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Neuropsicologia Anna Carolina Estefan Mestre em Psicologia Clínica – Neurociências Especialista em Neuropsicologia Pós-graduada em Terapia Cognitivo-Comportamental Neuropsicologia A neuropsicologia busca estabelecer as relações entre o funcionamento do sistema nervoso central (SNC) por um lado, e as funções cognitivas e o comportamento, por outro nas condições normais e patológicas. É multidisciplinar e encontra-se na intercessão da neurologia e psicologia. Esquecimentos constantes: perde as coisas, perde compromissos... Memória Atenção SNC Neuropsicologia • Sendo assim, tem como objeto de estudo as funções mentais de primeira ordem ou complexas e suas relações com o humor e comportamento. • Capacidade Cognitiva Global • Atenção • Aprendizagem • Memória • Linguagem • Funções Executivas • Habilidades não-verbais (praxias) • Velocidade de processamento • Cognição e comportamento social • Emoção/Humor Neuropsicologia • Neuropsicologia, constitui-se como área interdisciplinar focada em pesquisa básica e aplicadas. • Apoia-se nos fundamentos das neurociências e da psicologia. • Visa a avaliação e tratamento dos distúrbios cognitivos e comportamentais decorrentes de alteração no SNC. • Na atualidade a neuropsicologia tem ampla gama de aplicações na prática de pesquisa e na prática clínica, que são frequentemente multiprofissional. Neuropsicologia clínica • O neuropsicólogo trabalha essencialmente na avaliação neuropsicológica - consiste no exame cognitivo e comportamental. • E na reabilitação neuropsicológica - tratamento das consequências das disfunções do sistema nervoso. • Essas disfunções podem estar relacionadas ao desenvolvimento anormal do SNC ou ser adquiridas ao longo do curso da vida. • A neuropsicologia vem sendo requisitada a responder perguntas de diversas áreas caudatárias à ela: psiquiatria, psicologia, pedagogia, pediatria, geriatria, fonoaudiologia etc. • Ainda, tem interface com as ciências exatas utilizando como base a psicometria. Antecedentes históricos Neuropsicologia O problema coração x cérebro • Egípcios : mente estava no coração. O coração era cuidadosamente embalado para ser pesado na vida após a morte e saber o destino da pessoa. • Índia e China tinham visões semelhantes. • Grécia: Hipócrates(460-337 a.C.) “Algumas pessoas dizem que o coração é o órgão com o qual pensamos, e que ele sente dor e ansiedade. Mas não é assim. Os homens deveriam saber que é o cérebro, e só o cérebro, a origem dos prazeres, alegrias, risos e lágrimas. Por meio dele, em especial, nós pensamos, enxergamos, ouvimos e distinguimos o feio do belo, o ruim do bom, o agradável do desagradável.” • Observação de pacientes epiléticos o cérebro não está “normal” • Galeno: médico dos (130-200 d.C.): as lesões cerebrais causavam alterações de personalidade, comportamento e raciocínio. Coração x cérebro • Aristóteles (384-322 a.C.): coração era a morada da mente o cérebro tinha função de resfriar , de irradiar o excesso de calor produzido pelo esforço mental do coração. “Por toda história aqueles que observavam o resultado das lesões cerebrais estavam muito mais perto da verdade do que os que pensavam sobre ela.” (Gazzaniga; Heartherton, 2007). • Hipótese cardíaca x Hipótese Cerebral Monismo x Dualismo • Cérebro e mente são coisas distintas: mundo material e mental • Qual é a natureza dessa relação? Influenciam-se mutuamente ou são independentes? • Interação unilateral. • A posição filosófica predominante até Descartes. Descartes • Posição dualista: mente x corpo são entidades distintas. • A mente influencia o corpo e o corpo influencia a mente. • Certas funções antes vistas só como da mente agora também pertenciam ao corpo, por exemplo: reprodução; movimento. • Mente = pensamento • Corpo e mente interatuam . Monismo : séc. XVII • Influência de Galeno, Hipócrates, Da Vinci ... • Baruch Spinoza • Somos uma coisa só. Somos corpo. Somos matéria. • Os fenômenos mentais são únicos. • Mente e corpo são indissociáveis . Frenologia • Gall e Spurzheim – séc. XIX • Cada região do cérebro se desenvolve de forma a moldar a superfície do crânio. • Assim, uma região bem desenvolvida seria maia proeminente • Cada local do cérebro tem sua função. • Desenvolveram mapas com características como veneração e ganância. Frenologia • As atividades mentais estão no córtex • Córtex está ligado a medula espinhal e controla o comportamento. • As ideias não eram más, mas cadê o método experimental? • Devido a isto, desencadeou uma veemente critica e foi configurada como charlatanismo. Campo Agregado de Flouren • Principal opositor a frenologia. • Métodos “mais científicos”. • Lesões cerebrais em animais. • Todas as partes do córtex construibuíam igualmente para todas as capacidades mentais. Retomada dos localizacionistas – séc. XIX • John Hughlings Jackson : convulsões tinham movimentos característicos prévios. • Propôs uma visão topográfica no córtex cerebral. • Observou que processos visuoespacias encontram-se no lado direito. • Paciente nunca perde totalmente uma função: compreensão da linguagem x expressão da linguagem. • Pacientes incapazes de direcionar a mãe de forma voluntaria ainda coçam. Localizacionistas • Doenças focais = deficits específicos. • Tam e Broca. • Phineas Gate • Wernicke Modelos animais • Fritch e Hitizig : algumas partes do encéfalo canino produziam comportamentos distintos. • Levantaram a questão de estudar o funcionamento a nível celular. • Neuroanatomistas , então, começaram a analisar o cérebro em microscópio buscanto uma citoarquitetura ou arquitetura celular. Diferentes tipos de células em diferentes áreas do corpo • O mais famoso foi Brodmann , que analisou a organização celular do córtex e caracterizou 52 áreas diferentes do cérebro. • Por exemplo: área 17 (córtex visual primário – disposição espacial dos objetos, forma, intensidade da luminosidade) e área 18 (córtex visual secundário – relevo) Avanços importantes ... Séc. XX • Golgi : coloração que permitia a visão de um neurônio; massa contínua de neurônios. • Cajal: neurônios eram entidades únicas. • Doutrina neural A visão localizacionista foi superada?
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