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CASO CONCRETO A2
João Ricardo está profundamente magoado com Ana Maria. Depois de oito anos entre namoro e noivado, juras de amor eterno, promessas de uma vida em comum para sempre em harmonia, com data de casamento marcado, João acaba de ver Ana aos beijos com seu pior inimigo, o milionário Eurico Ricardo. 
Diante da cena veio-lhe à memória a seguinte frase dita por Kant: “Manter os próprios compromissos não constitui dever de virtude, mas dever de direito, a cujo cumprimento pode-se ser forçado. Mas prossegue sendo uma ação virtuosa (uma demonstração de virtude) fazê-lo mesmo quando nenhuma coerção possa ser aplicada. A doutrina do direito e a doutrina da virtude não são, consequentemente, distinguidas tanto por seus diferentes deveres, como pela diferença em sua legislação, a qual relaciona um motivo ou outro com a lei”. 
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Pergunta-se:
a) Pelo trecho acima podemos inferir que Kant estabelece uma relação entre o direito e a moral?
b) Caracterize a conduta de Ana Maria no contexto desta relação entre Moral e Direito. 
A) Sim. Direito e Moral são instrumentos de controle social que pertencem ao campo da ética e que não se excluem. Ao contrário, se completam e se influenciam reciprocamente. Direito e Moral são conceitos próprios e distintos, mas são inseparáveis.
B) A conduta moral refere-se à vontade interna do sujeito, enquanto o direito é imposto por uma ação exterior e se concretiza no seu cumprimento, ainda que as razões da obediência do sujeito não sejam morais. Objetivamente Ana Maria rompeu unilateralmente um compromisso assumido, o de se casar com João Ricardo, e deve responder pelos danos materiais e morais que lhe foram causados.
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QUESTÃO OBJETIVA
Há regras que são seguidas naturalmente, porém há aquelas que se não são cumpridas naturalmente existe uma coação para tal, através de uma sanção prevista e garantida pelo Estado. Assim, são as normas do trato social (morais) e as normas jurídicas respectivamente. Identifique-as nesta ordem: 
 (A) Proibição de chegar atrasado à escola e proibição de dar gargalhadas em um velório. 
(B) Proibição de dar gargalhadas em um velório e limite de velocidade em rodovias. 
(C) Obrigação de pagar impostos e proibição de dar gargalhadas em um velório. 
(D) Proibição de chegar atrasado à escola e Obrigação de pagar impostos.  
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CASO CONCRETO A3
Considerando que a função normativa da autorização significa conferir a uma pessoa o poder de estabelecer e aplicar normas, Kelsen afirmava que uma norma do Direito autoriza pessoas determinadas a produzirem normas jurídicas ou a aplicá-las. Neste caso, diz-se: o Direito confere a pessoas determinadas um poder legal. Já que, para Kelsen, o Direito regula sua própria produção e aplicação, a função normativa da autorização desempenha, particularmente, um importante papel no direito. Apenas pessoas, às quais o ordenamento jurídico confere este poder podem produzir ou aplicar normas de Direito. 
A atual Constituição foi promulgada em 1988 e em 2002 foi publicado o novo Código Civil.
A respeito do conceito, estrutura e função da Constituição, segundo Hans Kelsen, e de sua configuração na Constituição Brasileira de 1988, pergunta-se, qual a relação entre a CF/88, o novo Código Civil e as demais normas vigentes no âmbito do Estado Brasileiro? 
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Resposta: Kelsen criou uma teoria onde o ordenamento jurídico de um estado tem a forma de uma pirâmide, no topo desta pirâmide está a norma fundamental, que no nosso caso é a CF. A norma fundamental sustenta todo o ordenamento jurídico, as demais normas vigentes, o Código Civil e todas as outras normas infraconstitucionais emanam na norma fundamental. A norma que não obedecer os critérios estabelecidos pela constituição são considerados inconstitucionais e nenhum cidadão tem o dever de cumpri-la. 
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QUESTÕES OBJETIVAS
 
 Sobre a Teoria Tridimensional do Direito, assinale V para as corretas e F paras as falsas:
 ( ) A Teoria Tridimensional do Direito trouxe uma visão nova da realidade jurídica: compreende o direito como sendo “fato”, “valor” e “norma”, a partir de uma concepção hierarquicamente superior da norma.
 ( ) O direito só se constitui quando determinadas valorações dos fatos sociais culminam numa integração de natureza normativa, ou seja, as normas representam a integração de fatos sociais segundo múltiplos valores.
( ) A tridimensionalidade realeana entende que “fato”, “valor” e “norma” devem ser considerados como sendo componentes “essenciais” do fenômeno jurídico. Conseqüência disso é que eles estão indissoluvelmente unidos entre si, não sendo possível apresentá-los cada um abstraído dos demais.
( ) Apesar de implícito na obra de vários autores, é com o professor Miguel Reale que o tridimensionalismo encontra seu aperfeiçoamento e formulação ideal que o credencia como rigorosa teoria.
( ) As três dimensões FATO, VALOR e NORMA, correspondem, respectivamente, a estas disciplinas: FILOSOFIA ou AXIOLOGIA JURÍDICA, SOCIOLOGISMO JURÍDICO e NORMATIVISMO JURÍDICO.
F-V-V-V-F
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2. (FEPESE - 2012 - DPE-SC - Defensor Público)
Hans Kelsen afrmou que a teoria pura do direito é uma teoria geral do direito positivo. Para ele, o Direito é “uma ordem normativa da conduta humana, ou seja, um sistema de normas que regulam o comporta- mento humano”. Com o termo norma, Kelsen buscou signifcar algo que “deve ser ou acontecer, especialmente que um homem se deve conduzir de determinada maneira”
Na obra Teoria Pura do Direito , que leva o mesmo nome da teoria de Kelsen, o autor afirma que essa teoria pura busca única e exclusivamente conhecer o seu próprio objeto, ou seja:
(a) o que é e como é o Direito.
(b) como deve ser o Direito.
(c) como deve ser feito o Direito.
(d) como deve ser feita a política do Direito.
(e) como ocorre a relação entre o Direito e as demais áreas do saber. 
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Caso A4
CASO CONCRETO 
Algumas notícias recentes tiveram destaque na imprensa. A participação num reality show (BBB 11) de um transexual que realizou cirurgia para mudança de sexo, a venda de um banco pelo controlador de um conglomerado de empresas (Panamericano) e a desocupação, em cumprimento a ordem judicial, da mansão que residia com a família, construída para este fim e na qual abrigava um vasto acervo de obras de arte, do dono de outro banco que teve sua liquidação decretada pelo Banco Central (Banco Santos). A complexidade e a diversidade está presente no mundo dos fatos jurídicos, entendendo estes como os acontecimentos que provocam efeitos no mundo jurídico, ocasionando o nascimento, a aquisição, a modificação ou extinção de direitos. Os fatos citados estão vinculados de alguma forma também ao exercício de direitos. 
No primeiro caso o transexual, que na definição de Maria Helena Diniz “é a condição sexual da pessoa que rejeita sua identidade genética e a própria anatomia de seu gênero, identificando-se psicologicamente com o sexo oposto” , optou pela correção cirúrgica para alinhar sua anatomia à identidade psicológica. 
 No segundo episódio, para se livrar de uma obrigação vultosa provocada por prováveis fraudes na contabilização das contas, o titular do direito de propriedade optou por alienar seu patrimônio por venda.
 No terceiro evento narrado, para preservar direitos de terceiros, a justiça decidiu pela desocupação da mansão.
 Com base nos casos descritos, faça o que se pede:
 Identifique nos casos um exemplo de direito subjetivo absoluto, de direito relativo, de direito patrimonial, extrapatrimonial (não-patrimonial), disponível, indisponível, transmissível e intransmissível, justificando sua resposta.
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JUSTIFICATIVA: OS DIREITOS ABSOLUTOS SÃO AQUELES QUE SE OPÕEM DE FORMA ERGA OMNES (GERAL), IRRADIANDO EFEITOS EM TODOS OS CAMPOS E IMPONDO À COLETIVIDADE O DEVER DE RESPEITÁ-LOS . DIREITOS RELATIVOS OS QUE SE OPÕEM OU OBRIGAM APENAS OS SUJEITOS DA RELAÇÃO JURÍDICA. A INDISPONIBILIDADE CONTEMPLA A INTRANSMISSIBILIDADE,
A INALIENABILIDADE E A IRRENUNCIABILIDADE E SIGNIFICA A IMPOSSIBILIDADE DE MUDANÇA DO TITULAR, NEM MESMO POR FORÇA DA VONTADE PRÓPRIA DO INDIVÍDUO.
SUGESTÃO DE GABARITO CASO CONCRETO – 
a) Direito subjetivo absoluto: direito de propriedade das ações do Banco;
b) Direito subjetivo relativo: direitos dos contratantes na venda do Banco;
c) Direito patrimonial: o título de propriedade da mansão;
d) Direito extrapatrimonial: direito ao próprio corpo;
e) Direito disponível: os direito patrimoniais em geral como a mansão, banco, etc.
f) Direito indisponível: direitos extrapatrimoniais em geral, como direito ao próprio corpo.
g)Direito transmissível: os disponíveis em geral, como os patrimoniais;
h) Direito intransmissível: os extrapatrimoniais.
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QUESTÕES OBJETIVAS 
 
Sobre a divisão do Direito, assinale V para as corretas e F para as falsas:
 ( V ) A diferença tem origem no direito romano, como se depreende das palavras de ULPIANO: “Direito público é o que corresponde às coisas do Estado; direito privado, o que pertence à utilidade das pessoas”.
 ( V ) Embora a divisão do direito positivo em público e privado remonte ao direito romano, até hoje não há consenso sobre seus traços diferenciadores. Vários critérios foram propostos, com base no interesse, na utilidade, no sujeito, na finalidade da norma, no ius imperium, sem que todos eles estejam imunes a críticas.
 ( V ) O Direito Público regulamenta basicamente a atividade do Estado. Estabelece suas funções e a forma de organização de seus poderes e dos serviços públicos, bem como suas relações com os particulares e os demais Estados.
 ( V ) O Direito Privado regulamenta principalmente a situação jurídica e as relações entre particulares (pessoas físicas e pessoas jurídicas de Direito Privado).
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Leia as afirmativas abaixo:
I - Pode-se dizer que o direito positivo é o conjunto de normas (leis) estabelecidas pelo poder político do Estado que se impõem e regulam a vida social de um dado povo, em um determinado lugar e em uma determinada época.
 II - Podemos dizer também que o direito positivo é a norma posta. São as leis que compõem e regulam a vida das pessoas em seu cotidiano.
 III - Uma sociedade se funda em normas jurídicas, que regulamentam as relações interindividuais das pessoas.
 A seguir, aponte a resposta CORRETA:
 Todas as afirmativas estão corretas.
Todas as afirmativas estão erradas.
Todas as afirmativas estão incompletas.
Somente a afirmativa II está correta.
Somente a afirmativa II está errada.
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está CORRETA a opção:
 
O Direito Público é reconhecidamente o mais importante em relação ao Direito Privado.
Na medida em que Direito Público e Direito Privado estão voltados para a regulação das relações entre pessoas e as instituições por elas criadas, entre essas o próprio Estado, não há que se falar em distinções entre os dois.
O Direito Público regulamenta basicamente a atividade do Estado. Estabelece suas funções e a forma de organização de seus poderes e dos serviços públicos, bem como suas relações com os particulares e os demais Estados.
O Direito Público regulamenta principalmente a situação jurídica e as relações entre particulares (pessoas físicas e pessoas jurídicas de Direito Privado).
Primazia da vontade individual, garantindo-se a autonomia da vontade dos particulares, que podem assumir obrigações e adquirir direitos mediante contratos, cujo conteúdo e sanções são fixados pelos próprios contraentes, tanto pode o direito ser público ou privado
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2. É um bom exemplo de direito objetivo:
 
O direito de ir e vir.
O direito de propor uma ação junto ao Judiciário.
O direito que protege as relações de comércio internacional.
O direito de realizar um curso superior em Direito.
O direito de manifestar suas ideias,seja por palavras ou atos.
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3.	Leia as afirmativas abaixo:
I - Uma das possíveis definições do direito positivo é a de que é conjunto de normas estabelecidas pelo poder político do Estado que se impõem e regulam a vida social de um dado povo, em um determinado lugar e em uma determinada época.
II - É mediante normas jurídicas (direito positivo), provenientes do universo do direito, que o Estado pretende obter o equilíbrio social, impedindo a desordem e os delitos.
III - O direito material tem por fim ditar as normas de conduta para garantir a paz social, o direito processual tem por finalidade assegurar o cumprimento dessas mesmas normas.
IV – O Direito Natural é espontâneo e se origina do processo legislativo que é revelado pela conjugação de experiência e razão.
A seguir, escolha a opção CORRETA:
(A)	 Todas as afirmativas estão erradas.
(B)	Somente uma afirmativa está correta.
(C)	Somente uma afirmativa está errada.
(D)	Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.
(E)	Somente as afirmativas II e IV estão corretas.
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QUESTÕES DISCURSIVAS
1.Supondo-se que o salário mínimo é fixado como obrigatório por lei, imagine-se um contrato de trabalho pelo qual trabalhador e empresário convencionam que o primeiro ganhará 2/3 do salário mínimo, visto que ele não tem mulher nem filho. É válido o acordo? Obviamente, não. O patrão terá que pagar de qualquer forma o salário mínimo, por se tratar de uma norma de ordem pública, de proteção ao trabalhador. Por outro lado, se recebo, por empréstimo, dois sacos de arroz, a lei (Código Civil) diz que sou obrigado a restituir esse gênero, na qualidade e quantidade recebidas. No entanto, quem me emprestou aceita que eu faça a devolução em sacos de milho.
Os exemplos acima revelam uma diferença importante entre o Direito Público e o Direito Privado. Aponte-a e explicite-a.
Se recebo, por empréstimo, dois sacos de arroz, a lei diz (Código Civil) diz que sou obrigado a restituir esse gênero, na qualidade e quantidade recebidas. No entanto, quem me emprestou aceita que eu faça a devolução em sacos de milho. É válido o acordo? Sim, porque aqui estamos no terreno do Direito Privado, onde o particular pode exigir ou deixar de exigir o cumprimento da lei.
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2- Partindo-se da afirmação de que o Direito Natural é o direito justo por excelência, fundado na natureza humana e/ou que tem origem na vontade divina, qual seria uma função possível do Direito Natural em relação ao Direito Positivo?
 
Sugestão de gabarito - Direito Natural é o direito justo por excelência, fundado na natureza humana e ou que tem origem na vontade divina. O Direito Natural teria assim por função dar legitimidade ao Direito Positivo (ordenamento jurídico) que, por sua vez, para ser respeitado como válido deve conformar-se com os princípios do Direito Natural,
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Aula 05
S.O.S. LEI MARIA DA PENHA
Grávida de cinco meses, a jovem de 28 anos apanhou com uma barra de ferro do atual companheiro, no último sábado. As marcas roxas pelo corpo denunciavam a ira do marido. Mesmo depois de ter um forte sangramento a criança passa bem.
As ameaças, geralmente, começam em seguida, e com Joice não foi diferente. "Ele já disse que vai me matar. Será que eu vou ser mais uma na estatística"?, questionou lembrando-se do caso em que a mulher morreu queimada em Campo Grande, no último fim de semana.
A jovem lamenta que o companheiro esteja solto e diz que se sente impotente diante da situação. "Para mim não está adiantando nada fazer o registro policial. Ele não foi preso e nem foi chamado para depor. Só estou ficando constrangida. É muita burocracia, eles exigem testemunha e às vezes as pessoas não querem nem ligar, quanto mais ser testemunha". O quadro de descrédito com a Lei Maria da Penha, criada para defender as mulheres de violência provocada pelos companheiros, tem sido assunto de críticas contundentes.
Faça uma análise do caso concreto em discussão, à luz dos planos de validade da norma (vigência, validade e eficácia): Ela esta em vigor, é legitima mais não possui eficácia.
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1. Leia atentamente a situação abaixo descrita. "A" possui um lote em área urbana. Na época em
que ele adquiriu o imóvel encontrava-se em vigência lei municipal de uso e ocupação do solo que estabelecia um determinado coeficiente de construção. Passado um ano, ele resolveu construir no lote, quando, então, teve indeferido o seu pedido de licença para edificar sob o argumento de que nova lei municipal de uso e ocupação do solo havia restringido o coeficiente de construção do terreno pela metade. No entanto, o seu vizinho ?B?, utilizando-se de planta de construção similar, iniciou a edificação no seu respectivo lote, de acordo com licença para construir outorgada pelo poder público municipal antes da vigência da nova lei municipal, muito embora não tenha se valido de todas as possibilidades construtivas vigentes na lei anterior. Sobre essa situação, analise as assertivas.
Estão corretas as assertivas: a) I e III.
b) II. 
c) I.
d) II e III.
e) III.
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2. Leia  as afirmativas abaixo:
I - Eficácia da lei é a capacidade do texto normativo vigente de poder produzir efeitos jurídicos concretos no seio da sociedade. 
II - A vigência do Direito depende da opinião pública  e da obediência  às normas que disciplinam a sua elaboração. III - A validade ou não da norma jurídica repercutirá diretamente na esfera da sua eficácia. 
Agora, aponta a alternativa CORRETA:
Estão todas corretas.
Estão todas erradas.
Somente a II está correta.
Estão corretas a I e a II.
Somente a I está errada
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1 .Sobre a norma jurídica, é correto afirmar que:
(A) existe hierarquia entre a legislação federal, a estadual e a municipal.
(B) nem toda norma jurídica tem caráter permanente.
(C) a ineficácia de uma norma compromete a sua vigência.
(D) a norma de organização tem como destinatária a sociedade.
(E) a norma de “efeitos concretos” e a específica são idênticas.
2. Os planos da normatividade jurídica são os seguintes:
(A) unidade, coerência e completude.
(B) vigência, validade e eficácia.
(C) União, Estados e Municípios.
(D) Poder Legislativo, Poder Judiciário e Poder Executivo.
(E) hierarquia, antinomias e lacunas.
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Questão Discursiva
Com relação aos fenômenos do desuso da norma e da lei anacrônica, estabeleça relações abordando suas repercussões na prática do direito.
 Sugestão de gabarito: Analisar os fenômenos sob uma ótica interdisciplinar (sociológica, antropológica etc.) e comparar com o enfoque legalista do direito, que enfatiza a questão da validade formal da norma (vigência) e não de sua eficácia social
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Aula 06
O CASO DA UNIÃO HOMOAFETIVA
Diz o art. 226, § 3° , da Constituição da República: "Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento". O art. 1.723 do Código Civil, por sua vez, estabelece: "É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família". No julgamento sobre a matéria pelo STF (ADI 4277, Rel. Min. Ayres Britto), estabeleceu o STF interpretação conforme a Constituição do art. 1.723 do Código Civil, vetando o preconceito e a discriminação e excluindo da exegese desse dispositivo qualquer significado que impeça o reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre pessoas do mesmo sexo como família, idêntica à união estável heteroafetiva.
Analise essa decisão do STF tendo em conta uma visão sistêmica do ordenamento jurídico brasileiro.
Sugestão de gabarito: Segundo o STF, o direito à liberdade de orientação sexual é direta emanação do princípio da dignidade da pessoa humana, inclusive no sentido de se tratar de direito à auto-estima e à busca da felicidade. 
Deu ênfase, o STF, ao § 2° do art. 5° da Constituição, reconhecendo direitos fundamentais não expressamente enunciados no texto, emergentes do regime e dos princípios adotados pela Carta.
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Julgue os itens a seguir, relativos ao poder constituinte.
 I Historicamente, o poder constituinte originário representa a ocorrência de fato anormal no funcionamento das instituições estatais, geralmente associado a um processo violento, de natureza revolucionária, ou a um golpe de estado. 
II O poder constituinte originário é inicial, autônomo e incondicionado. 
III O poder constituinte originário retira o seu fundamento de validade de um diploma jurídico que lhe é superior e prévio. 
IV O poder de reforma é criado pelo poder constituinte originário, que lhe estabelece o procedimento a ser seguido e as limitações a serem observadas
V Quem tenta romper a ordem constitucional para instaurar outra e não obtém adesão ou sucesso na empreitada não exerce poder constituinte originário e pode vir a se submeter a processo criminal pela prática de crime.
 A quantidade de itens certos é igual a 
 a) 1.
 b) 2.
 c) 3.
 d) 4.
 e) 5.
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Julgue os itens a seguir, relativos ao poder constituinte.
 I Historicamente, o poder constituinte originário representa a ocorrência de fato anormal no funcionamento das instituições estatais, geralmente associado a um processo violento, de natureza revolucionária, ou a um golpe de estado. 
II O poder constituinte originário é inicial, autônomo e incondicionado. 
III O poder constituinte originário retira o seu fundamento de validade de um diploma jurídico que lhe é superior e prévio. 
IV O poder de reforma é criado pelo poder constituinte originário, que lhe estabelece o procedimento a ser seguido e as limitações a serem observadas. 
V Quem tenta romper a ordem constitucional para instaurar outra e não obtém adesão ou sucesso na empreitada não exerce poder constituinte originário e pode vir a se submeter a processo criminal pela prática de crime.
 A quantidade de itens certos é igual a 
 a) 1.
 b) 2.
 c) 3.
 d) 4. A quantidade de itens certos é igual a 4 (itens I, II, IV e V).
 e) 5.
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Em sua Teoria Pura do Direito, Hans Kelsen concebe o Direito como uma "técnica social específica". Segundo o filósofo, na obra O que é justiça?, "esta técnica é caracterizada pelo fato de que a ordem social designada como 'Direito' tenta ocasionar certa conduta dos homens, considerada pelo legislador como desejável, provendo atos coercitivos como sanções no caso da conduta oposta". 
Tal concepção corresponde à definição kelseniana do Direito como
  a) uma ordem estatal facultativa.
 b) uma ordem axiológica que vincula a interioridade.
 c) um veículo de transformação social.
 d) uma ordem coercitiva.
 e) uma positivação da justiça natural.
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1. A completude do ordenamento jurídico tem como premissa a:
(A) autossuficiência normativa da ordem jurídica.
(B) eventual existência de antinomias jurídicas.
(C) a permeabilidade do direito estatal a outras fontes de normatividade.
(D) o caráter assistemático da ordem jurídica.
(E) a não recepção pelo direito interno de normas internacionais.
2. Sobre o ordenamento jurídico como um sistema normativo, é possível afirmar que:
(A) pode ser formado por apenas uma norma.
(B) as normas se apresentam integradas.
(C) inexiste uma hierarquia normativa.
(D) admite-se a existência de lacunas normativas.
(E) há somente limites materiais ao poder normativo.
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QUESTÃODISCURSIVA
No direito brasileiro, vigoram normas que fornecem ao juiz o instrumental necessário para que ele decida o caso concreto, mesmo nas situações em que não haja legislação tratando do tema. Com base no estudo efetuado nessa unidade, discorra sobre a completude do ordenamento jurídico e os instrumentos técnicos de aplicação, voltados à sua garantia.
A completude do ordenamento jurídico é muito mais do que uma mera premissa metodológica ou doutrinária, sendo um elemento fundamental para a garantia do monopólio da criação do direito por parte do Estado. Somente se pode restringir o direito às prescrições normativas criadas pelo Estado quando se cria algum mecanismo gerador de normas naquelas situações não antevistas
pelo legislador.
As regras de completude do direito são exatamente aquelas contidas nos artigos 126 e 127 do Código de Processo Civil e no art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB).
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Aula 7
Ao realizar em um paciente, senhor Benedito, uma cirurgia para a retirada de vesícula, o médico, doutor Relapsoaldo, esqueceu um pedaço de gaze na região abdominal. O lamentável evento causou no paciente grave processo inflamatório, do qual, segundo a perícia técnica, resultou um ano de doloroso tratamento para que todo o corpo estranho fosse retirado do organismo lesado. A cirurgia foi realizada na Casa de Saúde Distração LTDA, pelo médico citado que, é preposto da mesma (é funcionário nomeado para que represente a empresa em determinado assunto).
Diante da situação que envolve senhor Benedito e a Casa de Saúde, responda:
a)Identifique as espécies de relações jurídicas apresentadas.
Gabarito sugerido:.  Em relação ao sujeito: concreta; complexa; autônoma (principal); de direito privado; direito civil.
Em relação ao objeto: obrigacional de fazer;
Quanto ao efeito jurídico: relativa.
b)Identifique os sujeitos da relação jurídica.
Gabarito sugerido:. Senhor Benedito e Casa de Saúde Distração LTDA
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c)Identifique o objeto da relação jurídica apresentada. Justifique a resposta.
Gabarito sugerido:.  Prestação se serviços médicos (uma cirurgia de retirada de vesícula);
Justificativa: o objeto é o que se procura alcançar com a relação jurídica;
d)Identifique o fato jurígeno da relação jurídica apresentada. Justifique a resposta.
Gabarito sugerido:.  Contratação da cirurgia para a retirada da vesícula, ou seja, a contratação de serviços médicos.
Justificativa: é o fato idôneo que, ao ocorrer, cria direitos e deveres aos sujeitos da relação jurídica.
e)Identifique o vínculo de atributividade da relação jurídica apresentada. Justifique a resposta.
Gabarito sugerido:. O vínculo inicia com a ocorrência do fato jurígeno e  perdura até que o sujeito seja ressarcido do dano ao qual foi submetido.
Justificativa: Vínculo de atributividade ou jurídico (Nexo jurídico) . É o vínculo que garante a pretensão do titular do direito, ainda que o devedor insista em não cumprir sua obrigação.
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QUESTÕES OBJETIVAS 
As relações jurídicas são aquelas relações sociais que possuem uma previsão legal, mas nem todas as relações sociais são jurídicas.As relações jurídicas nos levam a determinados atos jurídicos com previsão nas normas jurídicas. Assim, são normas jurídicas e normas do trato social, respectivamente: 
a. ( ) Proibição de chegar atrasado à escola e proibição de dar gargalhadas em um velório. 
b. ( ) Proibição de dar gargalhadas em um velório e limite de velocidade em rodovias. 
c. (X ) Obrigação de pagar IPVA e proibição de dar gargalhadas em um velório. 
d. ( ) Proibição de chegar atrasado à escola e Obrigação de pagar IPVA.
1. Das situações adiante descritas, indique aquela que representa uma relação jurídica e justifique sua resposta.
Ir à Igreja aos domingos.
Ajudar alguém a atravessar uma rua.
Comprar um café na cantina.
Respeitar uma fila.
 
Gabarito: C porque trata-se de relação contratual, portanto, fato jurídico.
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2. Na hora do intervalo, você se dirigiu à cantina da faculdade e lá adquiriu um café e um salgado, realizando o pagamento à vista. Sobre esta relação é correto afirmar que:
Trata-se de uma relação meramente social, uma vez que o Direito não tem sobre ela qualquer interesse.
Trata-se de uma relação jurídica em que o sujeito ativo em relação ao café e o salgado é a cantina.
Trata-se de uma relação jurídica em que o sujeito passivo em relação ao pagamento em dinheiro é a cantina.
Trata-se de uma relação jurídica em que o fato gerador é um contrato de compra e venda.
Trata-se de uma relação social, pois não há nenhum tipo de contrato identificado na hipótese.
3. Sobre a Teoria da Relação Jurídica é correto afirmar que:
Toda relação jurídica é uma relação social e, por isso, toda relação social também será uma relação jurídica.
Relação jurídica é o vínculo entre duas ou mais pessoas conferindo-se a uma ou algumas delas o direito subjetivo de exigir da(s) outra(s) o cumprimento de um dever.
A relação jurídica confere ao sujeito ativo um direito objetivo que, uma vez exercido, implicará na faculdade de agir do sujeito passivo.
A sanção é uma norma primária que decorre do descumprimento de um dever norma secundária pelo sujeito passivo.
O fato gerador é irrelevante para a caracterização de uma relação social como relação jurídica.
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(PC-ES-Delegado-2013) Quanto à personalidade, pode-se afirmar que o nascituro: 

É considerado juridicamente pelo direito brasileiro pessoa. 


Pode receber doação, sem prejuízo do recolhimento do imposto de transmissão. 


Pode ser beneficiado por legado e herança. 


Tem direito à realização do exame de DNA, para aferição de paternidade, como decorrência da proteção que lhe é conferida pelos direitos da personalidade.
Estão corretas apenas as afirmativas:
		a) I e II.
		b) I e III.
		c) II e IV.
		d) I, II e IV.
		e) II, III e IV.
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Analise a seguinte decisão e responda:
Nesta tarde você se dirigiu a um supermercado de seu bairro e lá adquiriu um pacote de macarrão, um molho de tomate e queijo ralado produtos com os quais você faria à noite uma macarronada. Com o macarrão pronto, você abriu o molho de tomate e o jogou por cima da massa. Antes de levar o prato à mesa, no entanto, você notou algo estranho em meio ao molho e, olhando mais atentamente, notou tratar-se de objeto estranho e plastificado que com certeza tinha estado dentro da lata de tomate. Sabe-se que faltando o fornecedor ao dever de adequação e qualidade de seus produtos, surge o dever de repara os danos provocados. Pergunta-se: 
A que ramo do Direito se refere o tema tratado na decisão? Direito Privado - Direito do Consumidor.
Pode-se afirmar que existe uma relação jurídica no caso em análise? Justifique sua resposta. Sim, existe uma relação jurídica entre o consumidor (adquirente do produto) e o fabricante do molho de tomate que tinha o dever jurídico de manter e controlar a qualidade de seu produto e não o fez. A relação jurídica confere ao consumidor o direito subjetivo a pleitear indenização do fabricante do molho de tomate.
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Identifique: sujeito ativo e passivo; objeto imediato e mediato e o fato gerador do vínculo jurídico. Sujeito ativo: consumidor. Sujeito passivo: fornecedor do molho de tomate. Objeto imediato: obrigação de dar. Objeto mediato: indenização. Fato jurídico gerador do vínculo: inobservância do dever de adequação e qualidade do produto colocado no mercado de consumo.
Utilizando todas as classificações das espécies de relação jurídica, classifique.Concreta, simples, principal, privada, obrigacional, relativa, informal, não durável, bilateral.
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Aula 8
Carlos Eduardo de Assis é um jovem economista, gerente adjunto do Banco Street Corner S.A., onde trabalha há mais de três anos. Aproveitou o dia de hoje para ir ao sindicato de sua categoria profissional para sindicalizar-se e propor uma ação pleiteando horas extras trabalhadas e não recebidas em face de seu patrão e ir à imobiliária pagar o aluguel do mês que vencia naquele mesmo dia. Na hora do almoço recebeu a grata visita de sua tia Laurinha que o informou haver colocado seu nome como o único herdeiro em seu testamento. No entanto, ao final do dia teve o desprazer de receber uma carta de demissão por parte de seu gerente titular. Que dia estranho foi aquele!...
A partir do caso concreto narrado, identifique no texto:
Um direito subjetivo
Um dever jurídico
Um direito potestativo
A seguir, conceitue direito absoluto:
Um direito subjetivo - sindicalizar-se, herdar, propor ação.
Um dever jurídico – pagar o aluguel
Um direito potestativo – o direito do patrão de admitir ou demitir.
É aquele que qualquer pessoa pode ser obrigada a observar como o direito
de propriedade, o direito à saúde, o direito à vida, que se impõe erga omnes. Será o direito subjetivo absoluto quando o sujeito passivo da relação jurídica for indeterminado (membros de uma coletividade).
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QUESTÃO OBJETIVA
1- O Direito subjetivo pode ser considerado como:
(a) O poder reservado aos magistrados de exigir de outrem determinado comportamento.
(b) Um conceito originário do “socialismo jurídico”.
(c) Um poder conferido pela norma jurídica para a ação de um sujeito e de exigir de outrem determinado comportamento..
(d) Um interesse individual objetivo e determinado pela moral de exigir de outrem determinado comportamento..
(e) Uma ficção jurídica.
2 - São exemplos de direitos subjetivos, EXCETO:
(a) O direito de você gozar as férias.
(b) O direito de se propor uma ação.
(c) O direito de alguém manifestar o seu pensamento.
(d) O direito que protege a relação de consumo.
(e) O direito de se contrair núpcias.
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Analise as seguintes assertivas:
Divórcio é um direito potestativo.
Poder familiar é uma obrigação.
Dever de fidelidade recíproca no casamento é uma faculdade jurídica.
Pagar o aluguel é decorrente de uma obrigação.
Abrir o inventário é um ônus jurídico.
 Estão corretas as relações realizadas em:
I, II e III.
IV e V.
III, IV e V.
I, III e IV.
I e III.
2(TRT 9a. Região - Juiz do Trabalho 2012) Considerando a teoria do Direito Civil acerca das locuções "direito objetivo" e "direito subjetivo", assinale a alternativa incorreta:
O direito subjetivo associa-se à noção de "facultas agendi".
Visto como um conjunto de normas que a todos se dirige e a todos vincula, temos o "direito subjetivo".
Direito subjetivo é a prerrogativa de invocação da norma jurídica, pelo titular, na defesa do seu interesse.
Visto sob o ângulo subjetivo, o direito é o interesse juridicamente tutelado (Ihering).
O direito objetivo refere-se a um conjunto de regras que impõem à conduta humana certa direção ou limite. Ele descreve condutas obrigatórias e comina sanções pelo comportamento diverso dessa descrição
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3. a. O efeito imediato da lei nova significa que os negócios jurídicos praticados com base na lei antiga devem ser ratificados, sob pena de não valer à face do artigo 5º, XXXVI, da Constituição Federal.
		b. A Constituição Federal de 1988 não recepcionou a primeira parte do artigo 6º da Lei de Introdução ao Código Civil (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro), que prescreve o efeito imediato da lei.
 		c. O efeito imediato da lei nova significa que ela atinge as partes posteriores dos fatos pendentes e não é incompatível com a regra constitucional que preserva o direito adquirido dos efeitos da lei nova.
		d. O artigo 6º da Lei de Introdução ao Código Civil (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro) é contraditório e por isto se auto-revogou.
e. O artigo 5º, XXXVI, da Constituição Federal revogou tacitamente a primeira parte do artigo 6º da Lei de Introdução ao Código Civil (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro), não mais se admitindo o efeito imediato da lei nova.
4 Assinale a alternativa correta quanto à classificação dos direitos subjetivos.
O direito à saúde é considerado um direito absoluto e intransmissível.
Os ditos direitos de personalidade são direitos patrimoniais e renunciáveis.
O direito de exigir os juros decorrentes de um contrato de empréstimo é considerado um direito principal.
O direito ao nome é considerado um direito derivado e transmissível.
Os direitos autorais são considerados direitos subjetivos públicos e irrenunciáveis.
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Carlos e Adriana estiveram casados por 20 anos. Mas Carlos arranjou agora um novo amor e propôs ação de divórcio em face de Adriana, de quem ouviu em alto e bom tom: não lhe concederei o divórcio, não assinarei nenhum papel uma vez que o dever de fidelidade recíproca é um dever jurídico imposto pela lei. De acordo com as posições jurídicas estudadas, pode-se afirmar que Adriana tem razão? Justifique sua resposta.
 
Gabarito: o divórcio é forma de dissolução do vínculo conjugal que pode ser, inclusive, requerida unilateralmente uma vez que se trata de uma faculdade jurídica, ou seja, aquele que o requer tem um poder de agir para satisfação de um interesse legítimo. Adriana tem razão em afirmar que a fidelidade recíproca é um dever jurídico imposto pela lei (art. 1.566, CC), mas a sua aceitação não é condição para a concessão do divórcio uma vez que se trata este de faculdade jurídica.
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Aula 09
Aconteceu nas férias
 
Finalmente de férias. Ana Maria colocou o biquíni de bolinha amarelinha e seguiu Marcelo direto para a praia. E qual não foi sua surpresa ao descobrir que no final da praia num canto aprazível, cercado de palmeiras e jangadas que saiam e chegavam cheinhas de peixes, havia uma praia de naturismo. Isso mesmo. Tudo mundo nu em pêlo. Ana Maria desviou o olhar, meio sem graça. Mas, não pode evitar o constrangimento quando Marcelo gritou para que tirasse o biquíni e o acompanhasse até o local onde todos se divertiam a valer completamente pelados, pois era costume.
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a) A prática de naturismo pode ser entendida como costume jurídico?
Resposta: O naturismo não pode ser entendido como costume, por não reunir os dois elementos essenciais, quais sejam: objetivo – prática reiterada da conduta e subjetivo – convicção da obrigatoriedade. Assim, o naturismo pode até ser entendido como um costume social dependendo da moral social, mas não jurídico.
 
b) Em que espécie de costume se enquadra o naturismo?
Resposta: Costume contra legem, uma vez que sua prática viola preceito do artigo 233 do Código Penal. Sua admissibilidade dá-se em razão do reconhecimento de pessoas com estilos de vida diferentes, que também precisam ser tutelados, desde que tais comportamentos não violem a ordem pública, daí a delimitação de um espaço para que tal prática seja realizada.
c) O artigo 233 do Código Penal foi revogado pelo costume? E por alguma decisão do STJ?
Resposta: Não. Os costumes contra legem não podem revogar lei. Uma lei somente pode ser revogada por outra lei, conforme preceitua o artigo 2° da LICC. Pela decisão do STJ também não, pois decisão judicial não revoga lei, somente as declaratórias de inconstitucionalidade.
d) Pode o costume revogar a lei?
Resposta: Levando em consideração o fato do nosso direito apresentar uma origem romano-germânica, caracterizando o sistema legalista, temos que nosso o primado é da lei. Neste sentido a LICC, no seu art. 2º, estabelece que uma lei só pode ser revogada por outra.
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A respeito do processo legislativo na Constituição Federal de 1988, analise as afirmativas a seguir: 
I. O Presidente vetará projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, se considerá-lo, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público. O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea. 
II. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei. As medidas provisórias vigoram imediatamente, mas perderão sua eficácia desde sua edição, se não forem convertidas em lei pelo Congresso Nacional, no prazo previsto na Constituição. 
III. O processo legislativo compreende a elaboração de emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções. 
Assinale: 
(a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(b) se apenas a afirmativa I estiver correta.
(c) se apenas a afirmativa III estiver correta.
 (d) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
 (e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
I- No plano jurídico, fontes do Direito expressam a origem das normas jurídicas, podendo-se classificar as fontes em dois grandes blocos, designados de fontes materiais e fontes formais.
II - As fontes materiais enfocam o momento pré jurídico, constituindo-se nos fatores
que conduzem à emergência e construção da regra de Direito.
III - As fontes formais enfocam o momento tipicamente jurídico, considerando a regra já plenamente construída, os mecanismos exteriores e estilizados pelos quais essas regras se revelam para o mundo exterior, ou seja, os meios pelos quais se estabelece a norma jurídica.
IV - Os costumes são fontes do direito.
Assinale: 
(a) todas as proposições estão corretas
(b) apenas quatro proposições estão corretas
 (c) apenas três proposições estão corretas
 (d) apenas duas proposições estão corretas.
(e) apensas uma proposição está correta.
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Aula 10
QUESTÃO OBJETIVA
1 Leia as afirmações abaixo:
I - Por analogia estende-se a um caso não previsto aquilo que o legislador previu para um caso semelhante, em igualdade de razões, preenchendo uma lacuna na lei.
II - Na interpretação extensiva supõe-se que a norma existe, sendo passível de aplicação ao caso concreto, desde que sua abrangência seja estendida além do que usualmente se faz. 
III - Quando se afirma a existência de uma lacuna legal e se nega a aplicação de norma por analogia ao caso concreto, o operador jurídico ainda pode utilizar os princípios gerais de direito para a solução do conflito.
a) todas as proposições estão corretas
 b) somente as proposições I e II estão corretas
 c) somente as proposições II e III estão corretas
 d) somente a proposição I está correta.
 e) somente a proposição II está correta.
2- Correlacione as fontes do Direito abaixo apontadas e as afirmativas a elas referentes:
I - Doutrina II - Jurisprudência III – Costume IV - Lei
 X - Influencia fortemente o Direito por traduzir reiteração de decisões contenciosas.
Y - Tem tido utilização crescente nos demais ramos do direito, sendo importante para o Direito em razão da deficiência da legislação.
Z - Distingue as regras que convêm a cada um dos sub-ramos do saber jurídico e influi tanto na elaboração da Lei quanto nas decisões contenciosas ou não contenciosas.
A relação correta é:
 a) I - X; II - Z; III - Y
 b) I - Y; II - X; IV - Z
 c) I - Y; III - Z; IV - X
 d) I - Z; II - X; III - Y
 e) II - Z; III - Y; IV - X
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1 - Com frequência o termo hermenêutica jurídica é usado como sinônimo de interpretação da norma jurídica. MIGUEL REALE, por exemplo, fala em "hermenêutica ou interpretação do Direito", em suas Lições Preliminares de Direito. CARLOS MAXIMILIANO, por sua vez, distingue "hermenêutica" e "interpretação"; aquela seria a teoria científica da arte de interpretar; esta seria a aplicação da hermenêutica; em suma, a hermenêutica seria teórica e a interpretação seria de cunho prático, aplicando os ensinamentos da hermenêutica. Outros autores dão ao vocábulo um sentido mais amplo, que abrange a interpretação, a aplicação e a integração do Direito.  Com base nessas informações, conclui-se que:
(A) Não há necessidade de interpretação quando a norma é "clara, ou seja, "in claris cessat interpretatio" (dispensa-se a interpretação quanto o texto é claro).
(B) Um dos elementos que encerra o conceito de interpretação da norma é fixar o seu alcance: significa delimitar o seu campo de incidência; é conhecer sobre que fatos sociais e em que circunstâncias a norma jurídica tem aplicação.
(C) Quando se fala em interpretação da norma está-se referindo tão somente às leis, na medida em que somente as leis são utilizadas como fundamentos das decisões judiciais que precisam dessa interpretação jurídica.
(D) O trabalho do intérprete apenas é necessário quando as leis são obscuras. A interpretação nem sempre é necessária, a não ser que sejam obscuras ou pouco claras as palavras da lei ou de qualquer outra norma jurídica.
(E) A hermenêutica jurídica leva em conta o estado de espírito do intérprete da norma que pode influir nesta interpretação, razão pela qual a hermenêutica não pode ser considerada uma ciência.
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1. A interpretação da lei pode ser classificada em:
a) doutrinária, jurisprudencial e restritiva
b) restritiva, costumeira e jusnaturalista
c) analógica, extensiva e jurisprudencial
d) analógica, costumeira e extensiva
e) jurisprudencial, doutrinária e jusnaturalista.
2. Sobre a interpretação autêntica da lei, pode-se afirmar que é aquela que decorre da atuação:
a) do Poder Judiciário
b) do Poder Executivo
c) do Poder Legislativo.
d) do Ministério Público
e) da Ordem dos Advogados do Brasil.
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3. Em se tratando do conflito de leis no tempo, pode-se dizer que:
a) a lei revogada recupera sua eficácia quando a lei revogadora é revogada.
b) a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência, salvo determinação expressa.
c) a lei revogada pode ser aplicada em caso de lacuna na lei revogadora.
d) o fato, uma vez tratado em lei, não pode mais deixar de ser disciplinado pela legislação.
e) a lei revogadora pode alterar a coisa julgada fundada na lei revogada.
4. De acordo com a Teoria do Ordenamento Jurídico de Norberto Bobbio, pode-se afirmar o seguinte sobre os critérios de solução de antinomias jurídicas:
a) o critério temporal prevalece sobre o critério hierárquico.
b) a impossibilidade de aplicação dos critérios temporal, hierárquico e de especialidade da norma inviabiliza a solução da antinomia.
c) a possibilidade de aplicação simultânea dos critérios temporal, hierárquico e de especialidade da norma inviabiliza a solução da antinomia.
d) não há critérios de solução de antinomias jurídicas, simplesmente porque elas nunca ocorrem no ordenamento jurídico.
e) o critério da especialidade da norma prevalece sobre o critério temporal.
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Aula 12
4. De acordo com a Teoria do Ordenamento Jurídico de Norberto Bobbio, pode-se afirmar o seguinte sobre os critérios de solução de antinomias jurídicas:
a) o critério temporal prevalece sobre o critério hierárquico.
b) a impossibilidade de aplicação dos critérios temporal, hierárquico e de especialidade da norma inviabiliza a solução da antinomia.
c) a possibilidade de aplicação simultânea dos critérios temporal, hierárquico e de especialidade da norma inviabiliza a solução da antinomia.
d) não há critérios de solução de antinomias jurídicas, simplesmente porque elas nunca ocorrem no ordenamento jurídico.
e) o critério da especialidade da norma prevalece sobre o critério temporal
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3. Em se tratando do conflito de leis no tempo, pode-se dizer que:
a) a lei revogada recupera sua eficácia quando a lei revogadora é revogada.
b) a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência, salvo determinação expressa.
c) a lei revogada pode ser aplicada em caso de lacuna na lei revogadora.
d) o fato, uma vez tratado em lei, não pode mais deixar de ser disciplinado pela legislação.
e) a lei revogadora pode alterar a coisa julgada fundada na lei revogada.
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6. Examine as situações em que o direito brasileiro admite a aplicação retroativa da lei e os seus limites:
a) A norma que atinge os efeitos de atos jurídicos praticados sob o império da lei revogada é retroativa, tem eficácia pretérita; a que não se aplica a qualquer situação jurídica constituída anteriormente é irretroativa, hipótese em que a norma revogada permanece vinculante para os casos anteriores à sua revogação.
 b) Em princípio, as leis não devem retroagir; em face do seu caráter prospectivo, devem disciplinar situações futuras. O fundamento maior do princípio da irretroatividade, consagrado na doutrina, e pela generalidade das lês legislações, é a proteção do indivíduo contra possível arbitrariedade do legislador. Se fosse admitida a retroatividade como princípio absoluto, a segurança do indivíduo não ficaria preservada.
 c) A eficácia retroativa das leis é, portanto, excepcional; não se presume, devendo provir de texto expresso.
 
Temos ainda que a Constituição Federal, na verdade, não proíbe a retroatividade da lei, a não ser da lei penal que não beneficia o réu (art. 5º, XL, CF), e resguardados sempre o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada (art. 5º, XXXVI, CF).
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Haroldo Bernardes celebrou em 10 outubro de 1986 contrato de assistência médico-hospitalar para si e sua família com a empresa de assistência médico-hospitalar S.O.S. HELP S.A. Em novembro de 1987 foi acometido por uma doença cardiovascular que o levou à colocação em seu corpo de um marca-passo, cujo custo foi pago pelo próprio Haroldo Bernardes, uma vez que em seu contrato de assistência médico-hospitalar não havia previsão de tal cobertura.
Em 1995, Haroldo Bernardes ingressa com ação judicial pretendendo a restituição dos valores gastos com os exames e o marca-passo não cobertos por seu plano de assistência, mais danos morais, em razão da recusa ao fornecimento do material, que ele reputa injusta.
Em sua contestação a empresa de assistência médico-hospitalar S.O.S. HELP S.A.  alega que o contrato é anterior à Constituição da República de 1988 e ao Código de Proteção e Defesa do Consumidor, Lei n° 8078/90, que prevêem, respectivamente, a proteção à dignidade humana e a proteção ao consumidor. (Apelação Cível ? 2006.001.58180 ? TJ/RJ).
SUGESTÃO DE GABARITO
a)    Infelizmente a sentença deverá negar o pedido de Haroldo, posto que, o contrato fora celebrado sob a égide da legislação que vigorava à época de sua celebração. Portanto, não será possível a retroatividade da CF que é de 1988 e do CDC que é de 1990, pois deverá ser respeitado o ato jurídico perfeito como garantia do princípio da irretroatividade da lei e da segurança nas relações jurídicas, afinal o contrato foi assinado em 1986, pois a manutenção da segurança se constitui numa das finalidades do Direito.
b)    Os limites são aqueles estabelecidos no art. 6º da LINDB e no art. 5º , XXXVI, da CF/88. Nesses termos, a lei, nas hipóteses de retroatividade, devem respeitar tanto a decisões judiciais definitivas, quanto os atos jurídicos celebrados perfeitos e acabados e os direitos que já fora incorporados definitivamente ao patrimônio da pessoa.

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