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Processo Civil – Execução 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da 
aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 
1 
www.cursoenfase.com.br 
Sumário 
PROGRAMA DE AULA ..................................................................................................................... 3 
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................. 3 
TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO ........................................................................................................ 3 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 4 
1.1 PODERES JURÍDICOS E EXECUÇÃO ................................................................................................... 4 
1.2 PROCESSO AUTÔNOMO DE EXECUÇÃO X FASE PROCEDIMENTAL EXECUTIVA ............................................. 5 
1.3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA .................................................................................................................. 6 
1.4 MOMENTO ATUAL ...................................................................................................................... 7 
2. COGNIÇÃO, MÉRITO E COISA JULGADA NA EXECUÇÃO ......................................................... 8 
2.1 COGNIÇÃO NA EXECUÇÃO ............................................................................................................. 8 
2.2 ADMISSIBILIDADE E MÉRITO DO PROCEDIMENTO EXECUTIVO. ............................................................... 8 
2.3 COISA JULGADA NA EXECUÇÃO ........................................................................................................... 8 
3. FORMAS EXECUTIVAS ........................................................................................................... 9 
4. PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO .................................................................................................. 11 
4.1. NULLA EXECUTIO SINE TITULO (PRINCÍPIO DO TÍTULO EXECUTIVO) .......................................................... 11 
4.2. NULLA TITULUS SINE LEGE .............................................................................................................. 11 
4.3 PRINCÍPIO DA PATRIMONIALIDADE (OU PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL) ............................ 12 
4.4 PRINCÍPIO DO DESFECHO ÚNICO (PRINCÍPIO DO RESULTADO) ................................................................. 24 
4.5 PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE DA EXECUÇÃO (ART. 775 DO CPC) ........................................................ 24 
4.6 LEALDADE E BOA-FÉ PROCESSUAL ..................................................................................................... 25 
4.7 PRINCÍPIO DA ATIPICIDADE DAS FORMAS EXECUTIVAS ........................................................................... 26 
4.8 PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA TUTELA ESPECÍFICA OU PRINCÍPIO DA MÁXIMA COINCIDÊNCIA POSSÍVEL ............... 27 
4.9 PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO ........................................................................................................ 28 
4.10 PRINCÍPIO DA MENOR ONEROSIDADE DA EXECUÇÃO ........................................................................... 28 
5. FORMAÇÃO DO PROCEDIMENTO EXECUTIVO ..................................................................... 29 
5.1. GENERALIDADES .......................................................................................................................... 29 
5.2 DEMANDA FUNDADA EM OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA ............................................................................. 30 
5.3 SUJEITOS PROCESSUAIS NA EXECUÇÃO ............................................................................................... 30 
5.4 LITISCONSÓRCIO ........................................................................................................................... 30 
5.5 AS DIFERENTES ESPÉCIES DE LEGITIMIDADE ......................................................................................... 31 
5.6 INTERVENÇÃO DE TERCEIROS ........................................................................................................... 34 
5.6.1 Intervenções típicas ......................................................................................................... 34 
Processo Civil – Execução 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da 
aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 
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5.6.2 Intervenções atípicas ....................................................................................................... 35 
6. COMPETÊNCIA NA EXECUÇÃO .................................................................................................. 36 
6.1. COMPETÊNCIA PARA EXECUÇÃO DE TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL ......................................................... 36 
6.2. COMPETÊNCIA PARA EXECUÇÃO DE TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL ............................................... 37 
7. TÍTULO EXECUTIVO ................................................................................................................... 38 
7.1. NATUREZA JURÍDICO DO TÍTULO EXECUTIVO ...................................................................................... 38 
7.2. REQUISITOS FORMAIS DA OBRIGAÇÃO EXEQUENDA ............................................................................. 39 
7.3 TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS (ART. 515) ........................................................................................ 39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Processo Civil – Execução 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da 
aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 
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Programa de aula 
Contato1 
O módulo de execução é dividido em dois pontos principais: 
i. Aspectos gerais da execução/efetivação judicial; 
A doutrina tem preferido chamar de efetivação judicial. É espécie de teoria 
geral da execução (teoria geral da efetivação). 
ii. Cumprimento de sentença e processo autônomo de execução. 
Algo parecido com um estudo de execução em espécie. 
 
Bibliografia 
Há livros muito completos, como, por exemplo, Manual de Execução de Araken de 
Assis. Contudo, trata-se de manual muito extenso, por isso não é recomendado. Para fins 
de concurso, recomenda-se o volume único do professor Daniel Assumpção da editora 
Juspodivm. É uma leitura rápida e suficiente. 
Outro livro de execução, que ainda não foi lançado, mas é recomendado, é o livro 
do professor Fredie Didier. No entanto, é uma obra mais aprofundada, de leitura mais 
extensa. 
TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO 
O professor destaca que em concursos tem caído questões mais controvertidas 
objeto de informativos e precedentes do STF e STJ, bem como temas não tão específicos, 
por exemplo, execução de alimentos (embora não tenha tanta relevância na área federal), 
cumprimento de sentença (fase geral do cumprimento de sentença), processo autônomo 
de execução e etc. Mas temas como expropriação de bens, detalhes sobre penhora, 
arrematação, execução contra devedor insolvente não têm caído muito em concursos. 
 
1 Contatos: http://www.joaolordelo.com 
 joaolordelo.mpf@gmail.com 
Portal Ênfase.Processo Civil – Execução 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da 
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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 
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Vale destacar que execução contra a fazenda pública (que cai muito) será objeto de 
módulo específico. 
1. Introdução 
Execução é uma forma de tutela que tem por objetivo efetivar um direito definido 
em um título executivo. São atividades que o julgador torna a fim de satisfazer um direito, 
um crédito. Em muitas oportunidades, a execução (gênero) é chamada no NCPC de 
execução, cumprimento de sentença, de efetivação. Ou seja, a execução pode ser 
chamada de cumprimento de sentença, que é o cumprimento de um título executivo 
judicial; processo autônomo de execução em relação aos títulos executivos extrajudiciais; 
ou ainda efetivação (expressão mais ampla para execução). 
Execução é uma forma de tutela que tem por objetivo efetivar um direito definido 
em um título executivo. Título é a fonte de um direito (documento que representa a 
existência de um direito). 
1.1 Poderes jurídicos e execução 
Os poderes jurídicos são constantemente divididos em (i) direitos potestativos e (ii) 
direitos a uma prestação (direitos subjetivos em sentido estrito); 
Direito potestativo é um direito de interferência, é um direito que não exige da 
parte contrária uma prestação específica. Exemplo: divórcio – independe da vontade ou 
prestação da outra parte. 
Os direitos a uma prestação, por outro lado, são direitos subjetivos em que alguém 
tem um crédito em relação a outra pessoa. Alguém tem uma faculdade de exigir de outra 
pessoa uma conduta específica. 
O entendimento clássico é de que a execução serve para efetivar direitos de 
prestação, ou seja, direitos relacionados a obrigação de fazer, não fazer e dar. Por conta 
disso, o entendimento clássico também é no sentido de que somente se sujeita a 
execução a sentença condenatória; enquanto que a sentença constitutiva ou 
desconstitutiva não dependeria de execução, uma vez que o efeito constitutivo ou 
desconstitutivo se efetivaria com o próprio verbo (ato decisório) do órgão judicial. 
Portanto, o entendimento clássico é que a sentença constitutiva não é título executivo. 
Processo Civil – Execução 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da 
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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 
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Veremos que o NCPC deixou claro que a sentença declaratória é título executivo. 
Exemplo: declarar a existência de um débito em uma sentença. 
Em relação à sentença constitutiva, o entendimento clássico é de que não daria 
margem à execução, seja constitutiva positiva ou negativa. No entanto, o entendimento 
moderno (Fredie Didier) é no sentido de que é possível extrair de sentenças constitutivas 
atos materiais. O STF, por exemplo, tem precedentes no sentido de que a desconstituição 
de um contrato gera como efeito material a devolução das coisas. 
Exemplo: desconstituição de contrato de compra e venda. No final das contas, 
haverá um dever de uma parte devolver uma prestação e a outra devolver a 
contraprestação. Se o indivíduo comprou um carro e o contrato é desconstituído, há 
obrigação de devolver o carro e a outra parte devolver o dinheiro. 
A jurisprudência do STJ tem precedente de que a devolução de bens na 
desconstituição de contrato de compra e venda pode ser extraída da própria sentença 
desconstitutiva, o que revela a eficácia executória segundo o entendimento mais 
moderno. 
1.2 Processo autônomo de execução x Fase procedimental executiva 
Antigamente, a atividade de execução não se desenvolvia no mesmo processo de 
conhecimento. Assim, após a condenação no processo de conhecimento, para efetivar o 
direito era necessário um novo processo, com citação da parte devedora (o que gerava 
morosidade). Assim, havia um ambiente em que a execução se desenvolvia dentro de um 
processo autônomo. 
Com o passar do tempo, o processo foi se tornando sincrético, no sentido de tentar 
efetivar as mais variadas tutelas (conhecimento, cautelar, executória) dentro de um 
mesmo processo. Hoje, a tutela executiva pode ser concedida dentro de um processo 
sincrético, havendo mera fase procedimental com intimação do devedor para 
cumprimento da obrigação. 
Hoje, há um sistema de autonomia das ações (que demanda o ajuizamento de uma 
nova ação para a execução) apenas em situações excepcionais, notadamente quando não 
há um título judicial. 
Processo Civil – Execução 
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Os títulos executivos judiciais, atualmente, são efetivados sem necessidade de 
processo autônomo de execução. Mas há situações peculiares, como a sentença penal 
condenatória, que é título executivo, mas demanda a inauguração de uma execução, com 
citação e etc. O mesmo vale para a sentença arbitral ou sentença estrangeira. 
Com relação aos títulos executivos extrajudiciais, o processo autônomo é a regra. 
Exemplo: execução de um cheque demanda processo autônomo. 
Em síntese, há hoje uma tendência de tornar o processo ainda mais sincrético, mas 
ainda existe um sistema de autonomia do processo de execução para alguns títulos 
executivos judicias, como sentença penal condenatória, sentença arbitral, sentença 
estrangeira, e para os títulos executivos extrajudiciais. Nos extrajudiciais, segue-se um 
procedimento específico. Nos executivos judiciais que demandam processo autônomo, 
segue-se o procedimento de cumprimento de sentença após a citação. 
Portanto, há convivência ainda do sistema do sincretismo processual com o 
sistema da autonomia das ações. Mas essa convivência tem sido cada vez mais mitigada, 
mitigando-se o processo autônomo de execução. 
1.3 Evolução histórica 
1) Antes de 1990 
A regra era, de fato, o processo autônomo de execução. Para executar um título 
executivo judicial era necessário inaugurar um novo processo. Apenas em alguns casos 
essa medida não era necessária, como na ação de despejo, ações possessórias e etc. 
2) 1990 
Em 1990, o Código de Defesa do Consumidor cria um processo sincrético no 
âmbito da tutela coletiva, relativamente à obrigação de fazer e não fazer. 
3) 1994 
Em 1994, o artigo 461 do CPC/73 fez o mesmo que o CDC havia feito em 1990, mas 
para o processo individual. Desse modo, sentenças condenatórias com obrigação de fazer 
ou não fazer passaram a ser efetivadas dentro do próprio processo de conhecimento 
como uma fase procedimental. Eram, portanto, ações sincréticas as que vinculavam 
obrigação de fazer ou não fazer. 
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4) 1995 
Em 1995, os juizados especiais foram criados pela Lei nº 9.099/95 como 
procedimentos sincréticos como regra. Exceto para títulos extrajudiciais. 
5) 2002 
Em 2002, houve mais uma mudança no CPC/73. O artigo 461-A criou o processo 
sincrético para a obrigação de entregar coisa. Ou seja, dispensava o processo autônomo 
de execução. 
6) 2005 
Em 2005, a Lei nº 11.232 modificou uma série de artigosdo CPC/73, criando o 
processo sincrético também para a obrigação da pagar quantia, com algumas exceções: (i) 
títulos executivos extrajudiciais, (ii) sentença penal, (iii) sentença estrangeira, (iv) sentença 
arbitral, com o detalhe de que nesses casos, a partir da citação o procedimento era o do 
cumprimento de sentença. Além disso, existia procedimento autônomo em algumas 
execuções especiais: execução de alimentos, execução contra devedor insolvente e contra 
a fazenda pública nos casos de obrigação de pagar. 
7) Novo CPC (2015) 
Pelo Novo Código de Processo Civil, a execução de todos os títulos executivos 
judiciais segue o procedimento de cumprimento de sentença. Vale ressaltar que há alguns 
títulos executivos judiciais que exigirão citação para a sua execução, pois vêm de um 
processo que não é o processo cível (lugar da execução), a exemplo da sentença 
estrangeira, sentença penal e arbitral. Esses títulos, portanto, ainda demandam a 
instauração de processo autônomo, mas não seguem o rito dos processos autônomos 
como os títulos extrajudiciais, mas sim o rito da fase de cumprimento de sentença. 
 
1.4 Momento atual 
Como dito, o processo autônomo continua para o TÍTULO EXECUTIVO 
EXTRAJUDICIAL. Em relação aos títulos executivos judiciais, a execução é uma mera fase 
procedimental (sincretismo). Contudo, sentença penal condenatória, sentença arbitral, 
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sentença estrangeira (inclusive decisões interlocutórias estrangeiras) podem ser 
executadas no juízo cível, mas dependem de um novo processo. 
O NCPC aumentou os casos de processos sincréticos. 
2. Cognição, mérito e coisa julgada na execução 
2.1 Cognição na execução 
Existe uma discussão sobre se há cognição e se há mérito na atividade de 
execução. A doutrina clássica entende que não há mérito nem cognição. É como se fosse 
uma atividade mecânica, sem nenhum elemento de conhecimento. Hoje, contudo, 
prevalece que há cognição na execução e isso ocorre em diversos momentos. 
Exemplo: incidente de desconsideração da personalidade jurídica: pode ocorrer na 
execução e vai demandar atividade cognitiva. 
Exemplo: uma obrigação de entrega de coisa pode se converter em perdas e danos 
durante a fase de execução, demandando atividade cognitiva. 
2.2 Admissibilidade e mérito do procedimento executivo. 
Segundo a doutrina clássica, não há mérito na execução. Isso é um erro, pois o 
mérito da execução é efetivar/realizar/satisfazer um direito de prestação de fazer, não 
fazer ou dar (pedido), certificado no título executivo (causa de pedir). Então, existe mérito 
na execução também. 
2.3 Coisa julgada na execução 
Existe, inclusive, trânsito em julgado na execução, conforme artigo 924 do CPC: 
Art. 924. Extingue-se a execução quando: 
I - a petição inicial for indeferida; 
II - a obrigação for satisfeita; 
III - o executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida; 
IV - o exequente renunciar ao crédito; 
V - ocorrer a prescrição intercorrente. 
Art. 925. A extinção só produz efeito quando declarada por sentença. 
Perceba que nos casos do artigo 924 existe uma extinção da própria relação de 
direito material, notadamente nos incisos II e V, o que impede nova discussão da matéria. 
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Ou seja, nos casos do artigo, a execução será extinta e haverá formação de coisa julgada. 
Esta sentença, inclusive, é apta ao ajuizamento de ação rescisória. 
Exemplo: em processo autônomo de execução em que a prescrição fica evidente, é 
possível indeferir a inicial, sem possibilidade de nova propositura, por conta da formação 
da coisa julgada. 
Desse modo, é possível afirmar que há cognição, há mérito e há coisa julgada na 
execução. 
3. Formas executivas 
Basicamente, existem duas formas ou duas técnicas de execução. Existe a 
execução direta (também conhecida como execução por sub-rogação) e existe a execução 
indireta. 
i. Execução por sub-rogação ou direta: ocorre quando o Estado-juiz substitui 
a vontade do devedor. Aqui não existe colaboração do devedor. 
Independentemente de sua participação ou vontade. Exemplo: na penhora 
online o dinheiro passa diretamente para o credor, sem colaboração do 
devedor. Busca e apreensão é outro exemplo. Essas técnicas de execução 
são formas de execução direta. 
ii. Execução indireta: tem por objetivo fazer uma pressão psicológica no 
devedor. Aqui o Judiciário não pode substituir o devedor ou prefere não 
fazê-lo, então realiza uma coerção mental para que o devedor cumpra a 
sua obrigação. Essa execução indireta é feita através de decisões 
mandamentais. 
Essa pressão psicológica pode ocorrer: 
 Com uma ameaça de piora. 
Exemplo: inclusão do executado no cadastro de restrição ao crédito (artigo 
782, § 3º do CPC) – possibilidade de o juiz colocar o nome do executado no 
cadastro de inadimplentes. 
Art. 782. Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os atos executivos, e 
o oficial de justiça os cumprirá. 
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§ 1o O oficial de justiça poderá cumprir os atos executivos determinados pelo juiz 
também nas comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na 
mesma região metropolitana. 
§ 2o Sempre que, para efetivar a execução, for necessário o emprego de força policial, 
o juiz a requisitará. 
§ 3o A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclusão do nome do 
executado em cadastros de inadimplentes. 
§ 4o A inscrição será cancelada imediatamente se for efetuado o pagamento, se for 
garantida a execução ou se a execução for extinta por qualquer outro motivo. 
§ 5o O disposto nos §§ 3o e 4o aplica-se à execução definitiva de título judicial. 
 Da mesma forma, no caso de cumprimento de sentença no caso de pagar quantia, 
se o devedor não paga no prazo de 15 dias, ele sofre uma multa de 10% mais honorários. 
Essa multa também é uma forma de pressão psicológica. 
 Através de uma sanção premial. 
Sanção premial é uma ameaça de melhora. 
Exemplo: é o que ocorre no processo executivo autônomo de títulos extrajudiciais. 
Se o devedor pagar o valor devido no prazo de 3 dias, terá direito a redução de honorários 
em 50%, conforme artigo 827, § 1º, do CPC: 
Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de 
dez por cento, a serem pagos pelo executado. 
§ 1o No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos honorários 
advocatícios será reduzido pela metade. 
Não existem no estudo da execução regras que determinem quando o juiz realizará 
um forma direta ou indireta de execução. A técnica adotada dependerá do caso concreto. 
Exemplo: indivíduo contrata artista para pintar quadro. Se o artista não realiza a 
obrigação, o juiz não pode substituir a obrigação, por se tratar de obrigação infungível. Ao 
final, tal obrigação se transformará em perdas e danos. O meio de se efetivar nesse casoseria uma execução indireta. 
Ademais, é possível usar uma forma de execução indireta, mesmo quando couber 
execução direta. Geralmente, a execução indireta é com mais frequência tentada 
inicialmente por ser menos onerosa. A tentativa inicial é fazer com que o cumprimento 
Processo Civil – Execução 
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seja voluntário, vale dizer, que devedor cumpra a sua obrigação sem precisar de medida 
coercitiva. 
4. Princípios da execução 
4.1. Nulla executio sine titulo (princípio do título executivo) 
 
Trata-se de princípio básico que informa que não há execução sem título 
executivo. Esse título executivo pode ser judicial, caso oriundo de atividade jurisdicional, 
ou pode ser título executivo extrajudicial. 
A obrigatoriedade da apresentação do título para a execução serve para a 
segurança do executado, uma vez que a execução coloca o devedor em situação de 
desvantagem, o que demanda a demonstração de elemento que aponte a verossimilhança 
da situação de crédito (o título executivo). 
 
4.2. Nulla titulus sine lege 
Informa que os títulos executivos derivam da lei. Quem diz o que é título executivo, 
seja ele judicial ou extrajudicial é a lei. Na vigência do CPC/73 havia dúvida forte a respeito 
da execução das decisões antecipatórias dos efeitos da tutela. Essas decisões não estavam 
previstas no rol dos títulos executivos judiciais ou extrajudiciais. Em razão disso, parte da 
doutrina, como Marinoni, defendia que haveria nessa hipótese situação de execução sem 
título (exceção ao princípio). Contudo, o novo CPC dispõe claramente que a decisão de 
tutela provisória é também um título executivo judicial, conforme artigo 515, I, do CPC: 
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os 
artigos previstos neste Título: 
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de 
obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; 
Perceba que o novo CPC no artigo 515, I, deixou claro que não apenas as sentenças 
são título executivo judicial, mas também as decisões interlocutórias. 
Obs.: As decisões liminares que deferem pedido de tutela provisória, por exemplo, 
decisão que determina fornecimento de medicamentos, geralmente são acompanhadas 
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de mecanismo executivo de execução indireta (coerção psicológica), que é a fixação de 
multas. Essas multas são originárias do Direito francês e se chamam astreintes 
(mecanismo de execução indireta). Havia discussão acerca da forma de execução delas. 
Por exemplo: a parte consegue liminar para obtenção de medicamento e o mesmo não é 
entregue; as astreintes podem ser executadas ou demandam trânsito em julgado? Para 
esclarecer a matéria o CPC trouxe o artigo 537, § 3º: 
Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase 
de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde 
que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável 
para cumprimento do preceito. 
(...) 
§ 3º A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento provisório, devendo ser 
depositada em juízo, permitido o levantamento do valor após o trânsito em julgado da 
sentença favorável à parte. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) 
Ou seja, é possível a deflagração de atos materiais de execução, de cumprimento 
provisório dessa multa (imediata exequibilidade da multa), mas o levantamento do 
dinheiro só após o trânsito em julgado (levantamento somente após o trânsito em 
julgado). 
4.3 Princípio da patrimonialidade (ou princípio da responsabilidade patrimonial) 
Esse princípio pode ser extraído do art. 789 do NCPC: 
CAPÍTULO V 
DA RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL 
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o 
cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei. 
Significa que, no âmbito cível, para fins de cumprimento de uma obrigação o 
devedor responde com o seu patrimônio. Trata-se de situação diversa do que ocorria no 
passado. No período da Lei das XII Tábuas (Direito romano), o corpo do devedor 
respondia por suas dívidas. Exemplo: morte ou castigos. No mesmo sentido, em momento 
anterior, a Lei de Talião. 
Durante momento específico da história da escravidão também o corpo do 
devedor continuava sendo atingindo, mas não apenas com a sua morte, mas com 
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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 
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trabalhos forçados (o escravo devia sua força de trabalho ao credor). Isso também ocorreu 
no período romano, mas seguiu até períodos mais modernos. 
Por fim, o patrimônio passou a ser o elemento maior do direito obrigacional. Esta 
foi a opção do nosso Código Civil desde o início. Atualmente não há que se cogitar que 
alguém responda por dívida com o seu corpo, muito embora a prisão possa servir como 
medida executiva, como veremos na execução de alimentos. 
Obs.: Limitação da responsabilidade – impenhorabilidade 
Existe limitação a essa responsabilidade do indivíduo por meio de seus bens, que é 
basicamente a impenhorabilidade de alguns bens. 
Há bens que são absolutamente impenhoráveis e alguns que são relativamente 
impenhoráveis. Os relativamente impenhoráveis só podem ser penhorados na inexistência 
de outros bens. São aqueles previstos no artigo 834. Já o 833 prevê os bens 
absolutamente impenhoráveis. Vale lembrar que o NCPC optou por não colocar a 
expressão absolutamente no artigo 833 (como fazia o CPC/73): 
Art. 833. São impenhoráveis: 
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; 
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do 
executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns 
correspondentes a um médio padrão de vida; 
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de 
elevado valor; 
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos 
de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias 
recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua 
família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, 
ressalvado o § 2o; 
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros 
bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado; 
VI - o seguro de vida; 
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem 
penhoradas; 
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VIII - a pequena propriedade rural, assim definida emlei, desde que trabalhada pela 
família; 
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação 
compulsória em educação, saúde ou assistência social; 
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) 
salários-mínimos; 
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos 
da lei; 
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de 
incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra. 
§ 1o A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio 
bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição. 
§ 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para 
pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como 
às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a 
constrição observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o. 
§ 3o Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, 
os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa 
individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de 
financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando 
respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária. 
 
Art. 834. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e os rendimentos 
dos bens inalienáveis. 
O artigo 834 considera relativamente impenhoráveis apenas os frutos e 
rendimentos dos bens inalienáveis. 
O artigo 833 prevê um rol de bens que não podem ser penhorados, ainda que 
sejam o único bem de executado. Por outro lado, os relativamente impenhoráveis só 
podem ser executados se forem os únicos bens do executado. 
São absolutamente impenhoráveis, conforme artigo 833: 
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à 
execução; 
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Exequente e executado, se quiserem, podem de comum acordo, celebrar negócio 
jurídico processual e, por ato voluntário, definir que determinado bem não será 
penhorado. Há diversos bens inalienáveis (materiais ou imateriais), por exemplo, bens que 
são objeto de ações delituosas, direitos da personalidade (imateriais), bens de uso comum 
do povo, bens que não foram desafetados e etc. 
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a 
residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as 
necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; 
Móveis, pertencer e utilidades domésticas da residência, salvo aqueles de elevador 
valor, por exemplo, quadro de renomado artista, TV avaliada em R$ 30.000,00 e etc. 
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se 
de elevado valor; 
A rigor vestuário não pode ser penhora, salvo se tiver elevado valor. 
IV – os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os 
proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as 
quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de 
sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, 
ressalvado o § 2º; 
Trata-se do inciso mais importante. Perceba que o valor que a pessoa recebe para 
sobreviver é impenhorável. Existem exceções a essa impenhorabilidade: 
1ª exceção: dívida de alimentos. 
2ª exceção: valores da remuneração que excederem 50 salários mínimos. 
3ª exceção: Lei da ação popular. A lei prevê o desconto em folha de pagamento. 
Logo, se o agente público é condenado a pagar em ação popular, pode haver desconto em 
folha de salário até o integral ressarcimento do dano. Esta previsão se estende a todos os 
casos de ação coletiva, como, por exemplo, na ação de improbidade administrativa. É 
comum que a parte que responde a ação de improbidade administrativa alegue a 
impenhorabilidade da remuneração (verba alimentar). Contra tal defesa o Ministério 
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Público argumenta que a lei de ação popular autoriza a penhora e a ação de improbidade 
é também ação coletiva. 
4ª exceção: o STJ entende que honorários advocatícios, embora possuam natureza 
alimentar, podem ser penhorados quando ultrapassar o razoável. REsp 1.264.358: 
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. 
PRELIMINARES. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA, DE COTEJO ANALÍTICO E DE 
ATUALIDADE DA DIVERGÊNCIA. INOCORRÊNCIA. PENHORA DE HONORÁRIOS 
PROFISSIONAIS. VERBA DE NATUREZA ALIMENTAR. IMPENHORABILIDADE. 
RELATIVIZAÇÃO. ELEVADA MONTA. NÃO INCIDÊNCIA DO ART. 833, § 2º, DO NOVO 
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. IRRETROATIVIDADE DA LEI PROCESSUAL CIVIL. ATO 
JURÍDICO PERFEITO. EMBARGOS DESPROVIDOS. 
I - Não se vislumbram, no presente recurso, as preliminares invocadas pela 
embargada em sede de impugnação, consistentes na ausência de similitude fática, 
de cotejo analítico e de falta de atualidade da divergência, de modo que os 
embargos podem ser conhecidos. 
II - Pretende a embargante fazer prevalecer posicionamento firmado pela col. 
Terceira Turma desta Corte no julgamento do AgRg no REsp n. 1.374.755/SP, da 
relatoria do e. Ministro Sidnei Beneti, onde se assentou a impenhorabilidade absoluta 
dos honorários profissionais. 
III - Nos termos da Súmula Vinculante n. 47, do Supremo Tribunal Federal, "Os 
honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante 
principal devido ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar cuja 
satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou requisição de pequeno valor, 
observada ordem especial restrita aos créditos dessa natureza". 
IV - O Superior Tribunal de Justiça, não obstante possua firme jurisprudência no 
sentido de reconhecer a natureza alimentar dos honorários advocatícios, o que 
conduziria, a princípio, à sua impenhorabilidade, também já assentou premissa 
afirmando que, sendo os honorários de elevada monta, como in casu, essa 
característica pode ser relativizada, possibilitando a penhora desses valores. 
(Precedentes). 
V - Em homenagem à teoria do isolamento dos atos processuais, entendo 
inaplicável o art. 833, § 2º, do CPC/2015 ao presente caso, uma vez que as decisões 
que impuseram, confirmaram ou reformaram a determinação de penhora dos 
honorários advocatícios foram tomadas sob a égide do CPC/1973, não sendo possível, 
Processo Civil – Execução 
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com tal retroatividade, macular-se ato jurídico perfeito, o que se veda pela 
Constituição Federal (art. 5º, inciso XXXVI) e pelo próprio CPC/2015, em seu art. 
14. 
Embargos desprovidos. 
(EREsp 1264358/SC, Rel. Ministro FELIX FISCHER, CORTE ESPECIAL, julgado em 
18/05/2016, DJe 02/06/2016) 
 
Obs.1: O STJ admite também a penhorabilidadede gratificação de férias e décimo 
terceiro salário: 
Processual civil. Recurso Especial. Ação revisional. Impugnação ao cumprimento de 
sentença. Penhora on line. Conta corrente. Valor relativo a restituição de imposto de 
renda. Vencimentos. Caratér alimentar. Perda. Princípio da efetividade. Reexame de 
fatos e provas. Incidência da Súmula 7/STJ. 
- Apenas em hipóteses em que se comprove que a origem do valor relativo a 
restituição de imposto de renda se referira a receitas compreendidas no art. 649, IV, 
do CPC é possível discutir sobre a possibilidade ou não de penhora dos valores 
restituídos. 
- A devolução ao contribuinte do imposto de renda retido, referente a restituição de 
parcela do salário ou vencimento, não desmerece o caráter alimentar dos valores a 
serem devolvidos. 
- Em princípio, é inadmissível a penhora de valores depositados em conta corrente 
destinada ao recebimento de salário ou aposentadoria por parte do devedor. 
- Ao entrar na esfera de disponibilidade do recorrente sem que tenha sido consumido 
integralmente para o suprimento de necessidades básicas, a verba relativa ao 
recebimento de salário, vencimentos ou aposentadoria perde seu caráter alimentar, 
tornando-se penhorável. 
- Em observância ao princípio da efetividade, não se mostra razoável, em situações em 
que não haja comprometimento da manutenção digna do executado, que o credor 
não possa obter a satisfação de seu crédito, sob o argumento de que os rendimentos 
previstos no art. 
649, IV, do CPC gozariam de impenhorabilidade absoluta. 
- É inadmissível o reexame de fatos e provas em recurso especial. 
Recurso especial não provido. 
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(REsp 1059781/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 
01/10/2009, DJe 14/10/2009) 
 
Obs.2: tema polêmico a respeito do inciso IV é a situação em que a pessoa recebe 
o salário, mas deixa em sua conta e não gasta. A economia feita com o salário (não a 
poupança) pode ser penhorado? O STJ tem posicionamentos divergentes sobre o assunto. 
Tem posicionamento no sentido de que o salário acumulada perde o caráter 
alimentício, passando a ser uma reserva ou economia (STJ, 2ª Seção, EREsp 1.330.567-RS, 
DJ 2014); No mesmo ano, porém, em 2014, o STJ decidiu também pela manutenção da 
natureza alimentar do salário, mesmo quando aplicado em fundo de investimento (STJ, 
1T, REsp 1.164.037/RS, DJ 2014). 
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. 
PENHORA DE SALÁRIO. ALCANCE. APLICAÇÃO FINANCEIRA. LIMITE DE 
IMPENHORABILIDADE DO VALOR CORRESPONDENTE A 40 (QUARENTA) SALÁRIOS 
MÍNIMOS. 
1. A Segunda Seção pacificou o entendimento de que a remuneração protegida pela 
regra da impenhorabilidade é a última percebida - a do último mês vencido - e, 
mesmo assim, sem poder ultrapassar o teto constitucional referente à remuneração 
de Ministro do Supremo Tribunal Federal. Após esse período, eventuais sobras perdem 
tal proteção. 
2. É possível ao devedor poupar valores sob a regra da impenhorabilidade no patamar 
de até quarenta salários mínimos, não apenas aqueles depositados em cadernetas de 
poupança, mas também em conta-corrente ou em fundos de investimento, ou 
guardados em papel-moeda. 
3. Admite-se, para alcançar o patamar de quarenta salários mínimos, que o valor 
incida em mais de uma aplicação financeira, desde que respeitado tal limite. 
4. Embargos de divergência conhecidos e providos. 
(EREsp 1330567/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado 
em 10/12/2014, DJe 19/12/2014) 
 
Processo Civil – Execução 
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RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. MEDIDA CAUTELAR DE 
ARRESTO. AÇÃO DE IMPROBIDADE. INDISPONIBILIDADE DE RECURSOS ORIUNDOS DE 
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA. NATUREZA SALARIAL. 
IMPENHORABILIDADE. ART. 649, IV DO CPC. OFENSA CONFIGURADA. RECURSO 
ESPECIAL PROVIDO. 
1. As verbas salariais, por serem absolutamente impenhoráveis, também não podem 
ser objeto da medida de indisponibilidade na Ação de Improbidade Administrativa, 
pois, sendo impenhoráveis, não poderão assegurar uma futura execução. 
2. O uso que o empregado ou o trabalhador faz do seu salário, aplicando-o em 
qualquer fundo de investimento ou mesmo numa poupança voluntária, na verdade, é 
uma defesa contra a inflação e uma cautela contra os infortúnios, de maneira que a 
aplicação dessas verbas não acarreta a perda de sua natureza salarial, nem a 
garantia de impenhorabilidade. 
3. Recurso especial provido. 
(REsp 1164037/RS, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, Rel. p/ Acórdão Ministro NAPOLEÃO 
NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/02/2014, DJe 09/05/2014) 
Obs.3: O STJ já decidiu também que o depósito em fundo de previdência privada 
complementar (PGBL) também é, em princípio, impenhorável (EREsp 1.121.719/SP). 
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. 
SALDO EM FUNDO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA COMPLEMENTAR. 
IMPENHORABILIDADE. 
INDISPONIBILIDADE DE BENS DETERMINADA À LUZ DO ART. 36 DA LEI 6.024/74. 
MEDIDA DESPROPORCIONAL. 
1. O regime de previdência privada complementar é, nos termos do art. 1º da LC 
109/2001, "baseado na constituição de reservas que garantam o benefício, nos 
termos do caput do art. 202 da Constituição Federal", que, por sua vez, está inserido 
na seção que dispõe sobre a Previdência Social. 
2. Embora não se negue que o PGBL permite o "resgate da totalidade das 
contribuições vertidas ao plano pelo participante" (art. 14, III, da LC 109/2001), essa 
faculdade concedida ao participante de fundo de previdência privada complementar 
não tem o condão de afastar, de forma inexorável, a natureza essencialmente 
previdenciária e, portanto, alimentar, do saldo existente. 
3. Por isso, a impenhorabilidade dos valores depositados em fundo de previdência 
privada complementar deve ser aferida pelo Juiz casuisticamente, de modo que, se as 
provas dos autos revelarem a necessidade de utilização do saldo para a subsistência 
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do participante e de sua família, caracterizada estará a sua natureza alimentar, na 
forma do art. 649, IV, do CPC. 
4. Ante as peculiaridades da espécie (curto período em que o embargante esteve à 
frente da instituição financeira e sua ínfima participação no respectivo capital social), 
não se mostra razoável impor ao embargante tão grave medida, de ter decretada a 
indisponibilidade de todos os seus bens, inclusive do saldo existente em fundo de 
previdência privada complementar - PGBL. 
5. Embargos de divergência conhecidos e providos. 
(EREsp 1121719/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 
12/02/2014, DJe 04/04/2014) 
Neste precedente, o STJ decidiu que a previdência privada seria também 
impenhorável, pois seria algo próximo de uma aposentadoria comum. 
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou 
outros bens móveis necessários ou úteisao exercício da profissão do executado; 
VI - o seguro de vida; 
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem 
penhoradas; 
Se a obra não estiver penhorada, os materiais necessários para a obra são 
impenhoráveis. 
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada 
pela família; 
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação 
compulsória em educação, saúde ou assistência social; 
Os incentivos governamentais a instituições privadas são impenhoráveis. 
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 
(quarenta) salários-mínimos; 
A poupança é impenhorável até 40 salários mínimos. Mas e se o sujeito tiver 5 
contas com até 39 salário mínimos, é possível a penhora? A penhora é possível, pois o 
limite de até 40 salários mínimos é para o total de contas, logo se o sujeito tiver 5 contas-
poupanças é possível a penhora naquilo que somado ultrapassar os 40 salários. 
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XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos 
termos da lei; 
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de 
incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra. 
 
Renúncia à impenhorabilidade: 
 O devedor protegido pela impenhorabilidade pode renunciar a esse direito? 
1ª corrente: corrente clássica do STJ. Entende que a impenhorabilidade é matéria 
de ordem pública (pode ser conhecida a qualquer momento), indisponível e não pode ser 
renunciada. REsp 864.962/RS 
PROCESSUAL CIVIL - EXECUÇÃO - IMPENHORABILIDADE DE BENS ÚTEIS E/OU 
NECESSÁRIOS ÀS ATIVIDADES DA EMPRESA INDIVIDUAL - PRECEDENTES - AUSÊNCIA 
DE PREQUESTIONAMENTO DO ARTIGO 97 DO CTN. 
1- Não houve prequestionamento do artigo 97 do CTN. Incide o óbice da Súmula 
282/STF, por analogia. 
2 - Pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de que os bens úteis e/ou 
necessários às atividades desenvolvidas por pequenas empresas, onde os sócios 
atuam pessoalmente, são impenhoráveis, na forma do disposto no art. 649, VI, do 
CPC. Na hipótese, cuida-se de empresa individual cujo único bem é um caminhão 
utilizado para fazer fretes, indicado à penhora pelo próprio devedor/proprietário. 
3. Inobstante a indicação do bem pelo próprio devedor, não há que se falar em 
renúncia ao benefício de impenhorabilidade absoluta, constante do artigo 649 do 
CPC. A ratio essendi do artigo 649 do CPC decorre da necessidade de proteção a certos 
valores universais considerados de maior importância, quais sejam o Direito à vida, ao 
trabalho, à sobrevivência, à proteção à família. Trata-se de defesa de direito 
fundamental da pessoa humana, insculpida em norma infraconstitucional. 
4. Há que ser reconhecida nulidade absoluta da penhora quando esta recai sobre bens 
absolutamente impenhoráveis. Cuida-se de matéria de ordem pública, cabendo ao 
magistrado, de ofício, resguardar o comando insculpido no artigo 649 do CPC. 
Tratando-se de norma cogente que contém princípio de ordem pública, sua 
inobservância gera nulidade absoluta consoante a jurisprudência assente neste STJ. 
5. Do exposto, conheço parcialmente do recurso e nessa parte dou-lhe provimento. 
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(REsp 864.962/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 04/02/2010, DJe 18/02/2010) 
No mesmo sentido: 
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. BEM DE FAMÍLIA. IMPENHORABILIDADE. 
RENÚNCIA. DESCABIMENTO. IMÓVEL DE PROPRIEDADE DA MÃE DO DEVEDOR. 
PROVEITO ECONÔMICO REVERTIDO PARA O NÚCLEO FAMILIAR. INEXISTÊNCIA. NÃO 
INCIDÊNCIA DO INCISO V DO ART. 3º DA LEI N. 8.009/1990. 
1. A Lei n. 8.009/1990 é norma cogente e de ordem pública, por isso não remanesce 
espaço para renúncia à proteção legal quanto à impenhorabilidade do bem de família. 
2. A exceção prevista no inciso V do art. 3º da Lei n. 8.009/1990, referente à "hipoteca 
sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar", 
restringe-se a situações em que a garantia foi ofertada para constituição de dívida 
que se reverte em proveito da própria entidade familiar, de modo que, nas hipóteses 
em que a hipoteca em verdade é suporte a dívida de terceiros, a impenhorabilidade do 
imóvel deve, em princípio, ser reconhecida. 
3. No caso em apreço, muito embora o imóvel dado em garantia fosse de titularidade 
da mãe do devedor, este morava em município diferente, tinha família e economia 
próprias, além do que a dívida era particular (notadamente saldos negativos em 
conta-corrente), de sorte que a exceção do art. 3º, inciso V, da Lei n. 8.009/1990 não 
incide e a impenhorabilidade do imóvel deve ser reconhecida, porquanto não há 
mínimos indícios de que o ato de disponibilidade tenha se revertido em proveito do 
núcleo familiar da proprietária. 
4. Recurso especial provido. 
(REsp 1180873/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 
17/09/2015, DJe 26/10/2015) 
 
2ª corrente: entendimento mais moderno, também do STJ: é possível a renúncia, 
desde que contemple patrimônio disponível, tenha sido feita por livre decisão do 
executado e não recaia sobre bens de família e bens inalienáveis. 
REsp 1.365.418/SP 
RECURSO ESPECIAL - EXECUÇÃO - EMBARGOS À ADJUDICAÇÃO - INDICAÇÃO DE BEM À 
PENHORA PELO DEVEDOR - POSTERIOR ALEGAÇÃO DE NULIDADE ANTE A 
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IMPENHORABILIDADE ABSOLUTA (ART. 649, V, DO CPC) - AFASTAMENTO DA TESE 
PELAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. 
INSURGÊNCIA DO EXECUTADO. 
1. Hipótese em que o executado indica bem à penhora e, posteriormente, invoca a 
nulidade da adjudicação em razão da impenhorabilidade absoluta (art. 649, V, do 
CPC) do objeto da constrição, por constituir equipamento essencial ("colheitadeira") à 
continuidade do exercício da profissão. Inviabilidade. Bem móvel voluntariamente 
oferecido pelo devedor à garantia do juízo execucional. Patrimônio integrante do ativo 
disponível do executado. 
Renúncia espontânea à proteção preconizada no inciso V do art. 649 do CPC. Vedação 
ao comportamento contraditório (venire contra factum proprium). 
2. Os bens protegidos pela cláusula de impenhorabilidade (art. 649, V, do CPC) 
podem constituir alvo de constrição judicial, haja vista ser lícito ao devedor 
renunciar à proteção legal positivada na norma supracitada, contanto que 
contemple patrimônio disponível e tenha sido indicado à penhora por livre decisão 
do executado, ressalvados os bens inalienáveis e os bens de família. Precedentes do 
STJ. 
3. No caso, não há nulidade no procedimento expropriatório, porquanto, além de o 
bem penhorado ("colheitadeira") compor o acervo ativo disponível do 
recorrente/executado, este o ofertou deliberadamente nos autos da execução, de 
ordem a evidenciar contradição de comportamento da parte ("venire contra factum 
proprium"), postura incompatível com a lealdade e boa-fé processual.4. Recurso especial desprovido. 
(REsp 1365418/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 
04/04/2013, DJe 16/04/2013) 
Isso será rediscutido com o novo CPC pois ela criou cláusula geral atípica de 
negócios jurídicos processuais no artigo 190.2 
Vale mencionar, ainda, os enunciados da Súmula do STJ de nº 364 e 449: 
O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel 
pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas. 
 
2 Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes 
plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e 
convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo. 
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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da 
aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 
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(Súmula 364, CORTE ESPECIAL, julgado em 15/10/2008, DJe 03/11/2008) 
 
A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui 
bem de família para efeito de penhora. 
(Súmula 449, CORTE ESPECIAL, julgado em 02/06/2010, DJe 21/06/2010) 
 
4.4 Princípio do desfecho único (princípio do resultado) 
O princípio3 traz a ideia de que o fim normal da execução é a satisfação do crédito, 
enquanto que o fim anormal seria a extinção da execução ou extinção sem resolução de 
mérito, pois não faria sentido desenvolver todo um processo de conhecimento e não 
realizar a execução. Contudo, este entendimento mudou bastante ao decorrer do tempo, 
haja vista que há muitas maneira de se fazer defesa na execução ou no cumprimento de 
sentença, através, por exemplo, de embargos à execução, exceção de pré-executividade, o 
que tem como consequência a extinção da execução pela prescrição, por exemplo, ou por 
outro motivo, como um fim normal do processo. 
4.5 Princípio da disponibilidade da execução (art. 775 do CPC) 
A regra, em fase executiva, é que o exequente possa desistir da execução em 
qualquer momento. 
Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas 
alguma medida executiva. 
Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte: 
I - serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre questões 
processuais, pagando o exequente as custas processuais e os honorários advocatícios; 
II - nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impugnante ou do 
embargante. 
Em caso de desistência, prevalece a regra do parágrafo único: 
 
3 Trata-se de princípio antigo, que não faz muito sentido hoje, mas consta em livros de doutrina. 
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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 
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Se o exequente desiste, são extintos a impugnação (defesa no cumprimento de 
sentença) e os embargos à execução (defesa no processo autônomo), se versarem apenas 
sobre questões processuais. Ou seja, se o executado apresentou defesa requerendo a 
extinção da execução sem resolução de mérito e o exequente desiste da ação, não faz 
sentido a não extinção da execução. Porém, se já tiver sido apresentada a defesa e esta 
trouxer elementos relativos ao mérito da questão, a desistência ficará condicionada à 
concordância do executado. 
4.6 Lealdade e boa-fé processual 
Os artigos 1º ao 12 do NCPC preveem uma série de dispositivos fundamentais, 
dentre eles a proteção da boa-fé. A boa-fé, por ser uma norma processual fundamental, é 
princípio que não se aplica apenas à fase de conhecimento, mas também à fase de 
execução. Há nessa fase uma preocupação com o comportamento ético dentro do 
processo. Isto foi importado de um microssistema processual punitivo americano 
chamado Contempt of Court. Trata-se de microssistema processual punitivo americano 
nos casos em que houver desrespeito ao órgão jurisdicional, ou seja, quando houver 
violação da boa-fé. Essa importação deu origem a uma série de dispositivos desde o CPC 
de 1973, dentre eles o artigo 774 do novo CPC, que trata dos atos atentatórios à dignidade 
da justiça: 
Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou 
omissiva do executado que: 
I - frauda a execução; 
II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos; 
III - dificulta ou embaraça a realização da penhora; 
IV - resiste injustificadamente às ordens judiciais; 
V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os 
respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão 
negativa de ônus. 
Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa em montante 
não superior a vinte por cento do valor atualizado do débito em execução, a qual será 
revertida em proveito do exequente, exigível nos próprios autos do processo, sem 
prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material. 
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A consequência de se praticar ato contrário à boa-fé, configurando ato atentatório 
à dignidade da justiça, está prevista no parágrafo único: o juiz aplica uma multa de até 
20% do valor atualizado do débito, que será revertida em proveito do exequente e pode 
ser exigida nos próprios autos. 
 
4.7 Princípio da atipicidade das formas executivas 
O professor Fredie Didier trata bem do assunto e possui divergência em relação à 
Marinoni. O princípio significa que o juiz tem em suas mãos um PODER GERAL DE 
EFETIVAÇÃO, que lhe permite a utilização de formas executivas atípicas. Há, portanto, 
flexibilidade de se definir qual a maneira mais adequada para se compelir o devedor à 
satisfação do crédito. 
Isso está previsto no artigo 139, IV do NCPC: 
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-
lhe: 
(...) 
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-
rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive 
nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária; 
O artigo 139 dispõe que o juiz pode se valer de todas as ferramentas de de 
execução diretas e indiretas e pode criar formas executivas, desde que sejam 
proporcionais. Isso pode ser feito, inclusive, nas obrigações de pagar, obrigações 
pecuniárias. Antigamente, na vigência do CPC/73, entendia-se que o juiz não podia fixar, 
por exemplo, multa periódica por atraso no pagamento de um débito em pecúnia (para 
além da multa de 10%, que deriva da lei e incide uma vez só, como veremos). Atualmente, 
é possível pelo artigo 139, inciso IV, do NCPC. 
Para Marinoni e Sérgio Cruz Arenhart (professor da UFPR e membro do MPF), em 
se tratando de títulos judiciais, o juiz possui essa ampla flexibilidade para execução de 
maneira atípica. Este não parece ser o posicionamento majoritário. Marinoni entende que 
como o título extrajudicial não decorre de processo de conhecimento, com ampla 
instrução e contraditório, ele é mais limitado. Desse modo, para Marinoni,prestação 
pecuniária poderia se dar apenas por sub-rogação. Exemplo: em execução de cheque o 
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juiz não poderia fixar multa por atraso, por falta de previsão de multa por atraso na 
obrigação de pagar. Portanto, para ele as formas seriam típicas nos títulos extrajudiciais e 
atípicas no judiciais. 
Esta posição de Marinoni, contudo, não prevalece. Prevalece o entendimento do 
enunciado 12 do FPPC (Fórum Permanente de Processualista Cíveis): 
12 – (arts. 139, IV, 523, 536 e 771) A aplicação das medidas atípicas sub-rogatórias 
e coercitivas é cabível em qualquer obrigação no cumprimento de sentença ou execução 
de título executivo extrajudicial. Essas medidas, contudo, serão aplicadas de forma 
subsidiária às medidas tipificadas, com observação do contraditório, ainda que diferido, e 
por meio de decisão à luz do art. 489, § 1º, I e II. (Grupo: Execução) 
 
4.8 Princípio da primazia da tutela específica ou princípio da máxima coincidência 
possível 
Esse princípio informa que o credor deve receber aquilo que tem direito da forma 
mais coincidente possível. Ou seja, o credor tem que receber aquilo é que efetivamente 
devido. Se um devedor deve dinheiro, deve pagar em dinheiro. A conversão é o último 
caso. 
Exemplo: empresa causa dano ambiental. A tutela específica impõe que seja 
reparado o local onde ela causou o dano ambiental; se não for possível reparar o dano 
ambiental naquele local, ela deve reparar dano ambiental em outro local; em último caso, 
deve converter a obrigação em perdas e danos. 
Neste contexto, vale ressaltar o artigo 876 do CPC. 
Art. 876. É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação, 
requerer que lhe sejam adjudicados os bens penhorados. 
O artigo prevê que o exequente pode ficar com o bem penhorado do devedor, em 
vez de ficar com dinheiro, se for do seu interesse. Isso permite que a pessoa receba a 
coisa penhorada, em vez de dinheiro. Não é algo muito ligado à tutela específica, mas o 
código permite essa facilidade ao exequente. 
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A execução deve ser específica: propiciar ao credor a satisfação da obrigação tal 
qual houvesse o cumprimento espontâneo da prestação pelo devedor. Nesses casos, 
apenas se o credor não quiser o cumprimento específico, ou não for possível a tutela 
específica, será admitida a conversão da obrigação em perdas e danos (art. 499). Daí 
porque o artigo 876 permite que o credor fique com o bem em vez de com o produto da 
alienação. 
 
4.9 Princípio do Contraditório 
Embora o princípio do contraditório não se aplique na execução com a mesma 
intensidade que incide no processo de conhecimento, ele também se aplica na execução. 
Na execução, tanto o exequente como o executado têm direito de ser cientificados dos 
atos processuais. As partes, na execução, podem recorrer dos pronunciamentos judiciais. 
 
4.10 Princípio da menor onerosidade da execução 
O princípio pode ser traduzido no artigo 805 do CPC: 
Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz 
mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado. 
Esse princípio impede a realização de atos executivos que, sem gerar satisfação ao 
exequente, gerem sacrifício ao executado, o que se demonstra no artigo 836 do CPC: 
Art. 836. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da 
execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas 
da execução. 
Ou seja, não faz sentido penhorar bem do devedor quando se percebe que o valor 
a receber da penhora será menor igual ao custo da execução. 
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5. Formação do procedimento executivo 
5.1. Generalidades 
A demanda executiva (seja processo autônomo de execução, seja fase de 
cumprimento de sentença) será iniciada (i) por iniciativa da parte ou (ii) de ofício pelo 
juiz. A execução trabalhista, por exemplo, ocorre de ofício pelo próprio juiz. O CPC prevê 
que o juiz pode de ofício iniciar a fase de cumprimento de sentença nas obrigações que 
tenham por objeto obrigação de fazer ou não fazer ou entrega de coisa. Por outro lado, na 
obrigação de pagar, mesmo o cumprimento de sentença sendo uma mera fase incidental, 
não pode ser iniciado de ofício. Do mesmo modo o processo autônomo de execução, por 
exemplo, dos títulos extrajudiciais, pois, neste caso, deverá haver ação própria com 
petição inicial e atendimento aos seus requisitos. 
Portanto, a efetivação da execução pode se iniciar de ofício ou a requerimento da 
parte. De ofício, o CPC contempla as hipóteses de cumprimento de sentença na obrigação 
de (i) fazer, (ii) não fazer e (iii) entregar coisa; cumprimento de sentença na obrigação de 
pagar depende de requerimento; processo autônomo de execução depende de uma 
petição inicial. Há, portanto, possibilidade de início de ofício. 
Obs.1: o processo autônomo de execução é regulado a partir do artigo 771 do CPC. 
Mas ele também é aplicável à fase de cumprimento de sentença no que couber: 
Art. 771. Este Livro regula o procedimento da execução fundada em título 
extrajudicial, e suas disposições aplicam-se, também, no que couber, aos 
procedimentos especiais de execução, aos atos executivos realizados no procedimento 
de cumprimento de sentença, bem como aos efeitos de atos ou fatos processuais a 
que a lei atribuir força executiva. 
O CPC regula de maneira mais ampla o processo autônomo de execução, inclusive 
a penhora, adjudicação, leilão e etc., o qual é aplicável ao cumprimento de sentença. Eles 
se tornam muito próximo a partir da penhora. A fase inicial do cumprimento de sentença 
e do processo autônomo de execução é diferente, mas a partir da penhora eles seguem 
rito bem próximo. 
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5.2 Demanda fundada em obrigação alternativa 
Muitas vezes a obrigação é uma obrigação alternativa. Exemplo: o devedor é 
obrigado a pagar algo ou outra coisa, obrigado a fazer algo ou outra coisa. 
Dispõe o art. 800 do CPC: 
Art. 800. Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao devedor, esse será 
citado para exercer a opção e realizar a prestação dentro de 10 (dez) dias, se outro 
prazo não lhe foi determinado em lei ou em contrato. 
Em se tratando de cumprimento de sentença, em vez de citação, haverá mera 
intimação, pois virá do mesmo processo de conhecimento. Se a escolha couber ao credor, 
ele já indica a opção seja no requerimento inicial do cumprimento de sentença, seja na 
petição inicial do processo autônomo de execução. 
 
5.3 Sujeitos processuais na execução 
A execução em sentido amplo envolve uma composição mínima: autor(exequente), juiz e réu (executado). 
5.4 Litisconsórcio 
 É possível se falar em litisconsórcio na execução? 
O artigo 780 trata não apenas do litisconsórcio, mas de maneira ampla da 
cumulação de várias execuções. 
Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos 
diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja 
competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento. 
A partir da leitura desse dispositivo a doutrina entende que é possível 
litisconsórcio na execução, seja ele ativo ou passivo. No mais das vezes é um litisconsórcio 
facultativo e que decorre de conveniência das partes envolvidas. 
Para Fredie Didier esse dispositivo permite o litisconsórcio, mas não permite a 
chamada coligação de credores ou devedores: só é possível formar o litisconsórcio se 
todos os credores ou todos os devedores estiverem vinculados à parte contrária em razão 
da mesma relação jurídica material ou conjunto de relações jurídicas materiais. 
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Exemplo de Didier: A e B não podem demandar contra o devedor comum C, se o 
crédito de A se funda no título X e o de B, no Y. Neste caso, A e B não fazem parte da 
mesma ou mesmas relações jurídicas com C. 
Ademais, A não pode demandar contra os devedores C e D, se o seu crédito em 
face de C se funda no título X e o crédito em face de D, no Y. 
Essa questão é muito discutida na doutrina porque o artigo 7804 não é muito 
preciso. Veja que, conforme o dispositivo, o exequente pode cumular várias execuções, 
ainda que fundadas em títulos diferentes. Parece que o dispositivo não cria oposição em 
relação à mistura de títulos de diferentes origens. 
 
5.5 As diferentes espécies de legitimidade 
Polo ativo Polo passivo 
a) Legitimação ordinária primária (art. 778, 
caput)  Ocorre quando o exequente 
consiste na pessoa indicada como credor 
no título executivo, atuando em nome 
próprio por direito próprio. 
Art. 778. Pode promover a execução forçada o 
credor a quem a lei confere título executivo. 
b) Legitimação ordinária superveniente ou 
secundária (§ 1º, exceto inciso I)  O 
exequente, apesar de demandar em nome 
próprio e em seu direito, não é o credor 
originário do título, mas ganha a 
legitimação em razão de um fato 
superveniente ao título: 
a) Legitimação ordinária primária (art. 779, 
I)  mesma coisa do polo ativo. 
Art. 779. A execução pode ser promovida contra: I – 
o devedor, reconhecido como tal no título executivo; 
 
b) Legitimação ordinária superveniente ou 
secundária (incisos II e III) 
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do 
devedor; 
III - o novo devedor que assumiu, com o 
consentimento do credor, a obrigação resultante do 
título executivo; 
 
c) Legitimação extraordinária (incisos IV, V 
e VI) 
 entendimento da doutrina: 
 
IV - o fiador do débito constante em título 
 
4 Esse dispositivo é basicamente uma reprodução do artigo 573 do CPC/73. 
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§ 1o Podem promover a execução forçada ou nela 
prosseguir, em sucessão ao exequente originário: 
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do 
credor, sempre que, por morte deste, lhes for 
transmitido o direito resultante do título executivo; 
III - o cessionário, quando o direito resultante do 
título executivo lhe for transferido por ato entre 
vivos; 
IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal 
ou convencional. 
§ 2o A sucessão prevista no § 1o independe de 
consentimento do executado. 
 
c) Legitimação extraordinária  O 
exequente litiga em nome próprio, mas na 
defesa de interesse alheio. É o caso do MP. 
 
§ 1o Podem promover a execução forçada ou nela 
prosseguir, em sucessão ao exequente originário: 
I - Ministério Público, nos casos previstos em lei; 
extrajudicial; 
V - o responsável titular do bem vinculado por 
garantia real ao pagamento do débito; 
VI - o responsável tributário, assim definido em 
lei. 
 
Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título 
executivo. 
§ 1o Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao 
exequente originário: 
I - Ministério Público, nos casos previstos em lei; 
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte 
deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo; 
III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido 
por ato entre vivos; 
IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional. 
 
O caput traz o legitimado ordinário primário. 
O parágrafo primeiro prevê hipóteses de legitimação ordinária superveniente, 
exceto no inciso I (que é caso de legitimação extraordinária). 
Exemplo do inciso III: quando alguém recebe um cheque e passa a um terceiro, 
este terceiro é legitimado para executar. 
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Enfim, toda vez que houver uma cessão, transferência do título, isso pode gerar 
uma legitimação outra, que não a primária, uma legitimação secundária. 
A legitimação no polo passivo está no artigo 779: 
Art. 779. A execução pode ser promovida contra: 
I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo; 
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; 
III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação 
resultante do título executivo; 
IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial; 
V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito; 
VI - o responsável tributário, assim definido em lei. 
 
O inciso I traz o legitimado ordinário. Os incisos II e III os legitimados ordinários 
supervenientes. Os incisos IV, V e VI os legitimados extraordinários. 
Em relação ao inciso VI, o CTN traz diversas hipótese, como, por exemplo, a pessoa 
que aliena um imóvel e fica responsável por um período pelas dívidas ou alguém que 
aliena bem hipotecado em favor de outra pessoa: quem comprou o imóvel pode perdê-lo, 
então irá responder no interesse do executado. 
Observações sobre a legitimação na execução: 
Obs.1: em relação à legitimidade ativa do espólio, herdeiros e sucessores, vigora o 
seguinte sistema: 
 Durante a fase de conhecimento, basta haver prova suficiente da 
legitimidade; 
 Iniciada a execução, diante da exigência de maior rigor para 
aproveitamento do crédito, deve ser instaurado processo de habilitação 
incidente (arts. 687 e 688), com suspensão do processo. 
 
Art. 687. A habilitação ocorre quando, por falecimento de qualquer das partes, os 
interessados houverem de suceder-lhe no processo. 
Art. 688. A habilitação pode ser requerida: 
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