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Enfermagem no Paciente Crítico e Semicrítico Autoria: Kelly Lopes de Araújo Appel Tema 01 Humanização da assistência Tema 02 Distúrbios respiratórios Índice Índice Tema 01: Humanização da assistência 7 Tema 02: Distúrbios respiratórios 25 seç ões Tema 01 Humanização da assistência Como citar este material: APPEL, Kelly Lopes de Araújo. Enfermagem no Paciente Crítico e Semicrítico: Humanização da assistência. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. SeçõesSeções Tema 01 Humanização da assistência 7 Conteúdo Nessa aula você estudará: • O interesse pelo cuidado mais humanizado com pacientes críticos e semicríticos. • O cuidado no contexto humano na Unidade de Terapia Intensiva. • A ética no tratamento intensivo. CONTEÚDOSEHABILIDADES Introdução ao Estudo da Disciplina Caro(a) aluno(a). Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro: Manual de terapia intensiva, dos autores Richard S. Irwin e James M. Rippe, Editora Guanabara Koogan, PLT 586, 2007. Roteiro de Estudo: Kelly Lopes de Araújo Appel Enfermagem no Paciente Crítico e Semicrítico 8 Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões: • Como podemos adquirir o interesse pelo cuidado mais humanizado com pacientes críticos e semicríticos? • Como podemos ter a concepção do cuidado na Unidade de Terapia Intensiva? • Como podemos entender a ética no tratamento intensivo? CONTEÚDOSEHABILIDADES Humanização da Assistência A humanização na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde são atendidos pacientes críticos e semicríticos, significa o cuidado do paciente como um todo, englobando o contexto social e familiar. Deve ser incorporada à esta prática a esperança, os valores, os aspectos culturais e as preocupações de cada envolvido no processo do cuidar. Em 1854, a Inglaterra, a França e a Turquia declararam guerra à Rússia, a chamada Guerra da Crimeia. Visto que muitos soldados feridos estavam morrendo no Hospital Barrack, na Turquia, Florence foi convocada pelo governo inglês para liderar um grupo de voluntárias que atenderia os soldados feridos. Ao deparar-se com as condições precárias de atendimento e higiene, Florence institui um dos princípios básicos da moderna terapia intensiva, separando os pacientes mais graves e colocando-os em uma situação que favorecia o cuidado por meio da observação constante (SILVA et al, 2012, p. 3). Segundo Jones et al (1979), as UTIs foram desenvolvidas com a finalidade de oferecer atenção contínua e suporte avançado aos pacientes críticos, com risco de morte, utilizando alta tecnologia no auxílio ou substituição da função de órgãos vitais. No tratamento de pacientes graves ou de cuidados críticos, na falência pulmonar, conforme Silva et al (2012), os ventiladores substituem os pulmões; os cardiotônicos os antiarrítmicos, os fármacos vasoativos mantém o funcionamento cardiocirculatório e os dialisadores o trabalho renal. LEITURAOBRIGATÓRIA 9 LEITURAOBRIGATÓRIA Porém, os aparelhos sofisticados e os avanços tecnológicos não são capazes de aliviar a dor dos pacientes, identificada como o maior estressor e a pior lembrança da UTI, segundo Stanik-Hutt (1998). Os benefícios advindos do progresso das ciências são inegáveis para Silva et al (2012). Nos últimos cinquenta anos, sem a utilização da tecnologia na recuperação da saúde e manutenção da vida, provavelmente, a expectativa de vida não teria crescido tanto para os recém-nascidos em idade gestacional precoce, crianças com crises asmáticas e adultos com doenças renais. Sem essas formas de tratamento, não sobreviveriam. Para Silva et al (2012, p. 4) “se a assistência não for empregada levando-se em conta os valores humanos e éticos, ela perde seu sentido de existência”, e ainda descreve: Um valor produzido pelo conhecimento deve derivar-se do valor pela vida. Se o uso da tecnologia e dos processos de trabalho é decorrente do conhecimento humano, mas obscurece o próprio ser humano, pode-se concluir que o homem se perdeu em alguma etapa do processo ou deixou-se dominar pela máquina. Na atualidade, segundo Pessini (2004), todo o sistema de saúde está passando por uma crise de identidade e valores, na qual o processo e a tecnociência parecem ser valorizados em detrimento do indivíduo. Ainda de acordo com Pessini (2004), com frequência, são observados ambientes tecnicamente perfeitos, mas sem ternura e alma humana. É ainda mais notória essa desumanização do cuidado nas UTIs, por conta da realização de procedimentos técnicos, do domínio operacional dos aparelhos e de o cuidador e o ser cuidado estarem mais afastados. A enfermagem descrita por Barnand (1997), como ciência do cuidar, é norteada por conceitos humanísticos, mas, nas últimas décadas, de modo crítico, tem adotado valores mecanicistas que modificaram profundamente sua prática. Segundo Barnand (1997), existem enfermeiros especializados e capacitados para o domínio de equipamentos, mas pouco afetivos, pois possuem dificuldades no atendimento às necessidades humanas básicas dos pacientes e problemas de relacionamento no trabalho em equipe. Para Pessini (2004), enfermeiros descontentes com o cenário que coisifica e desvaloriza o ser humano e por enfocar o aspecto técnico do cuidado, tem levado a repensar a prática e resgatar os valores humanísticos que embasam sua profissão. 10 No momento, conforme descreve Pessini (2004), as UTIs buscam resgatar movimentos de humanização, na tentativa de aliar a competência técnico-científica ao humanismo, que recomenda e indica a compaixão e o respeito à dignidade humana. Humanizar a assistência nas UTIs é integrar, ao conhecimento técnico-científico, a responsabilidade, a sensibilidade, a ética e a solidariedade no cuidado ao paciente e seus familiares e na interação com a equipe. A humanização pressupõe aliviar a dor e o sofrimento do outro; compaixão, ou seja, empatia traduzida em ação solidária concreta; respeito à dignidade e autonomia do outro; compreensão do significado da vida, em seus aspectos éticos, culturais, econômicos, sociais e educacionais; e valorização da dimensão humana do paciente em detrimento de sua patologia (SILVA et al; 2012, p. 5). Segundo Brasil (2000, p. 5), o movimento de humanização não é restrito às UTIs, mas a todo o sistema de saúde brasileiro: (...) Na avaliação do público, a forma de atendimento, a capacidade demonstrada pelos profissionais de saúde para compreender suas demandas e suas expectativas são fatores que chegam a ser mais valorizados que a falta de médicos, a falta de espaço nos hospitais e a falta de medicamentos. (...) As tecnologias e os dispositivos organizacionais não funcionam sozinhos – sua eficácia é fortemente influenciada pela qualidade do fator humano e do relacionamento que se estabelece entre profissionais e usuários no processo de atendimento. Para atender a essas necessidades, em maio de 2000, o governo federal regulamentou o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), com a finalidade de criar uma cultura de humanização. Esse programa tem a iniciativa de resgatar o atendimento humanizado descrito em Brasil (2000), trabalhando com o incentivo ao bom relacionamento entre profissionais de saúde e pacientes. Nele é destacada claramente pelo programa a importância da associação entre os aspectos tecnológicos da assistência e as habilidades de relacionamento dos profissionais de saúde para a melhora da qualidade assistencial, sendo assim considerado, um dos fatores estratégicos a comunicação adequada para um atendimento mais humano e solidário. As propostas do PNHAH abrangeram alguns hospitais da rede pública, capacitando os trabalhadores e estimulando o trabalho em equipe multiprofissional ea gestão de indivíduos como cuidadores (BRASIL, 2004). LEITURAOBRIGATÓRIA 11 LEITURAOBRIGATÓRIA Com o objetivo de estabelecer um caráter transversal à cultura de humanização, em 2004, o Ministério da Saúde estabeleceu a Política Nacional de Humanização (PNH), para atingir todos os níveis de atenção à saúde, conhecida como Humaniza SUS. Para Fortes (2004), além de estabelecer estratégias e diretrizes para a implementação da cultura de humanização nas instituições, por nível de atenção, a PNH complementa e aprimora o programa anterior, agregando a necessidade de melhora dos aspectos organizacionais do atendimento à população. Vale destacar que a humanização das UTIs é um dever moral, ético e legal dos profissionais de saúde. Diversas leis federais e estaduais, além da PNH, garantem o direito a um atendimento à saúde mais digno (FORTES; 2004). Conforme Brasil (1988), a Constituição Brasileira ao afirmar a dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito, oferece o amparo legal à humanização em seu art. 1º, inc. 3º. Em relação aos enfermeiros, conforme Silva et al (2012), o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, em seu art. 3º, quanto aos princípios fundamentais da profissão, norteia a prática profissional à dignidade, aos direitos do ser humano e ao respeito à vida, em todas as suas dimensões. Paris et al (2007), ressalta que a ética médica aplica princípios morais e escolhas feitas em um contexto médico, com princípios básicos de bioética características de autonomia, beneficência, não maleficência, justiça e a verdade. Preceitos estes que a equipe de enfermagem preza para garantir a humanização no cuidado ao paciente crítico. Para entendermos um pouco mais sobre a humanização em UTIs, Silva et al (2012, p. 9) traz o seguinte estudo: Um estudo da Faculdade de Medicina da Bahia identificou e estratificou os estressores para pacientes internados em UTI, por meio de três perspectivas: a do paciente, a dos familiares e a dos profissionais de saúde. Para tal objetivo, os autores utilizaram a Escala de Estressores em UTI (Intensive Care Unit Environmental Stressor Scale – ICUSS), que é composta de 40 itens escalonados de 1 (não estressante) a 4 (muito estressante). Os principais estressores para os pacientes foram: ver a família e os amigos por apenas alguns minutos do dia, ficar com tubos no nariz e/ou boca e não ter controle de si mesmo, enquanto para os familiares, foram: não conseguir dormir, ter dor e ser dependente dos tubos. Por fim, os profissionais que estavam em contato com esses pacientes relataram como estressores: ter dor e escutar o barulho e os alarmes dos equipamentos. 12 Segundo Sanvito (2000), a experiência de estar internado em uma UTI e de passar pelo estado de coma é um processo complexo, que pode deixar marcas profundas nos indivíduos que vivenciam essa situação Muitas dessas marcas não estão somente ligadas ao coma em si, mas, durante esse processo, às experiências de ter sido “descuidado” levando muitos doentes a precisar se recuperar não apenas da doença, mas também do fato de terem se tornado “pacientes”. Por causa desse fato, o mesmo autor cita que apesar dos avanços teóricos acerca do cuidado, quase exclusivamente, a prática ainda está baseada em ações profissionais despersonalizadas, em que o ser se torna a doença, o objeto passivo da investigação e do tratamento. “O cuidado da enfermagem, com certeza, é um dos itens mais difíceis de ser implementado” (VILA & ROSSI, 2002, p. 138). Em decorrência da rotina diária e complexa que envolve o ambiente da UTI, os membros da equipe de enfermagem esquecem-se de tocar e conversar com o ser humano que está à sua frente (VILA & ROSSI, 2002). Ao realizar uma atividade técnica, sem estar presente de corpo, mente e espírito, o profissional não está realmente cuidando, mas, sim, realizando um procedimento (WALDOW, 2001). O ambiente da UTI, ou seja, o espaço relacional do paciente com a sua família e com a equipe multiprofissional pode e deve ser agradável para todos os segmentos envolvidos. Para isso, é necessário que haja mudança de paradigmas e um melhor planejamento de construções e reformas nas UTIs. O uso adequado de cores (nas paredes e nos tetos), espaços com dimensões confortáveis e adequadas ao manuseio e à mobilização dos pacientes e mobiliário funcional são aspectos dessa mudança. Para que o processo de humanização seja completo na UTI, os profissionais devem sentir que fazem parte do processo humanizado, para garantir a qualidade do atendimento. LEITURAOBRIGATÓRIA 13 LINKSIMPORTANTES Quer saber mais sobre o assunto? Então: Sites Acesse o site do Ministério da Saúde: Rede HumanizaSUS. Você terá a possibilidade de contemplar vídeos, legislações, informativos, publicações, eventos e muito mais. Disponível em: <http://www.redehumanizasus.net/4-a-rede-humaniza-sus>. Acesso em: 2 jan. 2014. Artigos Leia o artigo “O grupo de trabalho de humanização e a humanização da assistência hospitalar: percepção de usuários, profissionais e gestores” de Adir Valdemar Garcia, Cleonte Elena Argenta, Kristiane Rico Sanchez e Márcia Lange de São Thiago. Physis - Revista Saúde Coletiva, 2010. Este artigo ampliará seus conhecimentos sobre o aspecto humanizar na assistência hospitalar na percepção de usuários, profissionais e gestores. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/physis/v20n3/v20n3a07.pdf>. Acesso em 2 jan. 2014. Leia o artigo “Humanização das práticas do profissional de saúde – contribuições para reflexão” de Bárbara Niegia Garcia de Goulart e Brasília Maria. Revista Ciências e saúde coletiva, 2010. Este artigo ampliará seus conhecimentos sobre o aspecto humanizar nas práticas de profissionais de saúde. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v15n1/ a31v15n1.pdf>. Acesso em: 2 jan. 2014. Leia o capítulo “Humanização em terapia intensiva” de Maria Júlia Paes da Silva, Mônica Martins Trovo Araújo e Ana Cláudia G. PuGGina Cap. 12, p. 1-43. Esse capítulo discorre aspectos éticos e morais no cuidar humanizado em uma Unidade de Terapia Intensiva, sintetizando mais o seu aprendizado. Disponível em: <http://www.claudiapuggina.com/producao/Cap%20 Humanizacao%20em%20Terapia%20Intensiva.pdf> Acesso em: 2 jan. 2014. 14 Vídeos Assista ao vídeo: Humanização no atendimento hospitalar. O vídeo esclarece a humanização compartilhada entre o cuidador e o ser cuidado. Disponível em: <http://www.youtube.com/ watch?v=2ZZHulWVQmE>. Acesso em: 2 jan. 2014. Assista ao vídeo: Vídeo Rede Humaniza SUS Camaçari. O vídeo esclarece como o Programa Rede Humaniza SUS aborda os aspectos da humanização hospitalar. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=CtrBgUWYBpY>. Acesso em: 2 jan. 2014. Assista ao vídeo: Humaniza SUS. O vídeo estimula o Programa Rede Humaniza SUS que aborda os aspectos da humanização hospitalar. Disponível em: <http://www.youtube.com/ watch?v=SoDir40syWY>. Acesso em: 2 jan. 2014. AGORAÉASUAVEZ Instruções: Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema. LINKSIMPORTANTES 15 Questão 1: O Ministério da Saúde no Brasil, em 2000, iniciou o resgate do atendimento humanizado em toda rede de saúde, inclusive hospitalar. Como eles trabalham esses aspectos? Questão 2: Em 1854, Inglaterra, França e Turquia declararam guerra à Rússia, a chamada Guerra da Crimeia. Visto que muitos soldados feridos estavam morrendo no Hospital Barrack,na Turquia, uma enfermeira foi convocada pelo governo inglês para liderar um grupo de voluntárias que atenderia os soldados feridos. Ao deparar-se com as condições precárias de atendimento e higiene, essa enfermeira institui um dos princípios básicos da moderna terapia intensiva, separando os pacientes mais graves e colocando-os em uma situação que favorecia o cuidado por meio da observação constante. Qual era o nome da Enfermeira precursora nos cuidados intensivos? a) Jean Watson. b) Florence Nightingale. c) Madeleine Leininger. d) Hildegard Peplau. e) Virgínia Henderson. Questão 3: Nas UTIs, o tratamento aos pacientes gra- ves ou de cuidados críticos, na falência pulmonar, _______________ substituem os pulmões; os ______________ os antiar- rítmicos, os ________________________ mantém o funcionamento cardiocirculatório e os dialisadores o trabalho renal. Assinale a alternativa CORRETA para completar a frase descrita por Silva et al (2012). a) Os ventiladores, cardiotônicos e fárma- cos vasoativos. b) O oxigênio, cardiotônicos e fármacos vasoativos. c) Os ventiladores, corticoides e fárma- cos dialíticos. d) O oxigênio, corticoides e fármacos dia- líticos. e) Os ventiladores, cardiotônicos e fár- macos dialíticos. Questão 4: O governo federal propôs um programa que abrange alguns hospitais da rede pública, capacitando os trabalhadores e estimulan- do o trabalho em equipe multiprofissional e a gestão de indivíduos como cuidadores. Qual é esse programa? Assinale a alterna- tiva CORRETA. AGORAÉASUAVEZ 16 a) Política Nacional de Humanização. b) Política Internacional de Humanização. c) Programa político de humanização. d) Humaniza SUS. e) Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar. Questão 5: Com o objetivo de estabelecer um caráter transversal à cultura de humanização, o Ministério da Saúde estabeleceu a Política Nacional de Humanização (PNH), para atingir todos os níveis de atenção à saúde, conhecida como Humaniza SUS. Assinale a alternativa CORRETA que corresponda ao ano de início desse programa. a) 2002. b) 2012. c) 2004. d) 2001. e) 2006. Questão 6: A Constituição Brasileira oferece o amparo legal à humanização. Qual é esse artigo e o que ela afirma? Descreva. Questão 7: Segundo Sanvito (2000), a experiência de estar internado em uma UTI e de passar pelo estado de coma é um processo complexo, que pode deixar marcas profundas nos indivíduos que vivenciam essa situação. Quais são essas marcas? Descreva-as. Questão 8: Em decorrência da rotina diária e complexa que envolve o ambiente da UTI, o que acontece com os membros da equipe de enfermagem? Questão 9: O que a autora Regina Waldow (2001), afirma sobre o cuidado tecnicista? Questão 10: A enfermagem como ciência do cuidar, é norteada por conceitos humanísticos, mas, nas últimas décadas, de modo crítico, tem adotado valores mecanicistas, que modificaram profundamente sua prática. Temos enfermeiros especializados e capacitados. O que está acontecendo atualmente no cuidado de enfermagem? AGORAÉASUAVEZ 17 Nesse tema, você aprendeu sobre como profissionais da área da saúde estão envolvidos em atividades que podem ser humanizadoras. No desenvolvimento do conteúdo, encontramos que o ser humano esteve sujeito aos processos de evolução e exigência de uma sociedade e que no decorrer nos anos, o cuidado com os enfermos foram ficando estigmatizados pelas evoluções tecnológicas. O cuidado deve ser prestado com muito amor, abnegação, compaixão, competência, confiança, consciência e comprometimento. Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos! FINALIZANDO IRWIN, R. S. RIPPE, J. M. Manual de Terapia Intensiva. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2007. SILVA, M. J. P, ARAÚJO, M. M. T, PUGGINA, A. C. G. Humanização em terapia intensiva. Cap. 12, p. 1-43. 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Brasília: Ministério da Saúde, 2004. FORTES, P.A.C. Ética, direito dos usuários e políticas de humanização da atenção à saúde. Saúde e Sociedade, 2004;13(3):30-5. Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília; 1988. Disponível em: <http:// www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=4&ved=0CEcQFjAD&u rl=http%3A%2F%2Fportal.saude.gov.br%2Fportal%2Farquivos%2Fpdf%2Fconstituicao_ saude_idoso.pdf&ei=OHl7UuT0HoyskAfqt4CYCA&usg=AFQjCNEW4v2f5W8tKone8PdsT d5s3Z8Fmg&sig2=_3meUx5owwqWTNOUFGDKsA&bvm=bv.56146854,d.eW0> Acesso em: 2 jan. 2014. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução Cofen n. 311/2007 – Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. PARIS, J. J. WEBSTER, G. REARDON, F. E. Problemas éticos e legais no tratamento intensivo. In: IRWIN. R. S. RIPPE, J. M. Manual de terapia intensiva. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. P. 913-917. SANVITO, W. L. Propedêutica neurológica básica. São Paulo: Atheneu, 2000. VILA, V. S. C, ROSSI, L. A. O significado cultural do cuidado humanizado em unidade de terapia intensiva: “muito falado e pouco vivido”. Rev Lat Am Enferm, 2002;10(2):137-44. WALDOW, V. R. O cuidado humano: reflexões sobre o processo de enfermagem versus processo de cuidar. Rev Enferm UERJ. 2001; 9(3):284-93. REFERÊNCIAS 19 GLOSSÁRIO Contexto: Conjunto de circunstâncias que acompanham um acontecimento; julgar um fato em seu contexto histórico. Cardiotônico: Que estimula o coração a bater. Dialisadores: Que dialisa, que promove a diálise (líquido dialisador). Aparelho próprio para dialisar: A hemodiálise usa um dialisador, filtro especial para limpar o sangue. Aparelho próprio para dialisar: A hemodiálise usa um dialisador, filtro especial para limpar o sangue. Pressupõe: adivinha; conjectura; imagina; julga; pressente; supõe. GABARITO Questão 1 Resposta: Com a iniciativa de resgatar o atendimento humanizado, descrito em Brasil (2000), o Ministério da saúde trabalha com o incentivo ao bom relacionamento entre profissionais de saúde e pacientes, onde o programa destaca claramente a importância da associação entre os aspectos tecnológicos da assistência e as habilidades de relacionamento dos profissionais de saúde para a melhora da qualidade assistencial, sendo assim considerado um dos fatores estratégicos a comunicação adequada para um atendimento mais humano e solidário. 20 Questão 2 Resposta: Alternativa B. Justificativa: Florence Nightingale uma enfermeira britânica que ficou famosa por ser pioneira no tratamento a feridos de guerra, durante a Guerra da Crimeia. Ficou conhecida na história pelo apelido de “A dama da lamparina”, pelo fato de servir-se deste instrumento para auxiliar na iluminação ao auxiliar os feridos durante a noite. Tevecontribuição na Enfermagem, sendo pioneira na utilização do Modelo biomédico, baseando- se na medicina praticada pelos médicos. Questão 3 Resposta: Alternativa A. Justificativa: Em tratamento aos pacientes graves ou de cuidados críticos, na falência pulmonar, conforme Silva et al (2012), os ventiladores substituem os pulmões; os cardiotônicos os antiarrítmicos, os fármacos vasoativos mantém o funcionamento cardiocirculatório e os dialisadores o trabalho renal. Terapias utilizadas em UTIs. Questão 4 Resposta: Alternativa E. Justificativa: Para atender a essas necessidades, em maio de 2000, o Governo Federal regulamentou o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), com a finalidade de criar uma cultura de humanização (BRASIL; 2000). Questão 5 Resposta: Alternativa C. Justificativa: Com o objetivo de estabelecer um caráter transversal à cultura de humanização, segundo Brasil (2004), o Ministério da Saúde estabeleceu a Política Nacional de Humanização (PNH), para atingir todos os níveis de atenção à saúde, conhecida como Humaniza SUS. Questão 6 Resposta: A Constituição Brasileira oferece o amparo legal à humanização em seu art. 1º, inc. 3º, ao afirmar a dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito. (BRASIL; 1988). Questão 7 Resposta: Para Sanvito (2000), muitas dessas marcas não estão somente ligadas ao coma em si, mas, durante esse processo, às experiências de ter sido “descuidado” levando muitos doentes a precisar se recuperar não apenas da doença, mas também do fato de terem se tornado “pacientes”. GABARITO 21 GABARITO Questão 8 Resposta: Em decorrência da rotina diária e complexa que envolve o ambiente da UTI, os membros da equipe de enfermagem esquecem de tocar e conversar com o ser humano que está à sua frente (VILA & ROSSI, 2002). Questão 9 Resposta: Ao realizar uma atividade técnica, sem estar presente de corpo, mente e espírito, o profissional não está realmente cuidando, mas, sim, realizando um procedimento (WALDOW; 2001). Questão 10 Resposta: A enfermagem descrita por Barnand (1997), como ciência do cuidar, é norteada por conceitos humanísticos, mas, nas últimas décadas, de modo crítico, tem adotado valores mecanicistas, que modificaram profundamente sua prática. Temos enfermeiros especializados e capacitados para o domínio de equipamentos, mas pouco afetivos, com dificuldades no atendimento às necessidades humanas básicas dos pacientes e problemas de relacionamento no trabalho em equipe. seç ões Tema 02 Distúrbios respiratórios Como citar este material: APPEL, Kelly Lopes de Araújo. Enfermagem no Paciente Crítico e Semicrítico: Distúrbios respiratórios. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. SeçõesSeções Tema 02 Distúrbios respiratórios 25 Conteúdo Nessa aula você estudará: • A abordagem terapêutica da insuficiência respiratória. • A visão no contexto humano na Unidade de Terapia Intensiva. • Alguns procedimentos do sistema respiratório. CONTEÚDOSEHABILIDADES Introdução ao Estudo da Disciplina Caro(a) aluno(a). Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro: Manual de terapia intensiva, dos autores Richard S. Irwin e James M. Rippe, Editora Guanabara Koogan, PLT 586, 2007. Roteiro de Estudo: Kelly Lopes de Araújo Appel Enfermagem no Paciente Crítico e Semicrítico Kelly Lopes de Araújo Appel Enfermagem no paciente crítico e semicrítico 26 CONTEÚDOSEHABILIDADES LEITURAOBRIGATÓRIA Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões: • Como podemos realizar a abordagem terapêutica da insuficiência respiratória? • Como é possível ver a concepção do cuidado na Unidade de terapia intensiva? • Como entender alguns procedimentos do sistema respiratório no tratamento intensivo? Distúrbios respiratórios Independente da patologia que leve o paciente à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ele estará sujeito à insuficiência no sistema respiratório. É alto o índice de pacientes com insuficiência respiratória, nas UTIs, como causa primária da internação, ou secundária, já internados devido a outras afecções. A insuficiência respiratória (ou distúrbios respiratórios) é definida por uma tensão de dióxido de carbono arterial (PCO2) maior de 50 mm Hg ou tensão de oxigênio arterial (PO2), menor que 50 a 60 mm Hg (IRWIN & WILSON; 2007), ou seja, ela acontece quando um paciente não é capaz de manter as tensões de seus gases sanguíneos dentro dos limites normais. Em UTI o tipo de insuficiência respiratória encontrada tem evolução relativamente rápida, ao contrário da deterioração gradual das doenças respiratórias crônicas. Resulta da incapacidade progressiva do sistema respiratório em remover o dióxido de carbono do sangue venoso e de adicionar oxigênio a ele, por um período que varia desde alguns segundos até alguns dias. Segundo Irwin e Wilson (2007), na fisiopatologia da hipoxemia, existem cinco mecanismos para diminuir o nível de oxigênio: Pio2 baixa, hipoventilação, desequilíbrio da razão ventilação-perfusão, derivação da direita para esquerda e comprometimento da difusão. 27 LEITURAOBRIGATÓRIA Já na hipercapnia, aparecem três mecanismos que podem provocar elevação da PCO2: respirar gás contendo CO2, hipoventilação e razão V/Q extremamente diminuída. Para os mesmos autores, nos transtornos respiratórios acidobásicos, o equilíbrio é avaliado clinicamente, por meio da concentração arterial do hidrogênio iônico (H+). Carmo et al (2010, online) descreve algumas definições sobre o equilíbrio acidobásico quando ocorre alguma alteração nas trocas gasosas da respiração. Acidemia é definida como uma diminuição do pH sanguíneo (ou aumento da concentração [H+] no sangue) e alcalemia é definida como uma elevação do pH sanguíneo (ou redução da concentração do [H+]). Acidose é o processo que tende a diminuir o pH e alcalose é o processo que tende a aumentar o pH. As alterações do pH extracelular ocorrem quando existe disfunção renal ou respiratória ou quando a quantidade de base ou ácido ultrapassa a sua capacidade de excreção. Mudanças na concentração do [H+] e pH podem ser induzidas por alterações do PCO2 ou do HCO3 -. Anormalidades primárias no PCO2 são chamadas de acidose respiratória (PCO2 alto) e de alcalose respiratória (PCO2 baixo). Anormalidades primárias na concentração de HCO3 - são chamadas de acidose metabólica (HCO3 - baixo) e de alcalose metabólica (HCO3 - alto). Na presença de algum destes distúrbios, sempre ocorrerá uma resposta compensatória renal ou respiratória, no intuito de minimizar as alterações na concentração do [H+]. A resposta compensatória sempre acompanha a direção do distúrbio primário. Por exemplo, na acidose respiratória (PCO2 alto) ocorre aumento da excreção renal de H+ com aumento do [HCO3 -] plasmático. Distúrbios simples correspondem à alteração inicial e à sua resposta compensatória esperada. Distúrbios mistos correspondem à existência de dois distúrbios diferentes associados, identificado quando o grau de compensação não é adequado ou quando a resposta é maior que a esperada. Nos exames complementares, segundo Carmo et al (2010), a gasometria é o exame mais importante para o diagnóstico do distúrbio ácido-básico (valores de referência na Quadro 2.1). São exames úteis para o diagnóstico etiológico, diante de um distúrbio ácido-básico: função renal, fósforo e albumina, lactato arterial, glicemia, cetoácidos (urina e/ou sangue), sódio, potássio e cloro, em algumas circunstâncias: perfil toxicológico, radiografia de tórax e ECG. 28 Quadro 2.1: Valores normais da gasometria arterial Parâmetro Valores de referência pH 7,35 a 7,45 pO2 (mmHg) 80 a 100 pCO2 (mmHg)35 a 45 Bicarbonato (mEq/L) 22 a 26 Excesso de base – BE (mEq/L) 0 ± 2,5 Saturação de O2 > 92% Fonte: Carmo et. al (2010, online) A acidose respiratória descrita por Carmos et al (2010), pode ter várias causas (Quadro 2.2): falência do organismo em transportar o CO2 até os pulmões (choque cardiogênico, parada cardiorrespiratória); defeitos pulmonares restritivos (fibrose pulmonar, cifoescoliose severa); defeitos pulmonares obstrutivos (obstrução de vias aéreas altas, asma, DPOC); doenças neuromusculares (miastenia grave, síndrome de Guillain-Barré, esclerose lateral amiotrófica); ou diminuição do drive respiratório (overdose de drogas sedativas – benzodiazepínicos, barbitúricos, opioides). Esses sintomas, segundo Carmo et al (2010), variam de acordo com o tempo de instalação (aguda x crônica). Nos casos agudos, os pacientes podem apresentar alterações neurológicas (cefaleia, visão borrada, delírio, sonolência-narcose, inclusive papiledema); arritmias e vasodilatação periférica (Carmo et. al; 2010). Nos casos crônicos, os sintomas são bem menos frequentes, geralmente estão associados a quadros de cor pulmonale e edema periférico. Carmo et al (2010) ainda diz que o diagnóstico é feito pela presença de um pH baixo associado a hipercapnia. A resposta compensatória é diferente para o distúrbio agudo em relação ao distúrbio crônico. Por este motivo, a história completa e acurada é extremamente importante para compreensão do caso, definição etiológica, e manejo terapêutico. O tratamento deverá ser sempre direcionado para a causa específica (suporte ventilatório, uso de antídotos específicos) (CARMO et al, 2010, online). LEITURAOBRIGATÓRIA 29 LEITURAOBRIGATÓRIA Quadro 2.2: Causas de acidose respiratória aguda e crônica Inibição do centro respiratório Aguda: drogas: opioides, anestésicos e sedativos; oxigênio em pacientes com hipercapnia crônica; parada cardíaca; apneia obstrutiva do sono. Crônica: obesidade mórbida (síndrome de Pickwick); lesões do SNC (raro); alcalose metabólica. Alterações na musculatura respiratória e parede torácica Aguda: crise miastênica, paralisia periódica, aminoglicosídios, síndrome de Guillain-Barré, hipocalemia ou hipofosfatemia graves. Crônica: fraqueza muscular: poliomielite, esclerose lateral amiotrófica, mixedema; cifoescoliose; obesidade mórbida. Obstrução de vias aéreas superiores Aguda: aspiração de corpo estranho ou vômitos; apneia obstrutiva do sono; laringoespasmo. Distúrbios das trocas gasosas nos capilares pulmonares Aguda: exarcebação de alguma doença pulmonar de base; SARA; edema agudo pulmonar cardiogênico; asma grave, pneumonia; pneumotórax e hemotórax. Crônica: doença pulmonar obstrutiva: enfisema, bronquite; obesidade mórbida. Ventilação mecânica Ocorre quando a taxa de ventilação alveolar efetiva está reduzida. Exemplo: ventilação fixa, com produção de CO2 aumentada – uso de bicarbonato de sódio em acidose lática durante ressuscitação cardiopulmonar. Fonte: Carmo et al (2010, online) A acidose metabólica, citado por Barbosa et. al (2006), resultado do acúmulo de ácidos não voláteis ou perda de bicarbonato sérico, é caracterizada por redução do pH sanguíneo. A alcalose metabólica surge devido a um excesso de bicarbonato na corrente sanguínea, segundo Meldau (2013), que ocorre quando o corpo pede ácido excessivamente. Em casos de vômitos repetidos, por exemplo, há uma grande perda de ácido do estômago. Raramente a alcalose pode ser desenvolvida devido à grande ingestão de alimentos alcalinos, como o bicarbonato de sódio. A perda excessiva de sódio ou de potássio pode afetar a capacidade renal no controle de equilíbrio acidobásico sanguíneo. 30 Alguns procedimentos são realizados na UTI como inserção de tubo torácico, broncoscopia, toracocentese. Esses procedimentos devem sempre seguir as normas assépticas e antissépticas para a prevenção de infecções nosocomiais. Para Angaramo (2007), a colocação de um tubo torácico (toracostomia com tubo), consiste na introdução de um tubo estéril no espaço pleural para eliminar o ar ou o líquido para um sistema de coleta fechado, para restaurar a pressão intratorácica negativa, promover a expansão do pulmão e evitar o desenvolvimento de níveis letais de pressão no tórax. Suas indicações são para pneumotórax (acúmulo de ar no espaço pleural), hemotórax (acúmulo de sangue no espaço pleural), empiema (infecções piogênicas do espaço pleural), derrame pleural (derrame exsudativo). Para esse procedimento, temos sempre que observar os seguintes cuidados: 1. Ser verificado diariamente o tubo torácico e o sistema de drenagem. 2. Regular a aspiração rotineira (15 a 20 cm H2O). 3. Observar a conexão do tubo torácico com o sistema de drenagem. 4. Realizar a troca de curativos diariamente ou quando necessário. 5. Observar as radiografias para avaliar o resultado da drenagem. 6. Nunca reintroduzir o tubo, somente tracionados. As UTIs associadas ao avanço da tecnologia médica têm aumentado de forma substancial ampliando perspectivas terapêuticas em diversas situações clínicas com a possibilidade de prolongamento da vida, principalmente às relacionadas ao sistema respiratório. Por isso a importância das equipes multidisciplinares terem conhecimento das patologias e procedimentos realizados em UTIs e suas tecnologias. LEITURAOBRIGATÓRIA 31 LINKSIMPORTANTES Quer saber mais sobre o assunto? Então: Sites Leia a cartilha da ANVISA Trato respiratório: Critérios Nacionais de Infecções relacionadas à Assistência à Saúde que vem trabalhando no desenvolvimento de guias contendo os critérios epidemiológicos brasileiros das infecções mais frequentes em serviços de saúde. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/criterios_infeccao_trato_ respiratorio.pdf>. Acesso em: 2 jan. 2014. Leia a cartilha Módulo 4 - prevenção de infecções em unidade de terapia intensiva. Esta cartilha traz a caracterização do ambiente da Unidade de Terapia Intensiva (gravidade dos pacientes, diversidade de recursos diagnósticos, o caráter multidisciplinar do atendimento ao paciente), a importância da prevenção e controle de infecção hospitalar na UTI, a descrição dos principais agentes envolvidos nas infecções relacionadas à assistência à saúde, os principais sítios de infecção envolvidos e os procedimentos de risco para infecção. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/iras/M%F3dulo%20 4%20-%20Preven%E7%E3o%20de%20Infec%E7%F5es%20em%20Unidade%20de%20 Terapia%20Intensiva.pdf>. Acesso em: 2 jan. 2014. Leia o artigo Planos terapêuticos de enfermagem para o paciente com pneumonia de Christiane Pereira Ornelas e Ricardo Alexandre da Silva Cobucci. Revista Enfermagem integrada, Ipatinga: Unileste-MG, V.3, N.1, Jul/ ago, 2010. Este artigo ampliará seus conhecimentos sobre os cuidados de enfermagem com paciente diagnosticado com pneumonia. Disponível em: <http://www.unilestemg.br/enfermagemintegrada/artigo/v3/03- planos-terapeuticos-enfermagem-paciente.pdf>. Acesso em: 2 jan. 2014. 32 Instruções: Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema. AGORAÉASUAVEZ Vídeos Assista ao vídeo: Sistema respiratório. O vídeo relembra o funcionamento do sistema respiratório. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=sQU4LVJr7TI>. Acesso em: 2 jan. 2014. Assista ao vídeo: Doenças respiratórias. O vídeo esclarece as principais patologiasdo trato respiratório e dicas para evitá-las. Disponível em: <http://www.youtube.com/ watch?v=1P1IYq2C3ao>. Acesso em: 2 jan. 2014. Assista ao vídeo: DPOC - Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. O vídeo explica a patologia DPOC e seu tratamento. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=DkIrkoITlw0>. Acesso em: 2 jan. 2014. Questão 1: Independente da patologia que leve o paciente à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ele estará sujeito à insuficiência no sistema respiratório. Essa afirmação está correta? Justifique. Questão 2: A diminuição do pH sanguíneo ou aumento da concentração [H+] no sangue é definição da: a) Acidemia. 33 b) Alcalemia. c) Miastenia. d) Esclerosemia. e) Alcalose. Questão 3: I. As alterações do pH extracelular ocorrem quando existe disfunção renal ou respiratória ou quando a quantidade de base ou ácido ultrapassa a sua capacidade de excreção. II. Mudanças na concentração do [H+] e pH podem ser induzidas por alterações do PCO2 ou do HCO3-. III. Anormalidades primárias no PCO2 são chamadas de acidose respiratória (PCO2 alto) e de alcalose respiratória (PCO2 baixo). IV. Anormalidades primárias na concentração de HCO3- são chamadas de acidose metabólica (HCO3- baixo) e de alcalose metabólica (HCO3- alto). Assinale a alternativa CORRETA. a) As afirmativas I e II estão incorretas. b) A afirmativa I é a única correta. c) As afirmativas III e IV estão incorretas. d) A afirmativa II é a única incorreta. e) Todas as afirmativas estão corretas. Questão 4: Nos exames complementares, a gasome- tria é o exame mais importante para o diag- nóstico do distúrbio acidobásico. Assinale a alternativa CORRETA que corresponda ao valor de normalidade do pH. a) 7,10 a 7,45. b) 7,15 a 7,25. c) 7,35 a 7,45. d) 7,30 a 7,40. e) 7,25 a 7,15. Questão 5: A acidose metabólica é caracterizada por redução do ______________ como resul- tado do acúmulo de ácidos não voláteis ou perda de bicarbonato sérico. Assinale a alternativa CORRETA que completa a afir- mação. a) Ácido volátil. b) Bicarbonato sérico. c) pH sérico. d) pH gástrico. e) pH sanguíneo. AGORAÉASUAVEZ 34 AGORAÉASUAVEZ Questão 6: Os distúrbios respiratórios ou a insuficiência respiratória é definido por uma tensão de dióxido de carbono arterial (PCO2) maior de 50 mm Hg ou tensão de oxigênio arterial (PO2), menor que 50 a 60 mm Hg. Explique com suas palavras essa afirmação. Questão 7: Segundo Irwin e Wilson (2007), na fisiopatologia da hipoxemia, existem cinco mecanismos para diminuir o nível de oxigênio. Quais são eles? Questão 8: A acidose respiratória pode ter várias causas como falência do organismo em transportar o CO2 até os pulmões (choque cardiogênico, parada cardiorrespiratória). Descreva quais outras causas podemos encontrar. Questão 9: A colocação de um tubo torácico (toracostomia com tubo) consiste na introdução de um tubo estéril no espaço pleural para eliminar o ar ou o líquido para um sistema de coleta fechado, para restaurar a pressão intratorácica negativa, promover a expansão do pulmão e evitar o desenvolvimento de níveis letais de pressão no tórax. Descreva suas indicações. Questão 10: Alguns procedimentos são realizados na UTI como inserção de tubo torácico, broncoscopia, toracocentese. Esses procedimentos devem sempre seguir as normas assépticas e antissépticas para a prevenção de infecções nosocomiais. Cite pelo menos quatro cuidados de enfermagem para boa manutenção de um tubo torácico. 35 Nesse tema, você aprendeu sobre como profissionais da área da saúde estão envolvidos em atividades realizadas em Unidade de Terapia Intensiva observando alguns aspectos específicos do cuidado com o trato respiratório. No desenvolvimento do conteúdo, foram definidos e esclarecidos algumas patologias e procedimentos realizados em UTIs e seus cuidados. Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos! FINALIZANDO REFERÊNCIAS IRWIN, R. S. RIPPE, J. M. Manual de Terapia Intensiva. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2007. MELDAU, D. C. Alcalose metabólica. Disponível em: <http://www.infoescola.com/doencas/ alcalose-metabolica/>. Acesso em: 2 jan. 2014. BARBOSA, M. B. G. ALVES, C. A. D. QUEIROZ, H. Avaliação da acidose metabólica em pacientes graves: método de Stewart-Fencl-Figge versus a abordagem tradicional de Henderson-Hasselbalch. Revista Brasileira de Terapia Intensiva. Vol. 18, n. 4, out-dez, 2006. Disponível em: <http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=6& ved=0CGIQFjAF&url=http%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fpdf%2Frbti%2Fv18n4%2F10.pd f&ei=oNh7UuW4CvfMsQSy1oC4Cw&usg=AFQjCNEuczQLKCxICoK8ycu8T4lW6VWxyw& sig2=SjtR_GwHE9A6xxr0CF-8Bw>. Acesso em: 2 jan. 2014. 36 GLOSSÁRIO Hipoxemia: Diminuição da concentração de oxigênio no sangue. Difusão: Movimento livre de partículas contidas em uma solução, distribuindo-se uniformemente nela. A difusão acontece a favor de um gradiente de concentração, ou seja, de uma região muito concentrada de alguma molécula para uma pouco concentrada e esse transporte não envolve gasto de energia – trocas gasosas. Gasometria: refere-se a um tipo de exame de sangue colhido de uma artéria e que possui por objetivo a avaliação de gases (oxigênio e gás carbônico) distribuídos no sangue, do pH e do equilíbrio acidobásico. DPOC: Doença pulmonar obstrutiva crônica é uma doença crônica dos pulmões que diminui a capacidade para a respiração. A maioria das pessoas com essa doença apresentam tanto as características da bronquite crônica quanto as do enfisema pulmonar. CARMO, L. P. F. MARQUES, I. D. B. TITAN, S. Distúrbios do equilíbrio acidobásico. Disponível em: <http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/3332/disturbios_do_ equilibrio_acido_basico.htm>. Acesso em: 2 jan. 2014. IRWIN, R. S. WILSON, M. M. Uma abordagem terapêutica fisiológica da insuficiência respiratória. In: IRWIN, R. S. RIPPE, J. M. Manual de Terapia Intensiva. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2007. REFERÊNCIAS 37 Questão 1 Resposta: Está associado pelo alto índice de pacientes com insuficiência respiratória, nas UTIs, como causa primária da internação, ou secundária já internados devido a outras afecções. Questão 2 Resposta: Alternativa A. Justificativa: Acidemia é definida como uma diminuição do pH sanguíneo (ou aumento da concentração [H+] no sangue). Questão 3 Resposta: Alternativa E. Justificativa: As alterações do pH extracelular ocorrem quando existe disfunção renal ou respiratória ou quando a quantidade de base ou ácido ultrapassa a sua capacidade de excreção. Mudanças na concentração do [H+] e pH podem ser induzidas por alterações do PCO2 ou do HCO3-. Anormalidades primárias no PCO2 são chamadas de acidose respiratória (PCO2 alto) e de alcalose respiratória (PCO2 baixo). Anormalidades primárias na concentração de HCO3- são chamadas de acidose metabólica (HCO3- baixo) e de alcalose metabólica (HCO3- alto). Questão 4 Resposta: Alternativa C. Justificativa: Nos exames complementares segundo Carmo et al (2010), a gasometria é o exame mais importante para o diagnóstico do distúrbio acidobásico. Questão 5 Resposta: Alternativa E. Justificativa: A acidose metabólica é caracterizada por redução do pH sanguíneo como resultado do acúmulo de ácidos não voláteis ou perda de bicarbonato sérico (BARBOSA et al, 2006). GABARITO 38 Questão 6 Resposta: A insuficiência respiratória ou distúrbios respiratórios é definido por uma tensão de dióxido de carbono arterial (PCO2) maior de 50 mm Hg ou tensão de oxigênio arterial (PO2), menor que 50 a 60 mm Hg (Irwin& Wilson; 2007), ou seja, existe quando um paciente não é capaz de manter as tensões de seus gases sanguíneos dentro dos limites normais. Questão 7 Resposta: Segundo Irwin e Wilson (2007), na fisiopatologia da hipoxemia, existem cinco mecanismos para diminuir o nível de oxigênio: Pio2 baixa, hipoventilação, desequilíbrio da razão ventilação-perfusão, derivação da direita para esquerda e comprometimento da difusão. Questão 8 Resposta: A acidose respiratória descrita por Carmo et al (2010), pode ter várias causas: falência do organismo em transportar o CO2 até os pulmões (choque cardiogênico, parada cardiorrespiratória); defeitos pulmonares restritivos (fibrose pulmonar, cifoescoliose severa); defeitos pulmonares obstrutivos (obstrução de vias aéreas altas, asma, DPOC); doenças neuromusculares (miastenia grave, síndrome de Guillain-Barré, esclerose lateral amiotrófica); ou diminuição do drive respiratório (overdose de drogas sedativas – benzodiazepínicos, barbitúricos, opioides). Questão 9 Resposta: Suas indicações são para pneumotórax (acúmulo de ar no espaço pleural), hemotórax (acúmulo de sangue no espaço pleural), empiema (infecções piogênicas do espaço pleural), derrame pleural (derrame exsudativo). Questão 10 Resposta: Para esse procedimento, temos sempre que observar os seguintes cuidados: 1. Ser verificado diariamente o tubo torácico e o sistema de drenagem. 2. Regular a aspiração rotineira (15 a 20 cm H2O). 3. Observar a conexão do tubo torácico com o sistema de drenagem. 4. Realizar a troca de curativos diariamente ou quando necessário. 5. Observar as radiografias para avaliar o resultado da drenagem. 6. Nunca reintroduzir o tubo, somente tracionados. GABARITO Enfermagem no Paciente Crítico e Semicrítico Autoria: Kelly Lopes de Araújo Appel Tema 03 Ventilação mecânica, equilíbrio acidobásico e gases arteriais Tema 04 Síndrome do choque Índice Índice Tema 03: Ventilação mecânica, equilíbrio acidobásico e gases arteriais 7 Tema 04: Síndrome do choque 31 seç ões Tema 03 Ventilação mecânica, equilíbrio acidobásico e gases arteriais Como citar este material: APPEL, Kelly Lopes de Araújo. Enfermagem no Paciente Crítico e Semicrítico: Ventilação mecânica, equilíbrio acidobásico e gases arteriais. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. SeçõesSeções Tema 03 Ventilação mecânica, equilíbrio acidobásico e gases arteriais 7 Conteúdo Nessa aula você estudará: • Fisiologia do sistema respiratório na ventilação mecânica. • O equilíbrio acidobásico e gases arteriais. • Entendimento das modalidades ventilatórias, das técnicas de assistência ventilatória e da assistência de enfermagem aos pacientes em ventilação mecânica. CONTEÚDOSEHABILIDADES Introdução ao Estudo da Disciplina Caro(a) aluno(a). Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro: Manual de terapia intensiva, dos autores Richard S. Irwin e James M. Rippe, Editora Guanabara Koogan, PLT 586, 2007. Roteiro de Estudo: Kelly Lopes de Araújo Appel Enfermagem no Paciente Crítico e Semicrítico 8 CONTEÚDOSEHABILIDADES Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões: • Como podemos compreender o sistema respiratório na ventilação mecânica? • Como podemos entender o equilíbrio acidobásico e gases arteriais? • Como podemos entender algumas modalidades ventilatórias, técnicas de assistência ventilatória e a assistência de enfermagem aos pacientes em ventilação mecânica? CONTEÚDOSEHABILIDADES Ventilação mecânica, equilíbrio acidobásico e gases arteriais As principais vias aéreas e estruturas do sistema respiratório (Figura 3.1) são cavidade nasal, faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos pulmonares no interior dos pulmões. As estruturas do sistema respiratório superior incluem o nariz, a faringe e as estruturas associadas; o sistema respiratório inferior inclui a laringe, a traqueia, a árvore bronquial, os alvéolos pulmonares e os pulmões. LEITURAOBRIGATÓRIA 9 LEITURAOBRIGATÓRIALEITURAOBRIGATÓRIA Figura 3.1 - Anatomia básica do sistema respiratório Fonte: GRAAFF, 2009, p. 604 Com conhecimento básico da anatomia e fisiologia do sistema respiratório na ventilação normal para Zuñiga (2004), se compreende melhor a ventilação mecânica (VM), já que este suporte tem como objetivo a substituição total ou parcial da ventilação pulmonar. Segundo Couto et al (1992), a constante renovação do ar alveolar é o processo da ventilação que permite a hematose, ou troca de gases nos alvéolos, pelo processo do ar atmosférico entrar em contato com o sangue circulante. Os alvéolos (Figura 3.2) são verdadeiros sacos de ar envoltos por capilares sanguíneos, o que possibilita a grande superfície de contato, necessárias para que ocorram as trocas gasosas por difusão. Os alvéolos teriam tendência natural ao colabamento, segundo Zuñiga (2004), se não fosse à presença de substâncias surfactantes que recobrem a superfície interna dos alvéolos e a pressão negativa pleural. 10 Para que o ar não chegue frio e seco, sob o risco de desidratação das hemácias, segundo Couto et al (1992), o ar deve ser condicionado, ou umidificado a 100%, filtrado e aquecido a 37ºC. Com exceção dos bronquíolos respiratórios e alvéolos, as vias respiratórias superiores e inferiores para Zuñiga (2004), constituem o espaço morto anatômico (trocas gasosas) finalizando com um volume de 150 ml no adulto. Figura 3.2 – Divisão respiratória do sistema respiratório. Extremidades dos tubos respiratórios nos alvéolos pulmonares, cada um deles envolvido por uma extensa rede capilar pulmonar. Fonte: GRAAFF, 2009, p. 613 Para Zuñiga (2004), os pacientes que são submetidos à VM, são intubados por via naso ou orotraqueal, por meio de tubo flexível dotado de balonete e cuff. Com diâmetro compatível com a traqueia (8,0 a 8,5mm para mulheres e 8,5 a 9,0mm para homens). O cuff deve ser insuflado para que durante as inspirações não tenha vazamento, formando, assim, um sistema fechado. LEITURAOBRIGATÓRIA 11 Periodicamente pode ser necessária a aspiração de secreções que se acumulam no tubo orotraqueal (TOT), segundo Zuñiga (2004), o muco secretado pelas vias aéreas inferiores, deixa de ser conduzido à epiglote para ser expelido, podendo obstruir o TOT. Para aumentar ou diminuir o volume da cavidade torácica conforme Guyton e Esbérard (1989), os pulmões podem se expandir e contrair pelo movimento do diafragma e pela elevação das costelas. Para West (1986), a ventilação ocorre com inspiração ativa, para com atuação das musculaturas cervicoescapular, intercostal e diafragmática, que promove o aumento do volume da caixa torácica, possibilitando a entrada do ar pela diminuição da pressão intratorácica a níveis subatmosféricos. Com o relaxamento da musculatura inspiratória, a expiração ocorre passivamente. As forças elásticas pulmonares, segundo West (1986), estando em equilíbrio ao final da expiração, possibilitam o retorno da caixa torácica à sua posição original. O diafragma é o principal músculo da inspiração. Os músculos abdominais que atuam apenas quando há esforço respiratório são os principais da expiração. A respiração, ou ventilação pulmonar, requer que o tórax seja flexível a fim de funcionar como um fole durante o ciclo de ventilação. A respiração consiste em duas fases, inspiração e expiração. Inspiração (inalando) e expiração (exalando) são realizadas aumentando e diminuindo alternadamente o volume da cavidade torácica. A inspiração se realiza quando a pressão do ar no interior dos pulmões é mais baixa que a pressão atmosférica. A expiração se realiza quando a pressão do ar no interior dos pulmões é maior que a pressão atmosférica (GRAAFF;2003, p. 618). Segundo Zuñiga (2004), Vesalius, em 1555, e Hooke, em 1667, demonstraram que a vida poderia ser preservada com o auxílio da substituição da função respiratória com a insuflação dos pulmões com um balão de ar. Em 1934, Freenckner, na Europa, desenvolveu o Spiropulsador (insuflação rítmica dos pulmões), comercializada em 1940. Nos Estados Unidos utilizavam o pulmão de aço. Com a epidemia de poliomielite, os pneumáticos foram desenvolvidos na década de 1950 para uso clínico no tratamento da insuficiência respiratória. O primeiro ventilador de volume constante foi em 1950, construído por Engstrom com ventilação mandatória intermitente (IMV). Com esse aparelho, o paciente não pode interferir com o volume e a frequência preestabelecidas, porém, poderia inspirar espontaneamente o conteúdo do balão. O advento LEITURAOBRIGATÓRIA 12 dos ventiladores trouxe na Europa as unidades respiratórias com aparelhos de gasometria e ventiladores salvando vidas de pacientes graves sem chance de sobrevida. Na década de 1980 o surgimento de aparelhos altamente seguros e confortáveis foi construído conforme relatos de Zuñiga (2004). A ventilação mecânica, conforme Lorenzi et al (1998), tem o objetivo de restabelecer o balanço entre a oferta e demanda de oxigênio, diminuindo a carga do trabalho respiratório de pacientes em insuficiência ventilatória. Os ventiladores são atualmente classificados conforme suas características com diferentes modalidades ventilatórias e controle de segurança, sendo utilizada classificação por gerações, segundo Azevedo (1994): a) Primeira geração: aparelhos ciclados a pressão constante, sem monitoração direta e sem alarmes (BIRD MARK 7 e MARK 8). b) Segunda geração: aparelhos ciclados a volume constante com possibilidade de monitoração direta, dotados de alarmes e oferecendo os modos CMV, SIMV, CPAP (Newport E100i, Drager Ventilator 2000). c) Terceira geração: aparelhos microprocessados, com informações centralizadas para todas as funções operacionais, abrangendo terapia, vigilância e diagnóstico funcional (Newport Wave e Breeze, Inter 3 e 5, Takaoka Monterey, Bird 6400 e 8400, Drager Evita, Benett, 760, 8400i, Galileo. Para Zuñiga (2004), o método de assistência ventilatória mais empregado é a ventilação mecânica invasiva por pressão positiva, sendo mais indicado na presença de insuficiência respiratória grave, sendo a decisão de iniciar a ventilação mecânica baseado em parâmetros clínicos e de avaliação funcional respiratória. Para o controle químico da respiração, temos a manutenção das concentrações de oxigênio (O2), dióxido de carbono (CO2) e íons de hidrogênio (H +) nos líquidos corporais. Segundo Zuñiga (2004), o CO2 é um dos produtos finais do metabolismo afetando acentuadamente as reações químicas devido a concentração e líquidos corporais de todas as células e pH dos tecidos. Por isso que a pressão parcial de dióxido de carbono (PCO2) deve ser regulada com precisão. Sendo assim, o sistema respiratório é o único meio eficaz de que dispõe o organismo para controlar a PCO2 do sangue e dos tecidos (ZUÑIGA; 2004). LEITURAOBRIGATÓRIA 13 O excesso de CO2 ou H+, segundo Zuñiga (2004), faz com que ocorram efeitos excitatórios sobre o centro respiratório, o que causa intensidade dos sinais respiratórios e expiratórios para os músculos da respitaração. Esse processo também remove íons de hidrogênio do sangue De acordo com West (1989), para que ocorra o processo de difusão o O2 é captado e o CO2 é eliminado por difusão simples por meio de uma membrana chamada alveolocapilar, que facilita o processo quando dispõe de uma área de exposição e o dificulta quando encontra- se espessa. O transporte de O2 no sangue ocorre de duas maneiras: dissolvido ou combinado com a hemoglobina. Mais de 98% do O2 é transportado ligado à hemoglobina, o que demonstra a grande afinidade do grupo heme pelo gás. A curva de dissociação de hemoglobina é sigmoide, e, com uma PaO2 de 100mmHg, a saturação da hemoglobina acima deste nível elevaria pouco a quantidade de O2 no sangue. O CO2 e transportado em sua maior parte na forma de bicarbonato no plasma e nas hemácias. Uma pequena parte é transportada como compostos carbamino no plasma, carbaminohemoglobina nas hemácias e uma parte mínima como CO2 dissolvido (ZUÑIGA, 2004, p. 7). A fisiopatologia da hipóxia para Zuñiga (2004) inicia com a diminuição de O2 tecidual, como acontece com pacientes portadores da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), onde temos os tipos de hipóxia por transporte anormal (baixa hemoglobina), hipóxia circulatória (insuficiência cardíaca – diminuição do fluxo sanguíneo tecidual generalizado ou local), hipóxia celular (prejudicada por alguma substância tóxica – cianeto), hipóxia de demanda (o consumo pelos tecidos excede o fornecimento normal aos tecidos. Exemplo: exercício máximo, tireotoxicose). Podemos concluir que a correção de uma situação de hipóxia não depende de maior oferta de O2 aos pulmões e sim da estabilização das funções vitais como débito cardíaco e pressão arterial. Para que possamos entender o equilíbrio acidobásico e gases arteriais, temos que entender que o pH do meio interno do ser humano é mantido normalmente entre estreitos, para Zuñiga (2004). Qualquer desvio neste equilíbrio poderá acarretar danos. Em conjunto, temos o sistema respiratório, rins e o complexo do sistema tampão sanguíneo que atua para manter o organismo com o pH equilibrado, em várias situações. Observaremos que a ventilação mecânica no equilíbrio acidobásico é de extrema importância. LEITURAOBRIGATÓRIA 14 Zuñiga (2004, p. 13) descreve os parâmetros da gasometria arterial: O pH normal do sangue arterial é 7,40, variando de 7,35 a 7,45. Chamamos alcalose a elevação do pH acima de 7,45 e acidose a redução do pH abaixo de 7,35 (Quadro 3.1). A pressão parcial de CO2 (PaCO2) normal varia de 35 a 45mmHg. Uma PaCO2 baixa indica hiperventilação e uma elevada indica hipoventilação. A pressão parcial de O2 (PaO2) normal varia de 80 a 100mmHg. Abaixo desses níveis teremos a hipoxemia. Devemos lembrar que a PaO2 diminui com o envelhecimento, podendo ser considerados normais valores obtidos com a subtração de 1mmHg para cada ao após os 60 anos, a partir de 80mmHg. Esta orientação não se aplica para pessoas com mais de 90 anos. A variação normal de bicarbonato (HCO3) no sangue arterial é de 20 a 28mEq/L. O excesso de base (BE) corresponde à quantidade, em mEq/L, de ácido ou base necessária para titular uma amostra de sangue, até o pH de 7,40. Seus valores normais variam de -2 a +3. Abaixo de -2 teremos acidose metabólica e, acima de +3, alcalose metabólica. Quadro 3.1 – Valores normais de equilíbrio acidobásico PARÂMETROS (VALORES NORMAIS) pH (7,35 a 7,45) PaCO2 (35 a 45mmHg) HCO3 - (20 a 28mq/L) BE (-2 a + 3mEq/L) Fonte: Zuñiga (2004, p. 15) Quando encontramos a elevação dos níveis no sangue arterial, segundo Zuñiga (2004), significa hipoventilação alveolar. Isso leva a acidose, pois o mecanismo tampão renal não age imediatamente. É detectada a acidose respiratória da insuficiência respiratória aguda. Para que possamos ter reversão da situação ou tratamento, imediatamente são desobstruídas as vias aéreas e instalada a ventilação mecânica (Quadro 3.2). LEITURAOBRIGATÓRIA 15 Quadro 3.2 – Causas e correções dos distúrbios acidobásicos. CAUSAS E CORREÇÕES DOS DISTÚRBIOS ACIDOBÁSICOS Distúrbio Causa Correção Acidose respiratória Aumento da PaCO2 por hipoventilação Desobstrução de vias aéreas, ventilação mecânica Alcalose respiratória Diminuição da PaCO2 por hiperventilação Ajuste do ventilador, diminuindo o volume minuto, sedação Acidose metabólica Aumento de prótons livres, Ex.: acidoseláctica, cetoacidose diabética, com consequente diminuição do HCO3- Tratamento da causa básica, administração de bicarbonato, hiperventilação Alcalose metabólica Aumento do HCO3-, ex.: vômitos, administração de HCO3- em excesso Tratamento da causa básica, hipoventilação Fonte: Zuñiga (2004, p. 15) Exemplificando: Baseado nos exercícios de Zuñiga (2004). 1) Um paciente intoxicado por barbitúricos, com respiração superficial, apresenta a seguinte gasometria arterial: pH = 7,19 PaCO2 – 80mmHg PaO2 = 48mmHg HCO3 = 30,5mEq/L BE = 0,5 mEq/L A interpretação desta gasometria demonstra: pH abaixo de 7,35 – acidose PaCO2 acima de 45mmHg = hipoventilação levando à acidose respiratória LEITURAOBRIGATÓRIA 16 PaO2 abaixo de 50mmHg = hipoxemia grave HCO3 – acima de 28mEq/L = alcalose metabólica BE normal = ausência de alcalose metabólica efetiva Portanto, teremos os diagnósticos de acidose respiratória parcialmente compensada por alcalose metabólica e hipoxemia grave por hipoventilação. Teríamos acidose respiratória compensada por alcalose metabólica se o pH estivesse normal. Com o advento da tecnologia, os equipamentos estão cada vez mais sofisticados para monitorizar e controlar continuamente as condições clínicas dos pacientes. Nos cuidados de enfermagem, a assistência ventilatória, para Dreyer e Zuñiga (2000), será sempre um desafio pela complexidade dos equipamentos, exigindo conhecimento teórico prático para cuidar com habilidade e segurança do paciente. Para Dreyer e Zuñiga (2000) as principais responsabilidades do enfermeiro são: 1. Manter vigilância contínua e sistemática, evitando ou detectando complicações. 2. Elaborar e executar um plano de cuidados. 3. Estabelecer uma relação de confiança com o paciente e sua família. Essas características favorecem uma assistência integral e humanizada. Cuidados de enfermagem ao paciente em ventilação mecânica AÇÃO JUSTIFICATIVA 1.Esclarecer o paciente sobre os procedimentos a serem realizados e orientá-lo no tempo e no espaço, mesmo quando sedado. Amenizar a ansiedade e proporcionar apoio emocional. 2.Ajudar o paciente a comunicar-se usando um meio alternativo. 3.Manter a cabeceira elevada em 30º, se não houver contra indicação. Evitar refluxo gástrico e aspiração pulmonar. Melhorar a expansão torácica. 4.Manter a vigilância constante, atentando para os alarmes do ventilador mecânico. Alertar para possíveis alterações clínicas e intercorrências com o paciente o com o aparelho. LEITURAOBRIGATÓRIA 17 5.Manter o painel da unidade do paciente, ressuscitador manual (AMBU) conectado à rede de O2 e aspirador de secreções. Ventilar o paciente em caso de falha do ventilador mecânico. Manter a permeabilidade da via aérea. 6.Verificar frequentemente o funcion- amento do ventilador mecânico, dos acessórios, os parâmetros ajustados e anotar quaisquer alterações realizadas. Garantir ventilação e umidificação adequa- das. Manter os registros dos parâmetros uti- lizados. 7.Desprezar a água da condensação do circuito e dos copos de drenagem. O excesso de água obstrui o circuito, prejudica a monitorização dos parâmetros. Nunca drenar esta água condensada para dentro do umidificador. 8.Observar a amplitude e a simetria da caixa torácica e realizar a ausculta pulmonar. Verificar se o paciente está ventilando bilateralmente e detectar desconforto respiratório. 9.Anotar a pressão nas vias aéreas, o volume expirado e outros parâmetros eventualmente fornecidos pelo venti- lador mecânico. Detectar e corrigir problemas, obter dados para ajustes do ventilador mecânico. 10.Colher sangue arterial para exame de gasometria, 20 minutos após o procedimento de intubação, após a alteração dos parâmetros do ventilador mecânico e a critério médico. Permitir o controle da oxigenação e da ventilação. Adequar os parâmetros do ventilador mecânico às necessidades do paciente. 11.Monitorar a saturação de oxigênio (SPO2) com oxímetro de pulso. Permitir o controle de oxigenação. 12.Monitorizar o CO2 no final da expiração com capnógrafo (ETCO2). Permitir o controle da ventilação alveolar. 13.Realizar monitorização contínua do traçado eletrocardiográfico; verificar sinais vitais; observar a coloração das mucosas e da pele. Detectar arritmias cardíacas, comprometi- mento hemodinâmico, febre e hipóxia. LEITURAOBRIGATÓRIA 18 14.Verificar nível de consciência, orien- tação no tempo e espaço, sinais neu- rológicos: pupilas, reflexo de tosse, re- sposta a estímulos verbais e dolorosos. Detectar sinais de depressão da consciência em consequência de hipóxia ou hipercapnia. 15.Manter o paciente sedado a critério médico. Proporcionar conforto ao paciente, aliviar a ansiedade, minimizar a resistência à ventilação mecânica e diminuir o trabalho respiratório. 16.Realizar sondagem nasogástrica ou nasoenteral, a critério médico. Prevenir broncoaspiração. Garantir drenagem, controle de débito e aspecto da secreção gástrica e infusão de dieta e líquidos. 17.Realizar os cuidados com a via aérea artificial. Evitar obstrução da via aérea artificial o deslocamento da cânula endotraqueal, isquemia traqueal, lesões da mucosa orofaríngea e da pele da face, perda de volume corrente. 18.Realizar mudança de decúbito e manter a pele limpa e hidratada. Prevenir úlceras por pressão e lesões cutâneas, mobilizar as secreções pulmonares e evitar atelectasia. 19.Manter os olhos fechados, caso o paciente esteja comatoso ou com sedação profunda. Prevenir lesões da córnea. 20.Incentivar a presença de familiares e amigos, através de comunicação verbal e gestos que expressem seus sentimentos. Favorecer a inter-relação, visando amenizar principalmente a ansiedade do paciente e facilitar sua orientação no tempo e no espaço. 21.Aplicar as normas da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) da instituição quanto à manipulação de equipamentos de ventilação mecânica e seus acessórios. Prevenir contaminação do ambiente, colonização o infecção do paciente. Manter o ambiente higienizado e limpo. Fonte: Zuñiga (2004, p. 15). LEITURAOBRIGATÓRIA 19 LINKSIMPORTANTES Quer saber mais sobre o assunto? Então: Sites Leia o artigo: Assistência de enfermagem ao paciente submetido à ventilação invasiva. Trata- se de um estudo bibliográfico, baseado em análise de publicações nacionais e internacionais a partir da década de 1990, cujo objetivo foi realizar uma atualização sobre as principais ações na assistência de enfermagem à pacientes submetidos à Ventilação Invasiva. Disponível em: <http://www.unisa.br/graduacao/biologicas/enfer/revista/arquivos/2007-14. pdf>. Acesso em: 2 jan. 2014. Leia o artigo: Ventilação mecânica: evidências para o cuidado de enfermagem. Este estudo objetivou avaliar o conhecimento dos enfermeiros sobre ventilação mecânica nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de um hospital de referência em Fortaleza. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_pdf&pid=S1414-81452012000400021&lng=en &nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 2 jan. 2014. Leia a portaria: Portaria nº 370, de 4 de julho de 2008. A Portaria Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, o Programa de Assistência Ventilatória Não Invasiva aos Portadores de Doenças Neuromusculares. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ saudelegis/sas/2008/prt0370_04_07_2008.html>. Acesso em: 2 jan. 2014. Vídeos Assista ao vídeo: Ventilação mecânica invasiva – parte 1. O vídeo apresenta uma palestra sobre ventilação mecânica invasiva. Disponível em: <http://www.youtube.com/ watch?v=ITHYtdi5IJI>. Acesso em: 2 jan. 2014. 20 Instruções: Chegou a hora de você exercitar seuaprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema. AGORAÉASUAVEZ Questão 1: Qual é o objetivo do suporte ventilatório? Questão 2: São verdadeiros sacos de ar envoltos por capilares sanguíneos, ao qual possibilita trocas gasosas por difusão. Essa definição é de: a) Brônquios. b) Bronquíolos. c) Traqueia. d) Alvéolos. e) Pulmão. Assista ao vídeo: Ventilação mecânica invasiva – parte 2. O vídeo continua a apresentação da palestra sobre ventilação mecânica invasiva. Disponível em: <http://www.youtube.com/ watch?v=LbYVv75TqOA>. Acesso em 2 jan. 2014. Assista ao vídeo: Gasometria. O vídeo explica como é realizada uma coleta de gasometria nas técnicas assépticas que acontece nos Estados Unidos. Disponível em: <http://www. youtube.com/watch?v=SUOrth3jsRM>. Acesso em: 2 jan. 2014. LINKSIMPORTANTES 21 Questão 3: I. Pacientes que são submetidos à VM, são intubados por via naso ou orotraqueal, por meio de tubo flexível dotado de balonete e cuff. II. Com diâmetro compatível com a traqueia (8,0 a 8,5mm para mulheres e 8,5 a 9,0mm para homens). III. O balonete deve ser insuflado para que durante as inspirações não tenha vazamento, formando assim, um sistema fechado. IV. Periodicamente pode ser necessária a aspiração de secreções que se acumulam no tubo orotraqueal (TOT). Assinale a alternativa CORRETA. a) As afirmativas I e II estão incorretas. b) A afirmativa I é a única correta. c) As afirmativas III e IV estão incorretas. d) Todas as afirmativas estão corretas. e) A afirmativa III é a única incorreta. Questão 4: A ventilação ocorre com inspiração ati- va, com atuação das musculaturas _________________, cervicoescapular e diafragmática, que promovem o aumento do volume da caixa torácica, diminuindo a pressão intratorácica a níveis subatmosfé- ricos, possibilitando a entrada do ar. a) Intercostal. b) Pleural. c) Torácica. d) Subcostal. e) Hemicostal. Questão 5: Chamamos alcalose a elevação do pH acima de 7,45 e acidose a redução do pH abaixo de: a) 7,45. b) 7,35. c) 7,46. d) 7,30. e) 7,33. Questão 6: Para que o sistema respiratório tenha um bom funcionamento, ele deve ter estruturas específicas. Descreva quais são suas principais estruturas. Questão 7: Quando encontramos a elevação dos níveis no sangue arterial, significa hipoventilação alveolar. O que isso pode acarretar para o sistema respiratório? Descreva. AGORAÉASUAVEZ 22 Questão 8: A fisiopatologia da hipóxia inicia com a dimi- nuição de O2 tecidual, como acontece com pacientes portadores de quais doenças. Cite pelo menos 2 patologias. Questão 9: A hipóxia não depende de maior oferta de O2 aos pulmões e sim da estabilização das funções vitais como débito cardíaco e pressão arterial. Quais são os tipos de hipóxia? Questão 10: Um paciente em ventilação mecânica apresenta a seguinte gasometria ar- terial: pH=7,60; PaCO2=22,6mmHg; PaO2=80,3mmHg; HCO3-=22,3mEq/L; BE= +2,8mEq/L. Interprete essa gasometria conforme seus estudos. AGORAÉASUAVEZ FINALIZANDO Nesse tema, você teve um esclarecimento sobre a importância de uma ventilação mecânica adequada e o tratamento através da interpretação dos resultados de gasometria. No desenvolvimento do conteúdo, foram definidas e esclarecidas algumas patologias e cuidados de enfermagem ao paciente que está em suporte ventilatório. Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos! 23 AZEVEDO, C. A. C. Ventilação mecânica invasiva e não invasiva. Rio de Janeiro: Revinter, 1994. COUTO, C. M. F. CAMPO, J. B. CARVALHO, E. B. Suporte metabólico no paciente crítico. In: Carvalho, E. B. Manual de suporte nutricional. São Paulo: Medsi, p. 91-100, 1992. DREYER, E. ZUÑIGA, Q. G. P. Ventilação mecânica. In: Cintra E. A, Nishide, V. m. Nune, v. m. Assistência de enfermagem ao paciente crítico. São Paulo: Atheneu, 2000. GRAAFF, K. M. V. Anatomia humana. São Paulo: Manole, 2003). GUYTON A. C. ESBÉRARD C. A. Fisiologia humana e mecanismos das doenças. 4ª ed, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989. LORENZI, F. g. VEGA, J. J. BARBAS, C. S. V. HOELZ, C. Ventilação mecânica não invasiva. In: Knobel E. Condutas no paciente grave. 2ª ed. São Paulo: Atheneu, v. 1. P. 393-402, 1998. TERZI, R. G. G. Equilíbrio acidobásico e transporte de O2. São Paulo: Manole, 1992. WEST, J. B. Fisiologia respiratória moderna. 3ª ed. São Paulo: Manole, 1986. ZUÑIGA, Q. G. P. Ventilação mecânica para enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2004. REFERÊNCIAS 24 GLOSSÁRIO Hematose: é o processo de trocas gasosas que ocorre nos capilares sanguíneos dos alvéolos pulmonares através da difusão dos gases oxigênio e dióxido de carbono. Colabamento: Ação ou resultado de colabar, abalar, provocar ou sofrer aluimento (um órgão ou uma estrutura de um órgão). Os alvéolos apresentam certa tendência ao colabamento. Tal colabamento somente não ocorre normalmente devido à pressão mais negativa presente no espaço pleural, o que força os pulmões a se manterem expandidos. O grande fator responsável pela tendência de colabamento dos alvéolos é um fenômeno chamado tensão superficial. A tensão superficial ocorre no interior dos alvéolos devido a grande quantidade de moléculas de água ali presente, revestindo toda a parede interna dos alvéolos. A tensão superficial no interior dos alvéolos seria bem maior do que já o é se não fosse a presença, nos líquidos que revestem os alvéolos, de uma substância chamada surfactante pulmonar. O surfactante pulmonar é formado basicamente de fosfolipídeos (dipalmitoil lecitina) nas células presentes no epitélio alveolar. A grande importância do surfactante pulmonar é sua capacidade de reduzir significativamente a tensão superficial dos líquidos que revestem o interior dos alvéolos. Balonete: Instrumento médico que é usado para fazer a fixação correta do tubo endotraqueal, não permitindo que secreções da orofaringe sejam aspiradas. Oxímetro de pulso: dispositivo médico que mede indiretamente a quantidade de oxigênio no sangue de um paciente. Comissão de controle de infecção hospitalar: tem como objetivo manter os índices de infecção nos valores considerados aceitos pelo Ministério da Saúde, seguindo rigorosamente normas e portarias específicas da Vigilância Sanitária, promovendo ações de prevenção às infecções. Mantendo assim a qualidade dos serviços oferecidos à população e segurança de seus pacientes. 25 Ambú (Ressuscitador manual): Promover a ventilação artificial, enviando Ar Comprimido ou enriquecendo com Oxigênio,para o pulmão do paciente na ausência de respiração ocasionada por infarto,asfixia por substâncias tóxicas, afogamento e outros. Balão em silicone translúcido autoclavável, nas opções: Adulto: 1600 ml, Infantil: 500 ml e Neonato: 250 ml. Máscara facial adulto, adolescente, infantil e neonato em silicone. Válvula unidirecional (Bico de pato). Válvula para reservatório (não autoclavável). GLOSSÁRIO GABARITO Questão 1 Resposta: Tem o objetivo de substituição total ou parcial da ventilação pulmonar. Questão 2 Resposta: Alternativa D. Justificativa: Os alvéolos (Figura 2) são verdadeiros sacos de ar envoltos por capilares sanguíneos, o que possibilita a grande superfície de contato, necessárias para que ocorram as trocas gasosas por difusão. Questão 3 Resposta: Alternativa E. Justificativa: As alterações
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