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CRIOTERAPIA Eletrotermoterapia

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CRIOTERAPIA CONTRASTE 
A escolha correta do método de aplicação deve ser baseada, principalmente, de acordo com a 
área a ser tratada, sendo que o tempo de aplicação varia tanto em relação ao método utilizado 
como a área, isto é, uma articulação que apresenta menor espessura do tecido adiposo, o 
tempo necessário para atingir o resfriamento é menor do que em outra área que possui uma 
maior quantidade de tecido adiposo. 
 Segundo Michlovitz (1996) a crioterapia é administrada de várias maneiras. A escolha do 
agente a utilizar depende da acessibilidade da parte do corpo a ser tratada e do tamanho da 
área a ser resfriada. O pé pode ser mais bem coberto por um banho de imersão frio, por 
exemplo, e o joelho por uma bolsa fria amarrada ao redor do mesmo. O tratamento do 
tornozelo e da perna pode ser feito mais eficientemente por bolsas frias do que massagem 
com gelo. Segundo Gould, 1993, uma pequena quantidade de sal pode aumentar os efeitos 
fisiológicos da crioterapia. Freqüentemente a pele sob o agente resfriador irá ficar vermelha. 
Isso pode ocorrer por uma das duas razões. Primeiro, o O2 não se dissocia tão livremente da 
hemoglobina a baixas temperaturas, portanto, o sangue, passando através do sistema venoso, 
está altamente oxigenado, dando uma cor mais vermelha à pele. Seguindo depois de 10 a 15 
min. da utilização da crioterapia, ao se mover o estímulo frio, uma “hiperemia” pode ocorrer, 
trazendo maior quantidade de sangue para o local. Existe uma combinação de água e álcool (a 
cada 4 medidas de água adiciona 1 de álcool) para obter uma consistência gelatinosa, que 
facilitará a moldagem da articulação ou região a ser tratada. Essa mistura ocasiona uma 
sensação de ardência maior que a normal e por esse motivo temos que duplicar as atenções 
para não lesarmos a pele do paciente a ser tratado usando essa técnica da crioterapia. Iremos 
descrever os métodos de crioterapia mais utilizadas: Bolsas Frias Michlovitz (1996) explica essa 
técnica de bolsas frias que podem ser compradas por preço baixo ou facilmente feitas. As 
marcas comerciais usualmente contêm gel de sílica e está disponível no mercado em diversos 
tamanhos e formatos para cobrir a área a ser tratada de forma mais adequada. As bolsas 
podem ser guardadas em uma unidade especial de refrigeração ou em freezer doméstico. A 
temperatura de armazenamento deve ser de aproximadamente –5ºC por pelo menos 2 horas 
antes de uso. Por razões de higiene, deve se colocar uma toalha entre a bolsa e a superfície da 
pele. O ar é um condutor térmico pobre, portanto, devemos molhar a toalha com água para 
que facilite a transferência de energia. Algumas bolsas frias são ativadas quimicamente ao 
bater contra uma superfície dura. Esse tipo de bolsa é bastante utilizado em primeiros 
socorros e são descartáveis. A reação química dentro dessas bolsas ocorre em um PH alcalino e 
pode causar queimaduras na pele se forem abertas e seu conteúdo vazar sobre a pele. A bolsa 
fria se mantém a uma temperatura baixa o suficiente por 15 a 20 min. Se um tratamento mais 
prolongado for necessário, devemos substituir por outra bolsa. 20 Compressas Frias ou 
Panqueca Fria A panqueca fria é utilizada com freqüência por pessoas em suas casas. Para se 
preparar uma panqueca fria devemos molhar uma toalha em água fria e adicionar, dentro da 
toalha, gelo moído e dobramos em forma de uma panqueca. Na compressa fria molhamos 
uma toalha em água fria e dobramos em forma de uma compressa. A panqueca fria é mais 
eficiente do que a compressa fria, mas, mesmo assim, o seu efeito terapêutico, para reduzir a 
temperatura de um tecido, é muito limitado. Pode ser indicada nos casos onde necessitamos 
de um resfriamento superficial. Esse método tem eficiência em torno de apenas 5 min, pois a 
partir desse momento a temperatura se eleva perdendo assim o objetivo do tratamento. 
Massagem com Gelo Segundo Rodrigues (1995) a massagem com gelo já é bastante conhecida 
e utilizada, mas seus efeitos fisiológicos ainda não foram discutidos e interpretados para que a 
mesma possa ser indicada. A massagem com gelo é feita geralmente sobre uma área pequena, 
sobre um músculo, um tendão ou sobre pontos gatilhos. Essa técnica é simples e pode ser 
ensinada a pacientes confiáveis para aplicação doméstica. A água é congelada em copo de 
papel para facilitar o manuseio do gelo pelo terapeuta. Alternativa seria colocar um palito no 
copo com água e teria assim o formato de um “pirulito” e seu manuseio seria através do palito 
para aplicação dessa técnica. Uma área de 10 a 15 cm pode ser coberta em 5 a 10 min. O gelo 
é aplicado sobre a pele em movimentos circulatórios ou no sentido de “vai-e-vem”. Durante a 
massagem com gelo o paciente experimentará provavelmente quatro sensações distintas 
incluindo frio intenso, queimadura, dor e então analgesia. Os estágios de queimadura e dor 
devem passar rapidamente dentro de 1 a 2 min. Uma fase mais prolongada de dor e 
queimação pode ocorrer se a área coberta for muito grande ou se uma resposta hipersensitiva 
for iminente. A temperatura da pele normalmente não cairá abaixo de 15ºC quando esta 
técnica for empregada e assim o risco de dano ao tecido é mínimo. As respostas fisiológicas 
podem ser afetadas por dois fatores: · Aplicação é fásica: conforme a área é massageada, o 
gelo fica em contato com uma área específica e o tecido é exposto de novo a temperatura 
ambiente, tomando assim o resfriamento mais lento; · Ação da massagem com gelo estimula 
os receptores mecânicos: quando executada por movimentos curto e breve; facilita a inibição 
neural, quando executada por movimento lento e prolongado. Esta é uma boa técnica para a 
aplicação sobre áreas pequenas. Outra forma de massagem com gelo é a técnica de Rood, que 
realiza movimentos de varredura rápidos e diretamente sobre os músculos tentando melhorar 
a contração muscular. Banho de Imersão Essa técnica é utilizado para cobrir um seguimento 
corporal, utilizando água misturada com gelo. O tempo de aplicação é regulado por quanto se 
quer reduzir a temperatura do local a ser tratado. É importante destacar que essa técnica leva 
a uma diminuição da temperatura muito rápida, em comparação com as outras técnicas. 
Quando o objetivo for resfriar as extremidades, é mais prático o banho de imersão, a menos 
que seja desejável uma elevação simultânea. Essa técnica assegura contato circunferencial do 
agente resfriador. Podemos utilizar essa técnica em extremidades como: cotovelo, braço, mão 
e tornozelo, mas também pode ser utilizada em grandes áreas como a região lombar ou 
membro inferior. É necessário um recipiente com tamanho suficiente para cobrir a área a ser 
tratada. Iremos dosar a quantidade de gelo em relação a água para obtermos a temperatura 
desejada para realizar a terapia. A perda da temperatura dessa técnica pode ocorrer à medida 
que o gelo derrete. Para mantermos a temperatura, devemos repor o gelo constantemente e 
monitorarmos a temperatura com um termômetro dentro do recipiente. Outro fator 
importante é o aquecimento da película da água que circunda a região tratada após 5 min. 
iniciais da imersão, para que isso não interfira no tratamento devemos movimentar a água 
constantemente. Por razões de higiene para cada terapia devemos trocar a água usada. Nunca 
devemos reutilizar a água mesmo sendo congelada novamente. Turbilhão Frio Esse aparelho 
tem as mesmas características do turbilhão convencional, isto é, um recipiente com um 
reservatório de água e um aparelho que proporciona um jato de água, porém, atua com uma 
temperatura entre 1ºC a 5ºC para tratamento de áreas pequenas e de 10ºC a 15ºC para 
trabalhar em áreas grandes. O jato de água tem o objetivo de massagear a área. Não foi 
encontrado mais detalhe dessa técnica. Rodrigues questiona em seu trabalho que “o banho 
frio tem o objetivo de reduzir o metabolismo e promover a vasoconstrição, mas quando nós 
fazemos hidromassagemnos tecidos, não estamos promovendo estilos para um maior efeito 
metabólico, muito embora em proporções bem menores do que ocorre no banho quente. 
Pacote de Gelo Essa técnica é a mais utilizada entre todas as outras, porém, muitos terapeutas 
encontram dificuldades para a modelagem da articulação ou das extremidades. Portanto, para 
facilitar a modelagem, devemos moer ou triturar o gelo e, após colocarmos dentro de sacos 
plásticos, devemos retirar o ar e fechar em seguida. O pacote poderá ser fixado ao local da 
aplicação por faixas, ataduras de crepe ou um peso para estabilizar o pacote quando possível. 
A temperatura do pacote está em torno de 1ºC a 3ºC aproximadamente. Gelo, Compressão e 
Elevação Essa técnica é usada universalmente nos cuidados imediatos das lesões agudas nos 
esporte. Foi a única técnica que encontramos com trabalho experimental, randomizado e 
provou sua eficácia no tratamento de pós-operatório em artroplastia total de joelho, como já 
foi dito anteriormente. Além dos efeitos da crioterapia temos os efeitos da elevação e 
compressão. A compressão é feita por faixa elástica ou por aparelhos que possuem um 
recipiente de espuma com elástico e uma faixa com crepe, como o Polar Care. A compressão 
atua aumentando a pressão externa da vasculatura. Dado que a pressão externa está no 
denominador da fórmula da pressão de filtração capilar, essa técnica pode ajudar no controle 
da formação do edema e, também, poderá ajudar a reduzir o inchaço, ao promover a 
reabsorção do fluído. A pressão externa é mais efetiva quando o edema começa a ocorrer e 
será efetiva enquanto houver edema. Segundo Knight et alli, 1985 “a pressão hidrostática 
resulta do peso da água. Na medida em que mergulhamos, por exemplo, no mar, a pressão 
hidrostática capilar é menor quando o segmento corporal está em porção fluida do sangue. A 
pressão hidrostática capilar é maior quando o segmento corporal está em posição pendente 
do que quando elevado em função do maior peso da água. A elevação, assim, é benéfica 
durante os cuidados imediatos, por diminuir a pressão hidrostática capilar, o que faz baixar a 
pressão de filtração capilar. “Embora a elevação também diminua a pressão hidrostática 
tecidual, seu valor normal é muito menor do que da pressão hidrostática capilar, de tal modo 
que a variação absoluta na pressão hidrostática tecidual devida a elevação será 
negligenciável”. Encontramos dois tipos de aparelho que fazem essas ações de crioterapia, 
elevação e compressão; um deles é o Polar Care e o outro é o Cryo Cuff. A aplicação imediata 
dessa técnica é a medida prioritária para lesões decorrentes no meio esportivo, visto que o 
gelo demorará 5 min ou mais para agir sobre o fluxo sangüíneo. Spray de Vapor Frio 
Historicamente, dois tipos de spray são usados,os de Flori –Metano que são os não inflamável 
e não tóxico e o Etil-Clorido que é um vapor refrigerante destinado a aplicação tópica para 
controlar a dor associada às condutas cirúrgicas menores, tais como lancetar furúnculos ou 
drenar pequenos abscessos, lesões de atletismo, injeções e para o tratamento de dor 
miofascial, movimento restrito e espasmo muscular. Devemos evitar a inalação do Etil-Clondo, 
pois pode produzir efeitos narcóticos, anestésicos gerais e anestesia profunda ou coma fatal, 
com parada cardíaca ou respiratória. O Etil-Clorido é inflamável e nunca deve ser usado na 
presença de uma chama em aberto, ou equipamento elétrico de cauterização. Quando usado 
para produzir congelamento dos tecidos, as regiões adjacentes da pele devem ser protegidas 
com aplicação de petrolato. O processo de descongelamento pode ser doloroso e o 
congelamento pode reduzir a resistência local da infecção e predispor uma cicatrização 
demorada. Banho de Contraste Essa técnica consiste numa alternância entre o calor e o frio, 
onde os objetivos são vasomotores, isso é, alterações circulatórias que o agente frio e o calor 
promovem nos tecidos. É realizado dois recipientes, um deles contendo uma mistura de gelo e 
águas, e o outro com água quente numa temperatura que varia de 40ºC a 45ºC. A água quente 
deve ser iniciada com duração de 5 min. para promover uma Vasodilatação alterando o fluxo 
sangüíneo de 1,6 lts para 1,71 lts. Em seguida deve ser usado o frio que provocará uma queda 
imediata da temperatura subcutânea e profunda. Devemos terminar a técnica utilizando o frio 
com duração de 3 min. com o objetivo de resfriar os tecidos e reduzir as necessidades 
metabólicas dos mesmos. Foi encontrado na literatura um protocolo de banho de contraste 
elaborado pela CEFESPAR com duração total de 30 min., seguindo as informações já citadas 
anteriormente, em relação ao início e ao término da aplicação de cada principio físico, no caso 
frio e quente. AGUA QUENTE AGUA FRIA TEMPERATURA TEMPO TEMPERATURA TEMPO 40ºC 
5 min.45ºC 1 min.45ºC 1 min45ºC 1 min45ºC 1 min45ºC 1 min45ºC 1 min45ºC 1 min45ºC 1 
min45ºC 1 min45ºC 1 min45ºC 1 min 15ºC 1 min.10ºC 1 min.5ºC 1 min.1ºC 1 min.1ºC 1 
min.1ºC 1 min.1ºC 1 min.1ºC 1 min.1ºC 1 min.1ºC 1 min.1ºC 1 min.1ºC 3 min. TOTAL = 16 min. 
TOTAL = 14 min. 
 
Relação de temperatura e tempo no banho de contraste Fonte: Rodrigues, A., Crioterapia, 
1995 p.73 Por:Dr. Flávio Baptista Pinheiro 
Fonte:http://www.fisioterapiasalgado.com.br/visualiza.asp?id=84 
http://www.portaldafisioterapia.com/?pg=eletrotermoterapias&id=396

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