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3. Ética

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Ética Profissional Prof. Silvio Edmundo Pilz sep@desbrava.com.br 
Arquitetura e Urbanismo CETEC UNOCHAPECÓ 
 
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10. ÉTICA PROFISSIONAL 
10.1 - O QUE É ÉTICA? 
A Ética pode ser entendida como o "Estudo dos juízos de apreciação que se referem 
à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja 
relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto" (Novo Dicionário 
Aurélio da Língua Portuguesa). 
A Ética também pode ser entendida como "o conjunto de critérios e conceitos que 
deve guiar a conduta de um indivíduo por razão dos mais elevados fins que possa 
atribuir-se a profissão que exerce" (Preâmbulo do projeto de Código de Ética C.I.A.M. 
– Mercosul/93). 
10.2 - A ÉTICA PROFISSIONAL 
Trazemos ao texto a contribuição do Professor Marculino Camargo, que em sua obra 
"FUNDAMENTOS DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL", às páginas 31 e 32, assim 
se posiciona: 
" A ética profissional é a aplicação da ética geral no campo das atividades 
profissionais; a pessoa tem que estar imbuída de certos princípios ou valores 
próprios do ser humano para vivê-los nas suas atividades de trabalho. De um 
lado, ela exige a deontologia, isto é, o estudo dos deveres específicos que 
orientam o agir humano no seu campo profissional; de outro lado, exige a 
diciologia, isto é, o estudo dos direitos que a pessoa tem ao exercer suas 
atividades. Portanto, a ética profissional é intrínseca à natureza humana e se 
explicita pelo fato de a pessoa fazer parte de um grupo de pessoas que 
desenvolvem determinado agir na produção de bens ou serviços. Neste 
sentido, vale a pena refletir sobre as afirmações seguintes : 
"Cada conjunto de profissionais deve seguir uma ordem de conduta que 
permita a evolução harmônica do trabalho de todos, a partir da conduta de 
cada um, através de uma tutela no trabalho que conduza a regulação do 
individualismo perante o coletivo" (Sá, 1996: 92); 
 
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" A ética é condição essencial para o exercício de qualquer profissão" 
(Franco,1991:66). 
Enquanto estudo ou ciência, a Ética, desde antes de Sócrates, Platão e Aristóteles 
tem sido aprofundada, enquanto conhecimento sobre o comportamento dos homens 
em sociedade. 
Difere-se da moral pelo valor relativo, que apresentam os grupos ou a pessoa diante 
das situações da vida, em determinado contexto. 
Ética é, pois, postura pessoal diante de situações e fatos da vida, que revelam os 
valores dominantes do indivíduo. 
Esse modo de proceder é afetado pelos valores incorporados pelo indivíduo, ao longo 
de sua existência, e pelos valores dominantes do contexto ou grupo de referência. 
Se, assim entendermos a Ética como postura crítica pessoal, como então 
corresponder às expectativas de comportamento ético de um Conselho Profissional? 
E a resposta é: A partir da observância de deveres organizados sob a forma de um 
Código de Ética. 
O Código de Ética Profissional do Engenheiro, do Arquiteto e do Engenheiro 
Agrônomo, até o ano de 2002 foi aquele adotado pela Resolução do CONFEA n.º 205 
de 1971. Em virtude das mudanças filosóficas da sociedade, houve-se necessário a 
atualização do Código, porém sem perder a essência, sendo esta a crença idealizada 
pelas entidades representativas destes profissionais, onde todos assumirão 
plenamente o Código, como forma de conduta para: 
 servir à humanidade; 
 considerar a profissão como alto título de honra; 
 evitar que se cometam injustiças contra colegas; 
 não prejudicar legítimos interesses de outros profissionais; 
 concorrer de forma honesta pelos serviços; 
 
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 respeitar contratantes, empregadores, colaboradores e empregados, 
 conhecer e cumprir as Leis que regulam o exercício profissional à fim de que 
seja prestigiado e defendido o legítimo exercício da profissão. 
Quando há desrespeito a estes princípios morais, que o Código de Ética enseja, o 
profissional está cometendo infração a dispositivos de uma norma jurídica, portanto, 
sujeitar-se-á a um julgamento e aplicação de penalidade. 
 Aquele profissional que desconhece o Código de Ética poderá ser 
responsabilizado? 
Pode sim, porque um dos deveres éticos exige que o profissional coloque-se a 
par da Legislação, que rege o exercício da Engenharia, da Arquitetura e da 
Agronomia. 
 Isto, então, não o eximiria de ser responsabilizado? 
Não, principalmente, se ficar provado que produziu resultado lesivo ou tinha 
ciência do risco de produzi-lo, mesmo sem ter presente os deveres éticos do 
Código de Ética. 
Para o Conselho, o profissional que age desta forma está munido da ilusão de que, 
apesar de tudo, irá escapar da responsabilização, conseqüentemente, contribuindo 
para a aniquilação da norma jurídica. 
É um fato de agressão ao universo simbólico, ou seja, ao universo de valores 
almejado pela comunidade profissional. Portanto, deve ser julgado e penalizado. 
10.3 - O CONSELHO E A ÉTICA PROFISSIONAL. 
Começaremos este capítulo com algumas perguntas: 
 Que importância tem a imagem do Conselho para a postura ética da comunidade 
profissional? Quais os deveres que são exigidos aos seus constituintes? A imagem 
 
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do Conselho afetará o grau de respeito e responsabilidade ético-profissional da 
comunidade por ele jurisdicionada? 
Estas questões são essenciais, não só para a compreensão dos papéis que 
competem aos profissionais no mercado de trabalho, como também, aos que 
desempenham funções como agentes do sistema CONFEA/CREAs. 
No capítulo anterior, falávamos das exigências ou deveres éticos dos profissionais e 
dizíamos que esta postura dependia de três aspectos básicos: 
1º Dos valores incorporados pelo indivíduo ao longo de sua existência; 
2º Da observância dos deveres preconizados pelo Código de Ética Profissional, e; 
3º Dos valores dominantes no contexto ou grupo de referência. 
Quanto ao primeiro aspecto, os valores dependerão do meio familiar e do contexto 
em que for criado o indivíduo, portanto de sua preexistência profissional. 
Quanto ao segundo, os valores dependerão do grau de conhecimento, respeito à 
Legislação vigente e, em parte, ao temor pela possibilidade da aplicação de 
penalidades. 
Quanto ao terceiro, no entanto, é que teceremos maiores considerações, porque 
grande parte do conhecimento, respeito à Legislação vigente e temor às penalidades 
dependerão, indiscutivelmente, da imagem ética que a comunidade profissional e o 
Conselho vêm construindo no contexto social. 
Uma pesquisa realizada pela USP, junto aos estudante universitários, é reveladora da 
importância da imagem ética que fazemos das instituições em particular e, da 
sociedade em geral. 
A questão colocada aos estudantes era: 
 Quais são os três principais problemas que eles identificam na sociedade? 
Pela ordem, colocaram: 
 
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1º Medo da violência 
2º Falta de ética 
3º Ausência de valores sólidos 
A pesquisa mostrou, ainda que eles estão descrentes nas instituições, mas acreditam 
no trabalho coletivo, no associativismo. 
Esta pesquisa mostrou que os estudantes acreditam que a saída é o fortalecimento 
das instituições, da postura ética e de valores referenciais sólidos. 
Outras pesquisas patrocinadas pelo sistema CONFEA/CREAs tem revelado que os 
profissionais desejam maior divulgação da legislação profissional, maior comunicação 
entre o Conselho e os profissionais, maior presença do Conselho na comunidade, 
entre outras. Como a demonstrar um papel mais solidário e comprometido da 
instituição com a comunidade profissional e a sociedade como um todo. 
O Conselho Profissional é peça importantíssima deste Sistema, não só pelo caráter 
legal de sua existência, mas como pelo poder de estímulo à rede de entidades, de 
onde provêm seus agentes. 
Os Conselhos profissionais, durante muitos anos, trabalharam mais como cartórios e, 
fiscalizadores do exercício ilegal das profissões. Hoje, com a progressiva conquista 
dos cidadãos quanto aos seus direitos, principalmente com o advento da Lei 8.078/90 
– Código de Defesa do Consumidor, passaram a ser exigidos como fiscalizadores do 
exercício digno das profissões, responsabilizando e punindo o mau profissional. 
Estão passando de fiscalizadores do exercício ilegal para defensores da sociedade, 
com isto protegendo o bom profissional. 
 
 
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10.4 - A ÉTICA E A PRÁXIS SOCIAL E PROFISSIONAL 
Este Capítulo visa trazer ao tema ética, não mais um conceito, mas a importância da 
participação individual e coletiva a influir no todo do tecido social, evidenciando as 
responsabilidades do indivíduo e de seu grupo de referência, em especial a dos 
profissionais com formação universitária. 
Quem nos fala sobre isso, com muita propriedade, é o autor da obra "Ética 
Profissional", Antonio Lopes de Sá: 
Se a profissão eleva o nível moral do indivíduo, por sua vez, também 
exige dele uma prática valorosa, como escolha, pelas vias da virtude. 
Não bastam as competências científica, tecnológica e artística; é necessária também 
aquela relativa às virtudes do ser, aplicada ao relacionamento com as pessoas, com a 
classe, com o Estado, com a sociedade, com a pátria." 
Se cada indivíduo se questionar, permanentemente, sobre seus compromissos 
sociais e de como os tem cumprido, estará contribuindo para a elevação da dignidade 
do tecido social, com amplas possibilidades de desencadear efeitos positivos no 
contexto em que se insere. 
Dos profissionais se espera muito mais, pois além da formação universitária exercem 
o privilégio de uma profissão regulamentada. 
E aqui se faz oportuno lembrar a seguinte história: 
Havia uma pequena comunidade que se dedicava a plantação de uvas e 
produção de vinhos. O prefeito andava muito preocupado em criar um incentivo 
à produção e comercialização dos produtos, que eram de ótima qualidade, mas 
pouco conhecidos. 
Certa ocasião teve uma idéia e resolveu expô-la aos seus munícipes, em 
especial aos produtores de vinho. 
A idéia consistia em realizar uma festa, uma vez ao ano onde, na praça da 
cidade, seria construída uma grande pipa e oferecido aos visitantes o melhor 
 
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vinho produzido na comunidade. Para viabilizar sua brilhante idéia, assumiu-se 
o compromisso de que cada produtor contribuiria com uma certa cota de vinho, 
para encher a pipa e com isto oferecer, gratuitamente, aos visitantes, sem 
grandes ônus para o conjunto de produtores. 
Marcado o dia para a festa foram feitas faixas, bandeirolas e a cidade toda se 
enfeitou para o dia da inauguração onde, em ato solene, o prefeito tomaria a 
primeira taça de vinho. 
Na véspera da inauguração, um dos produtores que deveria depositar sua cota 
de vinho pensou que se ele colocasse água, em vez do precioso produto, 
ninguém notaria, pois, que diferença faria um pouco d’água numa enorme pipa. 
E, assim fez na ânsia de economizar sua cota. 
 Enfim chegou o dia da inauguração. A população da cidade e das redondezas 
acorreu em massa. A presença de tantos visitantes antecipava o sucesso da 
iniciativa e o prefeito orgulhoso subiu ao palanque, onde estava a grande pipa 
para inaugurar a Primeira Festa do Vinho. 
Após os discursos de praxe, chegara o momento tão esperado, o prefeito, 
solenemente cortou a fita e dirigiu-se com sua taça, abrindo a torneira da 
majestosa pipa. Houve uma surpresa geral e, estarrecido, o prefeito encheu 
sua taça de água. 
A sociedade é produto da soma das ações individuais. Portanto, se o indivíduo achar 
que sua ação em nada contribui, estará enganando a si e aos demais, porque sua 
cota pode estar sendo multiplicada, do mesmo modo que aquele produtor que 
colocou água na pipa. 
Um outro exemplo de que ética tem a ver com sustentar compromissos, não trair a 
confiança dos demais, vem da Teoria dos Jogos, que foi popularizada no filme “Uma 
Mente Brilhante”, em que o ator Russell Crowe interpreta o matemático John Nash, 
que ganhou um prêmio Nobel de Economia em 1994, por suas teorias que 
influenciaram a economia mundial. Neste exemplo mostra que ao buscar o melhor 
para si, todos perdem. Vamos ao exemplo: 
Imagine que você foi preso junto com um colega. A polícia oferece o 
seguinte acordo: se você denunciar o seu colega, fica livre e ele pega 5 
anos de cadeia. O mesmo acordo é oferecido a ele. Se ambos se 
 
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denunciarem, vocês dividem a culpa e cada um pega três anos. Você 
sabe que, se nenhum dos dois abrir o bico, só há provas para prender 
cada um por um ano. O que você faz? 
A decisão mais racional para não pegar cinco anos de cadeia é trair o 
seu colega. Mas, como ele também pensará assim, vocês dois 
acabarão pegando três anos de cadeia. 
Um impasse parecido praticamente todos acabam vivenciando na vida profissional, 
de uma forma ou outra, em várias negociações. E a tentativa de minimizar a perda 
individual acaba levando a maior perda coletiva. 
 
 
 
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CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DA ENGENHARIA, DA 
ARQUITETURA, DA AGRONOMIA, DA GEOLOGIA, DA 
GEOGRAFIA E DA METEOROLOGIA. 
 
 
 
 
1. PREÂMBULO 
 
Art. 1º - O Código de Ética Profissional enuncia os fundamentos éticos e as condutas 
necessárias à boa e honesta prática das profissões da Engenharia, da Arquitetura, da 
Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia e relaciona direitos e 
deveres correlatos de seus profissionais. 
Art. 2º - Os preceitos deste Código de Ética Profissional têm alcance sobre os 
profissionais em geral, quaisquer que sejam seus níveis de formação, modalidades 
ou especializações. 
Art. 3º - As modalidades e especializações profissionais poderão estabelecer, em 
consonância com este Código de Ética Profissional, preceitos próprios de conduta 
atinentesàs suas peculiaridades e especificidades. 
 
 
2. DA IDENTIDADE DAS PROFISSÕES E DOS PROFISSIONAIS 
 
Art. 4º - As profissões são caracterizadas por seus perfis próprios, pelo saber 
científico e tecnológico que incorporam, pelas expressões artísticas que utilizam e 
pelos resultados sociais, econômicos e ambientais do trabalho que realizam. 
Art. 5º - Os profissionais são os detentores do saber especializado de suas profissões 
e os sujeitos pró-ativos do desenvolvimento. 
Art. 6º - O objetivo das profissões e a ação dos profissionais volta-se para o bem-
estar e o desenvolvimento do homem, em seu ambiente e em suas diversas 
dimensões: como indivíduo, família, comunidade, sociedade, nação e humanidade; 
nas suas raízes históricas, nas gerações atual e futura. 
Art. 7o - As entidades, instituições e conselhos integrantes da organização 
profissional são igualmente permeados pelos preceitos éticos das profissões e 
participantes solidários em sua permanente construção, adoção, divulgação, 
preservação e aplicação. 
 
 
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3. DOS PRINCÍPIOS ÉTICOS 
 
Art. 8º - A prática da profissão é fundada nos seguintes princípios éticos aos quais o 
profissional deve pautar sua conduta: 
Do objetivo da profissão 
I - A profissão é bem social da humanidade e o profissional é o agente capaz 
de exercê-la, tendo como objetivos maiores a preservação e o 
desenvolvimento harmônico do ser humano, de seu ambiente e de seus 
valores; 
Da natureza da profissão 
II – A profissão é bem cultural da humanidade construído permanentemente 
pelos conhecimentos técnicos e científicos e pela criação artística, 
manifestando-se pela prática tecnológica, colocado a serviço da melhoria da 
qualidade de vida do homem; 
Da honradez da profissão 
III - A profissão é alto título de honra e sua prática exige conduta honesta, 
digna e cidadã; 
Da eficácia profissional 
IV - A profissão realiza-se pelo cumprimento responsável e competente dos 
compromissos profissionais, munindo-se de técnicas adequadas, assegurando 
os resultados propostos e a qualidade satisfatória nos serviços e produtos e 
observando a segurança nos seus procedimentos; 
Do relacionamento profissional 
V - A profissão é praticada através do relacionamento honesto, justo e com 
espírito progressista dos profissionais para com os gestores, ordenadores, 
destinatários, beneficiários e colaboradores de seus serviços, com igualdade 
de tratamento entre os profissionais e com lealdade na competição; 
Da intervenção profissional sobre o meio 
VI - A profissão é exercida com base nos preceitos do desenvolvimento 
sustentável na intervenção sobre os ambientes natural e construído e da 
incolumidade das pessoas, de seus bens e de seus valores; 
Da liberdade e segurança profissionais 
VII - A profissão é de livre exercício aos qualificados, sendo a segurança de 
sua prática de interesse coletivo. 
 
 
 
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4. DOS DEVERES 
 
Art. 9º - No exercício da profissão são deveres do profissional: 
I – ante ao ser humano e a seus valores: 
a) oferecer seu saber para o bem da humanidade; 
b) harmonizar os interesses pessoais aos coletivos; 
c) contribuir para a preservação da incolumidade pública; 
d) divulgar os conhecimentos científicos, artísticos e tecnológicos 
inerentes à profissão; 
II – ante à profissão: 
a) identificar-se e dedicar-se com zelo à profissão; 
b) conservar e desenvolver a cultura da profissão; 
c) preservar o bom conceito e o apreço social da profissão; 
d) desempenhar sua profissão ou função nos limites de suas atribuições 
e de sua capacidade pessoal de realização; 
e) empenhar-se junto aos organismos profissionais no sentido da 
consolidação da cidadania e da solidariedade profissional e da coibição 
das transgressões éticas; 
III - nas relações com os clientes, empregadores e colaboradores: 
a) dispensar tratamento justo a terceiros, observando o princípio da 
eqüidade; 
b) resguardar o sigilo profissional quando do interesse de seu cliente ou 
empregador, salvo em havendo a obrigação legal da divulgação ou da 
informação; 
c) fornecer informação certa, precisa e objetiva em publicidade e 
propaganda pessoal; 
d) atuar com imparcialidade e impessoalidade em atos arbitrais e 
periciais; 
e) considerar o direito de escolha do destinatário dos serviços, 
ofertando-lhe, sempre que possível, alternativas viáveis e adequadas às 
demandas em suas propostas; 
f) alertar sobre os riscos e responsabilidades relativos às prescrições 
técnicas e às conseqüências presumíveis de sua inobservância; 
g) adequar sua forma de expressão técnica às necessidades do cliente 
e às normas vigentes aplicáveis; 
IV - nas relações com os demais profissionais: 
a) atuar com lealdade no mercado de trabalho, observando o princípio 
da igualdade de condições; 
 
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b) manter-se informado sobre as normas que regulamentam o exercício 
da profissão; 
c) preservar e defender os direitos profissionais; 
V – ante ao meio: 
a) orientar o exercício das atividades profissionais pelos preceitos do 
desenvolvimento sustentável; 
b) atender, quando da elaboração de projetos, execução de obras ou 
criação de novos produtos, aos princípios e recomendações de 
conservação de energia e de minimização dos impactos ambientais; 
c) considerar em todos os planos, projetos e serviços as diretrizes e 
disposições concernentes à preservação e ao desenvolvimento dos 
patrimônios sócio-cultural e ambiental. 
 
 
5. DAS CONDUTAS VEDADAS 
 
Art. 10 - No exercício da profissão são condutas vedadas ao profissional: 
I - ante ao ser humano e a seus valores: 
a) descumprir voluntária e injustificadamente com os deveres do ofício; 
b) usar de privilégio profissional ou faculdade decorrente de função de forma abusiva, 
para fins discriminatórios ou para auferir vantagens pessoais; 
c) prestar de má-fé orientação, proposta, prescrição técnica ou qualquer ato 
profissional que possa resultar em dano às pessoas ou a seus bens patrimoniais; 
II – ante à profissão: 
a) aceitar trabalho, contrato, emprego, função ou tarefa para os quais não tenha 
efetiva qualificação; 
b) utilizar indevida ou abusivamente do privilégio de exclusividade de direito 
profissional; 
c) omitir ou ocultar fato de seu conhecimento que transgrida à ética profissional; 
III - nas relações com os clientes, empregadores e colaboradores: 
a) formular proposta de salários inferiores ao mínimo profissional legal; 
b) apresentar proposta de honorários com valores vis ou extorsivos ou 
desrespeitando tabelas de honoráriosmínimos aplicáveis; 
c) usar de artifícios ou expedientes enganosos para a obtenção de vantagens 
indevidas, ganhos marginais ou conquista de contratos; 
d) usar de artifícios ou expedientes enganosos que impeçam o legítimo acesso dos 
colaboradores às devidas promoções ou ao desenvolvimento profissional; 
 
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e) descuidar com as medidas de segurança e saúde do trabalhosob sua 
coordenação; 
f) suspender serviços contratados, de forma injustificada e sem prévia comunicação; 
g) impor ritmo de trabalho excessivo ou exercer pressão psicológica ou assédio moral 
sobre os colaboradores; 
IV - nas relações com os demais profissionais: 
a) intervir em trabalho de outro profissional sem a devida autorização de seu titular, 
salvo no exercício do dever legal; 
b) referir-se preconceituosamente a outro profissional ou profissão; 
c) agir discriminatoriamente em detrimento de outro profissional ou profissão; 
d) atentar contra a liberdade do exercício da profissão ou contra os direitos de outro 
profissional; 
V – ante ao meio: 
a) prestar de má-fé orientação, proposta, prescrição técnica ou qualquer ato 
profissional que possa resultar em dano ao ambiente natural, à saúde humana ou ao 
patrimônio cultural. 
 
 
6. DOS DIREITOS 
 
Art.º 11 - São reconhecidos os direitos coletivos universais inerentes às profissões, 
suas modalidades e especializações, destacadamente: 
a) à livre associação e organização em corporações profissionais; 
b) ao gozo da exclusividade do exercício profissional; 
c) ao reconhecimento legal; 
d) à representação institucional. 
Art.º 12 – São reconhecidos os direitos individuais universais inerentes aos 
profissionais, facultados para o pleno exercício de sua profissão, destacadamente: 
a) à liberdade de escolha de especialização; 
b) à liberdade de escolha de métodos, procedimentos e formas de expressão; 
c) ao uso do título profissional; 
d) à exclusividade do ato de ofício a que se dedicar; 
e) à justa remuneração proporcional à sua capacidade e dedicação e aos graus de 
complexidade, risco, experiência e especialização requeridos por sua tarefa; 
f) ao provimento de meios e condições de trabalho dignos, eficazes e seguros; 
g) à recusa ou interrupção de trabalho, contrato, emprego, função ou tarefa quando 
julgar incompatível com sua titulação, capacidade ou dignidade pessoais; 
 
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h) à proteção do seu título, de seus contratos e de seu trabalho; 
i) à proteção da propriedade intelectual sobre sua criação; 
j) à competição honesta no mercado de trabalho; 
k) à liberdade de associar-se a corporações profissionais; 
l) à propriedade de seu acervo técnico profissional. 
 
 
7. DA INFRAÇÃO ÉTICA 
 
Art. 13 – Constitui-se infração ética todo ato cometido pelo profissional que atente 
contra os princípios éticos, descumpra os deveres do ofício, pratique condutas 
expressamente vedadas ou lese direitos reconhecidos de outrem. 
Art.14 – A tipificação da infração ética para efeito de processo disciplinar será 
estabelecida, a partir das disposições deste Código de Ética Profissional, na forma 
que a lei determinar.

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