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UNIP– UNIVERSIDADE PAULISTA Instituto de Ciências Humanas Curso de Psicologia O TRABALHO DO PSICÓLOGO SOCIAL NO COMBATE A DEPRESSÃO E SUICÍDIO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES Campus Assis – SP 2018 TALITA RAMOS DE OLIVEIRA UNIP– UNIVERSIDADE PAULISTA Instituto de Ciências Humanas Curso de Psicologia O TRABALHO DO PSICÓLOGO SOCIAL NO COMBATE A DEPRESSÃO E SUICÍDIO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES Trabalho elaborado para disciplina de Psicologia Social, sob orientação do Prof.° Vinícius Miranda. Campus Assis – SP 2018 TALITA RAMOS DE OLIVEIRA SUMÁRIO PÁG. 1. INTRODUÇÃO......................................................................... 4 2. METODOLOGIA...................................................................... 5 3. DESENVOLVIMENTO............................................................ 5 4. CONCLUSÃO........................................................................... 8 5. REFERÊNCIAS......................................................................... 9 4 1. INTRODUÇÃO A depressão é classificada como um transtorno de humor, que rege as atitudes dos sujeitos modificando-as, e moldando a percepção de si mesmos, passando a enxergar seus problemas como grandes catástrofes. Sendo considerada como a doença da sociedade moderna, a depressão pode apresentar características que descrevem uma patologia grave, ou ser apenas mais um sintoma do sujeito diante de uma situação real da vida, como melancolia. Visto isso, a depressão pode ser reconhecida pelos sintomas descritos como apatia, irritabilidade, perda de interesse, tristeza, atraso motor ou agitação, ideias agressivas, desolação e múltiplas queixas somáticas (insônia, fadiga, entre outros). Podendo sua ocorrência se diferenciar conforme o indivíduo e as características variáveis do contexto em que este está inserido. Nos dias atuais, incidência da depressão no meio dos jovens, vem crescendo cada vez mais, o que se pode considerar um sinal alarmante. Visto que, muitos estudos revelaram que a maioria dos suicídios está ligada a transtornos psiquiátricos, principalmente a depressão. Dessa maneira, o suicídio constitui-se, atualmente, em um problema de saúde pública mundial, pois está, em muitos países, entre as três principais causas de morte entre indivíduos de 15 a 44 anos e de 10 a 24 anos. Portanto, esse trabalho tem por objetivo, analisar e ponderar a atuação e a influência do psicólogo social no combate a depressão e ao suicídio em crianças e adolescentes. 2. METODOLOGIA O trabalho foi elaborado com base nos artigos obtidos no bando de dados da biblioteca digital SciELO (Scientific Electronic Library Online), presentes dentro da revista Homem e Sociedade. Foram pesquisadas as palavras “adolescentes”, “depressão”, “suicídio” e “família”, dos resultados obtidos, foram escolhidos os seguintes artigos “Afetividade e conflito familiar e sua relação com a depressão em crianças e adolescentes (TEODORO M. L. M.; et. al.)”; “Depressão na infância e adolescência — aspectos sociais (BARBOSA, L. H. S.)” e “Suicídio na adolescência: fatores de risco, depressão e gênero (BRAGA, L. L.; Aglio, D. D. D.)”. 5 3. DESENVOLVIMENTO A família incluí, segundo Teodoro (2010), além de ligações genéticas ou sanguíneas, e ligações ligadas por casamento ou qualquer relação de afetividade, uma cooperação econômica entre membros, em que se ajudam entre si, no cuidado com as crianças, e que se consideram um grupo intimamente conectado, isto é, íntimos fisicamente e emocionalmente no processo de relacionamento interpessoal, uma vez que, cada um possui um espaço de privacidade delimitado. Para muitos pesquisadores, o sistema familiar é considerado fundamental na socialização primária, e na formação da criança. Para Lane (2006) por exemplo, a família é o grupo necessário para garantir a sobrevivência do indivíduo, sendo considerada como qualquer sociedade moderna, regida por leis, normas e costumes que definem direitos e deveres dos seus membros. Segundo Teodoro (2010), a instituição familiar, propicia à criança e mais tarde ao adolescente, uma estrutura que garanta apoio relacionado a problemas de diversos âmbitos, como os sociais, escolares e financeiros, desse modo, ela estaria ligada no que diz respeito ao desenvolvimento cognitivo e emocional do sujeito, e ao mesmo tempo, com os problemas psicopatológicos relacionados a tais processos. Visto isso, a presença de uma relação saudável da criança com seus pais é um dos fatores importantes na prevenção de psicopatologias, estando diretamente ligada à qualidade dos cuidados e das relações interpessoais que são estabelecidas. Teodoro (2010), afirma, por exemplo, que uma relação de qualidade em um contexto familiar, proporciona suporte social contra a depressão, uma vez que, crianças e adolescentes que vivem em ambientes familiares com mais conflitos e menos suportes, estariam mais propícias ao desenvolvimento de sintomas depressivos. Já segundo Barbosa (1987), a depressão na infância e na adolescência, está relacionado ao constante processo de desestruturação e reestruturação em que o indivíduo se encontra, na qual está em busca de conhecer o seu próprio eu. Isso ocorre em função do desenvolvimento progressivo da personalidade, e em função dos antecedentes histórico-genéticos, do meio familiar e social, em que este processo se desenvolve. A busca por essa nova identidade, desencadeia tal processo, que causa profundas reações em toda a personalidade do adolescente ou da criança, reações que são tidas como um renascimento, ou seja, passagem e a transformação da infância para a adolescência. 6 A identidade social, é definida, segundo Lane (2006) pelo conjunto de papéis que desempenhamos. É neste sentido que entrariam, os processos de desestruturação e restruturação, pois os adolescentes começariam a questionar-se sobre o que são, o que fazem, quais os papéis que desempenha ou que deveria desempenhar. Lane (2006), afirma que estes papéis atendem, basicamente, à manutenção das relações sociais representadas, no nível psicológico, pelas expectativas e normas que os outros envolvidos esperam que sejam cumpridas, nesse caso se encaixariam a família e a escola, afinal de contas são essas as principais instituições que estabelecem normas, e influenciam na formação da identidade do sujeito. Assim, no adolescente a luta pela nova identidade, e a passagem por esses processos, estão presentes nos quadros de depressão. Na qual, neste estado, se queixam de um sentido confuso no que se refere ao seu “eu social”, em que em alguns momentos, se expressam apáticos, e em outros superativos, entretanto, sempre temem as críticas e a perda de autoestima, que no caso sempre se mostra em baixo índice. Desse modo, acredita-se que qualquer condição que se imponha ao ego, como sentimentos de estar e se sentir indefeso, podem desempenhar uma predisposição à depressão. No que diz respeito a esse processo, Barbosa (1987), acredita que existem diferentes formas de exteriorizar tais sintomas, como, por exemplo: alterações de conduta na escola, agressividade, inquietação, mecanismos esquizo-paranóides, confusionais e depressivos, além de tendências suicidas. Segundo Braga (2013), a depressão seria um dos fatores que predispõem ao comportamento suicida, uma vez que a presença de sintomas depressivos, como sentimentode tristeza, desesperança, falta de humor e de motivação, diminuição do interesse ou prazer, perda ou ganho significativo de peso, problemas de sono, capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se, entre outros, seriam importantes fatores de risco para o suicídio, dado que a adolescência também seria um fator de riso, por ser considerada um período propício tanto para a ideação quanto para as tentativas de tal ato, principalmente quando associada à depressão. Braga (2013), afirma por exemplo em seu artigo, que de acordo com a Organização Mundial da Saúde (World Health Organization - WHO, 2010), o suicídio constitui-se, atualmente, em um problema de saúde pública mundial, pois está, em muitos países, entre as três principais causas de morte entre indivíduos de 15 a 44 anos de idade, sendo as estáticas maiores ainda em jovens e adolescentes. Isso se dá, pelo fato dos adolescentes, na maioria das vezes, passarem por um momento de transformação da sua 7 identidade, que se encontra vulnerável e confusa, uma vez que o seu interior está em conflito com as variáveis externas. Esse cenário totalmente desordenado desencadeia sintomas depressivos, que quando não tratados levam a uma depressão profunda, que pode levar tentativa, ou até mesmo a consumação do suicídio. Esses sintomas por estarem intimamente vinculados a área da saúde, principalmente no que diz respeito á área psicológica, necessita de profissionais capacitados para a identificação e manejo de tais manifestações depressivas, relativas a tendência suicida. Dentro desse contexto, que o psicólogo social tem grande relevância uma vez que irá atuar na identificação, análise e encaminhamento de tais sintomas, afinal de contas estudará a dinâmica do suicídio e as características de gênero envolvidas nesse comportamento, que relacionam-se com fatores sociais como família, escola, sociedade e a suas interrelações, que dizem respeito a própria área de operação do psicólogo social, de forma que possa auxiliar na redução dos casos de depressão e suicídio em adolescentes e crianças. 4. CONCLUSÃO As relações familiares desempenham um importante papel na mediação do funcionamento cognitivo e emocional de seus membros, desse modo estão intimamente ligados no que diz respeito ao desenvolvimento de psicopatologias, como é o caso da depressão. Os sintomas de depressão, como tristeza, desesperança, falta de motivação e interesse pela vida fazem com que este transtorno seja um dos principais fatores de risco ao suicídio. Visto isso, a atuação do psicólogo social, no combate contra essas problemáticas, a depressão e consequentemente o suicídio, é de grande relevância, pois seu trabalho envolve o fortalecimento das redes de apoio dos adolescentes, envolvendo principalmente a família, grupos de ajuda e escola, promovendo relações mais satisfatórias e maior bem- estar, tendo em vista que os relacionamentos pessoais e a percepção de apoio ocupam um importante papel nessa etapa do ciclo vital. Dado que o suicídio na adolescência é um problema que diz respeito não apenas à família das vítimas, mas também aos profissionais de saúde e à comunidade como um todo, sendo necessários novos estudos que investiguem este fenômeno de forma detalhada, buscando uma maior compreensão de sua dinâmica, e possibilitando dessa maneira a elaboração de estratégias de prevenção e intervenção junto a essa população. 8 5. REFERÊNCIAS BARBOSA, L. H. S. Depressão na infância e adolescência — aspectos sociais. Cad. Saúde Pública vol. 3 no. 3; Rio de Janeiro, 1987. BRAGA, L. L.; Aglio, D. D. D. Suicídio na adolescência: fatores de risco, depressão e gênero. Contextos Clínic. vol. 6 no. 1; São Leopoldo, 2013. Lane, S. T. M. (2006). O Que é psicologia social. São Paulo: Brasiliense. TEODORO M. L. M.; et. al., Afetividade e conflito familiar e sua relação com a depressão em crianças e adolescentes. Psicol. Reflex. Crit. vol. 23 no. 2; Porto Alegre, 2010.