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Degeneração

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Patologia- Degenerações e morte celular
Degeneração Hidrópica:
Caracterizada por vacúolos de água no citoplasma, de tamanho e quantidade variados.
Podem ser: grandes e únicos, pequenos e numerosos, isolados ou confluentes
Podem ser causadas por: hipóxia; infecções bacterianas e virais
2- Hipertermia exógena ou endógena; ATP;
3-toxinas que lesam diretamente a membrana;
4-substâncias inibidoras de ATPase Na/K dependente.
A penetração de água no citoplasma deve-se ao aumento da permeabilidade da membrana celular.
Pode acontecer no fígado e no coração
Degeneração hialina:
Células ficam com aspecto de vidro (hialinas)
Características gerais da célula:
Aspecto homogêneo, compacto, semelhante ao vidro (transparente e brilhoso)
Divididas em: degenerações hialinas celulares e degenerações hialinas conjuntivas
Degenerações hialinas celulares:
Corpúsculo de Russell:
São encontrados nos processos inflamatórios crônicos, ricos em plasmócitos, dos quais se originam.
Apresentam-se no citoplasma dos plasmócitos e livres no tecido.
Degeneração Hialina Goticular Renal:
Caracteriza-se por numerosas gotículas hialinas, de variados tamanhos.
Localizam-se no citoplasma das células dos túbulos renais
A permanência das gotículas depende da natureza da proteína
Proteínas homólogas permanecem menos tempo que as heterólogas, devido à sua rápida metabolização pelo epitélio tubular
A metabolização é à custa de enzimas contidas nos lisossomos
Corpúsculo de Mallory
É frequente em alcoólatras crônicos
Pode ocorrer na ausência do alcoolismo, na hipóxia e na Avitaminose A
Apresenta-se como massas hialinas, de tamanho variado e forma irregular, à maneira de grumos, no citoplasma do hepatócitos
Pode acontecer por: absorção anormal de proteína sanguínea pelo hepatócito , que não pode elaborá-la e secreta-la; 2- proteína oriunda do RER, que não pode ser utilizado pela célula; distúrbio no sistema de transporte intracelular ou distúrbio de secreção proteica
É provável que seja uma degeneração irreversível e cause a morte celular.
Degeneração Gordurosa/Esteatose:
Acúmulo anormal reversível de lípides no citoplasma de células parenquimatosas (principalmente de túbulos renais, hepatócitos, e fibras do miocárdio - células que normalmente metabolizam muita gordura) onde normalmente lípides não seriam evidenciados histologicamente, formando vacúolos (pequenos e múltiplos ou único e volumoso) em consequência de desequilíbrios na síntese, utilização ou mobilização
A degeneração é comum no fígado, epitélio tubular renal e miocárdio, mas pode esta também nos músculos esqueléticos e pâncreas.
A lesão aparece todas as vezes que um agente interfere no metabolismo dos ácidos graxos da célula aumentando sua síntese ou dificultando sua utilização, transporte ou excreção.
A esteatose é causada por agentes tóxicos, hipóxia, alterações na dieta e distúrbios metabólicos de origem genética.
Em condições normais , os hepatócitos retiram da circulação ácidos graxos e triglicérides provenientes da absorção intestinal e da lipólise no tecido adiposo;
 os ácidos graxos são utilizados para:
1- produção de colesterol e seus ésteres;
2-síntese de lipídeos complexos e triglicérides
3-para gerar energia através da B-oxidação até
acetil CoA e formação de corpos cetônicos.
Os agentes lesivos causam esteatose hepática por interferirem no metabolismo lipídico:
Aumento da síntese de lipídeos por maior aporte de ácidos graxos decorrente da lipólise, de ingestão excessiva ou pela produção de ácidos graxos a partir do excesso de acetilCoA que não encontra condições de rápida oxidação no Ciclo de Krebs;
Redução na utilização dos triglicerídeos ou ácidos graxos para síntese de lipídeos mais complexos, devido a carência de fatores nitrogenados e de ATP;
Menor formação de lipoproteínas por deficiência na síntese das apoproteínas
Distúrbios no deslocamento e fusão das vesículas que contém as lipoproteínas com membrana plasmática, em decorrência de alterações funcionais do citoesqueleto.
Agentes etiológicos:
Hipóxia: leva a uma redução da síntese de ATP, que leva a um aumento de ácidos graxos em decorrência do excesso de acetilCoA, cuja oxidação no ciclo de Krebs está diminuída;
Desnutrição proteico-calórica
A carência de proteínas leva a deficiência de fatores lipotrópicos.
Ingestão calórica deficiente causa mobilização de lipídeos do tecido adiposo, aumentando o aporte de ácidos graxos;
Agentes toxicológicos: lesam o REG diminuindo a síntese proteica, afetando a síntese das lipoproteínas.
Esteatose hepática:
Não-alcoólica: 
Formação de corpos hialinos de Mallory, necrose, inflamação e fibrose, podendo se tornar uma cirrose hepática.
Ocorre devido a alteração no metabolismo dos ácidos graxos nos tecidos não adiposos 
O controle no metabolismo dos ácidos graxos em tecidos não adiposos depende da leptina (enzima) que age no SNC inibindo o apetite
Aspectos morfológicos da Esteatose:
Fígado: aumento de volume e peso, tem consistência diminuída, bordas arredondadas e coloração amarelada.
Coração: pode ser difusa; órgão fica pálido, com consistência diminuída.
Rim: aumento de volume e peso, tornando o órgão amarelado
Microscópicamente
Os triglicerídeos se depositam em pequenas vesículas ou glóbulos revestidos por membrana (lipossomos)
Esteatose macrovesicular: os hepatócitos apresentam um grande vacúolo de gordura no citoplasma, o que desloca o núcleo para a periferia da célula e lhe confere aspecto de adipócito.
Esteatose microvesicular: a gordura se distribui geralmente para a periferia da célula, permanecendo o núcleo centralizado.
Evolução e consequências:
No fígado os hepatócitos repletos de gordura podem se romper e formar verdadeiros lagos de gordura (cistos gordurosos), podendo ocorrer reações inflamatórias.
No coração, os triglicerídeos se depositam em pequenos glóbulos dispostos ao longo das miofibrilas 
Nos rins, aparecem em pequenos glóbulos que podem coalescer e formar vesículas maiores, mas raramente produzem grande deformidade nas células.
Lipidoses 
Lipidoses são acúmulos intracelulares de outros lipídeos que não triglicerídeos
Em geral, trata-se de depósitos de colesterol e seus ésteres.
As lipidoses são localizadas ou sistêmicas.
Depósitos de colesterol podem ser formados nas artérias (aterosclerose), na pele (xantomas) e em sítios de inflamações crônicas
Características:
Macro:
Os depósitos de colesterol são vistos como placas amareladas, amolecidas.
Micro:
os macrófagos e as céls. Musculares lisas aparecem tumefeitas, microvaculadas, adquirindo aspecto esponjoso ou espumoso.
Quando essas céls. se rompem, o colesterol passa para o interstício e forma cristais romboídes, com proliferação do tecido, colagenização da íntima e calcificação destes deposito de colesterol caracterizando a aterosclerose.
Xantomas:
São lesões na pele sob a forma de nódulos ou placas que, quando superficiais, têm coloração amarelada. Microscopicamente, são formados por aglomerados de macrófagos espumosos, carregados de colesterol.
Os xantomas surgem geralmente em pessoas com aumento do colesterol sérico, embora possam ser encontrados sem hipercolesterolemia.
Esfingolipidoses:
São doenças de armazenamento de esfingolipídeos e seus produtos, por falta ou deficiência de enzimas lisossômicas.
As esfingolipidoses são doenças genéticas
Certas células acumulam esfingolipídeos no citoplasma, devido quase sempre à falta de uma enzima da via de degradação. Estas enzimas são chamadas genericamente de hidrolases, porque a quebra das ligações envolve uma molécula de água.
O substrato da enzima ausente ou defeituosa acumula-se, geralmente dentro de lisossomos
Para cada enzima que falta existe uma doença específica (às vezes mais de uma), com acúmulo de substâncias diferentes em órgãos diferentes, e com sintomatologia própria.
O citoplasma fica abarrotado de lisossomos contendo o lípide não digerido.
Glicogenoses:
Conhecida como doença de Von Gierke
É rara, hereditária,recessiva e ocorrente em crianças
Há acumulo de glicogênio no fígado 
As células hepáticas apresentam aumento de volume, ficam mais claras, e com contorno nítido 
O depósito de glicogênio dificulta o transporte intracelular e as transformações químicas
Há proliferação conjuntiva em substituição às células mortas, podendo levar ao quadro de cirrose hepática.
A causa do armazenamento é a carência hereditária da glicose-6-fosfatase, responsável pela degradação de glicogênio em glicose no RE.

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