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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE FÍSICA LABORATÓRIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL II OSCILAÇÕES MECÂNICAS Turma: 002 – Engenharia Elétrica Acadêmicos: Cecília Volpato Reche RA: 110579 Erika Harumi Akashi RA: 110568 Felipe Eduardo Rech Gerber RA: 110575 Lara Conradi Carrasco RA: 110569 Professora: Débora MARINGÁ-PR 10 de setembro de 2018 1. Resumo: O experimento realizado objetivava obter as constantes elásticas de molas de diferentes comprimentos e iguais diâmetros e, com estas, determinar as equações do movimento oscilatório realizado e descrito adiante. Para isso foi montado um sistema constituído por um suporte horizontal reto e metrado em que a mola era presa em um fio que, em sua outra extremidade, encontrava-se munido de diferentes combinações de massas. Como resultado, obteve-se as diferentes constantes elásticas e as equações que descreveriam o comportamento oscilatório da mola em questão. 2. Introdução: Em 1660, R. Hooke estudando comportamento de sistemas elásticos formados por molas, observou que a deformação sofrida por uma mola com uma de suas extremidades fixa a um suporte aumentava com o aumento da massa suspensa na sua outra extremidade. Com base em seus estudos, Hooke concluiu que as molas estudadas em questão obedeciam a um comportamento característico e obedeciam uma lei que ficou conhecida como a Lei de Hooke: “A força que causa deformação em corpos elásticos é proporcional à deformação causada.” Um corpo, ao exercer uma força sobre uma mola, receberá uma nova força aplicada sobre ele, conhecida como força elástica, de módulo dado pela equação: 𝐹 = −𝑘𝑥 Em que 𝑘 é a constante elástica da mola, que representa a dureza da mola e ∆𝑥 representa a deformação da mola. Quanto maior o valor de 𝑘, maior a dureza da mola e mais força é necessária para provocar uma deformação. No S.I. a unidade de 𝑘 é Newtons/metro (𝑁/𝑚). Caso a deformação seja muito grande, a mola não conseguirá retornar ao seu estado natural, sendo que esta sofre, nesse caso, uma deformação plástica. O sinal negativo na fórmula indica que a força exercida pela mola sobre o corpo é uma força restauradora, isto é, uma força que atua no sentido de desfazer a deformação causada na mola. 3. Objetvos: O experimento visou obter a constante elástica de cada uma das três molas (revelando sua rigidez) e aplicar esta para determinar a equação representante de cada equação num sistema restaurador, utilizando os dados coletados. 4. Fundamentação Teórica: 4.1 Relação peso / tração O sistema que fora utilizado para realização do experimento está descrito a seguir. É visto que, em seu deslocamento 𝑥 máximo, pode-se determinar uma relação entre a força de tração, a força peso e a força elástica do sistema. Quando o fio está completamente esticado, pode-se dizer que a força de tração é numericamente igual a força peso, e esta, numericamente igual a força elástica, desde que o sistema se mantenha em equilíbrio (no caso estático). Figura 4.1.1 – Montagem do sistema utilizado para determinação da constante elástica das molas analisadas. 4.2. Movimento Harmônico Simples (MHS) Movimentos oscilatórios acontecem com grande frequência no cotidiano. Um bom exemplo é o balançar de um relógio de pêndulo. Este descreve um movimento oscilatório e constante. Um movimento natural é dito Movimento Harmônico Simples se este for oscilatório e força restauradora for diretamente proporcional ao deslocamento da posição de equilíbrio. O corpo que está em MHS recebe o nome de oscilador harmônico. O MHS pode ser melhor compreendido quando relacionado ao MCU, ou seja, movimento circular uniforme. 4.3.MHS e o Movimento Circular e Uniforme Consideremos o sistema montado no experimento. Quando colocado em movimento, podemos perceber que, ao levar em conta um ponto localizado no encontro da mola com o fio utilizado, é possível notar que este realiza movimento de ida e volta, conforme movimentado pela força restauradora. Da mesma forma, ao considerarmos um corpo qualquer que está realizando MCU, vemos que seu movimento, quando analisado somente no eixo X, assemelha-se muito ao movimento realizado pela mola. Logo, é notável que o movimento harmônico simples pode ser encarado como a projeção do movimento circular realizado por este corpo ao longo do diâmetro do movimento circular, como mostra a figura a seguir. Figura 4.3.1 – Comparação do MHS da mola e de um corpo em MCU. 4.4. Força Elástica Uma mola pode ser caracterizada como qualquer objeto capaz de realizar deformações elásticas e armazenar energia potencial elástica 𝐸, eventualmente, transformar tal energia em Energia Cinética (𝐾). No caso de uma mola ideal, essa transferência se dá completamente, de forma que, em uma ocasião específica, toda a energia potencial da mola é convertida em energia Cinética. Todavia, casos reais não apresentam tal eficiência. Devido ao fato do movimento ser elástico, não raro são os casos de forças presentes na natureza serem descritas como forças elásticas. 4.5. Caso Estático Considerando o sistema montado em equilíbrio (sem oscilação horizontal e vertical), com uma determinada massa suspensa, e utilizando a 2ª Lei de Newton, teremos a seguinte expressão para a constante elástica no caso estático: No eixo 𝑦: Como não há aceleração em 𝑦, a força resultante, dada pela diferença entre o peso do sistema e tração do fio, é igual a 0. Portanto, �⃗� = 𝑚𝑎 = 0𝑁 (4.5.1) P¯⃗ s = T¯⃗, logo, T¯⃗ = ms 𝑔⃗⃗⃗ ⃗ (4.5.2) No eixo 𝑥: Como não há aceleração em x, a força resultante, dada pela diferença entre a força restauradora e a força da tração é 0, logo: �⃗� = 𝑚𝑎 = 0𝑁 (4.5.3) �⃗⃗� = 𝐾∆𝑥 = ms 𝑔⃗⃗⃗ ⃗ 𝑙𝑜𝑔𝑜, (4.5.4) 𝒌 = 𝐦𝐬 𝒈⃗⃗⃗⃗ ∆𝒙 (4.5.5) 4.6. Caso Dinâmico Quando o sistema adquire aceleração, passa a ser considerado um movimento dinâmico. A Figura 2.6.1 que representa a nova abordagem do sistema: Figura 4.6.1 – Esquema do experimento no caso dinâmico, mostrando as forças que atuam no sistema, bem como a posições da mola. Como já visto em MCU, podemos determinar a velocidade angular como : 𝜔 = 2 𝜋 𝑇 , mas podemos definir a velocidade angular também como : 𝜔 = √ 𝐾 𝑚 , pois, pelas unidades de medidas, temos: 𝐾 = 𝑁/𝑚 → 𝐾𝑔 ∙ 𝑚/𝑠² / 𝐾𝑔 ∙ 𝑚 = 1/𝑠² 𝑒 𝜔 = 𝑟𝑎𝑑/𝑠, logo temos que: 𝜔 = 2 𝜋 𝑇 = √ 𝐾 𝑚 (4.6.1) Logo, temos então que, isolando 𝑘, chegamos que a constante é descrita como: 𝒌 = 𝟒𝝅𝟐 𝒎 𝑻² (4.6.2) 5. Desenvolvimento experimental: 5.1. Materiais utilizados: Parte I - 3 molas helicoidais de mesmo diâmetro e comprimentos diferentes; - 1 paquímetro; - 1 régua; - Massas de diferentes valores; - 1 suporte para as massas; - 1 trilho da Pasco com suporte lateral e roldana; - Fio inextensível; - Balança. Parte II -3 molas helicoidais de mesmo diâmetro e comprimentos diferentes; - 1 régua; - massas de diferentes valores; - 1 Suporte para as massas; - 1 trilho da Pasco com suporte lateral e roldana; - Fio inextensível; - Balança - Cronômetro 5.2. Procedimento experimental Parte I O comprimento das molas foi medido com um paquímetro, os valores foram anotados na tabela 5.1.1. Três massas foram escolhidas e numeradas, o valor de cada uma delas anotado. O experimento foi montado conforme mostrado na figura 5.1.1 para a mola 1. As massas ficarão suspensas com o auxílio de um suporte, a posição de referência adotada foi a da mola antes de obter qualquer deformação através das massas. A primeira massa foi adicionada e a deformação da mola (∆𝑥 = 𝑥 − 𝑥0) foi anotado na tabela 5.1.1. O processo foi novamente repetido adicionando a massa 2, e depois mais uma vez acrescentando a massa 3. O processo foi realizado para as outras duas molas. Figura 5.1.1- Esquema do trilho caso estático Parte II Uma mola e quatro massas foram escolhidas e o sistema da figura 4.6.1 foi montado. As massas foram etiquetadas e o valor de cada uma delas anotado. Uma pequena força externa foi colocada e ouve deformação da mola, com o auxílio do cronômetro foi marcado o tempo de três oscilações completas, o experimento foi repetido mais duas vezes e o tempo anotado. O procedimento foi realizado mais três vezes adicionando outras massas. Os resultados estão apresentados na tabela 5.2.1. Fazendo o mesmo experimento, deixando a assa fixa e variando as molas com diferentes comprimentos foram obtidos os resultados da tabela 5.2.2. 6. Análise e discussão de resultados: PARTE I – PARTE ESTÁTICA PARTE I A: DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE ELÁSTICA DAS MOLAS 6.1-Gráfico 6.2 - Qual é a dimensão da constante de proporcionalidade (𝑘), o que representa fisicamente no nosso sistema? R: A constante de proporcionalidade representa a constante elástica do sistema e sua dimensão neste caso é 𝑔 ∙ 𝑠−2 ou 𝐷𝑖𝑛𝑎 ∙ 𝑐𝑚−1 6.3 - Determine os valores das constantes de proporcionalidade, compare seus resultados com os obtidos via Equação 10.3. Tabela 6.1.1: Constantes de proporcionalidade e média. 𝑙1 𝑙2 𝑙3 𝑥1 14457,07 5782,83 30520,47 𝑥2 11743,46 5659,50 7828,976 𝑥3 11433,2 5480,38 5572,485 𝑀é𝑑𝑖𝑎 12544,58 5640,90 14640,64 Tabela 6.1.2: Resultados da constante elástica via Fórmula (10.3) e média 𝑙1 𝑙2 𝑙3 𝑥1 14457,07 5782,83 30520,47 𝑥2 11743,46 5659,50 7828,976 𝑥3 11433,20 5480,38 5572,485 𝑀é𝑑𝑖𝑎 12544,58 5640,902 14640,64 R: Comparando as Tabelas (6.1.1) e (6.1.2) é possível observar que tanto os valores encontrados no gráfico, quanto os valores via formula, possuem os mesmos resultados. 6.4 - Qual a relação matemática de proporção existente entre as 3 constantes elásticas? R: Considerando a massa igual para todas as molas temos: 𝑘1 = 𝑚 ∙ 𝑔 ∙ ∆𝑥1 −1 𝑘2 = 𝑚 ∙ 𝑔 ∙ ∆𝑥2 −1 𝑘3 = 𝑚 ∙ 𝑔 ∙ ∆𝑥3 −1 Então, 𝑘1 𝑘2 = 𝑚∙𝑔∙∆𝑥1 −1 𝑚∙𝑔∙∆𝑥2 −1 Massa e gravidade se anulam e ficamos com: 𝑘1 ∙ ∆𝑥1 = 𝑘2 ∙ ∆𝑥2 Aplicamos a mesma lógica pra 𝑘3 e ficamos com: 𝑘1 ∙ ∆𝑥1 = 𝑘2 ∙ ∆𝑥2 = 𝑘3 ∙ ∆𝑥3 6.5 - Qual a relação entre o comprimento da mola e as constantes elásticas? Justifique. R: Sendo 𝐹 = 𝑘 ∙ ∆𝑥 e 𝐹 = 𝑚 ∙ 𝑔 E considerando ∆x o comprimento final da mola (𝑇) menos o comprimento da mola em repouso (𝑙) , ∆𝑥 = (𝑇 − 𝑙). Substituindo, Temos que: 𝑚 ∙ 𝑔 = 𝑘 ∙ (𝑇 − 𝑙). Isolando 𝑘, temos: 𝑘 = 𝑚 ∙ 𝑔/(𝑇 − 𝑙). PARTE I B: DETERMINAÇÃO DO MODO DE RIGIDEZ DA MOLA Tabela 6.1.1 𝑘 = 12544,58 𝑔 ∙ 𝑠−2 Utilizando a equação (10.2) obtemos valor do módulo de rigidez desta mola: 𝐺 = 3,8 ∙ 10−11 PARTE II: CONSTANTE ELÁSTICA DA MOLA – CASO DINÂMICO PARTE II - A : COMPRIMENTO DA MOLA (l ) FIXO E MASSAS SUSPENSAS (M) VARIÁVEIS II.a1 –gráfico 𝑚 𝑥 𝑇𝑚 II.a2 - Utilizando o gráfico, escreva a relação entre 𝑚 e 𝑇𝑚 ? PARTE II - B – COMPRIMENTO DA MOLA (l ) VARIÁVEL E MASSA SUSPENSA (M) II. b1 - Confeccione o gráfico 𝑘 𝑥 𝑇𝑚 no papel Di-log. II. b2 - A partir do gráfico da, obtenha a relação entre essa duas. 6. Análise e discussão de resultados Parte I A tabela 6.1.1 mostra os dados coletados na primeira parte do experimento. Tabela 6.1.1 -Resultados da primeira parte do experimento. 𝒍₁ = 𝟏, 𝟕𝟎𝒄𝒎 𝒍₂ = 𝟑, 𝟓𝟔𝒄𝒎 𝒍₃ = 𝟓, 𝟗𝟎𝒄𝒎 𝒎(𝒈) ∆𝒙(𝒄𝒎) ∆𝒙(𝒄𝒎) ∆𝒙(𝒄𝒎) 28,01 1,9 4,7 0,9 47,90 4,0 8,3 6,0 67,62 5,8 12,1 11,9 A partir da tabela 6.1.1 foi obtida a força peso com seu desvio e os valores do deslocamento também com seus desvios, como mostra a tabela 5.1.2 Tabela 6.1.2- Força peso e deslocamento com seus respectivos desvios.(g=980,665cm/𝒔𝟐) 𝒍₁ = 𝟏, 𝟕𝟎𝒄𝒎 𝒍₂ = 𝟑, 𝟓𝟔𝒄𝒎 𝒍₃ = 𝟓, 𝟗𝟎𝒄𝒎 𝑷 ∆𝒙(𝒄𝒎) ∆𝒙(𝒄𝒎) ∆𝒙(𝒄𝒎) 27468,43 1,9 ± 0,01 4,7 ± 0,01 0,9 ± 0,01 46973,85 4,0 ± 0,01 8,3 ± 0,01 6,0 ± 0,01 66312,57 5,8 ± 0,01 12,1 ± 0,01 11,9 ± 0,01 Parte II A tabela 6.2.1 mostra o resultado de três oscilações completas para casa massa. Tabela 6.2.1- Tempo de três oscilações completas para cada massa adicionada. 𝑙 = 1,70𝑐𝑚 𝒎(𝒈) 𝒕₁(𝒔) 𝒕₂(𝒔) 𝒕₃(𝒔) 59,46 ± 0,001 1,44 ± 0,001 1,44 ± 0,001 1,44 ± 0,001 79,32 ± 0,001 1,78 ± 0,001 1,75 ± 0,001 1,78 ± 0,001 99,04 ± 0,001 2,00 ± 0,001 2,06 ± 0,001 2,03±0,001 118,44 ± 0,001 2,13 ± 0,001 2,13 ± 0,001 2,12 ± 0,01 A tabela 6.2.2 apresenta os resultados obtidos variando as molas com comprimentos diferentes e mantendo a massa fixa. Tabela 6.2.2- Tempo de três oscilações completas para diferentes comprimentos de mola 𝑚 = 70,74𝑔 𝒍(𝒄𝒎) 𝒕₁(𝒔) 𝒕₂(𝒔) 𝒕₃(𝒔) 1,70 ± 0,001 1,78 ± 0,001 1,75 ± 0,001 1,78 ± 0,001 3,56 ± 0,001 2,43 ± 0,001 2,41 ± 0,001 2,44 ± 0,001 𝟓, 𝟗𝟎 ± 𝟎, 𝟎𝟎𝟏 3,12 ± 0,001 3,15 ± 0,001 3,19 ± 0,001 7.Conclusão O experimento teve como objetivo determinar a constante elástica de três molas distintas, com mesmo diâmetro de mesmo material, porém, de tamanhos diferentes. Essas constantes foram usadas para que se pudesse determinar a equação da constante elástica no caso dinâmico. Com toda a analise, pode-se concluir que, ao comparar molas de mesmo material e mesmo diâmetro, a variável que altera a constante é o comprimento da mola. Com os resultados obtidos , foi possível sanar todos os questionamentos, apresentados no tópico 6. 08.Referências Bibliográficas: 1) TIPLER, Paul A. Física: Mecânica, oscilações e ondas, termodinâmica. São Paulo: LTC, vol 1. 5ª edição. 2) YOUNG & FREEDMAN, SEARS & ZEMANSKY, Física II: Termodinâmica e Ondas. São Paulo: Addison Wesley, vol 2. 12ª Edição, 2008. 3) H. MUKAI e P.R.G. FERNANDES, Apostila de Laboratório de Física I – capítulo 10 e apêndice E, 2008. 4) http://en.wikipedia.org/wiki/Wave acessado em 29/09/2010; 5) http://en.wikipedia.org/wiki/Hooke's_law acessado em 29/09/2010.
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