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Concurso (ou conflito) aparente de normas penais

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CONCURSO (OU CONFLITO) APARENTE DE NORMAS
PENAIS
Introdução Fala-se em concurso aparente de normas quando, para determinado fato, aparentemente, existem duas ou mais normas que poderão sobre ele incidir. Como a própria denominação sugere, o conflito existente entre normas de direito penal é meramente aparente. O Conflito, aparente, deve ser resolvido pelos seguintes princípios: a) Princípio Da Especialidadeb) Princípio Da Subsidiariedadec) Princípio Da Consunçãod) Princípio Da Alternatividade
Princípio Da Especialidade
 Pelo o princípio da especialidade, a norma especial afasta a aplicação 
da norma geral. Será especial, e portanto prevalecerá, a norma que contiver todos os elementos de outra (a geral), além de mais alguns, de natureza subjetivaou objetiva, considerados especializantes. É importante notar que, pelo o critérioda especialidade, é indiferente se a norma especial é mais gravosa ou benéfica, sendo aplicado sempre a norma especial sobre a geral. 
EX.: O infanticídio contém todas as elementares do homicídio (“matar” +“alguém”), além de outras especializantes (“o próprio filho” + “durante o parto ou logo após” + “sob a influência do estado puerperal”), o que o torna especial em relação a esse. Assim, se a mãe mata o filho durante o parto, sob a influência do estado puerperal, incorre, aparentemente, nos arts. 121 (homicídio) e 123 (infanticídio) do CP. Portanto, de acordo com o critério da especialidade, o autor 
do delito responderia apenas pelo o crime descrito no art. 123 (infanticídio), pois, o fato deixa de se enquadra no art. 121 do Código Penal (homicídio) para seenquadra, com perfeição, ao tipo do art. 123.
Princípio Da subsidiariedade 
 Pelo princípio da subsidiariedade a norma dita subsidiária é considerada, na expressão de Hungria, como um “soldado de reserva”, isto é, na ausência ou 
impossibilidade de aplicação da norma principal mais grave, aplica-se a norma subsidiária menos grave. A subsidiariedade pode ser expressa ou tacita. Diz-se expressa a subsidiariedade quando a própria lei faz ressalva, deixando transparecer seu caráter subsidiário. Assim, nos termos do preceito secundário do art. 132 do Código Penal, somente se aplica a pena prevista para odelito de perigo para a vida ou a saúde de outrem se o fato não constituir crime mais grave. Crime de perigo é aquele em que há uma probabilidade de dano. São também exemplos de subsidiariedade expressa os delitos tipificados nos arts. 238, 239, 249 e 307, todos do Código Penal. Fala-se em subsidiariedade tácita ou implícita quando o artigo, embora não se referindo expressamente ao seu caráter subsidiário, somente terá aplicação nas hipóteses de não ocorrência de um delito mais grave, que, neste caso, afastará a aplicação da norma subsidiária. 
Ex.: Podemos citar o art. 311 do Código de Trânsito Brasileiro, que proíbe a conduta de trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde houver grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano. Se o agente, deixando de observar o seu exigido dever de cuidado, imprimindo velocidade excessiva em seu veículo, próximo a um dos lugares acima referidos, vier a atropelar alguém, 
causando-lhe a morte, não será responsabilizado pelo citado art. 311, mas, sim, pelo art. 302 do mesmo Código, que prevê o delito de homicídio culposo na direção de veículo automotor.
Princípio Da Consunção
 O princípio da consunção ou absorção dá -se sempre que se apresentar, entre os atos praticados pelo agente, a relação consuntiva, isto é, de meio e fim. Tal relação se verificará quando um crime for praticado como meio 
necessário ou normal na fase de preparação ou de execução de outro. É o que ocorre entre os atos preparatórios puníveis, seguidos dos atos executórios e, por fim, da consumação (todos inseridos no mesmo iter criminis). 
Ex.: o indivíduo que porta consigo uma faca (porte de arma branca — ato 
preparatório punível), brande o instrumento (ato executório) e golpeiaa vítima, ferindo-a (consumação), responde somente pelo crime -fim, ou seja, pela lesão corporal. Aplica-se a consunção, ainda, no crime progressivo e na progressão 
criminosa.
Princípio da Alternatividade
 Este princípio tem lugar nas infrações penais de ação múltipla ou conteúdo
variado, ou seja, crimes plurinucleares, nos quais o tipo penal prevê mais de umaconduta em seus vários núcleos. Exemplo de tais tipos penais é aquele previsto no art. 33 da Lei nº 11.343/2006, assim redigido:
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender,expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar,prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ouregulamentar:Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
 Suponhamos que o agente adquira, tenha em depósito e venda drogas, praticando, dessa forma, três dentre as condutas previstas pelo mencionado artigo. No caso em tela, em função do princípio da alternatividade, o agente não poderá ser punido como se tivesse praticado vários delitos, mas, sim, uma única vez. Portanto, o princípio da alternatividade indica que o agente será punido por 
uma das modalidade inscrita nos chamdo crimes de ação multipla, embora possa ter praticado duas ou mais condutas do mesmo tipo penal.

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