos, nos dias atuais pesquisas são realizadas no sentido de acontecer mudanças, mas ainda existe a permanência de cantar as mesmas músicas. 
O foco é a mudança de um trabalho de reprodução, para um trabalho que se constrói, de uma maneira agradável, despertando o interesse das crianças, na participação, construção, reflexão e apreciação, propondo que elas criem novas músicas, danças, movimentos, ritmos e que cada um tenha sua contribuição, expondo ideias, sentindo-se livres e tendo prazer de apresentar algo que foi criado por eles mesmos. “A música é, em primeiro lugar, uma contribuição para o alargamento da consciência e para a modificação do homem e da sociedade.”(Hans-Joachim Koellreutter, 1997, p72).
	
2.1 A PRÁTICA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTILEm muitas práticas, a música na Educação Infantil tem sido usada para atender a propósitos como a formação de hábitos, atitudes e comportamentos, para trabalhar com datas comemorativas e para o trabalho e a memorização de conteúdos como letras ou números. E no Centro Municipal de Educação infantil não é diferente. Diante das observações e pesquisa é exatamente esse o trabalho com música desenvolvido com as crianças de quatro a seis anos no C.M.E.I.
Diferentes das músicas trabalhadas na rotina dessas crianças a instituição escolar conta com uma bandinha, que vez em quando as professoras levam para sala de aula ou até mesmo no pátio. A bandinha rítmica é utilizada para o desenvolvimento motor, da audição e do domínio rítmico. É composta por vários instrumentos como: pandeirinho, tamborzinho, chocalhos, flauta, corneta, castanhola, pratos, triangulo e reco reco. As crianças gostam muito da bandinha, aos poucos eles mesmo vão descobrindo ritmos e demonstram muita felicidade durante a atividade.
Nas atividades de observação foi possível perceber que há um certo distanciamento da música como atividade pedagógica. O que presenciamos, foi o uso da música de forma contextualizada, com movimentos e gestos repetitivos e mecânicos, sem explicar para as crianças o porque da atividade. As professoras no geral, cantam músicas repetitivas de acordo com a rotina das crianças, tornando esse cantar um ato mecânico, que serve somente para reproduzir as canções, mas não leva a criança a aprendizagem ou conhecimento algum.
Há uma grande deficiência nos planejamentos, onde deveriam ter exatamente como trabalhar a música com essas crianças, pois as professoras tem o Projeto Político Pedagógico e os Referencias, então não é por falta de material e sim de disposição e criatividade. 
O Projeto Político Pedagógico da instituição traz a seguinte orientação:
Nos pressupostos teóricos, diz que a música é a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e o silêncio. É a linguagem que ultrapassa os limites da palavra, e a expressão de sentimentos e emoções. Faz parte da vida da criança desde seu nascimento, vindo das canções de ninar, cantigas de roda, rádio, discos, fitas. Antes mesmo de ler e escrever a criança aprende a cantar. 
	A música está presente em todas as culturas, nas mais diversas situações: festas e comemorações, rituais religiosos, manifestações cívicas, políticas etc. É uma das formas importantes de expressão humana, o que por si só justifica sua presença no contexto da educação, de um modo geral, e na educação infantil, particularmente.
	Aprender música significa integrar experiências que envolvem a vivência, a percepção e a reflexão, encaminhando-as para níveis cada vez mais elaborados, de modo a garantir à criança a possibilidade de vivenciar e refletir sobre questões musicais, num exercício sensível e expressivo que também oferece condições para o desenvolvimento de habilidades, de formulação de hipóteses e de elaboração de conceitos. A linguagem musical é excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, auto-estima e auto-conhecimento, além de poderoso meio de integração social. A música tem grande força educativa, por isso torna-se simples e agradável ensinar as crianças através do canto, Ostrower (1987, p. 13).
Os objetivos são bem definidos por Faria, 2001: 
Explorar e identificar elementos da música para se expressar, interagir com os outros e ampliar seu conhecimento do mundo;
Perceber e expressar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio de improvisações, composições e interpretações musicais.
 Quanto ao Fazer Musical, os conteúdos são: 
- Reconhecimento e utilização expressiva, em contextos musicais das diferentes características geradas pelo silêncio e pelos sons: altura (graves em agudos), duração (curtos ou longos), intensidade (fracos ou fortes) e timbre (característica que distingue e personaliza cada som).
Reconhecimento e utilização das variações de velocidade e densidade na organização e realização de algumas produções musicais.
Participação em jogos e brincadeiras que envolvam a dança ou a improvisação musical.
Repertório de canções para desenvolver memória musical.
A metodologia nessa faixa etária de 4 a 5 anos, o trabalho com audição poderá ser mais detalhado, acompanhando a ampliação da capacidade de atenção e concentração das crianças. A apreciação musical poderá propiciar o enriquecimento e ampliação do conhecimento de diversos aspectos referentes à produção musical.
	Por integrar a poesia e música, a canção remete sempre ao conteúdo da letra, enquanto o contato com a música instrumental ou vocal sem um texto definido abre a possibilidade de trabalhar com outras maneiras. As crianças podem perceber, sentir e ouvir, deixando-se guiar pela sensibilidade, pela imaginação e pela sensação que a música lhes sugere e comunica.
A apreciação musical, traz conteúdos como: 
Escuta de obras musicais de diversos gêneros, estilos, épocas e culturas, da produção musical brasileira e de outros povos e países.
Reconhecimento de elementos musicais básicos: frases, partes, elementos que se repetem etc. (a forma).
Informações sobre as obras ouvidas e sobre seus compositores para iniciar seus reconhecimentos sobre a produção musical.
A metodologia nesta faixa etária, o trabalho com a apreciação musical deverá ser mais abrangente, oportunizando o conhecimento de diversos aspectos referentes a produção musical, tal como instrumentos utilizados, tipos de profissionais que atuam e o conjunto que formam: orquestras, bandas, etc., procurando localizar na música o contexto histórico: quando a música foi criada, compositor, intérpretes, etc.
	Esta atividade dirigida pelo professor deve fazer parte da rotina da Instituição de Educação Infantil, pois assim se cultivará o hábito de ouvir música para que desfrutem das sensações afetivas pelo trecho musical, durante o descanso, quando a música deverá acalmar as crianças, predispondo para o momento da aprendizagem. Despertar assim progressivamente a sensibilidade infantil para perceber os elementos básicos (melodia e ritmo) e dos componentes expressivos (timbre, intensidade, andamento) presentes no tecido musical. Isto se dará através da audição musical com a expressão corporal e plástica, apoiada também na expressão verbal. O professor deverá selecionar o repertório, pois as músicas divulgadas pela mídia não contém de fato nada de infantil, sendo inadequadas. As executadas por instrumentos eletrônicos limitam o acesso ao universo da música.
	Ensinar a produção musical de cada região do país garante ao professor vasto material, pois são ricas em estilos e ritmos, e. a produção musical de outros países, situará a criança no contexto da linguagem presente em todas as culturas, onde se aprende a reconhecer o criador, o povo, a época e a cultura.
De acordo com O Referencial Curricular nacional para Educação Infantil, a avaliação na área de música deve ser contínua, levando em consideração os processos vivenciados pelas crianças, resultado de um trabalho intencional do Professor. Deverá constituir-se em instrumento para a reorganização de objetivos, conteúdos, procedimentos, atividades e como forma de acompanhar e conhecer cada criança e grupo. Deve basear-se na observação cuidadosa do professor. O registro de suas observações sobre cada criança e sobre o grupo será um valioso instrumento de avaliação. O professor poderá documentar os aspectos referentes ao desenvolvimento vocal (se cantam e como). 
	Ao desenvolvimento rítmico e motor, a capacidade de imitação de criação e de memorização musical. É recomendável que o professor atualize, sistematicamente, suas observações, documentando mudanças e conquistas.
	Diante de todas essas informações e orientações que o Projeto Político Pedagógico oferece para os professores, que até mesmo fizeram parte de sua construção, fica difícil entenderporque o trabalho com a música é tão superficial na instituição, se o conteúdo do PPP apresenta todas as áreas a serem desenvolvidas. Um dos motivos pode ser a falta de formação específica dos professores, não que seu trabalho seja insignificante, sem valor, mais seria necessário contextualizar a atividade proposta. 
2.2 ATIVIDADES REALIZADAS COM MÚSICAS NA ROTINA ESCOLAR.
No C.M.E.I. João Trizzi, as atividades realizadas com música acontecem durante a rotina diária. Quando as crianças chegam, na hora da rodinha cantam músicas como: 
Bom dia minha gente trá-lá-lá-lá
Acabamos de chegar trá-lá-lá-lá
Quem tiver coração triste
Que se alegre pra cantar
Pois estamos na escola
Nossa vida é estudar
(Ritmo: música Fui no Tororó)
Bom dia, coleguinha como vai?
Bom dia coleguinha como vai?
Faremos o possível
Para sermos bons amigos.
Bom dia, coleguinha, como vai?
( Ritmo: música: Se você está feliz)
Na hora do lanche, cantam na sala antes de sair:
Meu lanchinho, meu lanchinho.
Vou comer, vou comer.
Pra ficar fortinho, pra ficar fortinho.
E crescer, e crescer.
Quem não come, quem não come.
Passa mal, passa mal.
Fica doentinho, fica doentinho.
E vai pro hospital.
Na hora de contar histórias as professoras cantam:
E agora minha gente
Uma história vou contar
Uma história bem bonita
Todo mundo vai gostar.
Rê, rê, rê.
Rá, rá, rá.
Nos livrinhos encantados
Tudo pode acontecer.
Vamos ficar bem quietinhos
Para a história aprender.
Rê, rê, rê.
Rá, rá, rá
E agora minha gente
Que a história terminou
Batam palmas bem contentes 
Batam palmas quem gostou
Rê, rê, rê.
Rá, rá, rá
   
   Também são realizadas atividades nas datas comemorativas, onde as crianças cantam músicas tradicionais como:
Indiozinhos
Um, dois, três indiozinhos
Quatro, cinco, seis indiozinhos
Sete, oito, nove indiozinhos
Dez num pequeno bote
Iam navegando pelo rio abaixo
Quando um jacaré se aproximou
E o pequeno bote dos indiozinhos
Quase, quase virou,
Mais não virou.
Em comemoração ao dia das mães, geralmente as professoras ensaiam alguma música, parlenda ou teatro com as crianças. Uma música que sempre é trabalhada é a Rosa Juvenil, onde as crianças cantam e encenam de acordo com a letra da música.
A linda rosa juvenil, juvenil, juvenil 
A linda rosa juvenil, juvenil 
Vivia alegre em seu lar, em seu lar, em seu lar 
Vivia alegre em seu lar, em seu lar 
E um dia veio uma bruxa má, muito má, muito má 
Um dia veio uma bruxa má, muito má 
Que adormeceu a rosa assim, bem assim, bem assim que adormeceu a rosa assim, bem assim
E o tempo passou a correr, a correr, a correr 
E o tempo passou a correr, a correr 
E o mato cresceu ao redor, ao redor, ao redor 
E o mato cresceu ao redor, ao redor 
E um dia veio um belo rei, belo rei, belo rei 
E um dia veio um belo rei, belo rei 
Que despertou a rosa assim, bem assim, bem assim que despertou a rosa assim, bem assim 
Batemos palmas para o rei, para o rei, para o rei batemos palmas para o rei, para o rei.
2.3 SUGESTÕES DE ATIVIDADES COM MÚSICA.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, (BRASIL 1998) do MEC, o trabalho com a música com crianças entre 3 e 6 anos tem o objetivo de oferecer as crianças oportunidades para que sejam capazes de desenvolver uma infinidade de aptidões. Pensando nisso realizamos uma pesquisa com atividades relacionadas a música que podem ser desenvolvidas em sala de aula, servindo de apoio ao professor.
Partindo do Referencial Curricular de Educação Infantil, o trabalho irá objetivar com que a criança perceba, sinta, reflita sobre a música, construindo seu mundo e suas relações a partir de um processo gradativo.
As canções e atividades propostas podem ser desenvolvidas com crianças de 3 a 6 anos. 
Propostas de atividades:
Vamos cantar.
Desenvolvimento: Em roda, pedir para que algumas crianças do grupo cantem, com ajuda do professor e dos colegas, uma música que já seja de seu domínio, apresentando-a e ensinando-a para todas as outras crianças do grupo. É importante que o professor garanta que todas as crianças possam cantar suas canções, mesmo que não sejam todas em uma única atividade. O objetivo desta atividade é o aumento de repertório de canções para o desenvolvimento musical.
Interdisciplinaridade possível: Movimento.
Faixa etária: Todas.
Acompanhamento a canção.
Desenvolvimento: Em roda, apresentar às crianças músicas do repertório infantil, com o objetivo de ampliá-lo. É possível propor que cantem as músicas acompanhando-as com gestos e movimentos, que podem ser criados pelas próprias crianças. Depois que elas souberem a letra de memória, podem ser usadas versões instrumentais para essa atividade. Indicamos como sugestão para essa atividade as músicas “Alecrim, Rodada de Siriri e Cururu, Boi da Amazônia e Prenda Minha.”
Interdisciplinaridade possível: Movimento
Faixa etária: Todas.
Inventando Música.
Desenvolvimento: Propor a criação de pequenas canções, com base em canções já existentes. As crianças podem criar as canções fazendo rimas com seus próprios nomes, com os dos colegas, com nome de frutas, cores etc. O objetivo dessa atividade é a produção-improvisação musical.
Interdisciplinaridade possível: Movimento.
Faixa etária: 5 e 6 anos.
Lagarta pintada.
Desenvolvimento: Em roda, apresentar a música Lagarta Pintada, contando que esta é uma canção que chegou até nós trazida de Portugal e que, atualmente é conhecida em muitas regiões do Brasil. Realizar a audição da mesma, prestando atenção em sua letra. Após este primeiro momento, reiniciá-lo, permitindo que as crianças se arrisquem a cantá-la. O objetivo desta atividade é a escuta e memorização de uma obra musical de uma cultura diferente (portuguesa). É possível pesquisar com as crianças sobre música de outras culturas. 
A música pode ser encontrada na internet ou no CD-ROM/AUDIO da coleção Novos Caminhos.
Material de apoio: Música Lagarta Pintada.
LAGARTA PINTADA QUEM FOI QUE TE PINTOU?
FOI UMA VELHINHA QUE PASSOU POR AQUI
A SAIA DA VELHA FAZIA POEIRA
PUXA LAGARTA NA PONTA DA ORELHA.
Interdisciplinaridade possível: Movimento.
Faixa etária: Todas.
Camaleão
Desenvolvimento: Pedir para as crianças sentarem em roda e escolherem para uma criança que será a “cabeça” do camaleão, devendo andar em volta das outras crianças, que estarão sentadas no chão, em roda, à espera de seu chamado. O ritmo com que esta criança conduzirá, com passos, o “corpo” do camaleão vai depender da velocidade e da altura que estará a música.
Material de apoio: A música Camaleão.
Faixa etária: 4 – 5 e 5 – 6 anos.
Conhecendo os instrumentos
Desenvolvimento: Em roda, apresentar instrumentos musicais para as crianças, discutindo com elas sobre os sons que produzem e quais as suas diferenças. Em seguida, permitir que elas os explorem livremente, socializando as percepções e reflexões que possam surgir espontaneamente entre elas. Pode ser usado a bandinha rítmica da escola, ou instrumentos com sucatas.
Interdisciplinaridade possível: Movimento.
Faixa etária: 5 – 6 anos.
Construindo um reco-reco
Desenvolvimento: Em roda, pedir para as crianças explorarem um instrumento reco-reco original, percebendo seu som. Mostrar às crianças que nesta atividade elas produzirão um instrumento utilizando garrafas plásticas vazias (um litro), pauzinho de madeira (para passar sobre a saliência da garrafa e produzir o som), barbante (para deixar amarrado o pauzinho na garrafa e não perdê-lo) e papel crepom colorido para enfeitar a garrafa (escolher a cor que quiser e colocar dentro da garrafa). O objetivo dessa atividade é desenvolver recursos técnicos para a construção de um reco-reco, percebendo seu som.
Material de apoio: procurar o passo na Internet ou no CD-ROM/AUDIO da coleção Novos Caminhos.
Faixa etária: Todas.
Ciranda, cirandinha
Desenvolvimento: Com as crianças em roda, cantar a música e seguir os comandos. Quando for pedido para que “Dona Chica” entre naroda, substituir pelo nome de uma criança do grupo, que deverá entrar no meio da roda e recitar uma parlenda ou poesia. O objetivo desta atividade é participar de jogos e brincadeiras que envolvam a improvisação musical. Essa atividade pode ser variada dramatizando músicas como O cravo e a rosa, Pai Francisco e Samba Lelê.
Música Ciranda Cirandinha
CIRANDA, CIRANDINHA,
VAMOS TODOS CIRANDAR
VAMOS DAR A MEIA VOLTA,
VOLTA E MEIA VAMOS DAR.
O ANEL QUE TU ME DESTES
ERA VIDRO E SE QUEBROU.
O AMOR QUE TU ME TINHAS
ERA POUCO E SE ACABOU.
POR ISSO, MENININHA, ENTRE DENTRO DESSA RODA,
DIGA UM VERSO BEM BONITO,
DIGA ADEUS E VÁ-SE EMBORA.
Interdisciplinaridade possível: Movimento.
Faixa etária: Todas.
3. A MÚSICA SEGUNDO O REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA EDUCAÇÃO INFANTIL
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, do MEC, o trabalho com a música nas classes de educação infantil de 3 – 6 anos tem como objetivo oferecer às crianças oportunidades para que sejam capazes de: Ouvir, perceber e discriminar eventos sonoros diversos, fontes sonoras e produções musicais; Brincar com a música, imitar, inventar e reproduzir criações musicais; Explorar e identificar elementos da música para se expressar, interagir com os outros e ampliar seu conhecimento do mundo;Perceber e expressar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio de improvisações, composições e interpretações musicais (BRASIL, 1998).
Em relação ao conteúdo o Referencial orientar a trabalhar com: Som e silêncio; Pulso; Ritmo; Compasso; Sons: graves e agudos; Duração: curto e longo; Intensidade: fraco e forte; Timbre; Jogos e brincadeiras que envolvam dança ou improvisação musical; Repertório de canções; Escuta de obras de diversos gêneros, estilos, época e culturas; Informações sobre a obra ouvida e seus compositores.
Em sua introdução, o Referencial diz que: A música é a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e o silêncio. A música está presente em todas as culturas, nas mais diversas situações: festas e comemorações, rituais religiosos, manifestações cívicas, políticas etc. Faz parte da educação desde há muito tempo, sendo que, já na Grécia antiga, era considerada como fundamental para a formação dos futuros cidadãos, ao lado da matemática e da filosofia. A integração entre os aspectos sensíveis, afetivos, estéticos e cognitivos, assim como a promoção de interação e comunicação social, conferem caráter significativo à linguagem musical. É uma das formas importantes de expressão humana, o que por si só justifica sua presença no contexto da educação, de um modo geral, e na educação infantil, particularmente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização deste trabalho buscou entender e ao mesmo tempo afirmar a importância que a música tem na rotina das crianças da Educação Infantil. Apresentamos através da pesquisa os aspectos favoráveis que a música pode proporcionar através de seu aprendizado para a socialização e interação das crianças. São muitos os benefícios que se pode alcançar com a utilização da música como ferramenta pedagógica. Ela pode ser trabalhada com brincadeiras e canções liderados pelo educador de forma criativa, incentivando o seu uso na vida das crianças.
É preciso ressaltar a importância da capacitação do professor em relação ao uso da música na educação Infantil, pois desenvolver um trabalho sem formação fica muito difícil e, geralmente, não consegue alcançar objetivos. Para se trabalhar com música é preciso uma certa formação e, também, gostar do que faz, porque se o professor não gostar não adianta ter formação alguma, ele sempre irá deixar a música de lado.
É com a experiência do dia a dia com a música em sala de aula e as atividades desenvolvidas que o professor irá adquirir experiência, através da rotina ele irá enriquecer cada vez mais sua prática pedagógica, contribuindo assim para o amplo desenvolvimento da criança. O professor precisa ter consciência da importância que a música tem na vida da criança e coloca-la em prática no seu dia a dia.
Os dados da literatura revelam que a música aliada ao ensino é entendida por muitos autores pesquisados como uma ferramenta pedagógica muito importante. Não relatamos e nem pesquisamos a música de forma profissional, mas sim de forma que possa ser levada para sala de aula como um recurso, como algo que a criança gosta e precisa, para que de repente no futuro tome gosto e leve a música para o resto de suas vidas. 
A observação realizada no Centro de Educação Infantil favoreceu quanto a experiência e questionamentos, em relação de como a música está presente na escola e como poderia melhorar. A música ainda se faz presente na prática educativa de forma muito tradicional. As professoras não apresentam musicas diferentes para as crianças, somente aquelas rotineiras para realizar atividades de rotina. 
A partir da pesquisa bibliográfica e observações, foi possível chegar a algumas considerações, que irão contribuir para análise dos dados e informações em relação ao trabalho com a música. Assim, a pesquisa pode contribuir para que seja repensado o papel da música na educação infantil, não só criticando os professores, mas revendo sua formação, os recursos que eles tem a sua disposição, e tentando ressignificar a música na educação infantil, mostrando que é possível uma prática consistente com a música na educação infantil. É importante que o professor tenha essa consciência, mas ainda são necessárias políticas que envolvam a formação dos professores para atuação com a música e melhores recursos para seu trabalho em sala de aula.
Um dos enfoques do trabalho é relatar a rotina de um Centro de Educação Infantil, assim como a conclusão de que a música poderia ser melhor explorada, o que seria um problema a ser questionado não só na instituição observada como em outras que mantem o mesmo tipo de trabalho. É importante que aconteçam capacitações com o tema em questão, pra facilitar o trabalho desses docentes, assim como o empenho de colocar em prática na sala de aula. 
REFERÊNCIAS
GODOI, Luiz Rodrigo. A importância da Música na Educação Infantil. Universidade Estadual de Londrina. Disponível em: http://www.uel.br/ceca/pedagogia/pages/arquivos/LUIS%20RODRIGO%20GODOI.pdf
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: 1998. v. 1 e 3.
BRITO, Teca Alencar de. Música na educação infantil: proposta para a formação integral da criança. 2.ed. São Paulo: Petrópolis, 2003.
KLEN, Elaine Lopes. Música na educação Infantil. Universidade tecnológica Federal do Paraná. Disponível em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/4754/1/MD_EDUMTE_VII_2014_37.pdf
ROSA, Nereide Schilaro Santa. Educação musical para a pré-escola. São Paulo: Ática, 1990.
SOUZA, Aline Corrêa de. Novos Caminhos. Educação Infantil. Música, Movimento e Artes Visuais.
ANEXOS
Fotos das crianças utilizando a bandinha.