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Raciocínio Lógico – Razão (Parte I)
Prof. Lincoln Faria
lfaria@unicarioca.edu.br
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Aula de hoje
O que é razão ao longo da história?
Os princípios gerais da razão: identidade, não-
contradição, terceiro excluído, causalidade,razão 
suficiente.
A atividade racional: a intuição e a razão discursiva 
(indução, dedução, abdução).
Empirismo versus idealismo.
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O que é a razão?
Razão
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 Definição filosófica:
Razão – Faculdade (capacidade) da 
mente à qual corresponde o raciocínio (ou 
encadeamento lógico das ideias) e 
possibilidade de compreender 
intelectualmente as coisas. Opõe-se, 
nesse sentido, à compreensão que advém 
das sensações e da sensibilidade.
Razão
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Sobre a razão Aristóteles apresenta a seguinte 
explicação:
[...] o que é próprio de cada coisa é, por natureza,
o que há de melhor e de aprazível para ela; e, 
assim, para o homem a vida conforme a razão é a 
melhor e a mais aprazível, já que a razão, mais que 
qualquer outra coisa, é o homem. Donde se conclui 
que essa vida é também a mais feliz (Ética a 
Nicômaco, p. 190).
Para ele o pensar de forma racional seria, portanto, 
sua virtude essencial do homem.
Razão
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A razão ao longo da História
Filosofia antiga Filosofia medieval
Filosofia 
moderna 
Filosofia 
contemporânea 
Século IV
d.C
Século XV
d.C
Século V
a.C
Século XVIII
d.C
Século XXI
d.C
Estudo das 
estruturas da 
realidade
A relação 
entre a razão 
e a fé
O conhecimento 
como um 
problema 
essencial 
Impossibilidade 
de um saber 
absoluto
Tendo mais importância ou menos 
importância, a razão se faz presente em cada 
uma dessas épocas.
Linha cronológica
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Princípios da razão
Regem as relações entre os conceitos e os 
juízos. Noções tão evidentes e 
fundamentais do pensamento que não 
podemos contrariá-las, pois correspondem 
à maneira como pensamos. Por isso, são 
princípios indemonstráveis.
Razão - princípios
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Identidade 
O ser é (ele mesmo) ou seja, todo objeto é 
idêntico a si mesmo.
Ex.: brasileiro é brasileiro. 
Razão - princípios
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Não-contradição
Duas proposições contraditórias (P e não 
P) não podem se ambas verdadeiras nem 
ambas falsas ao mesmo tempo.
Ex.: As afirmações: 
 “João é brasileiro.” e “João não é 
brasileiro.” não podem ser ambas falsas 
ou ambas verdadeiras ao mesmo tempo.
Razão - princípios
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Terceiro-excluído
Define a decisão de um dilema; não há 
terceira possibilidade ou terceira alternativa.
“Ou A é x ou é y e não há terceira 
possibilidade”. Por exemplo: “João é 
brasileiro ou João não é brasileiro”
Razão - princípios
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Razão suficiente (causalidade)
Tudo o que existe e tudo o que acontece tem 
uma razão (causa ou motivo) para existir ou 
para acontecer, e que tal razão (causa ou 
motivo) pode ser conhecida pela nossa razão.
 “Dado A, necessariamente se dará B”. E 
também: “Dado B, necessariamente houve A”
Razão - princípios
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Razão suficiente (causalidade)
Exemplos:
1) “Se chover, necessariamente a terra ficará 
úmida”.
2) "Se o sujeito é funcionário público há 30 anos, 
não recebeu herança, não ganhou na loteria e tem 
US$ 100 milhões na Suíça, não é preciso qualquer  
outra prova, é ladrão!” (Veja que a simples 
existência da fortuna é a razão suficiente para 
provar que o dinheiro tem origem ilícita, criminosa)
Razão - princípios
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A Filosofia distingue duas grandes 
modalidades da atividade racional, 
realizadas pelo ser humano: a 
intuição (ou razão intuitiva) e o 
raciocínio (ou razão discursiva).
A atividade racional
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A atividade racional
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Razão intuitiva (intuição)
Consiste num único ato do espírito, que, de 
uma só vez, capta por inteiro e completamente 
o objeto. A intuição é uma visão direta e 
imediata do objeto do conhecimento, um 
contato direto e imediato com ele, sem 
necessidade de provas ou demonstrações 
para saber o que conhece.
A atividade racional
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A atividade racional
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A atividade racional
Intuição empírica (ou sensível)
É o conhecimento que temos a todo o 
momento de nossa vida. Assim, com um só 
olhar ou num só ato de visão percebemos uma 
casa, um homem, uma mulher, uma flor, uma 
mesa.
A intuição empírica é o conhecimento direto 
e imediato das qualidades sensíveis do objeto 
externo: cores, sabores, odores, paladares, 
texturas, dimensões, distâncias.
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A atividade racional
Intuição intelectual
 Difere da sensível justamente por sua 
universalidade e necessidade. Quando digo: 
“O amarelo é diferente do azul ” ou “O todo é 
maior do que as partes”, sei, sem necessidade 
de provas e demonstrações, que há 
diferenças. Vejo, na intuição sensível, a cor 
amarela e a cor azul, mas vejo, na intuição 
intelectual, a diferença entre cores.
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Razão discursiva (raciocínio)
Ao contrário da intuição, o raciocínio é o 
conhecimento que exige provas e 
demonstrações. Não é um ato intelectual, mas 
são vários atos intelectuais internamente 
ligados ou conectados, formando um processo 
de conhecimento.
A atividade racional
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A atividade racional
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A atividade racional
Razão discursiva dedutiva (raciocínio dedutivo)
Parte-se de uma verdade já conhecida para 
demonstrar que ela se aplica a todos os casos 
particulares iguais. Por isso também se diz que 
a dedução vai do geral ao particular ou do 
universal ao individual.
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A atividade racional
Razão discursiva dedutiva (raciocínio dedutivo)
Costuma-se representar a dedução pela 
seguinte fórmula:
Todos os x são y (definição ou teoria geral);
A é x (caso particular);
Portanto, A é y (dedução).
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A atividade racional
Razão discursiva dedutiva (raciocínio dedutivo)
Exemplos:
1)
Todos os homens (x) são mortais (y);
Sócrates (A) é homem (x);
Portanto, Sócrates (A) é mortal (y).
2)”Todos os feijões daquela saca são brancos. 
Esses feijões são daquela saca. Logo, esses 
feijões são brancos.”
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A atividade racional
Razão discursiva indutivo (raciocínio indutivo)
A indução realiza um caminho exatamente 
contrário ao da dedução. Com a indução, 
partimos de casos particulares iguais ou 
semelhantes e procuramos a lei geral, a 
definição geral ou a teoria geral que explica 
e subordina todos esses casos 
particulares.
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A atividade racional
Razão discursiva indutivo (raciocínio indutivo)
Exemplos:
1) Um dia meu joelho doeu e depois choveu.
Repetidas vezes meu joelho doeu e depois choveu. 
(casos particulares observados)
Logo, sempre que meu joelho doer vai chover. 
(conclusão - regra geral)
2) ”Esses feijões são daquela saca. Esses feijões sãobrancos. Logo, todos os feijões daquela saca são 
brancos.”
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A atividade racional
A abdução é uma espécie de intuição, mas 
que não se dá de uma só vez, indo passo a 
passo para chegar a uma conclusão. A 
abdução é a busca de uma conclusão pela 
interpretação racional de sinais, de 
indícios, de signos. 
Razão discursiva abdutivo (raciocínio abdutivo)
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A atividade racional
Exemplo:
“Todos os feijões daquela saca são 
brancos. Esses feijões são brancos. Logo, 
esses feijões são daquela saca.”
 
Razão discursiva abdutivo (raciocínio abdutivo)
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 São conceitos encontrados na 
Gnosiologia ou teoria do 
conhecimento, mais especificamen-
te na relação sujeito-objeto. 
Gnosiologia -> campo de estudos filosóficos 
que se dedica à questão do conhecimento. 
Realismo e idealismo.
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Há basicamente dois polos no processo de 
conhecer:
o sujeito conhecedor (nossa consciência, 
nossa mente); e
o objeto conhecido (a realidade, o mundo, 
os inúmeros fenômenos).
Conhecimento → é a apresentação verídica ou 
adequada de algo ao pensamento.
Realismo e idealismo.
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Realismo
De acordo com as teorias realistas do 
conhecimento, as percepções que temos dos 
objetos são reais, ou seja, correspondem de 
fato às características presentes nesses 
objetos, na realidade. Por exemplo: as formas 
e cores que o sujeito percebe no pássaro são 
cores e formas que o pássaro realmente 
possui em si.
Realismo e idealismo.
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Idealismo
Já nas teorias idealistas do conhecimento, 
é o sujeito que predomina em relação ao 
objeto, isto é, a percepção da realidade é 
produzida pelas nossas ideias, pela nossa 
consciência. Em outras palavras, os objetos 
seriam “construídos” de acordo com a 
capacidade de percepção do sujeito.
Realismo e idealismo.
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Idealismo
Como consequência dessa interpretação, o 
que existe realmente é a representação que o 
sujeito faz do objeto. Por exemplo: as formas 
e cores que o sujeito percebe no pássaro 
nada mais são que ideias ou representações 
desses atributos; não entra em questão se 
elas realmente existem no pássaro.
Empirismo e idealismo.
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Considerações finais
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