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Neuropsicologia AV1 resumo

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Neuropsicologia AV1
A neuropsicologia busca estabelecer as relações entre o funcionamento do sistema nervoso central (SNC) por um lado, e as funções cognitivas e o comportamento, por outro nas condições normais e patológicas. É multidisciplinar e encontra-se na intercessão da neurologia e psicologia.
Sendo assim, tem como objeto de estudo as funções mentais de primeira ordem ou complexas e suas relações com o humor e comportamento. 
· Capacidade Cognitiva Global
· Atenção 
· Aprendizagem 
· Memória 
· Linguagem 
· Funções Executivas 
· Habilidades não-verbais (praxias) 
· Velocidade de processamento 
· Cognição e comportamento social 
· Emoção/Humor
Neuropsicologia, constitui-se como área interdisciplinar focada em pesquisa básica e aplicadas. Apoia-se nos fundamentos das neurociências e da psicologia. Visa a avaliação e tratamento dos distúrbios cognitivos e comportamentais decorrentes de alteração no SNC. Na atualidade a neuropsicologia tem ampla gama de aplicações na prática de pesquisa e na prática clínica, que são frequentemente multiprofissional.
O neuropsicólogo trabalha essencialmente na avaliação neuropsicológica - consiste no exame cognitivo e comportamental. E na reabilitação neuropsicológica - tratamento das consequências das disfunções do sistema nervoso. Essas disfunções podem estar relacionadas ao desenvolvimento anormal do SNC ou ser adquiridas ao longo do curso da vida. A neuropsicologia vem sendo requisitada a responder perguntas de diversas áreas caudatárias à ela: psiquiatria, psicologia, pedagogia, pediatria, geriatria, fonoaudiologia etc. Ainda, tem interface com as ciências exatas utilizando como base a psicometria. 
O problema coração x cérebro
· Egípcios: mente estava no coração. O coração era cuidadosamente embalado para ser pesado na vida após a morte e saber o destino da pessoa. 
· Índia e China tinham visões semelhantes. 
· Grécia: Hipócrates (460-337 a.C.) “Algumas pessoas dizem que o coração é o órgão com o qual pensamos, e que ele sente dor e ansiedade. Mas não é assim. Os homens deveriam saber que é o cérebro, e só o cérebro, a origem dos prazeres, alegrias, risos e lágrimas. Por meio dele, em especial, nós pensamos, enxergamos, ouvimos e distinguimos o feio do belo, o ruim do bom, o agradável do desagradável.”
· Observação de pacientes epiléticos o cérebro não está “normal” 
· Galeno: médico dos (130-200 d.C.): as lesões cerebrais causavam alterações de personalidade, comportamento e raciocínio.
Aristóteles (384-322 a.C.): coração era a morada da mente o cérebro tinha função de resfriar, de irradiar o excesso de calor produzido pelo esforço mental do coração. 
“Por toda história aqueles que observavam o resultado das lesões cerebrais estavam muito mais perto da verdade do que os que pensavam sobre ela.” (Gazzaniga; Heartherton, 2007). 
Hipótese cardíaca x Hipótese Cerebral 
Monismo x Dualismo
Cérebro e mente são coisas distintas: mundo material e mental. Qual é a natureza dessa relação? Influenciam-se mutuamente ou são independentes? Interação unilateral. A posição filosófica predominante até Descartes.
Descartes
Posição dualista: mente x corpo são entidades distintas. A mente influencia o corpo e o corpo influencia a mente. Certas funções antes vistas só como da mente agora também pertenciam ao corpo, por exemplo: reprodução; movimento. Mente = pensamento. Corpo e mente interatuam.
Monismo: séc. XVII 
Influência de Galeno, Hipócrates, Da Vinci ... Baruch Spinoza. Somos uma coisa só. Somos corpo. Somos matéria. Os fenômenos mentais são únicos. Mente e corpo são indissociáveis.
Frenologia 
Gall e Spurzheim – séc. XIX 
Cada região do cérebro se desenvolve de forma a moldar a superfície do crânio. Assim, uma região bem desenvolvida seria maia proeminente. Cada local do cérebro tem sua função. Desenvolveram mapas com características como veneração e ganância.
As atividades mentais estão no córtex. Córtex está ligado a medula espinhal e controla o comportamento. As ideias não eram más, mas cadê o método experimental? Devido a isto, desencadeou uma veemente crítica e foi configurada como charlatanismo.
Campo Agregado de Flouren
Principal opositor a frenologia. Métodos “mais científicos”. Lesões cerebrais em animais. Todas as partes do córtex contribuíam igualmente para todas as capacidades mentais.
Retomada dos localizacionistas – séc. XIX
John Hughlings Jackson: convulsões tinham movimentos característicos prévios. Propôs uma visão topográfica no córtex cerebral. Observou que processos visuoespacias encontram-se no lado direito. Paciente nunca perde totalmente uma função: compreensão da linguagem x expressão da linguagem. Pacientes incapazes de direcionar a mãe de forma voluntaria ainda coçam.
Localizacionistas
 • Doenças focais = deficits específicos. • Tam e Broca. • Phineas Gate • Wernicke
Modelos animais Fritch e Hitizig: algumas partes do encéfalo canino produziam comportamentos distintos. Levantaram a questão de estudar o funcionamento a nível celular. Neuroanatomistas, então, começaram a analisar o cérebro em microscópio buscanto uma citoarquitetura ou arquitetura celular. Diferentes tipos de células em diferentes áreas do corpo. O mais famoso foi Brodmann, que analisou a organização celular do córtex e caracterizou 52 áreas diferentes do cérebro. Por exemplo: área 17 (córtex visual primário – disposição espacial dos objetos, forma, intensidade da luminosidade) e área 18 (córtex visual secundário – relevo)
Avanços importantes Séc. XX 
Golgi: coloração que permitia a visão de um neurônio; massa contínua de neurônios. Cajal: neurônios eram entidades únicas. Doutrina neural
Wernicke e o fascículo arqueado
A compreensão está relativamente preservada e a fala é fluente e espontânea. Existe, entretanto, incapacidade de repetir palavras corretamente. AS ÁREAS DO CÉREBRO SÃO CONCTADAS.
Wilder Penfield (1891-1976)
Através de suas observações, obtidas durante procedimentos neurocirúrgicos para remoção de focos epilépticos corticais durante 19 anos, em pacientes cuja epilepsia não podia ser contida com medicamentos, Penfield mapeou o tipo de sensações táteis geradas por estimulações elétricas de regiões corticais localizadas à frente e atrás do sulco central. O homúnculo sensorial é uma estranha representação artística da maneira como diferentes pontos da superfície do corpo estão mapeados na superfície do cérebro. As partes que são especialmente importantes como, mãos (polegar), pés, órgãos genitais, lábios e língua ocupam áreas desproporcionalmente grandes.
Homúnculo e membros fantasmas 
O membro fantasma possui, na maioria dos casos o mesmo tamanho, forma, e postura que o membro amputado apresentava no pré-operatório. Pode ser acompanhada de dor ou não. Durante muito tempo, acreditava-se que a origem da sensação fantasma era psíquica, no entanto, sabe-se hoje que tal fenômeno está relacionado também com o fisiológico, a partir da reorganização cortical, que consiste em alterações estruturais na representação topográfica dos mapas corticais. Um paciente que tenha a mão amputada, mas ainda sente esse membro, pode ser justificado pelo fato da área da mão no cérebro ser flanqueada embaixo da área do rosto e acima da área da parte superior do braço e do ombro, consequentemente, quando o rosto desse paciente era tocado, ele sentia a mão fantasma, devido às fibras sensoriais que se originam na face ativarem o território desocupado pela mão.
Avanço dos estudos...
 As diferentes atividades cerebrais dependem de uma organização cerebral. Atividades mais complexas, recrutariam, maior número de estruturas que intervém em um processo. Na mesma época os estudos de James Papez e Paul McLean evoluíam com o conceito de “sistema límbico” Sistema límbico responde pelos comportamentos instintivos, pelas emoções profundamente arraigadas e pelos impulsos básicos, como sexo, ira, prazer e sobrevivência. Forma um elo entre os centros de consciência superiores na córtex cerebral e o tronco encefálico, que regula os sistemas corporais.
H.M 
Nos anos 50 o neurocirurgião William Sovillepublicou o caso de H.M Submetido a remoção bilateral do hipocampo e das amídalas devido a epilepsia. Desenvolveu uma incapacidade maciça de aprender novas informações.
H.M. tinha uma inteligência superior. Era capaz de estabelecer diálogos normalmente, desde que não fosse distraído. E tinha preservada sua memória para eventos remotos, sendo, porém, incapaz de lembrar com acuidade eventos ocorridos até cerca de três anos antes da cirurgia (amnésia retrógrada). Retia informações por um breve período: memória de curta duração. Ia bem em testes perceptivos.
Processos cognitvos importantes como aprendizagem e memória da integridade de centros específicos e suas conexões.
Brenda Milner e H.M 
Organização da Memória era mais complicada. Memória implícita. Brenda Milner faz 10 sessões de desenho e H.M aprendeu.
Henry Molaison morreu em 2008, com 82 anos de idade! Ele gostava de fazer palavras-cruzadas, mas só conseguia completar com palavras que havia aprendido antes de sua cirurgia. Após a sua morte, a Universidade da Califórnia de Davis ficou com o seu cérebro para realizar pesquisas anátomo-patológicas e os resultados estão sendo divulgados até hoje.
Não entendia por que usava o andador, mas sabia que, se não usasse, cairia. Usar esse equipamento pode parecer fácil, mas há toda uma habilidade envolvida. Você está em uma cadeira ou na cama, tem de se transferir para o andador, depois manuseá-lo. Ele aprendeu tudo.
Neuropsicologia de Luria 
Une o localizacionismo e holismo Cada área do cérebro é responsável por uma especificidade, mas atuam juntas como um sistema dinâmico e integrado. Lança o conceito de sistema funcional. Novo conceito de função, exercida por sistemas funcionais que visam a execução de uma tarefa. Funções mais elementares poderiam ser localizadas, mas os processos mentais geralmente envolvem zonas ou sistemas que atuam em conjunto, embora se situem, frequentemente em áreas distintas e distantes no cérebro.
Unidades Funcionais 
1. Unidade para regular o tono cortical e os estados mentais de vigília e alerta. É a unidade da atenção. As estruturas de formação reticular e sistema límbico. 
2. Unidade para receber, processar, analisar e armazenar informações sensoriais que chegam do mundo exterior. Parte posterior do córtex cerebral. 
3. Unidade para programar, executar, monitorar, regular e verificar a atividade mental. Regiões anteriores do cérebro. FUNÇÕES EXECUTIVAS.
Luria
Neuroplasticidade das funções nervosas está entre as suas principais contribuições à neurociência moderna. Os mecanismos das tarfas podem mudar. Neurociência Romântica: livros de casos clínicos que influenciaram a visão de Oliver Sacks Seu trabalho incluiu o desenvolvimento de uma bateria completa para exame neuropsicológico que influencia ainda hoje boa parte dos testes neuropsicológicos. Foi a mais usada no século XX. E dela derivavam outras baterias como: Luria-Nebraska; Barcelona, capazes de trazer informações que ainda são uteis.
Luria era psicólogo especialista em psicologia do desenvolvimento. Estuda com Vygotsky os processos de desenvolvimento. As funções executivas (terceira unidade funcional) amadurecem conforme a mielização do córtex pré-frontal. A linguagem regula o pensamento. 
“O que desde o início distinguiu sua abordagem e constituiu uma linha constante em todos os seus estudos foi o senso que tinha de que até mesmo as funções mais elementares do cérebro e da mente não eram de natureza inteiramente biológica, mas sim condicionadas pelas experiências, as interações, a cultura do indivíduo – sua crença em que as faculdades humanas não podiam ser estudadas ou compreendidas isoladamente, mas tinham sempre de ser compreendidas em relação às influencias vivas e formativas.” (Sacks, 2008, p. 9-10)
Traskowki et al. (2014) estudam essa relação “natureza versus ambiente” em sua pesquisa com gêmeos de 7 até 12 anos, relatando uma correlação significativa entre genética e desempenho cognitivo sobre o aprendizado da criança. Além disso, o estudo mostrou que essa influência vai diminuindo ao longo do tempo. Aos 7 anos encontrou-se uma correlação de 94%, já aos 12 anos essa proporção cai para 54% havendo uma maior influência do ambiente, principalmente o não compartilhado como ambiente escolar e grupo de amigos. Assim, a influência da genética vai diminuindo ao longo dos anos e a influência ambiental vai se tornando mais significativa. 60 famílias monoparentais e biparentais de crianças de 8-12 anos, mostrou que o nível socioeconômico (NSE) tinha relação com todas as habilidades executivas infantis avaliadas (memória de trabalho, flexibilidade cognitiva e controle inibitório). Para além desta relação, a responsividade parental, a estrutura e o companheirismo familiar foram mediadores da relação NSE-FEs no que tange à memória de trabalho e controle inibitório (SARSOUR et al., 2011).
Noble et al. (2015), mostrou alterações no funcionamento cerebral devido a influência ambiental através da técnica de ressonância magnética funcional por imagem (fMRI) em crianças e jovens (3 até 20 anos) de NSE distintos. Os sujeitos com NSE mais altos possuíam uma ativação cerebral em regiões homogêneas e concentradas enquanto crianças de NSE mais baixos possuíam ativações cerebrais mais dispersas e espalhadas por diversas áreas do córtex, logo não eram tão específicas e localizadas. Foram relatadas ainda diferenças na espessura e superfície do córtex, volume do hipocampo e da amígdala.
Outros estudos importantes 
Pior qualidade da parentalidade materna correlacionou-se com assimetria do lobo frontal (Hane & Fox, 2006; Hane, Henderson, Reeb-Sutherland & Fox 2010). Meuwissen e Englund (2016): aos 42 e 54 meses crianças mostram melhor desempenho em Fes relacionado ao suporte parental na escola e no laboratório. Bernier et al. (2012): relações prospectiva entre parentalidade materna (12 e 15 meses) e funções executivas (18 e 26 meses). Relação positiva principalmente no incentivo a autonomia. Weijer-Bergsma et al., (2016): relação materna positiva aprimora funções executivas e auto regulação em bebês prematuros (7, 10 e 14 meses).
Neurociência 
Hoje a neuropsicologia conta com uma abordagem cognitivista de processamento da informação, mas utiliza-se amplamente de conceitos Lurianos. A avanço de técnicas de imageamento permitiu um avanço extraordinário no conhecimento do cérebro.
Sistema Nervoso
É composto por células nervosas os neurônios e a células da glia. Os neurônios são responsáveis por conduzir os estímulos nervosos. Receber, processar e enviar informações. As células da glia , tradicionalmente, relacionam-se a fornecer nutrição e de oxigênio, isolar um neurônio do outro, remover neurônios mortos, participar da homeostase do sistema nervoso.
Neurônio 
· Dendrito: recebe informação vindas de outras células nervosas.
· Axônio: conduz o impulso nervoso até os bastões terminais. 
· O bastão terminal estabelece muito perto da espinha dentríaca
· Bainha de mielina: capa de tecido adiposo acelera o impulso nervoso (saltatório).
Sinapse Química 
Impulso nervoso propagado ao longo do axônio, chega a membrana pré-sináptica, a alteração do potencial da membrana produz a abertura dos canais de cálcio Ca+ que desencadeiam a liberação do neurotransmissor na fenda sináptica. Difundindo-se na fenda sináptica, o neurotransmissor se ligará aos receptores pós-sinápticos específicos.
Uma vez ativados, esses receptores levam à abertura de canais iônicos na membrana póssináptica, que produzem a entrada de íons Na+ e K+ gerando novo potencial de ação nessa célula.
“Dissemos que os processos mentais humanos são sistemas funcionais complexos e que eles não estão ‘localizados’ em estreitas e circunscritas áreas do cérebro, mas ocorrem por meio da participação de grupos de estruturas cerebrais operando em concerto, cada uma das quais concorre com sua própria contribuição particular para organização desse sistema funcional.” Aleksandr Romanovich Luria
O sistema nervoso
Três maneiras básicas de se estudar o Sistema Nervoso Central (SNC)
1. Do ponto de vistaanatômico que consiste em estudar localização espacial das suas estruturas;
2. Do ponto de vista do seu desenvolvimento ontogenético; 
3. A partir do desenvolvimento filogenético que ocorre ao longo da evolução das espécies. Esta última costuma ser realizada pela paleontologia e anatomia comparada.
“O desenvolvimento do sistema nervoso (SN) ao longo da evolução foi marcado pela aquisição de estruturas com características funcionais que possibilitam a interação cada vez mais complexa dos organismos vivos com o meio ambiente.”
O sistema nervoso é um todo. Sua divisão em partes tem um significado exclusivamente didático, pois as várias partes estão intimamente relacionadas do ponto de vista morfológico e funcional.
Divisões do sistema nervoso com base em critérios anatômicos
Função dos Lobos 
Lobo Frontal envolvido no raciocínio, no planeamento, resolução de problemas, na personalidade e no movimento intencional. Ele contém o córtex primário motor, que se especializa no planejamento, sequenciação, no controle e na execução do movimento. Área de Broca. • Lobo Parietal: Área de Wernicke; informações somatossensoriais (incluindo propriocepção consciente). Homúnculo sensitivo. • Lobo Occiptal: processamento da visão • Lobo Temporal: percepção auditiva, memória declarativa e emoção.
Tronco Encefálico
 Região integradora de reflexos somáticos e viscerais importantes da região da cabeça, como o reflexo mandibular, lacrimal, pupilares, piscar, movimento dos olhos. É via de passagem para tratos motores e sensitivos.
Cerebelo
O Cerebelo tem um papel essencial na coordenação motora, equilíbrio, tônus postural. Classicamente as funções cognitivas superiores eram apenas relacionadas as áreas de associação do córtex cerebral. Atualmente, estruturas subcorticais como cerebelo tem mostrado envolvimento nesse tipo de função fortalecendo o conceito de localizacionismo associasonista. Estudos de neuropatologia e estudos de imagem morfológica e funcional, revelaram alterações do cerebelo em doenças cognitivas comportamentais como TDAH, esquizofrenia e autismo. A avaliação neuropsicológica de pacientes com patologia degenerativa do cerebelo mostrou também alterações cognitivas, particularmente em funções executivas (associadas ao córtex pré-frontal) e emoções.
Nervos 
Medula: transmissão do impulso nervo entre SNC X SNP. Nervos são que unem o sistema nervoso central aos órgãos periféricos. Se a união de faz com o encéfalo são nervos cranianos (12 pares). Se a união de faz com a medula são nervos espinhais. Na extremidade das fibras que constituem os nervos situam-se as terminações nervosas que podem ser aferentes (sensitivas) ou deferentes (motoras). Gânglios são dilatações corpos de neurônios. Podem ser sensitivos e viscerais.
Divisão funcional do sistema nervoso
	
Sistema nervoso periférico
Sistema nervoso somático: da vida de relação – o organismo com o meio ambiente - movimentos voluntários; músculos estriados esqueléticos.
 Sistema nervoso visceral: músculos lisos, cardíacos, secreção de glândulas exócrinas SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO SÃO ANTAGÔNICOS = CORAÇÃO BATENDO FORTE EM REAÇÃO AO MEDO.
Córtex Cerebral
Camada de substância cinzenta que reveste os hemisférios cerebrais. Apresenta-se em forma de giros e sulcos, e nele identificam-se grandes regiões os lobos cerebrais. RELACIONA-SE COM O FUNCIONAMENTO COGNITIVO, AS FUNÇÕES SUPERIORES. PRODUZ E REGULA ATIVIDADES MENTAIS COMO SENSAÇÃO, PERCEPÇÃO, PLANEJAMENTO DE ESTRATÉGIASDE COMPORTAMENTO, LINGUAGEM, MOTRICIDADE, RACIOCCÍNIO LÓGICOMATEMÁTICO, ATENÇÃO, RACIOCÍNIO ABSTRATO, JULGAMENTO CRÍTICO E MEMÓRIA.
Córtex Cerebral 
A maioria da camada cortical é constituída pelo isocórtex/neocortex composto por seis camadas de células distintas entre si (tipo, formato e densidade). De um ponto de vista filogenético, é o mais recente. Há outras camadas corticais que o número de células é menor. O alocórtex. São, de forma filogenética, mais antigas e se relacionam com as áreas límbicas – relacionados a regulação da emoção. O estudo das características morfológicas do córtex mostrou diferenças entre as diversas regiões, resultado na organização de mapas cito arquitetônicos no cérebro do Cc. O mais conhecido é o de Brodmann, que identificou 52 áreas distintas.
Córtex Cerebral
As regiões se diferem morfologicamente e funcionalmente. O Cc tem conexões diretas e indiretas com praticamente todas as demais estruturas do SNC, caracterizando o modelo conexionista do funcionamento cerebral que possibilita ao córtex sua participação em todos os aspectos do comportamento. Ao Cc chegam inferências via tálamo, das diferentes vias sensoriais (e outras áreas com as límbicas) As diferentes regiões do próprio córtex são integradas por conexões inter e intra hemisféricas (através do corpo caloso, por exemplo).
As diferentes áreas corticais apresentam conexões e funções distintas que caracterizam especializações funcionais, mas não determinam centros específicos para cada função. A conexão entre elas resultam em sistemas funcionais integrados, cuja atividade, influenciada por estrutura subcorticais, resulta nas funções mentais e no nosso comportamento. • Do ponto de vista funcional, o isocórtex pode ser divido em áreas primárias, secundárias e terciárias.
Áreas primárias - projeção 
Áreas primárias estão relacionadas à sensibilidade ou à motricidade. Apresentem uma representação ponto a ponto do corpo: para cada parte do corpo existe uma região correspondente no córtex cerebral. O volume do córtex correspondente a cada porção do corpo ou órgão é proporcional ao número de terminações sensitivas ou motoras naquela parte do corpo e não tem correlação com seu tamanho (homúnculo). Lesões em áreas primárias. Geram diminuição ou perda da sensibilidade. Paresesias, palaresias, perda motora, dificuldade de localizar e perceber um estímulo tátil.
Áreas secundárias – associação unimodal 
As áreas secundárias processam o mesmo tipo de informação da área primária, mas em um nível hierárquico diferente. Além de processar a informação essas áreas também armazenam, mediante influência das áreas límbicas (hipocampo) e reorganização de suas sinapses.Lesões nessas áreas causam perda dificuldade de “lembrança” de dados sensoriais.Por exemplo: agnosias, heminegligência, apraxias (apraxia tátil), amnésia visual, afasia, Lesões em áreas secundárias da audição. HE = dificuldade em compreensão do som da linguagem e HD= compreensão dos sons musicais.
Áreas terciárias – associação heteromodais
Recebem fluxo de informações já elaboradas nas áreas primárias e secundárias. São áreas integradoras. Não estão relacionadas diretamente relacionadas com áreas sensoriais e motoras. Não armazenam as informações, mas permitem o acesso à elas. Estão envolvidas no raciocínio, pensamento abstrato, processos de simbolização, resolução de problemas, cálculo mental, formulação de objetivos, planos de vida e estratégias de comportamento, ajuste social do comportamento (cognição social), processos motivacionais e memória.
Integrar sistemas sensoriais, de memória e de recompensa, permitindo avaliação emocional, das consequências da ação, o que contribui para a formulação de objetivos, planos, estratégias, tomada de decisão e seleção de respostas mais adaptativas. Está envolvida nos processos atencionais e detecção ambiental. Relaciona-se, principalmente, com área temporo-parietal e pré-frontal. Lesões temporo-parietal causam reconhecimento especifico de faces, objetos e vozes, percepção espacial... 
Lesões pré-frontais geram 
1. Dorsolateral: funções executivas 
2. Orbitofrontal: controle inibitório 
3. Orbitomedial: processos de motivação e humor
Desenvolvimento
Desenvolvimento das funções cerebrais – durante o desenvolvimento pós-natal, as áreas secundárias se desenvolvem em um estágio posterior ao das primárias, dependendo, para isso, do envolvimento social. O desenvolvimento das áreas terciárias ocorre em uma fase posterior. Na espécie humana elas só passam a funcionar plenamente após a primeira década de vida.
Unidades Funcionais de Luria1. Unidade para regular o tono cortical e os estados mentais de vigília e alerta. É a unidade da atenção. As estruturas de formação reticular e sistema límbico. 
2. Unidade para receber, processar, analisar e armazenar informações sensoriais que chegam do mundo exterior. Parte posterior do córtex cerebral. 
3. Unidade para programar, executar, monitorar, regular e verificar a atividade mental. Regiões anteriores do cérebro. FUNÇÕES EXECUTIVAS.
Funções Executivas 
· Diferentes nomes, alguns deles: Controle Executivo 
· Funcionamento Executivo 
· Habilidade Executiva 
· Função Executiva
Conceito guarda-chuva, pois envolve diversas funções. Estão relacionadas ao controle consciente da ação e do pensamento.
“O processo psicológico envolvido no controle consciente da ação e do pensamento. Conjunto de habilidades e capacidades que nos permitem executar as ações necessárias para atingir um objetivo. Assim, é um mecanismo de controle cognitivo que direciona e coordena o comportamento de maneira adaptativa, permitindo mudanças rápidas e flexíveis diante de novas demandas ambientais. ”
Comportamentos complexos e encadeados sistematicamente, tanto em contexto de interação social quanto cognitivo. Processos controlados. Auto regulação do humor e comportamento. Integram e gerenciam as diferentes funções, mobilizando o sistema cognitivo de forma harmônica.
· Planejar- planejamento sequencial das ações
· Monitorar- verificar o comportamento e/ ou pensamento 
· Regular- modificar o comportamento e / ou pensamento se necessário
Substrato Neural 
Tradicionalmente, a atividade do córtex pré-frontal é associada as funções executivas. Especificamente, diferentes componentes das FEs parecem estar relacionados a áreas distintas do córtex pré-frontal.
Porém, já foram identificadas outras conexões corticais, principalmente parietais e estruturas subcorticais como núcleos da base, tálamo e cerebelo no funcionamento executivo.
Conceitos 
Shiffrin e Schneider (1977) 2 modos fundamentais de processar a informação: 
PROCESSOS AUTOMÁTICOS VS PROCESSOS CONTROLADOS
Processos Automáticos
Existem estímulos para os quais temos respostas prontas. Exigem baixa sustentação atencional Respostas superaprendidas Seqüências de informações armazenadas na memória de longo prazo 
Dirigir – motoristas experientes 
Leitura – leitores experientes.
Processos Controlados
 Situações novas – necessidade de formular novas respostas ou adaptar respostas já desenvolvidas antes Análise – planejamento, execução, monitorização – possível armazenagempara uso futuro Recrutam mais recursos atencionais do que processos automáticos FUNCIONAMENTO EXECUTIVO! Os processos controlados podem ser tornar automáticos.
Funções Executivas 
· Funções executivas quentes
· Relacionadas a regulação emocional 
· Funções executivas frias 
· Relacionadas ao controle cognitivo
Controle Inibitório
 O controle inibitório está relacionado a capacidade de inibir uma resposta prepotente; controlar a atenção, a emoção, os pensamentos, para superar predisposições internas e externas. 
Controle de interferências: componente cognitivo da inibição. Inibição de pensamentos ou memórias durante o curso do processo do raciocínio. Intimamente relacionado a atenção seletiva e sustentada. 
Inibição de respostas: componente comportamental. Capacidade de resistir ao impulso da resposta inicial. Autocontrole. Adiamento de recompensa. 
Está mais associado ao córtex cingulado anterior e orbito frontal, ao giro frontal inferior direito, ao núcleo subtalâmico e à área pré-suplementar.
Efeito Stroop – Paradigma 
O efeito Stroop é um aumento no tempo de reação para uma determinada tarefa, quando o cérebro simultaneamente lida com informações conflitantes.
Memória Operacional
A memória operacional refere-se é responsável por armazenar temporariamente e integrar a informação a estímulos ambientais e à memória de longo prazo, possibilitando a manipulação da informação. Relacionada à região lateral e dorsolateral esquerda e à parietal.
Flexibilidade Cognitiva
Capacidade de mudar ou alternar seus objetivos quando necessário ajustando-se de modo flexível a novas demandas (visuoespaciais, semânticas, ideias, ponto de vista...). Envolve a capacidade de mudar o curso de ação, alternando o foco atencional. Ver as coisas por diversas e diferentes perspectivas. Está ligada à área medial inferior e superior, ao córtex orbitofrontal lateral e ao núcleo estriado.
Funções executivas Desenvolvimento 
· Desenvolve-se durante a infância e adolescência. 
· Vygotsky: inicialmente bebe regido por processos automáticos – entrada da linguagem – organização do comportamento pela fala de outros – organização do comportamento pela própria fala – internalização desta fala – processos controlados 
· Funções executivas e linguagem 
· Envelhecimento e executivo central
Gradiente de maturação do Cérebro (gradiente póstero-anterior)
Desenvolvimento das Funções Executivas x Ambiente
Funções Executivas
Funções Executivas vem sendo relacionada com melhor desempenho acadêmico, laborativo, intra/interpessoal e afetivo. Alguns autores entendem os transtornos de neurodesenvolvimento a luz de déficits proeminentes no funcionamento executivo. Transtornos psiquiátricos baixo funcionamento executivo.
Barkley 
· Déficit no controle inibitório explicam as dificuldades relacionadas a tríade do TDAH. 
· Impulsividade 
· Hiperatividade 
· Desatenção 
· Comprovado por pesquisas com imageamento social
Flexibilidade Cognitiva e Autismo
· Autismo déficit proeminente na flexibilidade cognitiva. 
· Comportamentos estereotipados. 
· Comportamento restritos.

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