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Livro Texto Unidade III

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Unidade III
7 LUCRO REAL
Uma outra forma de tributação é a com base no lucro real, que para muitas empresas é uma opção. 
Para as pessoas jurídicas que se enquadrarem em qualquer um dos incisos do art. 14 da Lei nº 9.718/89, 
a tributação terá que ser, obrigatoriamente, baseada nele.
O lucro real é o lucro ou prejuízo contábil do período de apuração, após os ajustes feitos pelas 
adições, exclusões e compensações autorizadas pela legislação tributária ou pela legislação do Imposto 
de Renda.
Verifica‑se que, pela definição, o lucro ou o prejuízo é aquele apurado na escrituração comercial, em 
que as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real são obrigadas a manter‑se em boa ordem e guarda, 
com estrita observância das leis comerciais e fiscais e dos princípios contábeis geralmente aceitos.
7.1 Determinação do lucro real
As pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real poderão determinar o lucro com base em balanço 
anual levantado no dia 31 de dezembro ou mediante levantamento de balancetes trimestrais na forma 
da Lei nº 9.430/96:
O resultado do período de apuração (antes de computar a provisão para 
o imposto de renda), ajustado pelas adições, exclusões e compensações 
prescritas ou autorizadas pela legislação do imposto sobre a renda, ou seja, 
para se determinar o Lucro Real é preciso apurar o resultado líquido auferido 
na escrituração comercial (BRASIL, 1996).
Verifica‑se que o regulamento do Imposto de Renda em seu art. 248 vem informar que o lucro líquido 
do período de apuração seja dado pela soma algébrica do lucro operacional, dos resultados não operacionais 
e das participações, e deverá ser determinado com observância dos preceitos da lei comercial.
A legislação fiscal informa que aquelas despesas não reconhecidas como dedutíveis devem ser 
adicionadas ao lucro líquido do período, assim como as receitas que não sejam tributáveis devem ser 
excluídas, para que o lucro real seja apurado.
7.2 Pessoas jurídicas obrigadas a apurarem o lucro real
A obrigatoriedade da tributação com base no lucro real é determinada pelo art. 246 do Regulamento 
do Imposto de Renda (RIR).
Unidade III
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PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
Conforme já mencionamos, algumas empresas estão obrigadas à tributação pelo regime de lucro 
real, empresas estas relacionadas no art. 246 do RIR/1999.
As empresas obrigadas são as que obtiveram, a partir de janeiro de 2014, receita superior ao limite de 
R$ 78.000.000,00, ou proporcionalmente ao número de meses do período, quando o período for inferior 
a doze meses; que explorem atividades de bancos comerciais, de investimentos, caixas econômicas, 
sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de créditos mobiliários e câmbio, 
distribuidoras de títulos e valores, arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros 
e entidades de previdência privada.
Também são obrigadas à apuração do imposto pelo regime de lucro real as empresas que tiveram 
lucros ganhos de capital ou rendimentos, provenientes do exterior; que usufruam benefícios relativos à 
isenção ou redução de imposto quando autorizadas pela legislação tributária, que cujo objetivo social 
sejam as atividades de prestação de serviços, de forma cumulativa e contínua, de serviços de assessoria 
de crédito, mercadológico, gestão de crédito, ou seja, atividades de factoring.
Para o lucro real, a base de cálculo do imposto é exatamente o “lucro real” após as adições e 
exclusões, porém existe a opção pela estimativa mensal, em que o percentual do imposto será aplicado 
sobre a base de cálculo obtida segundo o mesmo tratamento dado ao lucro presumido, porém neste 
caso não integrarão a base de cálculo os rendimentos e ganhos líquidos de aplicação financeira e 
renda via e variável; as receitas de atividades incentivadas proporcionalmente ao benefício de isenção 
ou redução a que a pessoa jurídica, no caso, fizer jus, as receitas de recuperações de créditos que 
não significam novas receitas; a reversão de saldo de provisões constituídas anteriormente; lucros e 
dividendos obtidos pelas participações societárias avaliadas pelo custo de aquisição e a contrapartida 
do ajuste por aumento do valor de investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial, 
bem como juros de capital próprio.
O valor do Imposto de Renda para empresas tributadas pelo lucro real, em cada mês, será calculado 
por meio da aplicação da alíquota de 15% sobre a base de cálculo presumida, acrescido de adicional de 
10% sobre o que exceder ao lucro real mensal de R$ 20.000,00.
7.3 Opção pelo lucro real
As pessoas jurídicas, mesmo se não obrigadas a tal, poderão apurar seus resultados tributáveis com 
base no lucro real.
Assim, por exemplo, uma empresa que esteja com pequeno lucro ou mesmo prejuízo, não estando 
obrigada a apurar o lucro real, poderá fazêlo, visando à economia tributária (planejamento fiscal).
Esta opção poderá ser feita desde que no início do ano, no pagamento do primeiro imposto, com o 
código da receita do sistema escolhida.
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7.4 Ajustes ao lucro líquido
Sabemos que as empresas, em geral, contabilizam uma série de receitas de despesas que fazem parte 
do seu sistema de informação contábil, econômico e financeiro, porém a legislação fiscal restringe, 
principalmente, a contabilização de determinadas despesas, ou seja, não aceita a sua dedução do lucro 
contábil para fins de cálculo do Imposto de Renda e da CSSL.
Dessa limitação existem as diferenças permanentes e as diferenças temporárias.
Diferenças permanentes são as despesas e receitas que não são dedutíveis atualmente e jamais 
serão. Da mesma forma, existem as receitas que não são tributáveis atualmente e também não serão 
no futuro.
Exemplos:
• Receita de dividendos recebidos de outras sociedades.
• Multas por infração de trânsito.
Diferenças temporárias são as despesas e as receitas que não são dedutíveis atualmente, porém 
serão no futuro, desde que cumpridos os ordenamentos legais. Da mesma forma, existem as receitas que 
não são tributáveis atualmente, mas serão no futuro.
Exemplos:
• Receita da venda de imóveis (para empresas do ramo imobiliário), ainda que se tenha contabilizado 
o lucro pelo regime de competência, o lucro pelo recebimento (regime de caixa) poderá ser 
tributado.
• Despesas de amortização de ágio na aquisição de investimentos avaliados pelo método da 
equivalência patrimonial. Não é dedutível na data da contabilização, porém será quando da venda 
ou baixa do investimento.
Nesse sentido, foi criado pela legislação fiscal e tributária o livro Lalur (Livro de Apuração do 
Lucro Real).
7.4.1 Lalur
Os ajustes ao lucro líquido do período para fins de apuração do lucro real serão compostos de 
adições, exclusões ou compensações, conforme o Decreto‑Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º, § 2º.
O Lalur é constituído pelas partes A e B (sendo a primeira subdivida em duas outras partes) e 
escriturado a partir do lucro contábil antes da constituição da provisão para o Imposto de Renda e da 
contribuição social sobre o lucro.
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A pessoa jurídica é obrigada a seguir ordem uniforme de escrituração, mecanizada ou não, utilizando 
os livros e papéis adequados, cujo número e espécie ficam a seu critério (Decreto‑lei nº 486/69, art. 1°) 
(BRASIL, 1969).
7.4.1.1 Escrituração do Livro de Apuração do Lucro Real
OLalur é um livro de escrituração fiscal criado pelo Decreto‑Lei nº 1.598, de 1977, conforme o § 2. do 
art. 177 da Lei nº 6.404, de 1976 e, como dissemos, destinado à apuração do lucro real sujeito à tributação 
do Imposto de Renda em cada período de apuração, contendo, ainda, informações e elementos que 
poderão afetar o resultado de períodos de apuração futuros (RIR/1999, art. 262), escrituração esta 
extracontábil.
A escrituração do Livro Lalur é obrigatória para todas as pessoas jurídicas que estejam obrigadas 
ou mesmo que optaram pela tributação do Imposto de Renda pelo lucro real. Ou seja, se estiver sendo 
tributada pelo lucro real, a pessoa jurídica deve escriturar o Lalur.
O Lalur é apresentado em folhas numeradas tipograficamente e contém duas partes contendo a 
mesma quantidade de folhas em cada uma, devendo ser reunidas em um só volume e encadernado.
• Na parte A, deverão constar aos lançamentos de ajuste do lucro líquido do período, todas as 
adições, exclusões e compensações que a legislação permite, tendo como resultado a transcrição 
da demonstração do lucro real.
• A parte B é reservada exclusivamente para o controle dos valores que não constem da escrituração 
comercial, mas influenciarão na determinação do lucro real de períodos futuros.
 Observação
Conforme a legislação vigente, o Lalur é destinado ao registro dos 
valores que não deveriam constar da escrituração comercial, devido à sua 
natureza fiscal. Desta forma, não pode ser utilizado para corrigir ou suprir 
deficiências da escrituração comercial, tais como o registro de despesas não 
constantes da escrituração comercial ou registradas insuficientemente. O 
embasamento legal está na PN CST nº 96 de 1978 e PN CST nº 11 de 1979.
A parte A do Lalur deverá ser escriturada em ordem cronológica, em todas as folhas seguidamente, 
sem quaisquer intervalos ou entrelinhas, sendo encerrado período a período com a transcrição da 
demonstração do lucro real. Após a escrituração, ele deverá conter a assinatura do responsável pela 
pessoa jurídica e de contabilista legalmente habilitado.
Na parte B, deverá ser escriturado, utilizando uma folha para conta, qualquer fato que exija controle 
individualizado. Vale observar que, completada a utilização das páginas destinadas a uma das partes 
do livro, a outra parte será encerrada igualmente, mediante o cancelamento das páginas não utilizadas, 
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prosseguindo com a escrituração em livro subsequente.De acordo com a Instrução Normativa SRF nº 
28 de 1978, o Lalur deverá conter os lançamentos dos ajustes do lucro líquido do período que serão 
feitos de forma individual e com clareza, indicando a conta e a subconta em que os valores tenham sido 
registrados na escrituração comercial, inclusive o livro e a data em que foram registrados os respectivos 
lançamentos, os valores‑base sobre os quais foram calculadas as adições ou exclusões quando não 
houver registro correspondente na escrituração comercial.
Após a escrituração do último lançamento de ajuste do lucro líquido do período, na data de 
encerramento se for o caso trimestral ou anual, deverá ser transcrita a demonstração do lucro real, 
em que haverá o lucro ou prejuízo líquido constante da escrituração comercial, apurado no período de 
incidência; as adições e exclusões ao lucro líquido, discriminadas item por item, agrupados os valores de 
acordo com sua natureza, e a soma das adições e das exclusões.
Deverão também estar registrados o subtotal obtido pela soma algébrica do lucro ou prejuízo 
líquido do período com as adições e exclusões; as compensações que estão sendo feitas no período, 
compensações estas que não poderão ultrapassar 30% do valor do lucro e o lucro real do período ou o 
prejuízo do período que será compensado em períodos subsequentes.
Na parte B, serão controlados os valores que irão integrar a tributação de períodos subsequentes, 
como adição, exclusão ou compensação. Como exemplos, podem ser citados:
Deverão ser adicionadas as receitas de variações cambiais diferidas até o momento de sua efetiva 
realização, ressaltando‑se que essas receitas apropriadas na contabilidade pelo regime de competência 
são inicialmente excluídas no Lalur e, quando realizadas, são adicionadas; deságios de investimentos 
avaliados por equivalência patrimonial que foram diferidos até a realização daqueles investimentos; 
valores referentes à depreciação acelerada incentivada; e, se for o caso, lucro inflacionário se apurado 
até 31/12/1995.
As exclusões que deverão ser registradas são as despesas e custos que não são considerados como 
dedutíveis pela legislação ou disposições contratuais; as despesas de variações cambiais que estiverem 
diferidas até o momento da realização; despesas de ágios amortizados de investimentos que tiveram a 
avaliação por equivalência patrimonial diferidos, até o momento da realização.
Deverá ser registrado o prejuízo fiscal apurado em períodos anteriores, operacionais ou não 
operacionais, tanto dos períodos trimestrais ou anuais, conforme o regime de apuração.
Mesmo não constituindo valores a serem excluídos do lucro líquido, mas que sejam dedutíveis 
do imposto devido, deverão ser mantidos os controles dos valores que ultrapassaram o limite para 
compensação e que poderão ser utilizados nos cálculo das deduções dos anos subsequentes.
Embora não constituam valores a serem excluídos do lucro líquido, mas dedutíveis do imposto devido, 
deverão ser mantidos controles dos valores excedentes, a serem utilizados no cálculo das deduções nos 
anos subsequentes, dos incentivos fiscais com programas de alimentação do trabalhador (RIR/1999, art. 
582; e IN SRF nº 28, de 1978).
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A escrituração do Lalur poderá ser feita por meio da utilização de sistema eletrônico e processamento 
de dados. Para isso, deverão ser observadas as normas baixadas pela Secretaria da Receita Federal. 
Quando escrituradas em formulários contínuos, as folhas deverão ser numeradas e será obedecida a 
ordem sequencial, mecânica ou tipograficamente, contendo os termos de abertura e encerramento (IN 
SRF nº 28, de 1978). Ainda de acordo com esta, é dispensado o registro do Lalur em qualquer órgão ou 
repartição. Exemplo do registro:
Lucro líquido antes do IR ...................
+ Adições ..................................................
(‑) Exclusões ............................................
= Lucro real ..............................................
 Saiba mais
O que é o Lalur, a forma de escrituração, o que deve conter em cada 
lado do livro, tudo isso pode ser consultado no site da Receita Federal, por 
meio do seguinte link:
<http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/dipj/2004/
pergresp2004/pr268a285.htm>.
As adições e exclusões que poderão ser escrituradas no livro Lalur estão relacionadas no art. 249 
do RIR/1999 e poderão ser consultados no site da Receita Federal. Porém, para melhor entendimento, 
daremos alguns exemplos.
7.4.1.1.1 Nas adições
Deverão ser considerados os valores de lucros ou de qualquer fundo ainda não tributados para o 
aumento do capital, distribuição para quaisquer interesses e os destinados a reservas, lucros suspensos 
ou acumulados, conforme DL‑5844/1943, art. 43, § 1º, alíneas “f”, “g” e “i “.
Pagamentos efetuados às Sociedades civis constantes do art. 146, §3º do RIR/1999, quando 
o controle estiver direta ou indiretamente ligado por pessoa física que atuam como diretores, 
gerentes, controladores da empresa que efetuar o pagamento dos rendimentos, incluindo‑se 
os cônjuges e parentes de primeiro grau. Constam do Decreto‑Lei nº 2.397, de 21 de dezembro 
de 1987,art. 4º.
Depreciações apropriadas contabilmente, correspondentes ao bem já depreciado integralmente em 
virtude de aproveitamento de incentivos fiscais previstos em lei.
Também deverão ser adicionadas as despesas com brindes e as doações feitas, excetos as mencionadas 
nos arts. 365 e 371, caput (Lei nº 9.249, de 1995, art. 13, inciso VI).
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A Lei nº 9.316 de 22/11/96 art.1. determina também que o valor da CSLL, registrada como custo ou 
despesa operacional, deverá ser adicionado, assim como a parcela da Cofins compensada com a CSLL, 
de acordo com o art. 8º da Lei nº 9.718, de 1998 (§ 4º).
As receitas de variações cambiais diferidas até a sua realização, e as receitas de variações 
cambiais que foram apropriadas contabilmente pelo regime de competência são inicialmente 
excluídas no Lalur, porém quando da sua realização elas serão adicionadas; receitas de deságios 
de investimentos avaliados pela equivalência patrimonial diferidos até a sua realização; valores 
relativos à depreciação acelerada incentivadas e lucro inflacionário apurado até 31/12/1995, entre 
outras adições.
7.4.1.1.2 Exclusões
Poderão ser deduzidos custos ou despesas não dedutíveis no período de apuração em decorrência 
de disposições legais ou contratuais; despesas de variações cambiais diferidas até o momento de sua 
realização; amortização de despesas de ágios de investimentos avaliados por equivalência patrimonial 
diferidos até a realização. A seguir, alguns exemplos de exclusões e compensações admitidas na apuração 
do lucro real.
Poderão ser excluídos os prejuízos fiscais apurados nos períodos anteriores desde que 
a compensação não supere 30% do lucro líquido após as adições e exclusões previstas na 
legislação. Para isso, a pessoa jurídica deverá manter os livros e documentos exigidos pela 
legislação fiscal, que será a prova do prejuízo fiscal utilização para a compensação, observado 
o disposto nos arts. 509 a 515 do RIR/99.
Os rendimentos e ganho de capital quando das transferências de imóveis desapropriados em reforma 
agrária, quando o desapropriado tiver obtido o ganho.
Dividendos mínimos distribuídos anualmente pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento (Decreto‑Lei 
nº 2.288, de 1986, art. 5º, e Decreto‑Lei nº 2.383, de 1987, art. 1º).
Juros produzidos pelos Bônus do Tesouro Nacional (BTN) e pelas Notas do Tesouro Nacional (NTN), 
quando emitidos para permuta da dívida externa do setor público.
7.4.1.2 Lançamentos no Lalur
Considerando o regime de tributação que o contribuinte tenha adotado, os lançamentos no Lalur 
serão efetuados da seguinte forma.
7.4.1.2.1 Lucro real trimestral
Na parte A, os ajustes ao lucro líquido do período serão efetuados dentro do trimestre, ou na data 
de encerramento deste, quando da determinação do lucro real. Na parte B, concomitantemente com os 
lançamentos de ajustes efetuados na parte A, ou no encerramento da apuração do período.
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7.4.1.2.2 Lucro real anual
Se a pessoa jurídica optar pelo levantamento de balanços ou balancetes com o objetivo de 
suspensão ou redução do Imposto de Renda, quando da apuração do lucro real, as adições, exclusões e 
compensações deverão ser discriminadas na parte A do Lalur, não devendo, neste momento, ser feito 
nenhum registro na parte B. Quando do enceramento do exercício, com o levantamento do lucro real 
anual, todos os ajustes do lucro líquido do período deverão ser efetuados, tanto do lado A como os 
correspondentes ao lado B.
7.5 Alíquota do Imposto de Renda
A alíquota estabelecida para o Imposto de Renda é de 15% e o adicional é de 10% sobre o lucro 
apurado que exceder o valor de R$ 60.000,00 para a tributação baseada no lucro real trimestral ou 
R$ 20.000,00 por mês para a tributação no lucro real anual, que se deverá recolher mensalmente por 
estimativa.
7.5.1 Adicional do Imposto de Renda
O adicional do Imposto de Renda passou a ter sua incidência sobre a parcela do lucro real, presumido 
ou arbitrado, que exceder o valor da multiplicação de R$ 20.000,00 pela quantidade de meses do 
período de apuração do resultado, sendo, no lucro real trimestral, o limite de isenção de R$ 60.000,00 
e no anual R$ 240.000,00. No cálculo, o adicional poderá ser maior na apuração trimestral porque se a 
empresa tiver, por exemplo, R$ 50.000,00 de lucro no 1o. trimestre e R$ 80.000,00 no segundo trimestre, 
o adicional à alíquota de 10% incidirá sobre R$ 20.000,00, não podendo deduzir a insuficiência de R$ 
10.000,00 no 1o. trimestre. Portanto, é necessário muito critério na ocasião da escolha pela tributação 
com base no lucro real trimestral ou anual.
7.6 Base de cálculo
A base de cálculo do Imposto de Renda tributado pela apuração trimestral é o lucro líquido apurado 
após todos os ajustes, sendo que, para o lucro real anual, o imposto deverá ser pago mensalmente 
sobre o lucro apurado, utilizando o resultado da aplicação de um percentual sobre a receita bruta do 
mês, acrescido de ganhos de capital e demais receitas e resultados positivos, não sendo considerados 
os rendimentos ou ganhos tributados, como de aplicações financeiras. Os percentuais aplicáveis sobre a 
receita bruta são variáveis de acordo com a sua atividade e constam do art. 15 da Lei nº 9.249/95.
Os percentuais aplicados sobre a receita bruta na determinação da base de cálculo do Imposto de 
Renda com base na apuração anual são os mesmos utilizados para o pagamento do imposto estimado 
mensalmente para as empresas que tenham a tributação pelo lucro presumido.
7.7 Lucro real trimestral
As pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real poderão optar entre recolher os impostos pela apuração 
trimestral ou pela apuração anual.
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7.7.1 Momento da opção
O momento da opção pela apuração trimestral ocorre com a apuração do lucro real do primeiro 
trimestre, e a sua apuração nos períodos em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro.
O pagamento do imposto apurado pode ser em 3 parcelas, sendo que, neste caso, no pagamento da 
primeira parcela não haverá qualquer acréscimo; no da segunda parcela ocorrerá o acréscimo de juros 
de 1% e no da terceira parcela terá acréscimo de juros Selic do mês anterior e mais 1% de juros do mês, 
como determina o art. 5o. da Lei nº 9.430/96.
7.7.2 Apuração do Imposto
A apuração do lucro real é feita por meio do levantamento do balancete trimestral, efetuando 
os ajustes ao lucro líquido do período para fins de apuração do lucro real, estes serão compostos 
de adições, exclusões ou compensações. Conforme o Decreto‑Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º, § 2º, 
os prejuízos do trimestre poderão ser compensados até o limite de 30% dos lucros apurados nos 
períodos seguintes.
O art. 1o. da Lei nº 9.430/96 substituiu a apuração do lucro real mensal pelo trimestral e foi 
amplamente divulgado na imprensa como sendo uma simplificação do Imposto de Renda das empresas, 
porém a simplificação não existe, porque as empresas bem administradas não apuravam o lucro real 
mensal e não iriam apurar o trimestral, pois ambos não trazem nenhum benefício para as empresas, mas, 
sim, em muitos casos, grandes desvantagens, como a compensação dos prejuízos fiscais e a possibilidade 
de cometer mais infrações fiscais.
7.7.3 Compensação dos prejuízos
A compensação dos prejuízos fiscais, no caso de apuração do lucro real do trimestre, não 
poderá acontecer totalmente nos trimestres seguintes, mesmo que dentro do ano‑calendário. O 
prejuízo fiscal de um trimestre somente poderá ser deduzidodo lucro dos trimestres seguintes 
até o limite de 30%, portanto, se a pessoa jurídica tiver um prejuízo muito grande nos dois 
primeiros trimestres e nos trimestres seguintes obtiver lucros, a compensação do prejuízo está 
limitada a 30% do lucro do trimestre, mesmo que esse lucro tenha sido menor que o prejuízo 
dos trimestres anteriores.
O imposto e a contribuição social devidos em cada trimestre poderão ser pagos em cota única no 
mês seguinte ao trimestre da apuração, sem qualquer acréscimo, ou em três quotas mensais, sendo que, 
nesse caso, com os juros calculados pela Selic até o mês anterior ao do efetivo pagamento e 1% no mês 
do efetivo pagamento.
Como exemplo, para o primeiro trimestre, se os pagamentos forem feitos em três quotas, o pagamento 
de abril não sofrerá qualquer acréscimo, já o do mês de maio terá o acréscimo de 1% e o de junho terá 
não só o acréscimo de juros do mês de maio, mas também 1% referente ao mês de pagamento de junho. 
Essa determinação está contida no art. 5º. Da Lei nº 9.430/96.
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7.8 Lucro real anual
As pessoas jurídicas poderão também optar pela apuração do lucro real anual. Nesse caso, 
terá que pagar mensalmente o Imposto de Renda calculado pela forma estimada ou mesmo com 
base em balancete. Caso a empresa não demonstre, por meio de balanço ou balancetes mensais, 
a apuração de prejuízo fiscal e a base negativa da CSLL, o não pagamento mensal do imposto 
sujeitará a aplicação de multa isolada lançada de ofício, ainda mesmo que tenha sido apurado 
prejuízo fiscal ou base negativa da CSLL no final do período anual. Essa determinação está contida 
no art. 44, § 1o., IV, da Lei nº 9.430/96.
Os percentuais aplicados sobre a receita bruta na determinação da base de cálculo do Imposto de 
Renda com base na apuração anual são os mesmos utilizados para o pagamento do imposto estimado 
mensalmente para as empresas que tenham a tributação pelo lucro presumido.
Caso a pessoa jurídica tenha diversas atividades, será aplicado o percentual correspondente 
a cada uma das atividades, assim, se a pessoa jurídica teve receita da venda de mercadorias 
produzidos e comissão de intermediação de negócios, sobre a primeira receita será aplicado o 
percentual de 8%, enquanto para a receita de comissão será aplicado o percentual de 32%.
Por meio do ADN nº 6, de 13/01/97, a Receita Federal definiu que, na atividade de construção por 
empreitada, o percentual a ser aplicado será de 8% sobre a receita bruta quando houver o emprego de 
materiais, mesmo que em qualquer quantidade, e de 32% quando não houver emprego de materiais, 
sendo unicamente de mão de obra. A redação distorce o entendimento, uma vez que não há construção 
por empreitada sem o emprego de materiais. A distinção pretendida era entre materiais fornecidos pela 
empreiteira e os fornecidos por terceiros.
Sobre as receitas provenientes de atividades de loteamento, incorporação imobiliária e da venda 
de imóveis construídos ou adquiridos com o objetivo de revenda, deverá ser aplicado o percentual de 
8%, sendo que o montante efetivamente recebido relativo a cada unidade imobiliária vendida será 
considerado como receita bruta.
As atividades incentivadas não comporão a base de cálculo do imposto na proporção que a pessoa 
jurídica fizer jus, assim como a pessoa jurídica que tiver instalada na região da Amazônia na Sudam ou 
na região da Sudene com isenção de 100% na exploração não incluirá na base de cálculo a receita da 
atividade incentivada, sendo que, caso o incentivo seja de 50%, apenas a metade da receita será incluída 
na base de cálculo.
Com relação ao ganho de capital obtido com a venda de bens do ativo permanente para recebimento 
do preço mesmo que em parte, depois do término do ano‑calendário seguinte ao da venda, esse valor 
deverá integrar a base de cálculo do imposto de renda mensal, podendo ser computado na proporção 
dos recebimentos mensais para determinação do lucro real.
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7.8.1 Base de cálculo da estimativa mensal
Para apuração da base de cálculo do Imposto de Renda com base na tributação anual, a ser pago 
mensalmente, deverá ser aplicado um percentual sobre a receita bruta do mês, e nesse resultado 
deverão ser adicionados os ganhos de capital e demais receitas e resultados positivos, excluindo‑se 
os rendimentos ou ganhos tributados como de aplicações financeiras. Esses percentuais aplicáveis 
sobre a receita bruta são variáveis de acordo com a atividade da pessoa jurídica e constam do art. 15 
da Lei nº 9.249/95.
O IPI não comporá a receita bruta e também deverão ser excluídas as vendas canceladas e as 
devoluções ocorridas, bem como os descontos incondicionais concedidos. Vale lembrar que desconto 
incondicional, como o próprio nome diz, é todo aquele que independe de quaisquer condições e de 
qualquer prazo de pagamento.
 Lembrete
Como dissemos, a base de cálculo do imposto, para cada mês, será 
determinada por meio da aplicação do percentual indicado no quadro a 
seguir, sobre a receita bruta auferida no mês.
Quadro 3 – Coeficientes de aplicação sobre a receita
Espécies de atividades
Percentuais 
sobre a 
receita
 Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool 
etílico carburante e gás natural 1,6%
 Venda de mercadorias ou produtos
 Transporte de cargas
 Atividades imobiliárias
 Construção por empreitada, quando houver emprego de materiais 
próprios
 Serviços hospitalares
 Atividade rural
 Industrialização com materiais fornecidos pelo encomendante
 Outras atividades não especificadas (exceto prestação de serviços)
8%
 Serviços de transporte (exceto o de cargas)
 Bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de 
desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, 
financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, 
sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, 
distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de 
arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros 
privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta
 Serviços gerais com receita bruta até R$ 120.000/ano (ver nota 1)
16%
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 Serviços em geral (ver nota 2)
 Serviços prestados pelas sociedades civis de profissão legalmente 
regulamentada
 Intermediação de negócios (ver nota 2)
 Administração, locação ou cessão de bens móveis/imóveis ou direitos (ver 
nota 2)
 Construção por administração ou empreitada, quando houver emprego 
unicamente de mão de obra (ver nota 2)
 Factoring (ver nota 2)
32%
 No caso de exploração de atividades diversificadas, será aplicado sobre a 
receita bruta de cada atividade o respectivo percentual 1,6 a 32%
Nota 1: Se a receita bruta ultrapassar R$ 120.000/ano, ficará sujeita ao percentual de 32%, retroativamente ao mês de janeiro. Nesse 
caso, deve‑se efetuar o recolhimento das diferenças do IRPJ apurado até o último dia útil do mês subsequente àquele que ocorrer o 
excesso, sem nenhum acréscimo.
Nota 2: As pessoas jurídicas exclusivamente prestadoras de serviços mencionadas nesses itens poderão utilizar o percentual de 16% 
enquanto a sua receita bruta acumulada do ano em curso não ultrapassar a R$ 120.000,00 (parágrafo 3º do art. 3 IN 93/97). Na hipótese 
de ultrapassar esse valor, observar as instruções contidas na nota 1.
Fonte: <http://www.valortributario.com.br/lucro‑real‑recolhimento‑estimativa.asp>. Acesso em: 14 jan. 2012.
A seguir, temosum exemplo simplificado para fácil entendimento. Uma empresa obteve receita 
de construção por empreitada, quando houver emprego de materiais próprios no mês, no valor de 
R$ 200.000,00.
A base de cálculo será R$ 200.000,00 X 8% = R$ 16.000,00
Imposto de renda devido por estimativa = R$ 16.000,0 x 15% = R$ 2.400,00
Portanto, o valor do imposto a ser recolhido é de R$ 2.400,00.
7.8.2 Conceito de receita bruta
O conceito de receita bruta está definido no art. 224 do RIR/1999 e estabelece que:
Art. 224. A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da 
venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados 
e o resultado auferido nas operações de conta alheia.
Parágrafo único. Na receita bruta não se incluem as vendas canceladas, 
os descontos incondicionais concedidos e os impostos não cumulativos 
cobrados destacadamente do comprador ou contratante dos quais o 
vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja mero depositário 
(Lei nº 8.981, de 1995, art. 31, parágrafo único).
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Os rendimentos e os ganhos de capital pagos separadamente não comporão a base de cálculo do 
imposto estimado, mas os que foram tributados deverão ser incluídos.
Na ocasião do pagamento do imposto de renda mensal, a pessoa jurídica poderá deduzir o imposto 
retido na fonte sobre as receitas, rendimentos ou ganhos considerados na apuração do imposto estimado. 
Porém, o imposto retido sobre rendimentos ou ganhos de aplicações financeiras poderá ser deduzido 
somente na declaração. É permitido às empresas de deduzir os incentivos fiscais descritos nas leis nº 
8.918/95 e 9.065/95.
7.8.3 Compensação de prejuízos
A compensação de prejuízos no lucro real anual, diferentemente do trimestral, poderá ter sua 
compensação integral no mesmo ano‑calendário, assim, caso a empresa obtenha lucro num determinado 
mês, ela poderá compensar o prejuízo do outro mês. Por exemplo, no caso de obter lucro no mês de 
março, este poderá ser compensado com o prejuízo de quaisquer outros meses.
7.8.4 Alíquota do Imposto de Renda e do adicional
A alíquota do Imposto de Renda continua sendo 15%, e a do adicional, 10%, mas o pagamento do 
adicional terá que ser feito mensalmente sobre a parcela do lucro estimado que exceder R$ 20.000,00 no mês.
Para as empresas optantes pelo lucro real trimestral cabe a dispensa de recolhimento do impostos de 
renda e da CSLL referentes às operações dos meses de janeiro e fevereiro, em vigor desde 1º de janeiro 
de 1998.
7.8.5 Suspensão ou redução do imposto
As pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real anual poderão suspender ou reduzir o pagamento do 
imposto devido em cada mês desde que, por meio de balanços ou balancetes mensais, demonstrem que 
o valor dos impostos pagos excedeu o valor do imposto apurado, inclusive adicional, com base no lucro 
real do período em curso. Para a suspensão ou redução do pagamento também se considera o mês de 
janeiro, de forma que, se nesse mês, a empresa apurar prejuízo, não há imposto a ser recolhido.
Para que se possa efetuar a suspensão ou redução do imposto, o balanço ou balancete terá que se 
referir sempre ao período entre 1º de janeiro até a data da demonstração para apuração do lucro. Desta 
forma, uma pessoa jurídica que pagou os impostos dos meses de janeiro a abril com base na receita 
bruta e no mês de maio suspendeu o recolhimento por meio de levantamento do balanço, este deverá 
compreender o período de 1º de janeiro a 31 de maio.
O Imposto de Renda e o adicional calculados com base nos balancetes do período serão comparados 
com os valores dos impostos já pagos sobre a receita bruta das operações dos meses de janeiro a abril. 
Se a somatória dos pagamento efetuados resultar num valor superior aos valores apurados com base no 
balanço, a empresa poderá suspender ou reduzir o pagamento do imposto do mês de maio, porém se o 
valor apurado for maior que os já recolhidos, então deverá ser paga a diferença.
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No balanço ou balancete de suspensão ou redução de pagamento, o limite de isenção do adicional 
corresponderá ao resultado da multiplicação do limite mensal de R$ 20.000,00 pelo número de meses 
que compõem o período desde janeiro até o mês do balanço ou balancete. Assim, o limite de isenção do 
adicional no balanço de suspensão de 30 de abril será de R$ 80.000,00.
Vale lembrar que o balancete de abril não poderá ser utilizado para suspender ou reduzir o imposto 
de maio. Para se poder utilizar essa redução ou suspensão, um novo balancete ou balanço deverá 
ser elaborado referente ao período de 1º de janeiro até 31 de maio, e os impostos apurados deverão 
ser comparados com os impostos já pagos de janeiro a abril, sendo que para comparação deverá ser 
considerado imposto devido como o resultado da aplicação alíquota do imposto sobre o lucro real, 
acrescido do adicional e deduzido, quando for o caso, dos incentivos fiscais de dedução e de isenção ou 
redução.
O Imposto de Renda pago é a soma dos valores correspondentes aos impostos de renda pagos 
mensalmente, retido na fonte sobre as receitas ou rendimentos computados na determinação do lucro 
real do período, pagos sobre os ganhos líquidos de renda variável e o pago a maior ou indevidamente 
em anos‑calendários anteriores.
O balanço ou balancete elaborado para suspensão ou redução do pagamento o imposto terá que ser 
transcrito no Livro Diário até a data determinada para pagamento do imposto respectivamente ao mês 
(art. 12 § 5, da IN nº 93/97), não sendo preciso estar registrado no órgão competente por impossibilidade 
prática para a maioria das empresas, apesar de essa obrigatoriedade de registro não estar claro na 
instrução normativa.
Segundo Higuchi et al.:
No lucro real trimestral, a escrituração do livro inventário é obrigatório ao 
final de cada trimestre, porque esse lucro é definitivo como ocorre na balanço 
de 31 de dezembro para o lucro real anual. No lucro real anual, em caso 
de suspensão ou redução do imposto mensal, o §3º. do art. 12 da IN nº 93, 
de 12/12/97, dispensa a escrituração do livro do inventário. Se a pessoa a 
pessoa jurídica possuir registro permanente de estoque, o §4o. permite que o 
confronto entra a contagem física e a escritural seja feita só no balanço de 31 
de dezembro. Os saldos de estoques do registro permanente, apurados no final 
de cada mês servem para apuração do lucro mensal (HIGUCHI et al., 2005).
7.9 Forma de pagamento
A apuração e o recolhimento do Imposto de Renda e da CSLL é trimestral, ou seja, o imposto apurado 
e devido no trimestre é pago até o último dia do mês subsequente ao trimestre encerrado. A legislação 
ainda permite que o imposto devido no trimestre encerrado seja pago em três parcelas ou quotas 
mensais iguais e sucessivas, vencíveis no último dia dos três meses subsequentes ao encerramento 
do trimestre. Nenhuma dessas quotas pode ser inferior a R$ 1.000,00 e, caso o imposto apurado no 
trimestre seja inferior a R$ 2.000, deverá ser pago de uma única vez ou em uma única quota.
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De acordo com a legislação tributária, as quotas serão acrescidas de juros correspondentes: a) à taxa Selic 
acumulada mensalmente, calculada a partir do primeiro dia do segundo mês subsequente ao encerramento 
do período de apuração até o último dia do mês anterior ao pagamento; b) a 1% no mês de pagamento.
Tomando um exemplo de Neves et al. (2007), temos:
Lucro apurado no 1º trimestre $ 40.000,00
Imposto de Renda de 15% $ 6.000,00
Parcelamentoem 3 quotas de $ 2.000,00
Taxa Selic
Tabela 17 – Os 2,7% correspondem a 1,7% da Selic de maio mais 1%
Vencimento Juros
abril 1,75%
maio 1,70%
junho 1,65%
Cotas Vencimento Juros Principal e Juros
1ª 30 abril Não há 2.000,00
2ª 31 maio 1,0% 2.020,00
3ª 30 junho 2,7% 2.054,00
Total 6.074,00
 Fonte: Neves (et al., 2007).
Alternativamente à apuração trimestral, a empresa tributada pelo lucro real poderá optar pelo pagamento 
do imposto mensal por estimativa e determinar o lucro real somente em 31 de dezembro do ano‑calendário. 
A diferença entre o imposto devido apurado de forma anual e o pago pelas importâncias estimadas será:
a) Havendo diferença ao recolher, ela deverá ser efetuada até o último dia do mês de março, em uma 
única quota, acrescida de juros equivalentes à soma:
• Taxa Selic a partir de 1 de fevereiro até o último dia do mês anterior ao pagamento.
• 1% no mês do pagamento.
b) Havendo recolhimento, o maior entre o valor do imposto sobre o lucro real apurado e o pago por 
estimativa, ele poderá ser compensado a partir de janeiro do ano‑calendário seguinte.
De acordo com o artigo 858 do Decreto nº 3.000/99 (Regulamento do Imposto de Renda), 
estabeleceu‑se que a compensação será feita a partir de abril do ano subsequente ao do período de 
apuração, entretanto a Secretaria da Receita Federal editou o Ato Declaratório Normativo nº 3, de 7 de 
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janeiro de 2000, estabelecendo que a compensação ou a restituição possa ser feita a partir do mês de 
janeiro do ano‑calendário subsequente ao período de apuração.
A opção por estimativa é apurada com base nos balancetes mensais a partir do mês de janeiro ou do 
início da atividade, sendo a opção feita durante o ano‑calendário irretratável. A pessoa jurídica não pode 
alterar para o regime de apuração trimestral. Entretanto, pode suspender ou reduzir o recolhimento por 
estimativa, caso os valores recolhidos demonstrem ou excedam o valor do imposto devido.
O balancete deverá ser levantado em observância das leis comerciais e fiscais, transcrito no livro‑diário. 
O resultado contábil do período será ajustado pelas adições, exclusões e compensações admitidas pela 
legislação do Imposto de Renda, chegando‑se, assim, ao lucro real ou ao lucro tributável.
Registro no livro de apuração do lucro real: o livro de apuração do lucro real deverá ser escriturado mensalmente, 
determinando a cada período ou mês um novo lucro real e considerando sempre os resultados acumulados.
Exemplo:
Janeiro
Lucro contábil ......................................................................................100.000,00
Ajustes 
Adições
Despesas não dedutíveis ....................................................................10.000,00
Exclusões
Ganho na equivalência patrimonial ............................................. 60.000,00
Lucro real ................................................................................................. 50.000,00
Março
Lucro contábil (janeiro a março) ..................................................250.000,00
Ajustes 
Adições
Despesas não dedutíveis (janeiro a março) ............................... 15.000,00
Exclusões
Ganho na equivalência patrimonial
(janeiro a março ...................................................................................90.000,00)
Lucro real ...............................................................................................175.000,00
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Com relação à apuração do lucro real mensal, os resultados decorrentes de investimentos no exterior 
em filiais, sucursais, coligadas ou controladas devem ser considerados no balancete do mês de dezembro 
de cada ano‑calendário (art. 7º da Instrução Normativa SRF 213 de 07 de outubro de 2002). Isso quer 
dizer que as exclusões ou inclusões, conforme as disposições da legislação tributária, devem ser aplicadas 
ao balancete do mês de dezembro. Exemplificando:
A empresa tem por hábito, e em observância ao regime de competência, contabilizar o resultado da 
equivalência patrimonial mensalmente.
Dados (NEVES, 2007):
Tabela 18 
Data
31/12/X8 Investimento em US$ 100.000,00
31/12/X8 Taxa de câmbio 1,20
31/12/X8 Investimento em reais 120.000,00
Taxa de câmbio vigente em:
Tabela 19 
Data
31/01/X9 1,25
30/06/X9 1,50
31/12/X9 2,00
Lucros acumulados no período em dólar:
Tabela 20 
Data US$
31/01/X9 15.000,00
30/06/X9 22.000,00
31/12/X9 30.000,00
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Contabilização controladora no Brasil em 31/01/X9:
Tabela 21 
Data Histórico Reais
Saldo em 31/12/X8 100.000 US$ a 1,20 120.000,00
31/01/X9 100.000 US$ a 1,25 125.000,00
31/01/X9 Variação cambial ativa 5.000,00
31/01/X9 Lucro de US$ 15.000 a 1,25 18.750,00
Conta de investimentos:
Tabela 22 
Data Histórico Reais
Saldo em 31/12/X8 Saldo inicial 120.000,00
31/01/X9 Variação cambial ativa 5.000,00
31/01/X9 Equivalência patrimonial 18.750,00
31/01/X9 Saldo final 143.750,00
Os R$ 143.750,00 correspondem aos US$ 115.000,00 em 31/01/X9 com taxa de 1,25.
Tabela 23 
Data Histórico Reais
Saldo em 31/12/X8 100.000 US$ a 1,20 120.000,00
30/06/X9 100.000 US$ a 1,50 150.000,00
30/06/X9 Variação cambial ativa 30.000,00
30/06/X9 Lucro de US$ 22.000 a 1,50 33.000,00
Conta de investimentos:
Tabela 24 
Data Histórico Reais
Saldo em 31/12/X8 Saldo inicial 120.000,00
30/06/X9 Variação cambial ativa 30.000,00
30/06/X9 Equivalência patrimonial 33.000,00
31/01/X9 Saldo final 183.000,00
Os R$ 183.000,00 correspondem aos US$ 122.000 com taxa de 1,50. 
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Unidade III
Nesse exemplo, os resultados parciais de janeiro e junho não devem ser considerados na apuração 
do lucro real dos respectivos meses, mas somente no final do ano, em dezembro/X9.
Tabela 25 
Data Histórico Reais
Saldo em 31/12/X8 100.000 US$ a 1,20 120.000,00
31/12/X9 100.000 US$ a 2,00 100.000,00
31/12/X9 Variação cambial ativa 80.000,00
31/12/X9 Lucro de US$ 30.000 a 2.00 60.000,00
Conta de investimentos:
Tabela 26 
Data Histórico Reais
Saldo em 31/12/X8 Saldo inicial 120.000,00
31/12/X9 Variação cambial ativa 80.000,00
31/12/X9 Equivalência patrimonial 60.000,00
31/12/X9 Saldo final 260.000,00
Os R$ 260.000,00 correspondem aos US$ 130.000 com taxa de 2,00.
Observe que, de acordo com os dispositivos legais da Medida Provisória nº 243 de 31 de março de 
2005, somente são acrescidos ao lucro real ou ao Lalur o ganho na equivalência patrimonial de R$ 
60.000,00. Se a atualização cambial for positiva terá isenção de tributação, se for negativa não terá 
dedução. Isso se dá por ausência de dispositivo na legislação tributária, ainda que, durante os últimos 
anos, a União tenha feito diversas tentativas para torná‑la tributável.
Vale ainda acrescentar que, de acordo com as recentes alterações na legislação societária (Lei 
nº 11.638/07 e Lei nº 11.941/09), a variação cambial ativa deve ser lançada em conta específica do 
patrimônio líquido (ajustes de avaliação patrimonial) e somente se converterá em receita ou despesa 
quando da baixa ou venda do investimento (NBC T 7 – item 41).
Os ajustes decorrentes da adoção obrigatória de preços de transferência também devem ser 
considerados somente no balancete do mês de dezembro do período‑base de apuração.
O preço detransferência foi instituído pela Lei nº 9.430/96, artigos 18 a 24, cujo objetivo principal 
foi evitar a remessa de recursos para o exterior sem a incidência do Imposto de Renda. O preço de 
transferência é adotado para empresas domiciliadas no exterior e vinculadas às empresas sediadas em 
nosso país.
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Exemplo: a remessa para o exterior sem a incidência do Imposto de Renda pode ocorrer nas 
importações superfaturadas, o que implica um pagamento maior para o fornecedor do exterior, e, nas 
exportações subfaturadas, transferindo bens, por meio da venda ao exterior, por valores inferiores, com 
preços notadamente superiores.
 Saiba mais
A Secretaria da Receita Federal disponibiliza um site para consulta de 
toda a legislação sobre a tributação do Imposto de Renda. Acesse: <www.
receita.fazenda.gov.br/legislacao> e fique atualizado.
8 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO (CSLL)
Além do IRPJ, as empresas também estão sujeitas ao recolhimento da CSLL, instituída pela Lei nº 
7.689/1988, destinada ao financiamento da seguridade social.
As mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o IRPJ serão aplicadas, a base 
de cálculo e as alíquotas previstas na legislação são mantidas, ou seja, se a empresa optou pelo IRPJ por 
lucro presumido, a CSLL será calculada com base nos percentuais de presunção e trimestralmente. Se 
for por lucro real, o cálculo será trimestral ou mensal por estimativa conforme for o caso, e a base de 
cálculo será o lucro apurado com os ajustes legais.
A empresa optante pelo lucro presumido deverá recolher a Contribuição Social sobre o Lucro 
Presumido (CSL), também pela forma presumida. Não é aceitável, por exemplo, que uma empresa que 
optou por recolher IRPJ pelo lucro real e a CSLL pelo lucro presumido. Escolhida a opção, o IRPJ e a CSLL 
deverão ser tributados pela forma escolhida.
8.1 Alíquotas
A CSLL será determinada mediante a aplicação da alíquota de 9% sobre o resultado ajustado, 
presumido ou arbitrado.
A partir de 1 de maio de 2008, a alíquota da CSLL é de 15%, no caso das pessoas jurídicas de 
seguros privados, instituições financeiras, das de capitalização e das referidas nos incisos I a VII, IX 
e X do § 1º do art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001. A Instrução Normativa 
RFB nº 810, de 21 de janeiro de 2008, que “dispõe sobre a alíquota da Contribuição Social sobre o 
Lucro Líquido aplicável aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de maio de 2008”, detalha os 
procedimentos a serem adotados para a correta aplicação das alíquotas da CSLL às bases de cálculo 
apuradas a partir de 1 de maio de 2008.
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8.2 Base de cálculo
Serão aplicadas as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o IRPJ, mantidas 
a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação em vigor.
8.2.1 Lucro real
A base de cálculo da contribuição social das empresas tributadas pelo lucro real, com base no 
balancete de suspensão ou redução, é o resultado do período ou do mês anterior à compensação da 
própria provisão para a contribuição social sobre o lucro e a provisão para o Imposto de Renda, ajustado 
pelas adições e exclusões prescritas na legislação do Imposto de Renda.
Exemplo:
1) Resultado do exercício antes das provisões do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre 
o Lucro.
2) (+) Adições.
3) (‑) Exclusões.
4) = Base de cálculo antes da compensação.
5) (‑) Base de cálculo negativa de períodos anteriores (limitada a 30% do item 4).
6) = Base de cálculo da Contribuição Social.
Para as empresas tributadas pelo lucro real, a base de cálculo da contribuição é o valor do resultado 
do exercício antes da provisão para o imposto de renda. Para efeito, no artigo 2o da referida Lei (nº 7.689):
a) será considerado o resultado do período‑base encerrado em 31 de 
dezembro de cada ano;
b) no caso de incorporação, fusão, cisão ou encerramento de atividades, 
a base de cálculo é o resultado apurado no respectivo balanço;
c) o resultado do período‑base, apurado com observância da legislação 
comercial, será ajustado pela:
1. exclusão do resultado positivo da avaliação de investimentos pelo 
valor de patrimônio líquido;
2. exclusão dos lucros e dividendos derivados de investimentos 
avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computado 
como receita;
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3. (Revogado pela Lei nº 7.856, de 1989);
4. adição do resultado negativo da avaliação de investimentos pelo 
valor de patrimônio líquido.
 § 2º No caso de pessoa jurídica desobrigada de escrituração contábil, 
a base de cálculo da contribuição corresponderá a dez por cento da 
receita bruta auferida no período de 1º janeiro a 31 de dezembro de 
cada ano, ressalvado o disposto na alínea b do parágrafo anterior.
A base de cálculo da CSLL para pagamento mensal estimado foi alterada pelos arts. 29 e 30 da 
Lei nº 9430, de 1996. A partir de 01/01/97, a base de cálculo da contribuição estimada passou a ser 
o somatório do resultado da aplicação de 12% sobre a receita bruta de vendas de bens e serviços, 
somados aos ganhos de capital, dos rendimentos e ganhos de aplicações financeiras e das demais 
receitas e resultados positivos. Ou seja, o percentual da receita bruta mensal, excluídas as vendas 
canceladas, as devoluções de vendas e os descontos incondicionais concedidos, correspondente a 
12% para as pessoas jurídicas em geral ou a 32% para as pessoas jurídicas que desenvolvam as 
atividades citadas no inciso III do § 1 do artigo 15 da Lei nº 9.249, de 1995, com a redação dada pela 
Lei nº 10.684, de 2003, art. 22.
8.2.2 Lucro presumido
Conforme art. 22 da Lei nº 10.684/2003 (BRASIL, 2003), a partir de 01/09/2003, a base de cálculo da 
CSLL devida pelas pessoas jurídicas optantes pelo lucro presumido passou a corresponder a:
• 12% da receita bruta nas atividades comerciais, industriais, serviços 
hospitalares e de transporte;
• 32% (art. 22 da Lei nº 10.684, de 2003) para:
a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e 
de transporte;
b) intermediação de negócios;
c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos 
de qualquer natureza.
Para melhor entendimento, destacamos o exemplo da base de cálculo de uma empresa comercial. 
Em determinado mês, teve receita bruta da venda de mercadorias no montante de R$ 500.000,00, 
ganhos na venda de uma máquina do ativo permanente no valor de R$ 1.000,00 e recebeu rendimentos 
de aplicação financeira no valor de R$ 800,00. A empresa apurará o imposto de renda e a contribuição 
social sobre o lucro estimado, sendo a base de cálculo da CSLL feita da seguinte forma:
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Contribuição social sobre o lucro:
R$ 500.000,00 x 12% ..................60.000,00
Ganho de capital ..............................1.000,00
Rendimentos financeiros ........... 800,00
Base de cálculo ........................R$ 61.800,00
Se a empresa utiliza a tributação do IRPJ pelo lucro presumido e pelo sistema de caixa, deverá 
calcular a CSLL também pelo regime caixa. Se a empresa utiliza o regime de competência, o IRPJ e a CSLL 
serão pelo regime de competência. Ou seja, a escolha entre o regime caixa e o de competência no IRPJ 
vincula a forma de apuração da CSLL.
8.2.3 Dedução da receita bruta
Da mesma forma como na apuração da base decálculo do IRPJ, da receita bruta poderão ser deduzidas 
as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos e os impostos não cumulativos cobrados 
destacadamente do comprador ou contratantes e que o vendedor do bem ou o prestador do serviço 
seja meramente o depositário (IPI e ICMS substituição tributária). A receita poderá ser considerada pelo 
regime de caixa em virtude da IN nº 104/981 de 26/08/1998.
8.2.4 Adições à base de cálculo
Segundo orientações da Receita Federal, deverão ser ainda somadas à base de cálculo os ganhos de 
capital e demais receitas decorrentes de receitas que não estão relacionadas com a atividade da pessoa 
jurídica, os rendimentos obtidos nas operações de mútuos entre as pessoas jurídicas controladas, coligadas 
ou interligadas, não se aplicando para a mutuaria que for instituição que tenha seu funcionamento 
autorizado pelo Banco Central.
Também serão adicionados os ganhos de capital na alienação e de participações de participações 
de sociedades permanentes em coligadas e controladas que permaneçam no ativo da pessoa jurídica 
até o final do ano‑calendário seguinte ao das suas aquisições; os ganhos obtidos em operações de 
coberturas hedge realizados em bolsas de valores e de mercadorias de futuros ou mesmo no mercado 
de balcão.
Se locação de imóveis não for o objeto social da sociedade, as receitas de locação de imóveis 
deverão ser adicionadas, deduzindo os encargos relacionados. Também deverão ser adicionados os 
juros relativos a impostos e às contribuições que deverão ser restituídos ou compensados; as variações 
monetárias ativas.
A partir de janeiro de 2006, a base de cálculo da CSLL é determinada mediante a aplicação de 
12% sobre a receita financeira da pessoa jurídica que tenha como atividade a imobiliária relativa a 
loteamento de terrenos, incorporação, construção de prédios para fins de comercialização ou revenda 
1 Disponível em:<http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/ins/ant2001/1998/in10498.htm>. Acesso em: 14 jan. 2012.
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quando decorrente de comercialização de imóveis e for apurada por meio de índices ou coeficientes 
previstos em contrato.
8.3 Algumas alterações na legislação para o ano de 2015
A Lei nº 12.973/2014, objeto de conversão da Medida Provisória nº 627/2013, que traz algumas 
alterações (dentre elas: a alteração da legislação tributária federal relativa ao “Imposto sobre a Renda 
das Pessoas Jurídicas – IRPJ; à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL; à Contribuição para o 
PIS/PASEP; e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS) e revoga o Regime 
Tributário de Transição – RTT, um novo conceito de receita bruta e alteração da base de calculo dos juros 
sobre capital próprio.
 Saiba mais
Procure analisar a seguinte lei na íntegra:
BRASIL. Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014. Altera a legislação 
tributária federal relativa ao Imposto sobre a Renda das Pessoas 
Jurídicas ‑ IRPJ, à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido ‑ CSLL, à 
Contribuição para o PIS/Pasep e à Contribuição para o Financiamento 
da Seguridade Social ‑ Cofins; revoga o Regime Tributário de Transição 
– RTT e dá outras providências. Brasília, 2014. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011‑2014/2014/Lei/L12973.htm>. 
Acesso em: 26 maio 2015.
8.4 Estudo sobre utilização do controle e da informação contábil no 
planejamento tributário
8.4.1 Estudo comparativo entre Simples, Lucro Real e Lucro Presumido
De uma maneira geral, as microempresas e empresas de pequeno porte podem optar pelos três 
regimes tributários, o Simples Nacional, o Lucro Presumido e o Lucro Real.
Os dois primeiros regimes de tributação foram criados pelo Governo Federal com o intuito de diminuir 
a carga tributária das empresas e também facilitar a fiscalização no que se refere à correta aplicação da 
legislação tributária e melhor controle da arrecadação dos impostos pela Receita Federal.
Já o Lucro Real é obrigatoriamente adotado pelas empresas que faturam valor anual igual ou superior 
a R$ 78.000.000,00, entretanto, isso não implica em que empresas com faturamento inferior a esse valor 
escolham a forma de tributação pelo Simples Nacional, desde que o faturamento anual não ultrapasse 
R$ 4.800.000,00. Para aquelas empresas cujo faturamento anual esteja entre os limites superiores a 
R$ 4.800.000,00 e inferiores a R$ 78.000.000,00, a opção é a modalidade do lucro presumido. Importante 
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dizer que, quando a empresa tem um faturamento inferior ou até R$ 4.800.000,00, ela necessariamente 
não está obrigada a fazer a opção para o Simples Nacional e também não está impedida de optar pelo 
Lucro Presumido ou até mesmo pelo Lucro Real.
Do ponto de vista do planejamento tributário, as empresas de pequeno porte ou as microempresas 
devem eleger o regime tributário que lhe proporcionar maior economia de impostos, reservada 
a simplicidade de controles contábeis e fiscais que possam estar presentes nos regimes do Simples 
Nacional e Lucro Presumido. 
8.4.2 Exemplo do estudo comparativo entre Simples, Lucro Real e Lucro Presumido
A título de exemplificação, a seguir, faremos uma comparação de uma empresa hipotética de pequeno 
porte, que exerce a atividade de Serviços de Auditoria e que inicialmente possa optar pelo Simples 
Nacional, em razão de seu faturamento anual estar nos limites exigidos pela legislação tributária de 
R$ 4.800.000,00.
No exemplo aplicável ao Simples Nacional, consideramos no cálculo o Anexo III e o Anexo V. O 
Anexo III proporciona uma menor tributação pelo fato de a folha de pagamento acumulada dos 12 
meses anteriores ao período de apuração quando comparada ao faturamento acumulado dos 12 meses 
do mesmo período for igual ou maior ao percentual de 28%, favorecendo as empresas que optam por 
uma maior empregabilidade. No Anexo V, se enquadram as empresas que proporcionam uma menor 
empregabilidade, ou seja, quando o percentual obtido entre a relação da folha de pagamento dos 12 
meses anteriores ao período de apuração e o faturamento do mês do mesmo período for inferior a 28%. 
Da mesma maneira, aplicaremos o exemplo para a hipótese de a empresa optar pelo lucro presumido, 
cujo cálculo do imposto de renda e da contribuição social é efetuado aplicando‑se o percentual de 32% 
sobre o faturamento trimestral para se obter a base de cálculo, em que incidirão os 15%, adicional de 
10% de Imposto de Renda e 9% de Contribuição Social sobre o Lucro. 
Além desses tributos, a empresa optante pelo lucro presumido ainda arca com os seguintes impostos 
e alíquotas sobre seus faturamentos mensais: PIS 0,65%, Cofins 3% e Impostos sobre Serviços – ISS, que, 
dependendo do lugar onde a empresa está localizada, pode variar em um percentual entre 2% e 5%.
Sobra a folha de salários aplicam‑se as tabelas vigentes do INSS para as grandes empresas ou que 
não estejam em regimes tributários simplificados, cujo percentual varia entre 20% a 28% . 
8.4.2.1 Dados do exemplo a ser aplicado para empresa optante pelo Simples Nacional
Tabela 27 – Faturamento e folha de pagamento acumulada
1 Faturamento acumulado de 12 meses 1.750.000,00
2 Folha de pagamento acumulada de 12 meses ou fator “r” superior a 28% 507.500,00
3 Folha de pagamento acumulada de 12 meses ou fator “r” inferior a 28% 437.500,00
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Tabela 28 – Faturamentos mensais*
Mês Valor R$ 
Janeiro 100.000,00
Fevereiro 120.000,00
Março 130.000,00
Abril 140.000,00Maio 150.000,00
Junho 160.000,00
Julho 170.000,00
Agosto 180.000,00
Setembro 190.000,00
Outubro 200.000,00
Novembro 210.000,00
Dezembro 220.000,00
Total 1.970.000,00
*Simples Nacional devido para cada mês – Fator “r” superior a 28%
Anexo III
Tabela 29 – ANEXO III Alíquotas – Receitas de locação de bens móveis e de 
prestação de serviços não relacionados no § 5º-C do art. 18 da LC 123/2016
Receita bruta em 12 meses (em R$) Alíquota Valor a deduzir (em R$)
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 16,00% 35.640,00
Cálculo dos valores
R$ 1.750.000,00 x 16,00% = R$ 280.000,00 (‑) a parcela a deduzir de R$ 35.640,00 = 
R$ 244.360,00
Alíquota efetiva = R$ 244.360,00/ R$ 1.750.000,00 = 13,96%
Aplicado sobre as receitas mensais ou total, pois o que define o percentual é o faturamento 
acumulado dos 12 meses anteriores ao período de apuração, temos de Simples Nacional devido:
R$1.970.000,00 x 16.96 % = R$ 275.012,00*
*Valor do total do Simples Nacional do ano.
Simples Nacional devido para cada mês – Fator “r” inferior a 28%.
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Anexo V
Alíquotas e Partilha do Simples Nacional ‑ Receitas decorrentes da prestação de serviços 
relacionados no § 5º‑I do art. 18 da LC 123/2016.
Tabela 30 – ANEXO V da Resolução CGSN nº 94, de 2011 (art. 25-A, § 1º, inciso V) 
(vigência: 01/01/2018) Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Receitas de prestação 
de serviços descritos no inciso V do § 1º do art. 25-A, quando o fator “r” for inferior a 28%
Receita bruta em 12 meses (em R$) Alíquota Valor a deduzir (em R$)
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 20,50% 17.100,00
Cálculo dos valores
R$ 1.750.000,00 x 20,50% = R$ 358.750,00 (‑) a parcela a deduzir de R$ 17.100,00 = 
R$ 341.650,00
Alíquota efetiva = R$ 341.650,00/ R$ 1.750.000,00 = 19,52%
Aplicado sobre as receitas mensais ou total, pois o que define o percentual é o faturamento 
acumulado dos 12 meses anteriores ao período de apuração, temos de Simples Nacional devido:
R$1.970.000,00 x 19.52% = R$ 384.544,00*
*Valor do total do Simples Nacional do ano.
O que se conclui inicialmente é que, dependendo do fator “r”, a empresa terá no próprio Simples 
Nacional uma carga tributária maior ou menor:
Tabela 31 
Fator “r” inferior a 28% Fator “r” superior a 28% Diferença devida a maior
R$ 275.012,00 R$ 384.544,00 R$ 109.532,00
8.4.3 Dados do exemplo a ser aplicado para empresa optante pelo Lucro Presumido
Tabela 32 – Faturamento mensais/trimestrais
mês Valor R$ 
Janeiro 100.000,00
Fevereiro 120.000,00
Março 130.000,00
Soma 1º trimestre 350.000,00
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Abril 140.000,00
Maio 150.000,00
Junho 160.000,00
Soma 2º trimestre 450.000,00
Julho 170.000,00
Agosto 180.000,00
Setembro 190.000,00
Soma do 3º trimestre 540.000,00
Outubro 200.000,00
Novembro 210.000,00
Dezembro 220.000,00
Soma do 4º trimestre 630.000,00
Total 1.970.000,00
O cálculo do Lucro Presumido, assim como a Base de Cálculo da Contribuição Social sobre o 
Lucro Líquido, é devida trimestralmente, observando ainda a incidência do adicional do imposto 
de renda de 10% que ultrapassar R$ 60.000,00 no trimestre. Para serviços em geral, aplica‑se o 
percentual de 32% sobre o valor do faturamento trimestral para determinação da base de cálculo.
Tabela 33 – Cálculo do 1º trimestre 
Valor R$ Lucro presumido
350.000,00 112.000,00
Tabela 34
Imposto devidos R$
15% sobre R$ 112.000,00 16.800,00
10% adicional sobre R$ 112.000.00 (‑) R$ 60.000,00 = R$ 52.000,00 5.200,00
9% sobre R$ 112.000,00 de Contribuição Social sobre o lucro líquido 10.080,00
Total 32.080,00
Reafirmado, o cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social é feito trimestralmente, 
pois o período de apuração para o Regime do Lucro Presumido sempre é trimestral, de acordo com 
a legislação tributária.
O mesmo não ocorre para os demais impostos, tais como PIS, Cofins e ISS, que são devidos 
mensalmente. Porém, para facilitar, demonstramos os cálculos dos impostos devidos, tomando‑se 
o faturamento do 1º trimestre de R$ 350.000,00. O montante devido não se altera com o cálculo 
mensal ou trimestral.
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Tabela 35 
Impostos Alíquotas Valor devido
PIS 0,65% R$ 2.275,00
Cofins 3,00% R$ 10.500,00
ISS 5,00% R$ 17.500,00
Total R$ 30.275,00
Percentual de encargos do INSS sobre a folha de pagamento mensal
A empresa, por ser optante do Lucro Presumido e por não estar em regime simplificado de 
impostos, recolhe as contribuições sociais devidas à Previdência Social (INSS), aproximadamente 
26,80% sobre o Salário Contribuição (Folha de Pagamento). O percentual acima é composto da 
seguinte forma: 20,00% devido diretamente ao INSS; 5,80% para Contribuições a Terceiros, que 
se referem aos serviços sociais autônomos, tais como Senai, Sesc, Sebrae, Salário Educação e 
Incra, e 1% a título de Seguro de Acidentes do Trabalho, conforme o grau de risco da atividade 
exercida pelo empregador. O percentual de seguros de acidentes varia de 1 a 3%, para riscos leve, 
médio e grave. 
Por hipótese, assumindo que o valor acumulado da folha de pagamento ou salário contribuição 
do primeiro trimestre é de R$ 126.875,00 e aplicando‑se o percentual de 26,80%, a empresa arcaria 
com encargos devidos sobre a folha de pagamento no valor de R$ 34.002,00.
Tabela 36 – Resumo dos impostos devidos para o 1º trimestre
Impostos Valor em Reais
Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido 32.080,00
PIS, Cofins e ISS sobre o faturamento 30.275,00
Encargos sociais do INSS 34.002,00
Total 96.357,00
 Saiba mais
Na realidade, os encargos sociais incidentes sobre a folha de pagamento 
variam conforme atividade da empresa. Para maiores esclarecimentos, consulte:
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS). Cálculo da Guia da 
Previdência Social – GPS. Brasília, 2018. Disponível em: <https://www.
inss.gov.br/servicos‑do‑inss/calculo‑da‑guia‑da‑previdencia‑social‑gps/>. 
Acesso em: 4 abr. 2018.
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Tabela 37 – Cálculo do 2º trimestre 
Valor R$ Lucro presumido
450.000,00 144.000,00
Tabela 38 
Imposto devidos R$
15% sobre R$ 144.000,00 21.600,00
10% adicional sobre R$ 144.000.00 (‑) R$ 60.000,00 = R$ 84.000,00 8.400,00
9% sobre R$ 144.000,00 de contribuição social sobre o lucro líquido 12.960,00
Total 42.960,00
PIS, Cofins e ISS são devidos mensalmente. Porém, para facilitar os cálculos, demonstramos 
os impostos devidos, tomando‑se o faturamento do 2º Trimestre de R$ 450.000,00. O montante 
devido não se altera com o cálculo mensal ou trimestral.
Tabela 39 
Impostos Alíquotas Valor devido
PIS 0,65% R$ 2.925,00
COFINS 3,00% R$ 13.500,00
ISS 5,00% R$ 22.500,00
Total R$ 38.295,00
Percentual de 26.80% de encargos do INSS sobre a folha de pagamento mensal ou salário 
contribuição, assumindo hipoteticamente o valor para o 2º trimestre de R$ 126.875,00 x 26,80% 
= R$ 34.002,00.
Tabela 40 – Resumo dos impostos devidos para o 2º trimestre
Impostos Valor em reais
Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido 42.960,00
PIS, Cofins e ISS sobre o faturamento 38.295,00
Encargos sociais do INSS 34.002,00
Total 115.257,00
Tabela 41 – Cálculo do 3º trimestre 
Valor R$ Lucro presumido
540.000,00 172.800,00
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Unidade III
Tabela 42 
Imposto devidos R$
15% sobre R$ 172.800,00 25.920,00
10% adicional sobre R$ 172.800.00 (‑) R$ 60.000,00 = R$ 112.800,00 12.280,00
9% sobre R$ 172.800,00 de contribuição social sobre o lucro líquido 15.552,00
Total 53.752,00
PIS, Cofins e ISS são devidos mensalmente. Porém, para facilitar os cálculos, demonstramos 
os impostos devidos, tomando‑se o faturamento do 3º trimestre de R$ 540.000,00. O montante 
devido não se altera com o cálculo mensal ou trimestral.
Tabela 43 
Impostos Alíquotas Valor devido
PIS 0,65% R$ 3.510,00
COFINS 3,00% R$ 16,200,00
ISS 5,00% R$ 27.000,00
Total R$ 46.710,00
Percentual de 26.80% de encargos do INSS sobre a folha de Pagamento mensal ou salário 
contribuição, assumindo hipoteticamente o valor para o 3º trimestre de R$ 126.875,00 x 26,80% 
= R$ 34.002,00.
Tabela 44 – Resumo dos impostos devidos para o 3º trimestre
Impostos Valor em reais
Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido 53.752,00
PIS, Cofins e ISS sobre o faturamento 46.710,00
Encargos sociais do INSS 34.002,00
Total 134.464,00
Tabela 45 – Cálculo do 4º trimestre 
Valor R$ Lucro presumido
630.000,00 201.600,00
Tabela 46 
Imposto devidos R$
15% sobre R$ 201.600,00 30.240,00
10% adicional sobre R$ 201.600 .00 (‑) R$ 60.000,00 = R$ 141.600,00 14.160,00
9% sobre R$ 201.600,00 de contribuição social sobre o lucro liquido 18.144,00
Total 62.544,00
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PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
PIS, Cofins e ISS são devidos mensalmente. Porém, para facilitar os cálculos, demonstramos os 
impostos devidos, tomando‑se o faturamento do 4º Trimestre de R$ 630.000,00. O montante devido 
não se altera com o cálculo mensal ou trimestral.
Tabela 47 
Impostos Alíquotas Valor devido
PIS 0,65% R$ 4.095,00
COFINS 3,00% R$ 18,900,00
ISS 5,00% R$ 31.500,00
Total R$ 54.495,00
Percentual de 26,80% de encargos do INSS sobre a folha de Pagamento mensal ou salário 
contribuição, assumindo hipoteticamente o valor para o 4º trimestre de R$ 126.875,00 x 26,80% 
= R$ 34.002,00.
Tabela 48 – Resumo dos Impostos Devidos para o 4º trimestre
Impostos Valor em reais
Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro liquido 62.544,00
PIS, Cofins e ISS sobre o faturamento 54.495,00
Encargos sociais do INSS 34.002,00
Total 151.041,00
Tabela 49 – Total dos impostos por trimestre
Trimestre Valor em reais
1º 96.357,00
2º 115.257,00
3º 134.464,00
4º 151.041,00
Total 497.119,00
8.4.4 Comparação entre Simples Nacional e Lucro Presumido
Tabela 50 
Simples Nacional – Anexo III Simples Nacional – Anexo V Lucro presumido
R$ 275.012,00 R$ 384.544,00 R$497.119,00
Para um faturamento anual de R$ 1.970.000,00, e a empresa fazendo a opção pelo Simples 
Nacional, em comparação com o Lucro Presumido, a empresa terá uma economia tributária 
de R$ 222.107,00, caso possa ser tributada pelo Anexo III (fator “r” maior que 28%), ou uma 
economia de R$ 112.575,00, caso seja tributada pelo Anexo V (fator “r” menor que 28%).
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Unidade III
8.4.4.1 Opção pelo Lucro Real
Utilizando as mesmas informações do faturamento anual de R$ 1.970.000,00, a empresa 
elege‑se para o regime de Lucro Real. O impacto maior na sua tributação seria no cálculo 
mensal do PIS e Cofins, cujas alíquotas no regime de Lucro Real são, respectivamente, de 
1,65 % e 7,6%.
Tabela 51 – Comparativo do PIS e Cofins 
Impostos PIS Cofins Total
Modalidade ‑ Lucro real 32.505,00 149.720,00 182.225,00
Modalidade – Lucro presumido 12.805,00 59.100,00 71.905,00
Diferença a maior 19.400,00 90.620,00 110.320,00
Para que houvesse uma igualdade entre os regimes Lucro Presumido e Lucro Real, somente 
valeria a pena a opção pelo Regime de Lucro Real se a empresa tivesse condições de prever que o 
seu lucro contábil anual ficasse em torno de 15,68 % de suas vendas brutas de R$ 1.970.000,00, 
ou seja, um lucro antes do Imposto de Renda e Contribuição Social de aproximadamente 
R$ 308.870,00.
Cálculo do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido antes dos impostos.
Tabela 52 
Lucro Real 308.870,00
15% de Imposto de Renda s/ 308.870,00 46.330,50
10% Adicional (308.870,00 – 240.000,00) = 68.870,00 6.887,50
9% de Contribuição Social s/ 308.970,00 27.798,30
Total 81.016,30
Tabela 53 
Impostos IRPJ e CSLL
Modalidade ‑ Lucro Real 81.016,30
Modalidade – Lucro Presumido 191.336,00
Diferença menor 110.319,70
Somente valeria a pena a empresa optar pelo Lucro Real se pudesse prever que o seu lucro 
líquido anual, antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social, fosse aproximadamente igual 
ou menor que R$ 308.870,00.
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PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
Para lucros maiores que R$ 308.870,00, o imposto de renda e a contribuição social devidas 
seriam maiores que R$ 81.016,30, portanto, do ponto de vista de economia tributária, não seria 
favorável para a empresa a opção pelo Lucro Real.
O exemplo apresentado é apenas elucidativo e não exaustivo. A empresa sempre terá que 
levar em consideração o ramo de atividade, se comércio, indústria ou serviços, e os respectivos 
enquadramentos nos Anexo I a V do Simples Nacional, considerando a incidência de outros 
impostos, como ICMS e o IPI.
O exemplo demonstrado acima indica que a opção pelo regime simplificado do Simples 
Nacional é a melhor opção em razão de sua carga tributária total ser de R$ 275.212,00 ou R$ 
384.544,00, conforme demonstrado no item 8.4.4, menor que a opção pelo Lucro Presumido, cuja 
carga tributária totaliza R$ 497.119,00. 
Quando a empresa não tem a possibilidade de enquadramento no Simples Nacional, de acordo 
com o art. 3º, II, §§2º e 4º, e art. 17 da Lei Complementar nº 123/2006, que descreve os diversos 
impedimentos, resta somente a opção pelos regimes tributários Lucro Presumido ou Lucro Real. 
Porém, deve ser levado em consideração os impactos dos impostos PIS e COFINS sobre o faturamento, 
cujas alíquotas para as empresas optantes do Lucro Real maiores, ou seja, 1,65% para o PIS e 7,6%, 
para a COFINS. Já na modalidade do Lucro presumido, as alíquotas são respectivamente menores, 
0,65% e 3%. 
É importante saber se a empresa, durante o período de apuração dos impostos sobre o Lucro 
Líquido, em determinados meses, terá prejuízos contábeis ou fiscais; quando adotado o Regime 
de Lucro Real Anual, é possível compensar prejuízos fiscais dos períodos ou meses seguintes com 
lucros fiscais anteriores. Tal situação indica que a empresa, em determinado mês ou período de 
apuração, não teria imposto a recolher. 
No Lucro Presumido, a empresa sempre terá que recolher o Imposto de Renda e Contribuição 
Social, pois a modalidade do cálculo é o faturamento e outras receitas, independentemente da 
existência ou não de lucros contábeis ou fiscais. Porém, essa modalidade tem a seu favor as 
diferenças de alíquotas do PIS e Cofins. 
Se fossemos estabelecer uma hierarquia de escolha de Regimes Tributários, o Simples Nacional 
seria a 1ª opção, o Lucro Presumido a 2ª, e o Lucro Real, a 3ª opção.
 Resumo
Nesta unidade destaca‑se o conceito de lucro real, ou lucro tributável, 
que é obtido com base na contabilidade ou nos balancetes contábeis, 
trimestralmente e ajustado por adições e exclusões ao lucro contábil 
estabelecidas na legislação tributária. 
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