Buscar

Alegações Finais - Direito Penal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE BÚZIOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. 
Processo nº xxxxxxxx
JÚLIO CÉSAR, já devidamente qualificado nos autos do processo crime em epígrafe, vem respeitosamente, por seu advogado infra-assinado, com fundamento nos art. 404 e seu parágrafo único do CPP, apresentar
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS,
Pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:
I – DOS FATOS
Excelência, o representante do Ministério Público ofereceu denúncia contra Júlio César aduzindo que, no dia 20 de janeiro de 2015, foi flagrado em Búzios praticando atos sexuais dentro do seu carro com Joana. Abordado pelos policiais militares, afirmou que conheceu a jovem em um bar e depois de beberem, a convite dela, a mesma propôs que ele pagasse R$ 200,00 para praticar sexo com ele no carro.
Naquela oportunidade, Júlio César contava com seus 21 anos de idade e os policiais verificaram que Joana tinha 16 anos de idade. 
Levados para a delegacia, Júlio foi mantido em prisão porque os crimes praticados não comportariam liberdade provisória. O delegado afirmou que o crime é hediondo. 
O Ministério Público denunciou Júlio por prostituição infanto-juvenil crime prescrito no art. 218-B, parag. 2°, I, CP, além de denuncia-lo pelo artigo 243 do ECA por oferecer bebidas alcoólicas a menores de 18 anos. O promotor alega ainda que há uma agravante por embriaguez pré-ordenada no art. 61, II, "L".
A Denúncia foi recebida na data de ‘’...’’ em fls. ‘’...’’.
Na audiência de instrução e julgamento, Júlio César compareceu sem advogado dizendo que não precisava de defensor pois é inocente.
O Ministério Público apresentou seus respectivos memoriais e os autos foram remetidos à defesa para oferecer a presente.
Em síntese, são os fatos.
II – DAS PRELIMINARES
II.I Da liberdade provisória
Antes de adentrar ao mérito da presente, vem a defesa reiterar o pedido de liberdade provisória ao réu, para que o mesmo possa responder ao processo em liberdade, com base no art. 5º, LXVI da CF que consagra que ninguém será levado à prisão ou nela mantida quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança, combinado com o art. 321 do CPP e com a Lei 8072/90 art. 1º e 2º, II, §3º com o art. 2º, inciso II da Lei 11.464/06.
II.II Do cerceamento da Defesa
A paridade das armas é um dos princípios norteadores do processo penal, este visa garantir que haja proporcionalidade entre a defesa e a acusação, além desse princípio temos outros que também são fundamentais, como o princípio da ampla defesa art. 5º, LV da CF, devido à importância que tem um processo penal, que pode acarretar prejuízos inestimáveis à quem o sofra injustamente. 
Porém, mesmo diante de tamanha proteção legal, ocorreu neste processo um ato que prejudicou a defesa técnica do acusado, a falta de advogado que não estava presente na audiência de instrução e que era fundamental para o desenvolvimento da tese da defesa. Por esse motivo, deve ser anulado o presente processo desde a instrução, onde houve a referida nulidade, com fundamento no artigo 400 do CPP e súmula 523, do STF.
III- DO DIREITO
Do Erro de Tipo:
Cumpre esclarecer que o denunciado negou conhecimento acerca da menoridade da vítima. Ab initio vale indicar a ocorrência do erro de tipo, previsto no Art. 20 do CP, haja vista o total desconhecimento do réu quanto à idade da vítima, bem como das circunstâncias no momento do ato, pois o mesmo foi cometido de forma voluntária e espontânea por ambos.
Ademais, o erro de tipo recai sobre circunstância elementar para a constituição do crime, o que demonstra, dessa forma, a conduta atípica do réu, pois não há legalmente prevista nenhuma hipótese de estupro culposo.
Assim, pugna a parte ré pelo reconhecimento do erro de tipo, com a consequente Absolvição, nos termos do art. 386, III do CPP, pelo fato de não haver infração penal constituída no caso.
Do afastamento da Embriaguez preordenada 
Não há que se falar em embriagues preordenada posto que Júlio não estava embriagado ao conhecer Joana, sendo assim justa a medida de afastamento da agravante caso não seja reconhecida a atipicidade da conduta.
Subsidiariamente se o réu for condenado, que não lhe seja a plicada a agravante preordenada devendo ser levado em consideração a circunstância atenuante posto ser menor em relação ao código penal, nos termos do art. 65, I, CP.
IV – DO PEDIDO
Diante do exposto, reque-se:
Absolvição do réu, com base no art. 386, III, do CPP, por ausência de tipicidade; Caso não seja esse o entendimento de Vossa Excelência, diante da condenação, de forma subsidiária.
Afastamento do concurso material de crimes, sendo reconhecida a existência de crime único.
Fixação da pena-base no mínimo legal, o afastamento da agravante da embriaguez preordenada e a incidência da atenuante da menoridade com base no art. 65, I do CP.
Fixação do regime semiaberto para início do cumprimento de pena, com base no art. 33, § 2º, alínea “b”, do CP, diante da inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º, da lei 8.072/90.
Termos em que,
Pede Deferimento.
São Paulo, 11 de Setembro de 2018.
Advogado
OAB nº

Outros materiais

Outros materiais